Salvando O Mundo Com Um Casamento escrita por rafaela-snape


Capítulo 18
Capítulo 18




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-Hermione!- chamava o homem, que só podia ser o marido da jovem mãe. – Acorda, Hermione...Hei! calma, foi só um sonho, acorda.


Quando eu despertei, eu estava esperneando, gritando e chorando desesperadamente enquanto Severo me apertava e me acordava. Eu parei de me remexer, mas não consegui parar de chorar. Ele, que já estava sentado na cama ao meu lado, me puxou em direção ao seu corpo em um abraço acolhedor.


-SHIII... calma, ta tudo bem.- ele sussurrou coisas tranqüilizantes em meu ouvido e aos poucos eu fui parando de chorar. – Se quiser conversar...


-Foi só um pesadelo, nada de mais.


-Não parece que não foi nada pelo jeito que você acordou.


Eu fiquei sem fala por um momento.


-Não quero lembrar dele agora.


-Tudo bem. Vamos voltar a dormir então.


-Ahãm.- nos deitamos e eu derrepente me senti sozinha ali – Me abraça forte?


-Claro. – ele pareceu surpreso pelo pedido. – Vem cá.


Ele me prendeu ao seu corpo pela cintura com um braço e ficou acariciando meus cabelos com a mão que não estava ocupada. Eu consegui aos poucos entrar na inconsciência, já não me lembrava do sonho direito, alguns detalhes importantes me escapavam e eu fiquei feliz por isso.


Quando acordei senti falta de algo, levei um minuto para descobrir que estava sozinha na cama. Não havia sinal de Severo pelo quarto e eu não ouvi barulho no banheiro.


Apenas um bilhetinho no travesseiro ao lado escrito com letra impecável:


Hermione,


Tive de sair em missão para a Ordem. Assuntos sigilosos da guerra. Não quis te acordar, já que você dormia tranqüila. Descanse.


Se não nos encontrarmos antes de você ir à Hogwarts, pegue uma carta com Alvo sobre umas coisas que teríamos de discutir sobre esse ano na escola. Pretendo voltar logo.


Se cuida,


Severo.


P.S: deixei uma bandeja com café da manha em cima da mesa, espero que a bandeja volte vazia pra cozinha.


Não teve como não achar aquilo fofo. Quem visse de fora acharia até que somos um casal normal.


Já que não tinha opção, levantei e fui comer. Tinha frutas e bolo com suco e água na bandeja. Comi tudo, não tinha percebido que estava com fome.


Resolvi ouvir um pouco de música enquanto tomava um banho de banheira, fazia muito tempo desde que eu não parava pra relaxar na banheira ouvindo música, desde a vez em que Severo me viu dançando semi-nua.


Só de lembrar eu fiquei corada. Não sei como consegui o encarar depois.


Peguei o rádio e uma toalha e entrei na banheira.


Durante o banho, fui passando na cabeça tudo o que já tinha acontecido em tão pouco tempo.


Descobrir quem era meu pai biológico e que ele é uma pessoa maravilhosa, foi só o inicio. Eu concordei com um plano maluco de Dumbledore para me casar com meu professor de poções, descobri que Tonks está grávida de gêmeos, me casei, meu maravilhoso primeiro beijo e minha perfeita primeira vez.


Me lembrei dos sonhos também, apesar de não lembrar detalhes, eles me assustavam por serem mais parecidos com memórias perdidas do que com sonhos. Havia algo de errado com eles e me incomodava não saber o que. A resposta estava na minha frente, mas eu não consegui ver, como um texto em outra língua, você vê mas não entende o que quer dizer.


Evitei pensar na morte de meu pai, eu não podia me dar o privilégio de sofrer por isso agora, eu tinha que ser mais fria e me concentrar na guerra e no meu papel nela, além disso, eu tinha que ser forte pela minha mãe, não posso aparecer com o rosto inchado de choro na frente dela e a deixar pior do que já está.


Saí da banheira e passei o resto do dia ao lado de meus amigos. Nós combinamos que não iríamos deixar a guerra acabar com nossas tão merecidas férias, deixaríamos pra pensar nela durante as noites, já que poderíamos entrar na reunião da ordem, iríamos fazer a nossa própria no horário da reunião da ordem, só que todos os dias, ao invés de dia sim, dia não.


