Salvando O Mundo Com Um Casamento escrita por rafaela-snape


Capítulo 19
Capítulo 19




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Bônus:missão de Severo


Acordei com gritos. Nem senti a diferença dos meus pesadelos e da realidade, até que senti o corpo ao meu lado, o corpo de minha esposa, se debatendo.


Aquela coisa toda me assustou muito. Eu a acalmei e a fiz dormir de novo, mas eu mesmo não consegui me acalmar.Já era quase cinco horas quando eu não agüentei mais e resolvi me levantar.


Me arrumei e desci para comer alguma coisa. Qual não foi minha surpresa ao ver Dumbledore, Black e Lupin reunidos na mesa de jantar. Surpresa maior ainda quando me chamaram para fazer parte da conversa.


-Aconteceu algo, meu filho? – perguntou Alvo pra mim enquanto eu me sentava contra minha vontade, diga-se de passagem – Esta com uma cara péssima!


-Não é nada com o que se preocupar, Alvo. Apenas Hermione que teve um pesadelo e demorou a dormir. Não preguei o olho a noite toda.


Não entendi a troca de olhares SÉRIOS por parte deles. Claro que imaginei que Black soltaria uma piadinha hiper engraçada pelo episódio(note a ironia), ou algo do tipo, mas eles pareciam confirmar algo que já suspeitavam, e por causa do meu incrível faro pra confusão que desenvolvi em meus anos de espião, senti que não era coisa boa.


-Ta legal. – Surpreendentemente foi Black que me esclareceu tudo. – Eu não posso viver com a incerteza. Preciso saber se minha filha corre perigo ou não. Isso tudo é obvio, mas mesmo assim... como conto pra Sarah sobre isso sem ter nada em que ela possa acreditar?!


-Tem algo de errado com Hermione? – estava me afeiçoando a garota, era o mais próximo de uma amiga que eu tinha.


Pensar em algo de errado com ela, a garota dedicada, inteligente, doce, corajosa, gosto... deu pra entender! Enfim, não via o que tinha de errado com ela.


-Não temos certeza, mas sua noticia é praticamente uma confirmação. – Disse Lupin.


-O. Que. Esta. Acontecendo? – Aquilo estava me deixando realmente irritado.


-Calma, Severo. – se intrometeu Alvo. – É muito cedo para tirar conclusões. Precisamos ir até lá, buscar informações com o outro lado da família e se, eu disse SE, isso se confirmar, teremos que pensar com calma no que fazer, mas uma coisa é certa: Hermione não deve saber disso até que esteja madura o suficiente para se controlar.


-Alguém pode, por favor, me explicar o que está acontecendo?


-Deixa que eu conto! – pediu Black pulando na cadeira como uma criança de cinco anos. – É uma longa história, portanto tenha paciência e não me interrompe.


-Claro que não vou te interromper! –Disse como se sua frase tivesse me magoado. – Sei que se te interromper você vai perder o rumo da história e eu não vou ouvir mais nada.


-Chato – ele disse me dando língua. Numa boa, da pra ser mais infantil? Lembrando que essa é uma pergunta retórica! – Tudo começou a séculos atrás quando uma das minhas antepassadas...


E a história seguiu durante um bom tempo. Eu fiquei impressionado com tudo. E Quando Alvo disse que alguém tinha que ir investigar e confirmar ou não aquilo tudo, não pensei duas vezes e logo me candidatei. Tentaram me manter fora dessa, dizendo que seria melhor eu ficar e me aproximar mais de Hermione, mas eu não abri mão de ser eu a ir nessa busca toda.


Então, antes do resto da casa acordar, eu já me arrumava em meu quarto, com muito cuidado para não despertar a mulher deitada tranquilamente na cama, para a longa viagem. Lhe escrevi um bilhete e uma carta que deixei no travesseiro e com Alvo, respectivamente.


Ao ir para a Grécia, onde começaria minhas buscas, fiquei encantado com a riqueza de detalhes que encontrei, pelo caminho mesmo, tinha várias pessoas que tinham informações valiosas para minhas buscas.


