Salvando O Mundo Com Um Casamento escrita por rafaela-snape


Capítulo 21
Capítulo 21- Surpresas


Notas iniciais do capítulo

Oi, aqui é a RosierSnape, mais uma vez. Saudades? Nem me deram a recomendação que pedi, mas mesmo assim, tá aqui o capítulo. Me dêem uma Recomendação de Niver! 6 de Setembro, novo capítulo, certeza!



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Ele me puxou pra perto e me beijando aparatou. Eu ainda estava atordoada quando paramos em frente a um belo restaurante. O lugar já era lindo por fora e mais ainda, era muito chique, por um momento me perguntei se estava vestida adequadamente pra entrar no lugar.


Severo deu um leve aperto na minha mão, que ele havia segurado quando chegamos e ele parou o beijo, e ao olhar pra ele, me olhando como se eu fosse a coisa mais linda do mundo, quase com devoção, parei de me importar com o que os outros iam pensar, se ele gostou da produção eu fico feliz.


Entramos e o maître nos levou pra uma mesa afastada, em um canto discreto do lugar escurecido. Percebi que a idéia era fazer um lugar mais escuro, romântico, e realmente deu certo, já que as velas espalhadas davam uma áurea misteriosa e romântica ao lugar. Simplesmente perfeito.


Quando nos sentamos e o rapaz nos trouxe o cardápio nos deixando sozinhos, eu finalmente abri a boca.


-O que, exatamente, quer dizer tudo isso?


-Tudo isso o que? – Severo se fez de desentendido.


-Primeiro o fato de você não saber ou ignorar o dia todo o fato de hoje ser meu aniversário – pude ver um sorrisinho irônico de canto de boca aparecendo – depois as meninas me arrumaram e eu achei que era pra uma festa surpresa na grifinoria, já que todo mundo ama uma desculpa pra fazer bagunça, aí elas me levam pros jardins em direção saída da escola e você esta lá, todo lindo, esperando – além do sorrisinho crescer, ele ainda levantou a sobrancelha com a última parte – aí, você me puxa e agradece as meninas antes de me beijar enquanto nos aparata pra cá. O que tudo isso significa?


-Que eu estou fazendo uma surpresa de aniversário pra você, ou não percebeu senhora Snape? – ele não tirou a expressão cínica do rosto pra responder. – E agradeci as meninas por terem me ajudado sem contar nada a você. Aliás, como você disse que eu estava te esperando no portão?


-Ah! Cala a boca!


-Não faço mais surpresas pra você, você me interrogou e me mandou calar a boca e eu não ouvi nem um elogio pra surpresa e muito menos um agradecimento, mas é claro que isso é culpa do sangue Black.


Com essa eu derreti toda, fiquei me sentindo péssima, ele deve ter levado um tempão preparando tudo e eu dando uma de mau criada.


-Desculpa. Eu amei, muito obrigada.


-Tudo bem, mas se prepare que a noite ainda não começou.


-Então que tal a gente comer enquanto você me conta como foi que consegui convencer aquelas duas a não me falarem nada.


-Ok. Hoje é seu dia, você que manda.


Ele pediu a comida, porque eu nunca tinha escutado o nome daqueles pratos na minha vida e não tinha a mínima idéia do que eu queria.


Depois que comemos conversando sobre banalidades do dia a dia, ele pediu que eu esperasse um pouco enquanto ele ia ao banheiro, se levantou e foi pra um lugar que eu não pude ver onde.


Eu esperava paciente na mesa, quando senti duas mãos masculinas tampando meus olhos. Num primeiro momento eu sorri achando que era Severo, mas logo notei que a mão era diferente. Por mexer com poções, as mãos dele são mais lisas e os dedos mais longos do que os da pessoa que tampava meus olhos, minha mente começou a trabalhar num meio de descobrir quem era sem chamar atenção.


Eu levantei uma mão pra afastar as outras de meu rosto enquanto meu braço direito descia lentamente para o local que estava minha varinha: a bolsa.


-Com licença – eu disse afastando as mãos e me virando pra descobrir quem era.


Eu quase cai da cadeira ao ver aquela carinha de bebe já minha velha conhecida.


-Não cumprimenta mais os amigos, né?


-Eu não acredito! Parece ate...


-Miragem? É eu sei que eu sou lindo, sempre causo esse efeito nas mulheres!


-Eu ia dizer que parece pesadelo, mas miragem... não acha que é um pouco pretensioso demais pra você, não?


-Claro que não, Hermis! Eu sei que sou perfeito, pra que me diminuir?!


-Convencido também, não se esqueça disso, Nick!


Caímos na gargalhada, contida, claro, afinal estávamos em um local público. Eu e Nick nos conhecemos desde que nascemos, ele é dois anos mais velho que eu e fazia muitas coisas...diferentes como eu, por tanto quando ele fez onze anos, recebeu uma visita, um professor de uma escola francesa, não muito conhecida, de bruxaria o convidou pra estudar lá.


Eu só descobri isso nas férias do primeiro pro segundo ano, porque ele foi passar as férias em casa e acabamos descobrindo pelo numero de corujas que apareciam pra gente que ambos éramos bruxos, o que nos uniu mais ainda.