Os dias que se seguiram foram como nas férias anteriores na toca, nos divertimos muito e fomos ao beco diagonal comprar os materiais escolares.


Nossa carta tinha sido entregue por Dumbledore, ele achou mais seguro que ele mesmo entregasse, já que a coruja poderia ser seguida até a sede e poderia arruinar nosso esconderijo.


Apesar de passar o dia toda alegre, eu não conseguia parar de olhar pra porta ou lareira quando alguém entrava, esperava que Severo chegasse logo. Estava curiosa quanto a missão dele e o que ele tinha a me dizer sobre no relacionamento quando voltássemos pra Hogwarts, apesar de já ter uma vaga idéia do que ele vai dizer, mas ele é Severo Snape, então não tem como imaginar o que quer que seja.


Durante as noites, discutíamos sobre coisas a treinar na A.D. e sobre tudo ligado a guerra. Pra vocês terem noção, até meu casamento foi discutido, ninguém merece!


Após a reunião, jantávamos com os membros da ordem ou com quem estava na casa e nos recolhíamos.


Eu não consegui ficar no meu novo quarto, ele parecia muito sombrio enquanto estava sozinha, por isso levei o básico das minhas coisas pro meu quarto de solteira que eu quase não curti, por sinal.


Finalmente chegou a véspera de voltarmos pra Hogwarts e depois do jantar com o povo da ordem, eu pedi para conversar com Dumbledore, ele nos conduziu até a biblioteca e trancou a porta quando entramos.


-Sei o que a srta quer conversar. – ele disse enquanto mexia em um bolso interno de suas vestes verde limão. – aqui está a carta de Severo, mas creio que há algo mais que quer me perguntar.


-É, bem... – eu não sabia como perguntar se Severo tinha dado noticias, eu estava preocupada, afinal de contas era meu marido, mas pelo que eu conhecia dele sabia que ele não dava satisfações a ninguém e não podia lhe escrever já que poderia lhe prejudicar, a única solução que remoí por dias foi perguntar a Dumbledore.


-Ele está bem, pelo menos foi o que me disse hoje de manha pela lareira, houve um pequeno imprevisto e ele só chegará para o banquete de boas-vindas em Hogwarts e me pediu para lhe avisar que a espera ás dez horas em seus aposentos. Sugiro que leve a capa de Harry, poderá lhe ser útil.


-Obrigada senhor.


Ele abriu a porta e logo fui pro meu quarto, o dia seguinte já era à volta pra Hogwarts. Mal deitei e caí em um sono profundo, sem sonhos.


Acordei me sentindo bem, como à muito tempo não me sentia. Percebi que tinha acordado cedo já que não ouvia os berros da Sra Weasley.


Me arrumei, desci minhas malas e as coloquei na sala onde havia a árvore genealógica da família Black.


Havia tantos nomes estranhos, mas um em espacial me chamou atenção. Talvez seja as feições da moça que me chamaram a atenção, não sei. Era uma garota que aparentava ser um pouco mais velha que eu. Ela tinha um olhar triste, mas firme. Parecia ter sofrido muito na vida. Pensei na mulher que vi em meu último sonho, perdendo o filho que acabara de ganhar, ela provavelmente teria aquele olhar triste e decidido ao pensar nas pessoas que levaram seu filho, ou monstros, pessoas não fariam aquilo a uma mulher.


De certa forma aquela comparação me fez sentir algo estranho, como quando eu tinha algum enigma em mãos, sabia a resposta mas não tinha ligado um ao outro, a pergunta à resposta.


Não percebi que estava a meia hora parada na frente da parede, até que escutei as pessoas levantando e descendo. Desisti de entender a mim mesma e fui pra cozinha tomar meu café da manha aos sons dos melodiosos berros da matriarca da família Weasley.


Eu fiquei sentada apenas olhando a movimentação, era malões sendo arrastados pelas escadas e pessoas correndo de um lado a outro, indo de cômodo em cômodo para verificar se não se esqueceram de nada, enfim a aconchegante e familiar loucura de volta ás aulas.


Após muito tempo com os últimos preparos para a viagem, nós nos reunimos na sala pra dividir os grupos.