Eu me concentrei nas informações, em como, onde, quando e com quem descobri-las. Mal percebi o tempo passar, era tanta coisa a descobrir, tanto a pesquisar...


Passei por alguns apertos também, teve uma vez em que o cara que estava me contando a história, ou uma parte dela, derrepente se irritou e quase me matou. Só é engraçado depois que já passou, durante o momento, se você não for treinado pra isso, você congela e aí sim, pode dar adeus a esse mundo.


 Só percebi a mudança de tempo quando uma barba fina começou a aparecer e meu cabelo me incomodava de tão longo.


Encontrei um hotel, pela segunda vez na viagem, e mandei uma mensagem patrono para Alvo.


Disse que estava tudo bem, que estava obtendo sucesso total e perguntei, como quem não quer nada, sobre as coisas por lá.


A resposta veio no mesmo dia, pouco mais de duas horas depois recebi seu patrono. Ele dizia que aparataria ao meu lado em dez minutos e que queria saber das novidades todas. Corri pra arrumar o quarto, tinha coisa espalhada pelo cômodo todo.


Meus músculos protestavam de dor e cansaço, afinal era meia noite e vinte e cinco e eu tinha chegado ao quarto a pouco tempo de mais uma visita perigosa, onde um senhor havia atirado em mim. Agora me diz: que bruxo, que tem uma varinha hiper poderosa, usa uma arma trouxa pra machucar a outro bruxo? Que doido é esse, Merlim? Por que logo eu tenho o desprazer de conhecer gente desse tipo? Mas enfim, me obriguei a não demonstrar nada e manter a postura ereta e altiva como sempre.


Quase dez minutos depois de corrida pelo quarto, Alvo finalmente apareceu.


-Ola, meu filho! Quanto tempo! Como vai tudo por aqui?


-Vai bem, Alvo. Daqui a algumas horas eu terei a confirmação das nossas suspeitas.


-Por que “daqui a algumas horas”?


-Porque o senhor simpático que vai me contar se isso aconteceu ou não com a filha dele, esta indeciso e amanha terei de ir ate lá para...induzi-lo a me dizer a verdade.


-Seja simpático e educado, Severo. Não se deve assustar ou ameaçar os mais velhos.


-Claro. E talvez, se eu cooperar, ele não tem me jogar em um poço cheio de cobras, ou atirar em mim de novo. – não pude conter a ironia, eu ainda sou sonserino e já estou segurando minha língua a uns longos dias, tinha que extravasar.


-Atirar? Poço cheio de cobras?


-Esquece. É uma longa história e acredite em mim, você não vai querer saber. Mas eu ainda não sei se estarmos certos é uma coisa boa ou ruim. O que você acha?


Uma longa pausa se fez. Ele se perdeu em pensamentos naquela mente doida e velha dele enquanto eu sentei na cama pra esperar a resposta.


 Fiquei divagando entre lembranças desses últimos tempos, quando minha vida virou de cabeça pra baixo por causa da impetulância daquela grifinoriazinha que vem conquistando meus pensamentos pouco a pouco.


O silencio já dominava a tanto tempo que eu já havia desistido de uma resposta quando Alvo se levantou e respondeu com um brilho de duvida em seu olhar.


-Teremos que avaliar as conseqüências. Se a treinarmos e ocorrer alguma coisa ruim no processo será algo leve, então paramos com o treinamento e enterramos essa historia.


-E se der tudo certo? Não acho que seja uma boa idéia contar a ela, pelo menos não agora. Isso iria assustá-la à toa e poderia comprometer seu desempenho no treinamento.


-Também acho. Não é necessário dar mais problemas para ela resolver, afinal ela tem apenas dezesseis e não trinta e seis.


-É. – concordei ignorando a indireta sobre a idade. – Mas ela não vai gostar nada de ser excluída da conversa.ainda mais por ser ela o foco principal. E essa é, com certeza, uma das informações que o Lord das Trevas não deve saber. Se ele descobrir vai tentar levá-la para o outro lado e como ela não vai ir de boa vontade nem obrigada, ele vai acabar a matando, ainda mais por ela ser nascida trouxa.