No ano anterior, ele me levou como acompanhante no baile de formatura e pelo que sei, fez um pequeno curso noturno nas férias e agora é uma espécie de professor de quadribol. Ele era meu irmão mais velho, a pessoa que eu sempre vou poder contar, temos as mesmas idéias, só que ele é mais no estilo bad-boy e eu sou a responsável por meter algum juízo naquela cabeça de vento.


-O que você ta fazendo por aqui?


-Eu acabo de voltar de uma entrevista de emprego e se tudo der certo, vou dar aulas na sua escola. Não é o máximo? Você vai poder admirar minha beleza todos os dias.


-Sério? – ignorei a última parte – Isso é legal. Aí eu vou dar paz pra tia Ana – Ana é a mãe dele que fica me pedindo pra tomar conta dele. – Nossa, aconteceu tanta coisa que eu tenho que te contar que eu nem sei por onde começar.


-Que tal começarmos pelo seu presente?


-O que? – ele sempre me dava algo legal, o que eu mais tava querendo no momento – Meu presente ta aqui? Onde? Me da logo seu chato, eu to curiosa!


-Calma, eu não sabia que ia te encontrar aqui, eu deixei como professor Dumbledore e ele falou que ia pedir a um elfo pra colocar no seu quarto.


-E o que é?


-Uma coisa que você me encheu o saco por muito tempo pra conseguir.


-Ah! Mas são tantas coisas... dá uma dica!


-Não. Percebi que você acabou de jantar e provavelmente já deve estar indo pra escola, quando chegar, você olha. Agora eu vou indo, porque tenho um encontro hoje.


-Tudo bem, seu chato. eu vou ficar aqui, curiosa, me desfazendo lentamente em curiosidade, ate morrer, sem socorro...


-Meu Merlim! Eu criei um monstro! Pare com isso e volte a ser a minha irmãzinha. Sai desse corpo que não te pertence – ele disse com cara séria e logo se desmanchou em risos.


Eu o abracei e apertei bem, gesto prontamente retribuído.


-Eu to torcendo por você. E tava morrendo de saudade. Vê se não some de novo, ta?


-Que bela cena! – ouvi uma voz irônica e fria as minhas costas. Eu fechei os olhos e fui me soltando lentamente de Nick. Abri os olhos e me virei, completamente assustada e pálida.


-Não é nada do que você esta pensando, Severo, eu...


-Claro que não, eu não estava pensando em nada, Black.


-Black? – perguntou Nick e eu quase chorei ali mesmo, se bem que estava pertinho disso.


-É uma das coisas que eu tenho que te contar, depois eu te conto a história completa.


-Isso, quando estiverem a sós num quarto cansados e suados ela te conta a história.


-O que? – Nick é uma bomba relógio, como Severo provocou, eu sabia que ele ia partir pra briga e eu sinceramente não sei quem sairia mais machucado. Merlim nos proteja. – Olha aqui, não sei quem você é, nem me interessa, pode falar assim de mim, mas não se atreva a chamar uma garota tão doce e pura disso, ainda mais sendo a Hermis.


-Claro, desculpe, afinal ela é sua... o que ela é sua mesmo?


Eu assistia o dialogo completamente quieta, eu sabia que se tentasse falar mais auto que um sussurro eu iria cair no choro e acho que Nick percebeu, porque se aproximou pelas minhas costas e me abraçou por trás.


-Isso não é da sua conta senhor. Não sei se percebeu mais esse seu modo esta machucando-a, portanto peço que se retire ou seja mais educado.


-Quem você acha que é pra me dar ordens, moleque?


-Eu vou te mostrar o moleque.


E do nada Nick me soltou pra partir pra briga. Foi tudo muito rápido, Nick pulou pra cima de Severo que prontamente caiu na pancada com ele e eu abri a boca a chorar.


Minha noite tinha começado tão bem, estava tudo tão perfeito, se Severo não tivesse voltado bem quando eu abracei Nick, seria a melhor noite da minha vida, o melhor aniversário do mundo, mas agora, eu preferia que abrisse um buraco no chão pra me engolir.


-Parem, por favor. – eu estava implorando sem forças pra qualquer coisa. Eu conheço bem os dois homens lutando, orgulhosos e Severo é muito pior quando se trata de ciúmes, eu já percebi. Não posso suportar tanta pressão assim, quero o colo da minha mãe!


Com a briga, apareceram alguns homens pra separar os dois e uma senhora me ofereceu um lenço pra limpar minhas lagrimas e um copo de chá calmante.


-Precisamos conversar em um local mais reservado. – nem sei como eu consegui falar firme, mas foi.


Os dois me seguiram até uma sala que me foi mostrada pelo maître. Era uma salinha pra reuniões.


-Acho que tem algumas coisas que devem ser esclarecidas.


-Que tal começar explicando aquela ceninha ridícula lá fora?


-Não fale assim com ela!


-CALEM A BOCA! NÃO ME IMPORTA QUEM COMEÇOU, SO CALEM. A. BOCA!


Os dois me encararam espantados com meu grito.