Por segurança, iríamos acompanhados de dois ou três membros da ordem. No fim, Rony iria com Tonks e Moody, Gina iria com seus pais, Harry iria com Tonks, Lupin e Marlene McKinnon(n/a:finge que ela não morreu na primeira guerra ou que é outra pessoa, tanto faz, eu só não sabia que nome colocar XD) e eu fui com Shaklebolt e Mundungo.


Antes de sair de casa eu tive que ouvir as últimas recomendações de minha mãe e do meu pai(que apenas disse pra eu me divertir muito e honrar o “sangue maroto” que corre em minhas veias) já que eles não podem ir até a plataforma comigo, minha mãe por ser trouxa e meu pai por todos acharem que ele esta morto.


Aparatamos na plataforma 9 ¾. Ela foi liberada por causa da guerra e nós entramos no trem rapidamente, depois de nos despedirmos da senhora Weasley, claro.


Foi uma viagem bem divertida, contatamos os membros da A.D. e aproveitamos cada segundo como se fosse o último, claro que a possibilidade de ser mesmo o último era grande, mas isso a gente deixa pra lá.


Nunca ri tanto em tão pouco tempo, foi a melhor e mais tensa viagem pra Hogwarts em todos os meus anos na escola.


Tive que ir com Rony até o vagão dos monitores pra uma reunião, discutimos rondas, horários e outras coisas relacionadas ao nosso trabalho. Sorte que os monitores chefes eram um da Corvinal e outro da Lufa-lufa.


Ao chegar na plataforma em Hogsmead, fomos cumprimentar Hagrid e não foi surpresa todos conseguirmos ver os testrálios, apesar do susto. Não tinha um bichinho menos feio que também ficasse “invisível” pros alunos e pudesse puxar a carruagem, não?


Como de costume, fomos direto pros nossos lugares na mesa da grifinoria, sem deixar de notar como o salão estava mais vazio que o normal.


Ficamos nos distraindo até a porta do salão ser aberta e os primeiroanistas assustados entrarem por ela admirando toda a extensão do salão principal.


Rony que até ali não parava de reclamar de fome, virou-se pra porta e voltou a nos olhar entediado.


-Eles estão ficando menores a cada ano mesmo, ou é só minha impressão?


-Você é que está ficando maior a cada ano, daqui a pouco teremos que usar uma escada pra falar com você e você vai ter que usar uma lupa pra enxergar o chão. – Gina disse enquanto Harry dava um belo pedala no Rony.


A seleção não demorou muito, já que foram poucos alunos novos. Logo o diretor se levantou e começou seu discurso de inicio de ano. Só quando ele começou a falar que eu notei certo par de olho ônix em mim. Percebi que o ar a minha volta estava mais leve e que antes e uma tensão que antes eu não havia percebido se dissipando dentro de mim. Lhe dei um sorriso discreto e ele devolveu piscando divertido e discreto um dos olhos.


Voltei a prestar atenção em Dumbledore que já havia apresentado Remo como professor de DCAT e agora apresentava um novo projeto.


-...por isso resolvemos que a nota dos alunos de sexto e sétimos anos seriam comparadas em cada matéria e escolhemos quem será o estagiário de cada professor. Será levado em conta também a profissão que cada um quer seguir e só poderá cursar-se uma matéria.


Ele deu uma pausa enquanto os alunos cochichavam por todo o salão, eu e meus amigos apenas trocamos um olhar especulativo, querendo entender quais as reais intenções por trás daquela coisa toda. Era óbvio que a guerra tinha algo a ver, mas o que?


Foram alguns segundos, mas o suficiente pra me dar uma vaga idéia de o que era essa intenção, que os olhos do diretor de Hogwarts cruzaram com os meus e eu vi total divertimento nos olhos azuis.


Será que...? Não. Não pode ser isso. Ele não faria... ou faria? Vindo de Dumbledore eu não posso imaginar o que ele faria ou não. Se for isso é bom ou ruim?


-Vejam a lista em seus salões comunais esta noite e os escolhidos devem apresentar-se amanha após o jantar na sala do professor do qual será estagiário. Agora sem mais recados comêssemos o maravilhoso banquete, sei que todos estão esperando por isso.