-Tem toda razão. Mas parece que você já esta acordado a muito tempo e tem muito o que fazer daqui a algumas horas, portanto vou lhe deixar sozinho para descansar.


-Claro. Boa noite, Alvo.


-Ah! Antes que eu me esqueça, Hermione parece estar sentido sua falta, mas esta completamente bem, feliz e acompanhada o tempo todo por seus amigos.


Eu apenas concordei com a cabeça. Ele sabia que eu estava curioso quanto ao estado de espírito de minha jovem esposa – de algum modo o pronome possessivo despertou um animal dentro de mim, um animal bem orgulhoso por sinal – e eu nem precisei perguntar.


-E...espero que resolva tudo em dois dias, depois de amanha será o inicio do ano letivo. Se não puder comparecer ao banquete, mesmo depois de seus esforços, me avise e eu darei um jeito de disfarçar. Boa noite.


E ele aparatou me deixando sozinho com meu braço ardendo por causa do tiro que eu levei, minha cara petrificada em uma careta de surpresa e minha mente entorpecida pela data. Como assim o inicio das aulas seria daqui a dois dias? Mas a pouco tempo mesmo eu entrei de férias daquele bando de cabeças ocas!


Depois de alguns minutos de paralisia total, a dor e o cansaço me venceram, então eu trabalhei com minha varinha e algumas poções no braço e depois cai na cama com um vidrinho de sono sem sonhos vazio na mão.


Quando acordei, me dei conta de que meus músculos me incomodavam por estarem esgotados, mas mesmo assim me levantei e me obriguei a me arrumar para visitar o velho senil, que agora percebo que poderia ser a versão paranóica de Alvo Dumbledore, e terminar logo aquilo tudo.


Ao encontrar o velho ele confirmou que a historia e as lendas eram verdadeiras, apenas um pouco exageradas para chamar a atenção das pessoas.


Coletei mais algumas informações na região mesmo e voltei ao hotel para fechar a conta. Estava a apenas algumas horas do banquete, por isso seria loucura ir pra sede, mas estava cedo demais pra ir pra escola, por tanto fiz uma coisa que não faço a muitos anos:corri pra casa da minha mãe.


A dona Eileen já estava me cobrando a um bom tempo uma visita de verdade.  “Morar um pouco, mesmo que algumas horas, com a mamãe” ela vive dizendo. Espero que eu não apanhe quando chegar lá.


Aparatei em sua porta e toquei a campainha trouxa. Pude ouvir os passinhos apressados do lado de dentro da casa vindo em direção a porta.


-Já vai.


Ela abriu a porta e arregalou os olhos.


-Mãe.


-Severo! O que esta fazendo aqui?


-Também estava morrendo de saudades. Preciso de um lugar pra dormir.


-Sabia que tava querendo alguma coisa. Vai, vai. – disse me empurrando. – Entra logo.


-Ta bom, mas é que eu to com sono e preciso de ajuda em alguns ferimentos. Eu acabo de voltar de um missão pra Alvo.


-E por que não pede colo a sua esposa?


-Porque ela esta nesse exato momento em um trem indo pra escola.e quem disse que eu to pedindo colo? – apesar de ser a verdade, eu não iria admitir.


Eileen foi a primeira, e por muito tempo a única, pessoa que realmente se importou comigo. Logo depois veio Lily e Alvo e agora Hermione. Alem disso, ela desistiu de muitos princípios e até mesmo de sua dignidade para me criar e por mais que não pareça, eu sou muito grato a ela e me sinto culpada por tê-la feito chorar por meus erros tantas vezes.


-Vem, meu bebê, vamos lá no banheiro cuidar dos machucados e depois você vai tomar uma sopinha e descansar.- ela disse fazendo graça.


Me puxou pela mão como quando eu era pequeno e apanhava de meu pai e me sentou na tampa do vaso.


-Vamos lá. Onde está machucado?