-Agora, vamos conversar como adultos civilizados. Sem ofensas.


-Desculpa, Hermi, eu não déia te deixar assim no dia do seu aniversário.


-Só escuta a história que eu vou resumir, ok?


-Comece, estou curioso.


-Bem, tudo começou quando eu descobri nas férias que meu pai biológico, aquele que abandonou minha mãe, lembra da história?


-Lembro, quem é?


-Sirius Black.


-O que fugiu de Askaban?


-É, sem interrupções. Então eu fui pra casa dele e aí Dumbledore me pediu pra ajudar em uma missão, eu aceitei e me casei com Severo Snape – apontei pro homem com cara de tédio e ódio, se é que isso é possível – sendo que nosso casamento é um segredo, então não conte a ninguém. Nós voltamos antes do tempo da lua de mel, porque comensais atacaram meus pais e meu pai..bem.. ele morreu. – meu irmão me deu mais um abraço ao ver uma lagrima cair de meus olhos, mas logo se separou ao ouvir o rosnado de Severo. – então, eu voltei pra Hogwarts e depois de todo esse tempo, Severo me trouxe pra jantar, pra comemorar meu aniversário. Aí, depois que acabamos de jantar, Severo saiu por uns minutos e você apareceu.


-Isso, agora que estamos todos situados, quero ir embora, tenho trabalhos pra corrigir e a senhorita tem poções a fazer amanha. Ande logo – meu marido já saia da sala com cara péssima.


-Perai. Então isso tudo é ciúmes? – perguntou Nick fazendo Severo parar como estatua na porta. – Quero esclarecer uma coisa: eu e Hermione somos quase irmãos, senhor Snape. Nos conhecemos desde que nascemos e fomos separados por estudarmos em escolas diferentes. Eu nunca faria nada, desse tipo que esta passando na sua cabeça, com ela, seria incesto! Então desfaz esse bico, pede desculpas pra ela e leve-a pra cama, cunhadinho. Mas se a fizer chorar de novo, vai apanhar até pedir clemência.


-Nick!


-Ande logo senhorita, já disse que teremos que acordar cedo amanha.


Percebi que ele não se convenceu. Me despedi rapidamente de meu amigo e corri ao seu encontro. Assim que encostei nele, ele nos levou pra escola e saiu andando como se Nick não tivesse dito nada.


Ele andava rapidamente e eu corria para acompanhar. Parou em frente seu quarto e destrancou a porta sem nem olhar pra mim.


-Ei1 vai me ignorar?


-Vá para o seu quarto, não é bom uma aluna entrar no quarto do professor.


-Para. O que eu tenho que fazer pra te mostrar que eu não gosto do Nick desse jeito?


-Nada. Tem todo o direito de querer alguém jovem, espontâneo e que lhe conheça. Vou dar um jeito de acabar com esse casamento logo, pra vocês ficarem juntos sem terem que se preocupar comigo.


-Eu não quero que esse casamento acabe. Eu estou feliz, a menos que você não esteja, eu não quero que isso acabe.


Ele pareceu surpreso por um momento, mas eu via por trás da mascara de indiferença que ele usava. Ele parecia machucado, com ódio, dor, orgulho...


-Você esta feliz, ou pelo menos algo assim?


-Hermione – pude ver seus ombros relaxarem, ele estava se rendendo. – há muito tempo eu gostei de alguém, eu me apaixonei, não, eu amei. E tudo o que eu fiz foi destruí-la. E agora, de novo, eu estou deixando alguém entrar na minha vida, alem de amizade.


-Nada que você falar aqui vai sair daqui. – eu disse pra o encorajar. Ele realmente estava com medo, medo de amar.


-Eu nunca me senti tão feliz, eu fico o dia todo esperando pela noite, pareço um adolescente descontrolado. Eu mau vejo a hora de poder conversar com você, estar com você. Não te amo, nem nada assim tão forte, mas eu gosto de você. É bom ver você estudando, não tem noção de como eu tenho vontade de jogar seus livros e anotações longe, quando você mord o lábio inferior, como esta fazendo agora, e enrola a ponta do cabelo no dedo ao se concentrar em algum problema difícil de aritmância. Eu não quero acabar com isso, com esse recém descoberto “nós”, mas eu não vou destruir a sua vida também. Se quiser, se você se apaixonar por alguém, acredite: farei de tudo pra anular o casamento e lhe dar liberdade pra ser feliz.


Eu fiquei tão emocionada que estava chorando de alegria antes até de perceber.


-Severo, eu sei o quanto você sofreu, o quanto já se machucou e o quanto faz pra se redimir, sei todos os seus defeitos e sei o que você esconde por trás dessa mascara de indiferença, deixe que eu descubra todas as suas qualidades, deixe que eu te ajude a cicatrizar todas essas feridas.


Ele não respondeu, nem precisava. Ele me prendeu pela cintura e me beijo. O beijo era doce e selvagem, calmo e sexy.


Quando precisamos respirar, ele passou a beijar a mordiscar meu pescoço. Abaixou a alça do vestido e deu atenção aos meus ombros.