Ele bateu palmas e logo as mesas se encheram de comida. Pode ver alguns primeiroanistas impressionados com tudo aquilo e me lembrei da minha primeira noite no castelo. Bons tempos.


O jantar foi mais alegre do que a viagem e eu suspeitava que era pelo fato de sentir a todo instante olhos, que eu sabia serem negros, em minha nuca. Tive que levar os alunos novos pro salão comunal e depois eu Rony fomos fazer nossa ronda pelo castelo.


Nada de anormal, acho que estão esperando que passe o primeiro dia pra depois começarem a quebrar regras.


Ao voltarmos pro salão comunal, tive que explicar a Harry porque queria sua capa emprestada até ele me emprestá-la.


-Antes de ir, devia dar uma olhada no quadro de avisos, tem uma coisa ali que vai te interessar.


Eu fui até o quadro e encontrei a lista dos escolhidos para estagiários e não pude conter a surpresa quando li:


Poções(Professor Snape)- Hermione Jane Granger(Grifinoria, sexto ano)


EU NÃO ACREDITO! ELE FEZ ISSO MESMO! Dumbledore é louco. Lá no final da folha havia um pequeno PS avisando que os quartos dos estagiários eram ao lado dos quartos dos professores.


Claro que eu percebi que era um meio de me deixar próxima de Severo e ainda da ajudar a nos comunicarmos com a ordem, já que naquela passada de olho que dei na folha percebi o nome de alguns integrantes da AD. Só Dumbledore mesmo.


Eu, por fim, peguei a capa e fui até as masmorras tão silenciosamente quanto pude. Não tinha idéia do que ele poderia querer falar comigo e me lembrava agora que não li o pergaminho que ele deixou com Dumbledore que tão gentilmente me entregou.


Vou fingir que sei o que estava lá ou então ele vai ficar uma fera. Mas e se tiver algum detalhe importante, talvez tivesse dito o que quer falar comigo hoje... Por que mesmo eu não li a droga do papel?!


Antes que eu pudesse pensar mais nisso eu estava em frente à porta da sala de aula de poções e não sabia pra onde ir. Por que eu não peguei o mapa do maroto também?Eu devo ser retardada, só pode.


Enquanto eu me xingava vi uma porta sendo aberta e percebi que e era a sala particular de Severo, por isso fui lentamente até lá e pude ver uma cabeleira loira sair de lá e ouvi a voz dele.


-Atrasada.


Eu simplesmente tirei a capa e entrei quando ele me deu passagem. Péssimo começo, ele tá irritado com meu atraso e vai piorar se eu contar que não li aquela...coisa!


-Desculpe, mas tive alguns problemas quanto a pegar a capa de Harry, tive que lhe explicar que viria aqui e porque viria aqui até o convencer e ainda tive que me recuperar do choque ao ver um aviso no quadro de avisos do salão comunal.


-Que aviso?


-O dos estagiários.


-Mas por que ficou chocada?


-Porque eu não imaginava que eu seria sua estagiaria nem que meu quarto passaria a ser ao lado do seu.


-Por que você não leu o papel que Dumbledore lhe entregou ontem?


É agora. Finge que leu, é só mentir.


-Claro que eu li!


-Não leu não. Estava escrito nele exatamente isso e que iríamos arrumar as proteções que ligam nossos quartos pra reconhecer nós dois.


Ferrou! Eu sabia que tinha alguma coisa que me entregaria naquele papel.


-É. Acabei esquecendo de ler o papel. Desculpa.


-Tudo bem. Era só isso e o fato de que apesar dos dois lados nessa guerra saberem sobre nosso casamento ele continua sendo segredo. Por isso eu não vou lhe procurar em publico e não vou mudar meu comportamento em sala de aula por causa do nosso relacionamento.


-Já imaginava. Não pretendo também mudar meu jeito em suas aulas, não se preocupe.


-Muito bem. Venha até aqui e me empreste sua varinha.


 Ele estava parado ao lado de uma porta que eu não tinha notado até aquele momento. Fui até ele e lhe dei minha varinha. Ele a encostou a porta com a ponta colada na dele e sussurrou um feitiço complicado que eu sabia ser pra esconder a porta de qualquer um que não os bruxos permitidos, no caso nós dois.