-Aqui, aqui e aqui tudo. – eu disse apontando pros braços e pro tórax. – E esta muito feio, já vou avisando.


Ela tirou minha roupa com magia, me deixando apenas de cueca. Pude ver a dor e tristeza em seu olhar, até mesmo algumas lágrimas querendo sair, mas ela as empurrou de volta e começou alimpar meus ferimentos de “batalha”, pra se distrair, começou a me fazer perguntas.


-Então. Como vai seu casamento? Espero que esteja tratando Hermione como uma princesa, porque ela merece.


-Estou, meu casamento vai bem, apesar disso não ser da sua conta.


-Ainda sou sua mãe, você estando casado ou não, por tanto respeito. – ela disse apertando meu machucado e me fazendo prender um grito.


-Ta! Desculpa!


-Essa menina é mesmo muito especial, ela consegue aturar ate seu mau humor!


-Você nem imagina – eu sussurrei me lembrando do por que de todos os ferimentos.


Eu havia acabado de completar a missão quando um jovenzinho insolente me atacou por trás e me derrubo em um monte de cascalho. Se eu não estivesse com pressa por não saber que horas era, eu teria acabado com a raça daquele moleque.


-Como esta minha nora? Vocês tem que me visitar mais vezes, já sei. Viram jantar comigo no meu aniversario, e nem adianta me negar isso.


-Tudo bem. Hermione está ótima, ou pelo menos estava da última vez que a vi.


-Como assim “da última vez que a vi”?


-Eu estava em uma missão para a ordem ate hoje. Por isso não a vejo a um tempo.


-Quanto tempo?


-Uns dias. – ela me deu uma olhada feia que era um aviso pra não mentir pra ela. – Tá. Algumas semanas.


-SEVERO PRINCE SNAPE! COMO ASSIM NÃO VÊ SUA MULHER A ALGUMAS SEMANAS POR CAUSA DE UMA MISSAO DA ORDEM? VOCÊ SE DIGNOU A MANDAR UMA CARTA A POBREZINHA? ELA DEVE ESTAR ENTRANDO EM PANICO AGORA MESMO!


-Calma, é claro que ela não esta entrando em pânico! Ela está cercada pela família e pelos amigos, acredite em mim, ela está ótima. Não seria louco de deixá-la sozinha na mansão Prince, por exemplo. Ainda não perdi o juízo, né mãe?!


-Tudo bem, eu exagerei um pouco, mas mesmo assim. Vocês estão casados a pouquíssimo tempo, deviam ter ido em uma lua de mel mais longa.


-Estamos em meio a uma guerra mãe, não é como se tivéssemos tempo pra ir um mês pro Havaí ou pro Rio de Janeiro.


-É exatamente por estarmos em guerra que deviam ir pra lá. Não se sabe quando vai ter outra oportunidade, podem ate mesmo nem estar vivos amanha, aproveitem bastante, querido.


-Mae, por favor.


-Por favor digo eu. Me escute ao menos uma vez. Quando a encontrar, a abrace apertado e a beije como se não fossem mais se ver. Não desperdice sua vida de casado com essa guerra.


Ela finalmente terminou meu curativo e me levou ao quarto esquecendo da sopa. Me deitou na cama e cantou pra mim como não fazia a muito tempo.


Eu nem percebi quando dormi.


Acordei em cima da hora, me arrumei correndo, despedi de minha mãe e aparatei nos portões de Hogwarts onde encontrei Hagrid indo buscar os alunos do primeiro ano na plataforma.


O cumprimentei e segui até as masmorras. Arrumei meu quarto e os meus planos de aula dentro de uma gaveta.


Fui rumo ao salão principal e me sentei no lugar de sempre. Não muito depois os alunos chegaram.


Pude ver vários novos comensais se sentarem nas mesas de todas as casas, principalmente alunos do sétimo ano. Jovens que irão pelo caminho da morte, que entraram em um caminho sem volta e perigoso.


Logo parei de olhar para eles e me concentrei em uma jovem que exibia para seus amigos um belo sorriso.