Nós fomos até a cama, tiramos as roupas e sentimos o calor um do outro. Eu já tinha escutado das garotas, algo como amor depois de uma briga era o melhor, ou algo assim, não lembro bem, mas é total verdade.


Horas depois de carinhos, palavras bonitas e obscenas e olhares, repousávamos na cama totalmente sonserina que eu tão bem conhecia.


O peito de Severo subia e descia lentamente, eu achei até que ele estava dormindo, mas então ouvi o som de sua risada baixa.


-Então o esquentadinho é seu irmão mais velho emprestado? Você não teve um bom exemplo durante a infância, por isso vive se metendo em confusão com Potter e Weasley.


-Não fale assim. Ele é legal. Mas eu sempre fui a cabeça. Ele é como Harry, segue o instinto. Nick é inteligente e bem humorado, até bem sensato, mas não pode ser provocado, senão acontece aquilo que rolou no restaurante.


-Desculpa por aquilo, não sei o que deu em mim.


-Tudo bem, eu te entendo, porque se fosse o contrario, se fosse você abraçada a uma mulher que eu nunca vi na vida, nem teria conversa, eu ia quebrar a cara dela e depois ia ficar o resto da vida sem falar com você.


-Bom saber. Não vou abraçar uma mulher desconhecida na sua frente.


Nós rimos. Ele derrepente parou, bateu na própria testa e disse algo como “idiota, como você esqueceu isso seu velho”  e depois “devia andar menos com Alvo, estou ficando esquecido igual ele”, aí ele se levantou e foi até o armário dele.


-Feche os olhos, Hermione.


-Ta. – eu fechei os olhos morrendo de curiosidade. Senti ele perto de mim.


-Abra os olhos.


Eu não podia acreditar no que estava vendo! Eu estava sonhando, só pode!


-Ahhhhhhhh!!!


-O que foi? Não gostou! Eu posso trocar.


-O que? Não se atreva a trocar isso Snape, ou será torturado lentamente.


-Não vou trocar, calma.


Na minha frente eu tinha nada mais nada menos que um conjunto novinho de runas. Mas não era qualquer um não. Era um conjunto raro, fabricado no século passado, vermelho com detalhes dourados, cada runa cabia na palma da mão certinho. Eu estava loquinha com um desses!


-É a coisa mais linda que eu já vi. É perfeito.


-Como a dona.


Eu corei. Mesmo depois de meses, eu ainda não tinha me acostumado com isso, quando ele me olhava na cama, quando me elogiava... acho que nunca vou me acostumar, mas isso pode ser culpa dos hormônios.


-Sério. Mau posso esperar pra próxima aula de runas antigas pra estreiar.


-Que bom que você gostou, porque eu não tinha a mínima idéia de que presente comprar, então me lembrei que você comentou uma noite sobre isso aí decidi comprar.


-Fez bem. Eu estava doida com isso, mas eu tive que escolher entre livros novos e essa coleção. Os livros ganharam.


-Hermione, agora que estamos casados, você pode me pedir pra comprar qualquer coisa. Só não digo que pode comprar e colocar na minha conta, porque isso ainda é segredo, então me fale que eu compro pra você.


-Tudo bem. Mas você tem que me controlar nesse quisito, se deixar, eu compro a floreios e borrões inteira. Ou quase, pode tirar os livros de culinária e fofoca como os da Skeeter.


-Ainda bem, por que eu não consigo imaginar você lendo o livro da Skeeter. Muito menos cozinhando.


-Pois saiba que eu cozinho e muito bem, tá senhor Snape?! Pode perguntar a minha mãe.


-Não duvido, mas você vai ter que provar. Nas férias vai preparar o almoço algum dia na mansão Snape.


-Mole. Me fale o prato que você quer e eu faço. Ah! Posso fazer brigadeiro de panela. Você disse que gosta de brigadeiro.


-Nossa. Você lembra disso?


-Você lembrou que eu comentei brevemente das runas.


-Melhor irmos dormir, está ficando tarde.


-É, amanha você tem trabalhos pra corrigir e eu poções a fazer.-Eu disse repetindo a fala dele mais cedo.


Nos deitamos e em pouco tempo dormimos. Meu sonho foi estranho. Eu estava em uma casa. Uma casa toda escura. E estava atrás de alguma coisa.


Eu segui até uma sala escura e entrei nas sombras. Eu era pura adrenalina e senti o local esquentar. Alguém entrou na sala sem perceber minha presença. Não pude reconhecer a pessoa, pois logo ela começou com uns movimentos estranhos que me deixaram arrepiada.


Meu corpo paralisou e eu vi os olhos vermelhos sangue me encarando. Era uma armadilha e eu caí feito um patinho.


Ele se aproximou de mim lentamente, pronunciava palavras estranhas e invocou uma adaga de prata sem usar uma varinha.


Percebi tarde demais que era um tipo de sacrifício, eu era o cordeiro que seria abatido. Enquanto refletia sobre isso, a adaga chegava mais perto de mim, do meu coração. Vi minha vida passar na minha frente quando a lamina atravessou meu coração, como se aqueles olhos vermelhos fossem a tela de um cinema onde eu via rostos amados, lembranças boas e ruins e tudo o que eu poderia ter feito se não tivesse sido estúpida o suficiente pra ir ate lá sozinha sem contar a ninguém.