Depois ele se sentou exausto. Eu comecei a olhar a sala. Era toda verde e preta. Como a sala de Eileen, mas um pouco sombria. Tinha uma enorme estante cheia de livros, meus olhos brilharam e antes que eu pudesse me controlar eu fui até ela e comecei a olhar os vários títulos. Trouxas, bruxos, desde livros para pesquisas até romances fictícios.


-Meu acervo particular. Me orgulho dele, tem tantos livros que ate mesmo você demoraria muito pra ler todos.


-Você já leu todos? – pergunta idiota. Os livros são dele, é obvio que ele já leu.


-Já. São todos os livros que eu mais gostei, tanto trouxas como bruxos. Pode pegá-los quando quiser, só os do alto que não, são de arte das trevas.


-Claro. Está me dando carta branca? Posso pegar o que eu quiser a hora que eu quiser?


-Acho que é isso o que quer dizer “o que é meu é seu”. Me disseram que faz parte do casamento.


Eu sorri e corei. Fiquei muito feliz em ter uma biblioteca enorme dessas a minha disposição, tão feliz que pulei no colo dele, o abracei agradecendo e enchendo o rosto dele de beijos.


Até que eu percebi o que estava fazendo, mas aí ele me pegou pela cintura e não deixou que eu me afastasse, me beijou lenta e sensualmente até perdermos o fôlego.


Ele nos guiou por uma porta que levava ao seu quarto. Pelo pouco que eu pude ver era tão sonserino quanto a sala e tinha uma enorme cama de casal, que foi o que eu mais notei no quarto todo e só o que eu posso dizer é que era enorme. Muito, muito grande.


Digamos que eu estava muito ocupada pra me ater a cada detalhe do cômodo, agora me lembro de cada detalhe dele. Seus longos cabelos negros grudados na testa pelo suor, seus lábios em minha pele, suas mãos vagando pelo meu corpo, sua pele quente colada a minha e seus olhos totalmente negros de paixão.


Foi, com certeza, a melhor noite da minha vida. Estava quase dormindo lá pelas três e meia da madrugada, sentindo seu peito subir e descer lentamente com sua respiração, seu coração batendo e suas mãos acariciando meus cabelos, quando lutei contra o sono.


Levantei a cabeça e a apoiei em minha mão que repousava em seu peito.


-Ta tudo bem?


-Ta. – respondeu com uma sobrancelha levantada. Acho isso um charme. – Por quê?


-Nada, só que eu quero conversar, não to afim de dormir, apesar de estar com sono.


-Quer conversar sobre o que? – perguntou enquanto nos ajeitava de modo que nossas cabeças ficassem no travesseiro e pudéssemos nos olhar nos olhos.


-Sei lá. Só andei pensando e descobri que não sei muito sobre você. É estranho, estamos casados e eu nem sei qual sua comida preferida, ou que tipo de programa você curte em um fim de semana.


-Bom, é mesmo estranho, mas dadas as circunstâncias em que nosso casamento ocorreu, podemos nos conhecer agora..


-Já sei.- disse sorrindo. A idéia que tive me lembro momentos felizes da minha infância com umas amiguinhas do colégio. – que tal um jogo de perguntas e respostas?


-Como é isso?


-Eu te faço uma pergunta e você responde, depois me faz uma pergunta e eu respondo. Tem que dizer a verdade.


-Tudo bem. Primeiro as damas.


-Ta. – o que eu posso perguntar? Vou começar pegando leve. – Qual sua cor preferida?


-Preto. Qual a sua cor preferida?


-Roxo.  Comida preferida?


-Brigadeiro. Lugar preferido?


-Sério que você gosta de brigadeiro? eu também amo!Um parque que tem perto da minha...ex-casa. Amava ir lá ler, pensar ou me encontrar com minhas amigas trouxas. E o seu?


-Uma clareira que tem na floresta proibida. Lá tem um pequeno lago e uma cabana que eu construí. Se quiser conhecer posso te levar lá em um desses fins de semana.


-Eu iria adorar.


Assim seguimos noite a dentro, ou madrugada, até que não agüentávamos mais manter os olhos abertos e acabamos adormecendo daquela jeito. Um de frente pro outro e com um sorriso nos lábios.



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