Hermione estava mais fantástica do que eu me lembrava e não fui só eu quem reparou, pude ver vários garotos virando suas grandes cabeças ocas em sua direção.


Logo a seleção foi feita e os avisos dados. Não pude prestar muita atenção neles, pois me concentrei na mesa da grifinória. Disfarcei e olhei algumas vezes para o diretor e o resto do salão, mas mantive meu foco nela, tudo o que descobri pesando derrepente.


Não pude conter a felicidade(?) dentro de mim quando seus olhos castanhos encontraram os meus.


O jantar passou rápido e logo eu estava ansioso por vê-la em minhas masmorras. Corri para meu quarto e a esperei.


Pouco antes das dez da noite, Draco veio até minha sala, ele me pediu que conversasse com Lucio, afinal éramos amigos, para que prolongasse a data em que ele receberia a marca negra para depois da formatura, afinal ele não tinha por que apressar as coisas.


Apesar da pose arrogante, Draco é um bom menino, apenas teve a influencia errada. Acho que ele quer sair dessa vida, apenas acha que não pode contar com ninguém, afinal pra todos os efeitos eu estou do lado do lord das trevas.


Quando ele saiu já era pouco mais de dez horas. Seu papo me deixou tenso e eu estava irritado porque se ele não fosse embora logo veria Hermione do lao de fora.


Quando meu afilhado, finalmente saiu, pude ouvir os passos dela na pedra logo atrás de mim.


-Atrasada.


Eu disse friamente e logo dei passagem para que ela, já sem a capa de invisibilidade de Potter, entra-se.


-Desculpe, mas tive alguns problemas quanto a pegar a capa de Harry, tive que lhe explicar que viria aqui até o convencer e ainda tive que me recuperar do choque ao ver um aviso no quadro de avisos do salão comunal.


O único aviso novo pelo que eu saiba era sobre os estagiários, que eu já havia dito na carta que pedi Dumbledore pra entregar.


-Que aviso?


-O dos estagiários.


-Mas por que ficou chocada?


Ela não leu isso na minha carta?


-Porque eu não imaginava que eu seria sua estagiaria nem que meu quarto passaria a ser ao lado do seu.


Ela não leu a carta.


-Por que você não leu o papel que Dumbledore lhe entregou ontem?


-Claro que li!


Mentirosa! Mas até que ela mente bem, só precisa treinar mais um pouco. Isso é muito útil em uma guerra.


-Não leu não. Estava escrito nele exatamente isso e que iríamos arrumar as proteções que ligam nossos quartos pra reconhecerem nós dois.


A cara que ela fez foi hilária. Depois de uma pequena pausa ela voltou ao normal.


-É. Acabei esquecendo de ler o papel. Desculpa.


Ela deve ter tido muita coisa pra fazer pra não ler o papel, eu sei como essa menina é curiosa.


-Tudo bem. Era só isso e o fato de que apesar dos dois lados nessa guerra saberem sobre nosso casamento, ele continua sendo segredo. Por isso não vou lhe procurar em publico e não vou mudar meu comportamento em sala de aula por causa do nosso relacionamento.


-Já imaginava. Não pretendo mudar meu jeito em suas aulas, não se preocupe.


Acho que ela já tinha descoberto isso sozinha, mas é sempre bom ressaltar esse detalhe.


-Muito bem. Venha até aqui e me empreste sua varinha.


Eu já estava parado ao lado da porta. Ela me entregou a varinha e eu a encostei na minha e na porta. Fiz o feitiço que é realmente muito difícil. Depois dele, só nós dois poderíamos entrar lá.


Depois me sentei exausto. Reparei que ela olhava a sala e vi seus olhos brilharem ao olhar os livros, se aproximou e começou a ler os títulos.


-Meu acervo particular. Me orgulho muito dele, tem tantos livros que até mesmo você demoraria muito pra ler todos. – eu disse me aproximando.


-Você já leu todos?


-Já. – disse orgulhoso. – São todos os livros que eu mais gostei, tanto trouxas como bruxos. Pode pegá-los quando quiser, só os do alto que não, são de arte das trevas.