-Vá em paz, querida Lizzie. Logo nos encontraremos de novo.


A voz de meu assassino era bela, tinha um “Q” de charme e parecia apaixonada. Acho que era confusão de meu cérebro já sem forças pra lutar contra a tão poderosa morte, então me senti cair e tudo escureceu. Não havia mais nada. Nada de dor, nada de conforto, paz ou medo. Simplesmente o angustiante vazio. O negro. O fim.


Quando acordei, me senti um pouco mau, mas não liguei muito, afinal a noite anterior tinha sido exaustiva em todos os sentidos.


-Bom dia... dormiu bem?- ouvi um sussurro preguiçoso na minha orelha.


-Dormi, e você? – não sei o que deu em mim, mas resolvi não contar sobre o sonho. Esses sonhos são muito estranhos. Eu vou descobrir o que isso significa e depois eu conto pra ele se for necessário.


-Muito bem. Quer tomar café aqui ou no salão principal?


-Aqui. Não to afim de perguntas indecentes sobre ontem a noite que com certeza serão feitas pela Gina e muito menos de ver as caretas dos meninos.


-São bons motivos. Vou pedir pra um elfo trazer nossa comida. Enquanto eu vou até a lareira, você talvez devesse olhar aquele pacote que apareceu aqui ontem a noite.


Ele se levantou e colocou um roupão para ir até a lareira, meu olhar caiu para o imenso pacote que estava na cômoda ao lado da cama.


Eu não entendi muito bem o que era de primeira, mas depois eu me lembrei de um certo comentário da noite anterior e de certos traços da personalidade de Nick e fui abrir meu presente.


Era um pacote muito mau embrulhado com um papel de presente rosa choque e uma fita preta toda passada em volta do presente, como se quem o tivesse feito não soubesse pra que servia o papel e a fita. Alias, quem embrulhou não sabia mesmo.


Tive um pouco de dificuldade pra abrir, mas por fim dei uma de criança e rasguei aquilo tudo. Tava horrível mesmo, eu não ia usar aquilo pra nada então não foi desperdício.


-Não acredito!


Meus olhos brilharam. Era simplesmente maravilhoso. Eu tinha passado o verão todo falando daquilo e estava ali. Na minha mão. O ultimo exemplar de “Hogwarts: uma história”. Esse era o mais completo de todos os livros e ainda não havia sido lançada na Inglaterra. Eu não acredito que Nick foi até o editor do outro lado do mundo pra comprar isso pra mim.


Eu comecei a foliar e dei um grito de alegria. Tinha autografo do autor! E o autografo tinha dedicatória!


Para Hermione, uma garota inteligente e legal. Espero que este exemplar seja interessante para a senhorita.


Atenciosamente, DX


Fiquei tão entretida com meu novo livro que não percebi Severo me encarando da porta até que ele falou.


-Outro presente?


-É. Do Nick. – eu percebi tarde de mais que não devia ter dito aquilo.


-Serio?! Quer ficar ai admirando o livrinho que ele te deu ou vai vir comer?


-Para de ciúmes bobo. Três coisas. Primeiro esse livrinho é a última edição de Hogwarts uma historia e tem autografo do autor pra mim. Segundo Nick tem uma namorada que vai virar noiva dele no natal e terceiro vamos logo que eu to morta de fome e a culpa é sua por ter me deixado acordada a noite toda.


Eu nem esperei a reação dele, foi com tudo pra sala puxando-o pelo braço. Eu até me esqueci que estava nua já que não corei quando ele me deu uma secada. Aí eu larguei a mão dele e voltei no banheiro pra pegar uma toalha. Qual é, eu tava morrendo de fome e não ia agüentar ate trocar de roupa e me arrumar direitinho.


-Sabe, tem um roupão branco atrás da porta só pra você. – ele disse assim que eu sentei na mesa enroladinha na toalha - Não precisa pegar a toalha. Ou você faz isso pra provocar?! – e a maravilhosa levantada de sobrancelha.


-Não. Eu estou com tanta fome que me esqueci do roupão lindo que você comprou pra mim. Ou melhor: que você mandou um elfo domestico comprar pra mim.


-Você vai falar disso ate quando?


Já tínhamos discutido isso um milhão de vezes, mas eu não podia deixar isso assim. A um mês Severo percebeu que eu sempre acordava e me cobria com o lençol ou com a toalha como eu estou agora. Então ele mandou um dos elfos dos Snape’s ir até uma das mais chiques lojas do beco diagonal e comprar um roupão que combinasse comigo.


O pobre elfo teve que ir lá e comprar o roupão e quase se matou quando eu tentei libertá-lo.


Tivemos uma pequena discussão por causa disso, mas no fim caímos na gargalhada. O pobre elfo não bate muito bem, mas mesmo assim não merece essa vida de escravidão.


-Até você libertar todos os seus elfos. Ou até você concordar em dar férias pra eles e os tratar com gentileza.


-Então vai demorar muito. Se você não comer a comida vai esfriar.


Eu o ignorei, mas comi. Acho que comi por umas dez pessoas. Parece que a noite agitada e o sonho estranho aumentaram meu apetite.


-Hoje, como você esta progredindo bastante no estagio, vou deixar que corrija as redações do primeiro e segundo anos.


-Serio? – meus olhos brilharam. O fim de semana estava ótimo. Só o cara de cobra não aparecer e chamar Severo que vai ser perfeito.


Algumas vezes, antes de uma edição do profeta diário com detalhes de um ataque, Severo era chamado.


Eu ficava com o coração na mão, pra me distrair, eu ia pro laboratório e adiantava meus trabalhos de estagiaria ou sentava na frente da lareira com um livro interessante no colo até ele chegar.


Isso me fez manter o nível de notas como nos outros anos e ainda ter menos coisas pra fazer a noite.


Quando Severo chegava, três quatro da manha, eu parava tudo o que estava fazendo e ia o ajudar. O peso era muito e ele fica muito abalado com os ataques, odeia matar pessoas inocentes. Então eu deito com ele e o faço dormir como se ele fosse um bebe assustado. O deito em meu peito e faço cafuné na cabeça até ele pegar no sono que era seguido de pesadelos na maioria das vezes, que o fazem acordar suado e tremendo, com seus fantasmas. Quanto a isso eu não tenho o que fazer, então o apoio em silencio até ele dormir ate a manha e levantar como se nada tivesse acontecido.


-Hermione Snape! Se não se concentrar não ira corrigir as provas. – ele disse me tirando de meus devaneios.


-Desculpe. Acho que foi a emoção.


-Esta bem, esta bem. Só não seja boazinha. Seria estranho um lufa-lufa tirar a nota máxima num trabalho meu e ainda temos que manter as aparências por causa da guerra.


-Pode falar a verdade: nem quando a guerra acabar você vai deixar de roubar pra sonserina.


-Esta me chamando de injusto?


-Por ai. Não digo que você não vai mudar, sei que vai acabar tirando pontos da sua casa e pondo alguns sonserinos de detenção, mas vai continuar favorecendo sua amada sonserina, não é?


-Sonserina não precisa roubar pra se sair bem, somos ótimos por natureza.


-E bem convencidos também...


-Pelo menos não somos bobos como os grifinórios!


-Hei! Preciso te lembrar que é casado com uma grifinoria? E se tivermos filhos? Como você vai superar o fato deles serem grifinórios?


-Quem disse que um filho meu, sangue do meu sangue, vai ser um grifinório? Meus herdeiros serão sonserinos, irão pra casa das cobras, a casa verde e prata e com muito orgulho.


-Claro. Pra casa que fica em seguindo em tudo. A começar pela cor. Prata. Enquanto grifinoria é dourada. A cor do ouro.


-Diga o que quiser, grifinoria nunca vai superar sonserina. Somos superiores a vocês em tudo. Você é que não percebeu, querida.


-Ah, não, eu notei o QUÃOOOO superiores são as cobras. Me diga, querido, de que casa é o maior bruxo da nossa época? O homem que descobriu os doze usos do sangue de dragão e derrotou Grindewald? – eu dei o sorrisinho cínico que aprendi com ele.


-Se fala de Dumbledore, devo dizer que aquele velho esclerosado não é um bom exemplo pra sua casa. Devia era ter vergonha que um velho como aquele é da mesma casa que você.


-Inveja?


-Morrendo. – ele disse com voz de tédio. – não vou discutir com você sobre isso, quando nossos herdeiros entrarem pra sonserina, não venha chorar pro meu lado e perguntar por que eles são da melhor casa de Hogwarts e não de sua recaída grifinoria.


-Desculpe, mas meus filhos irão pra melhor casa de Hogwarts, aí, você vai vir me perguntar como eles não foram parar na sonserina e pode ter certeza que a resposta não vai mudar: eles irão pra grifinoria porque são...


-Perfeitos como a mãe?


-Eu ia dizer inteligentes o bastante pra irem pro lado vencedor, mas isso aí ta bom também.


-Convencida! Com quem você aprendeu isso?


-Com um cara meio alto, pálido, de cabelos e olhos negros, um ótimo bruxo, o nome dele se não me engano é...Severo Snape. Conhece? É meu marido.


-Não sei. Tenho uma vaga idéia de quem seja, mas ele esta criando um monstro. Devia avisá-lo disso.


-Pode deixar que assim que ele voltar de viagem eu aviso. – eu tive uma idéia pra brincadeira. – Sabe, tem muito tempo que meu marido esta fora e eu estou um pouco carente, sabe? E estava aqui pensando que talvez você pudesse acabar com uma parte dessa carência, entende?


-E não tem perigo de seu marido chegar e me ver aqui, matando sua carência?


-Não, ele foi pra bem longe daqui. Deve demorar uns bons dias. Talvez você queira me fazer companhia durante esse tampo. O que acha?


-Eu devo pensar bem na proposta. Um momento. – ele fez cara de pensativo e eu mordi o lábio inferior me segurando pra não rir. Eu nem acredito que falei isso tudo tão tranquilamente. – Ta. Já pensei. Acho que não tem problema, já que seu marido não vai nos ver, ele deve ter ido pro mesmo lugar que minha esposa, então por que não aproveitar?