-Claro. Esta me dando carta branca? Posso pegar o que eu quiser a hora que eu quiser? – ela parecia uma criança.


-Acho que é isso o que quer dizer “o que é meu é seu”. Me disseram que faz parte do casamento. – eu disse fazendo graça.


Ela ficou tão feliz que corou. Só não estava preparado para o que vinha a seguir. Ela pulou no meu colo me abraçando e enchendo meu rosto de beijos.


Quando ela ia parar, o animal dentro de mim se manifestou de novo e eu a prendi pela cintura, sem deixar que ela se afastasse e a beijei lenta e sensualmente até perdermos o fôlego.


Nos levei até a porta do meu quarto e nos aproximei da cama. Por muito tempo, tudo que realmente ganhou minha atenção foi o corpo dela. Decorei cada detalhe dele, como ela fica linda quando suada e ofegante, seus carinhos e nossos movimentos sincronizados.


Eu achei que ela já estava dormindo com a cabeça apoiada em meu peito e minha mão lhe acariciando na cabeça, quando ela levantou a cabeça e a apoiou na mão parada em meu peito paras falar comigo.


-Ta tudo bem?


-Ta. – ela descobriu alguma coisa? Pra confirmar, perguntei de sobrancelha erguida –Por que?


-Nada, só quero conversar, - que alivio – não to afim de dormir, apesar de estar com sono. – já que é assim, por que, não?


-Quer conversar sobre o que? – perguntei nos ajeitando na cama para poder conversar olhando em seus olhos e com a cabeça no travesseiro.


-Sei lá. Só andei pensando e descobri que não sei muito sobre você. É estranho, estamos casados e eu nem sei qual sua comida preferida, ou que tipo de programa você curte em um fim de semana. – ela tem razão, nem nos preocupamos em nos conhecer direito.


-Bom, é mesmo estranho, mas dadas as circunstancias em que nosso casamento ocorreu, podemos nos conhecer agora...


-Já sei. – ela disse me cortando. Eu iria reclamar, mas desisti quando vi seu sorriso e percebi que foi totalmente sem querer.-Que tal um jogo de perguntas e respostas?


-Como é isso? – eu nunca ouvi falar, deve ser um novo jogo trouxa, já que fui criado em meio aos trouxas e nunca ouvi nada sobre.


-Eu te faço uma pergunta e você responde, depois me faz uma pergunta e eu respondo. Tem que dizer a verdade.


Proposta interessante.


-Tudo bem. Primeiro as damas. – vamos ver que tipo de pergunta ela vai fazer.


-Ta. –Ela parou um seguindo pra pensar. – Qual sua cor preferida?


-Preto. – fácil. – Qual a sua cor preferida?


-Roxo. – ela nem titubeou, respondeu na lata. – Comida preferida?


-Brigadeiro. – esse jogo até que é legal. Vou mudar a pergunta. – Lugar preferido?


-Sério que você gosta de brigadeiro? eu também amo! – é realmente uma resposta pra impressionar. – Um parque que tem perto da minha... ex-casa. Amava ir lá ler, pensar ou me encontrar com minhas amigas trouxas. E o seu?


-Uma clareira que tem na floresta proibida. Lá tem um pequeno lago e uma cabana que eu construí. Se quiser posso te levar lá um desses fins de semana. – nem sei o que me deu pra essas palavras saírem, mas foi tão espontâneo, eu não sei a quanto tempo não faço isso, falar sem pensar mil vezes antes. Se ela disser que não quer ir lá eu vou me matar por ser um imbecil.


-Eu iria adorar.


 - alivio total.


E assim a noite seguiu, até que mal mantínhamos os olhos abertos e acabamos dormindo daquele jeito: um de frente pro outro e com um sorriso nos lábios.


Me lembro de acordar pouco antes das cinco da manha e a observar dormindo. Parecia um anjo que caiu do céu. Meu anjo caído.



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Notas finais do capítulo

qro mtas opinioes!!!!!