-Claro.


-Mas só depois que terminarmos os trabalhos. – eu fiz uma cara decepcionada. – não é muito, minha pequena. Vai terminar rapidinho, antes deles voltarem. Alem disso, é domingo, então temos o dia todo.


-E se perguntarem por nós? Não podemos dar na cara que estamos juntos.


-É só dizer que eu te prendi aqui por causa de trabalhos do estagio e comemos aqui pra dar tempo de fazer tudo, é bem minha cara manter alguém preso nas masmorras num belo dia de domingo, ninguém vai saber que é mentira, só vão lhe dirigir olhares de pena pelo resto da semana, mas depois passa, não se preocupe.


-Fiquei hiper tranqüila de saber que todo mundo vai ficar olhando pra mim por uma semana inteira, obrigada.


-Disponha. Agora vamos trabalhar pra acabarmos logo e usarmos melhor nosso resto de fim de semana. Vou te recompensar por ter te ignorado o dia todo ontem.


-O que eu vou ter que fazer?


-As poções você já fez e os relatórios também, então você vai me ajudar corrigindo as redações do primeiro e segundo anos. De tinta vermelha. Você sabe como eu corrijo, então não vou perder tempo explicando. Vou lá buscar as redações e você vai ajeitando a mesa pra a usarmos. Não precisa trocar de roupa, porque não vai precisar delas pro que vamos fazer depois que terminamos essas redações.


Ele sorriu sarcástico e eu corei muito. Depois que percebi o caminho estranho pelo qual nossa conversa tinha ido. Estávamos discutindo sobre filhos. Claro que era sobre em que casa eles ficariam, mas então me toquei de que usamos o verbo de modo que desse a entender que planejamos ter vários filhos, sendo que nunca tocamos nesse assunto.


Tirei a mesa ainda pensando nisso e resolvi que iria conversar com ele sobre isso depois que acabássemos de corrigir as redações e eu também tinha que descobrir sobre os sonhos estranhos e tudo o que eles significam.


Durante toda a manha, eu e Severo ficamos corrigindo as redações, com alguns comentários sobre umas respostas absurdas de alguns alunos que realmente não tem vocação pra poções. A diferença é que esses deviam ter suas duvidas tiradas e não serem ridicularizados pelo professor.


Foi uma boa manha, depois das redações, voltamos pra cama pra descansar um pouco antes do almoço.


Eu pensava sobre o lance todo da discussão e de filhos, será que ele queria ter filhos? Claro que sim, afinal ele quer descendentes, mas por outro lado não consigo imaginá-lo cuidando de uma criança pequena, ele sempre pareceu odiar crianças ou talvez fosse porque ele não conhece a vida delas.


-Em que esta pensando? Esta muito calada.


-Severo, você quer ter filhos? – quando percebi já tinha perguntado o que me incomodava.


Ele pareceu surpreso e se pos a pensar.


-Eu não sei. – respondeu depois de uns minutos. Tempo suficiente pra me fazer achar que ele não ia falar nada. – nunca pensei nisso, eu achei que fosse morrer na primeira guerra e depois, quando vim pra cá dar aulas, não fiz planos de conhecer alguém me casar e ter filhos.


-Mas você gostaria de ter filhos? – o assunto já tinha saído mesmo, melhor aproveitar.


-Você não esta grávida, esta? – ele perguntou ficando branco que nem cera.


-Não! Que ideia! – nem tem como eu estar grávida, final eu tomo uma poção preparada por ele.


-Então porque você ta perguntando isso?


-Curiosidade. – ele me olhou com cara de quem diz “acredito nisso tanto quanto acredito em papai Noel” – Eu fiquei pensando sobre a nossa conversa na hora do café da manha, só isso.


Ele pareceu satisfeito com a resposta, pois encerrou o assunto.


Levantamos depois de um tempo e fomos tomar banho pra ir pro salão principal, afinal seria melhor sairmos um pouco daquele quarto, por menor que fosse a vontade dos dois.


Fomos separados pro salão principal, eu fui na frente e ele uns bons minutos depois, só pra disfarçar.


Eu tinha razão quanto a parte das perguntas, Gina mau respirou quando me viu, sem pausa nem nada ela me pediu todos os detalhes.


-Como foi? Onde vocês foram? Era legal? O que vocês fizeram? Alias, aonde você estava que não veio tomar café? Vocês estavam juntos, né? Me conta tudo rápido antes que eu tenha um treco!


-Bom dia pra você também, Gina. Bom dia meninos. Como foi o resto de sábado de vocês?


-Para de gracinha, Hermione!(n/a:créditos a 1 amigo meu, o Vinicius, por essa frase, ele vive flando isso. Só p/ vc parar de reclamar, chato.) eu to morrendo de curiosidade!


-Tudo bem. – eu disse vendo a ruiva fazer biquinho – Ele me levou em um restaurante muito bonito, eu nunca tinha ido lá e nem prestei atenção no nome, mas era um lugar chique. Jantamos, conversamos e ele me explicou que você e a Luna o ajudaram, a propósito: obrigada. – ela me interrompeu com um abraço apertado e dizendo que não foi nada.


-Eu só quero ver minha amiga, minha irmãzinha, feliz.


Os garotos fizeram caretas engraçadas com essa frase dela.


-Com licença, mas a gente vai treinar quadribol, não queremos ouvir o que vocês fizeram depois, prefiro manter meus ouvidos puros.


-Como se ele e a Luna não fizessem o mesmo! – disse Gina brincando com Ron.


-Não. Eles não fazem não, porque o Ron é lerdo de mais pra isso. –Disse harry entrando no clima.


-Falou o casal mais puritano de Hogwarts, né? – Disse Ron irritado.


-OU! Ele falou sobre o relacionamento de vocês sem ter ânsias de esganar o Harry! Parabéns Rony! Isso é um avanço! – dessa vez eu ganhei uma careta dele e risadas dos outros.


Passei um bom tempo contando a noite anterior pra Gina e pra Luna que apareceu assim que os meninos saíram do salão. Só não contei sobre A conversa com Severo, sobre o que ele disse pra mim. Aquilo é pessoal demais pra contar assim, em publico.


Não falei do sonho também, pelo mesmo motivo que não falei pra Severo, eu não sei o que significa.


Eu resolvi ir pra biblioteca pesquisar sobre o sonho, quer dizer, os sonhos. Eu nem sabia por onde começar, mas foi de prateleira em prateleira, passando por todos os tipos de leitura. Claro que alguns livros eu não peguei, afinal, não iria ter nada em “Como cuidar de sua coruja” ou em “Feitiços básicos para esconder seu diario de seus pais” ou ainda em “Plantas que podem fazer partes do seu corpo cair”. Sério, pra que a biblioteca tem esses livros? Quem é a pessoa idiota que pega isso?


Bem nessa hora eu vi uma garota pegando o livro que ensina a esconder o diário. É, esse tipo de gente que pega esses livros.


Eu vi metade de um lado da biblioteca e não achei nada que me deixasse no mínimo curiosa ou que tivesse alguma coisa a ver com o que eu estava procurando(que nem eu sabia o que era) em uma hora e meia.


Eu vi naquela tarde metade da biblioteca e nada. Tinha terminado as seções de biografias, herbologia, adivinhação - é, pra se ter uma idéia de quão desesperada por respostas eu estava – e ficção, eu achava que provavelmente só encontraria respostas na seção proibida, mas não podia ser precipitada.


Fiz uma organização mental. Eu iria olhar o resto da biblioteca naquela semana, junto com os livros de Severo, se eu não achasse nada, procuraria, de algum jeito, na seção proibida.


Com uma meta em mente pude ficar mais tranqüila.


Durante aquela semana, minha rotina foi a mesma. Eu acordava, me arrumava, tomava café e ia pras aulas da manha. Ficava dez minutos antes do almoço na biblioteca procurando, almoçava, tinha minhas aulas da tarde e ia pro meu estágio. Fazia tudo rápido e perfeito, dava uma olhada nos livros de Severo, jantava rápido, ia pra biblioteca até as nove, voltava pro meu quarto e ficava com meu marido, conversando, namorando ou algo mais até tarde, dormia e tinha vislumbres de rostos, as vezes era o homem do meu ultimo sonho, ou de meus amigos e familiares, mas o que mais aparecia era de uma mulher, ela era bem diferente de mim, tinha cabelos muito longos e de uma cor entre rosa clarinho e lilás. Seus olhos eram misteriosos e eu não conseguia distinguir uma cor, pois pareciam mudar a cada segundo, o rosto, se fosse reparar bem, parecia de longe o meu, mas era quase imperceptível a semelhança.


Eu não consegui nada e estava frustrada na sexta feira. Tinha olhado toda a biblioteca e todos os livros de Severo, menos os que ele me “proibiu” de mexer e não tina visto nada.


Eu fiquei mau humorada por isso e resolvi que iria pedir a madame Pince pra ir a sessão proibida para uma “pesquisa pro estágio”. Eu sempre fui muito boa aluna e sempre freqüentei a biblioteca sem nunca atrasar um livro ou qualquer coisa do tipo, a senhora que cuida da biblioteca é quase uma amiga pra mim, então ela vai deixar eu entrar lá e vai até mesmo me deixar sozinha lá, por saber que eu não vou fazer nada de errado.


Decidida, fui até a biblioteca no fim das aulas da tarde e pedi gentilmente a mulher pra me deixar entrar lá dando uma desculpa perfeita.


-Pode demorar o tempo que precisar, querida. Eu tenho que voltar pra minha mesa pra tomar conta da biblioteca. Pena que nem todos os alunos sejam tão bons quanto você.


Ela saiu reclamando e me deixou sozinha. Nem pensei, comecei logo a procurar.



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Notas finais do capítulo

Reviews? Recomendação de Aniversário? Estou esperando!
Desculpa editar o capítulo, nem me dei por conta que postei errado, mas aí está! Obrigado pela Lembrança Dazinha Monteiro!