Fix A Heart escrita por YeahMoon


Capítulo 7
Capítulo 7 - I wanna be your Friend


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, obrigada pelos reviews e aqui está um capítulo maior.



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Será que eu devo me abrir pra alguém?

Mas sei lá, eu ainda acho que as pessoas vão me machucar, é de minha natureza sentir isso. Sempre saí machucada em tudo, ás vezes sem nem ter feito nada. Eu ainda não sei o porquê de eu ter parado com o tratamento, mas eu sei os motivos de estar agindo assim.

As lágrimas que rolavam por minha face eram um misto de dor, angústia, alegria, felicidade, tristeza. São milhares os motivos das minhas lágrimas.

Porque a infância, que é maravilhosa não dura para sempre?

Ás vezes eu penso que eu cresci tanto. Me sinto uma velha, por várias vezes. Não sou como todos, não saio de casa, só escapo para essas voltinhas de vez em quando. Não vou em festas, não aproveito minha adolescência. Mas de que adianta eu ir em tudo isso? Pra fingir falsos sorrisos? Pra dizer que estou bem? Pra mostrar pra eles que eu também posso sair? Que eu também posso beber? Prefiro ficar em casa, com minha dor e minha angústia. Pelo menos em casa, eu não preciso mostrar quem eu não sou pra ninguém. Em casa, eu me sinto bem, por mais que eu esteja mal. É, eu sei que isso é complicado, mas é o real.

- Oi - falou alguém sentando ao meu lado. Gelei, vai que é um matador em série? Enfim, olhei para ver quem era e era... argh.

- Justin - bufei revirando os olhos e ele simplesmente ignorou olhando o nada, que nem eu. Um silêncio constrangedor se instalou no local e eu o olhei. Sua expressão era vazia, era a primeira vez que o via assim.

- Tudo bem? - ele perguntou também me olhando, seus olhos encontraram os meus e eu rapidamente desviei. Não devia ter feito isso, eu não podia dar esperanças pra ele. Ai, porque eu fui olhar pra ele. Fechei fortemente meus olhos e fiz um não com a cabeça. - Imaginei, seus olhos denunciam que você chorou - Eu não fiz não por conta disso mais ok.

- Eu to bem sim - falei - não importa se chorei, vai que foi de alegria - dei de ombros.

- Você não tá feliz, seu humor não está nada agradável.

- Você é vidente? - perguntei, caramba, como ele sabe disso. Ele nem me conhece.

- Não precisa ser vidente pra ver isso - falou e parei pra pensar. É, ele estava certo, todos que me olham devem notar isso, meu olhar tá sempre triste, raramente me sinto bem. Mas como ele reparou? Fala sério, ele é o capitão da equipe de basquete, o que ele notaria em mim? Uma garota sem graça, no meio de tantas que ele tem em suas mãos. Mas uma coisa ele não tem em suas mãos, eu, e não irá ter, não se depender de mim.

- O que você vê? - perguntei.

- Uma garota misteriosa, com um olhar sombrio, um sorriso fraco, uma dor imensa que ás vezes transborda pelos olhos, uma frieza oculta. - falou e suspirei fundo.

- Acho que me enganei quando disse que você não me conhecia, parece que você sabe bastante coisa sobre mim, como sabe de tudo isso?

- Eu convivi com você pouco tempo e você pode pensar horrores sobre mim, mas eu noto muito nas pessoas. E você, mesmo sendo uma grossa de vez em quando - ri fraco pelo nariz - eu consigo ver a pessoa maravilhosa que você é. - Falou me encarando, o encarei por alguns segundos e ele veio chegando perto, perto demais até. Fechei meus olhos e virei a cara, eu não podia deixar ele me beijar. Ele vai querer apenas me beijar e só isso - de...des...desculpa - gaguejou e levantei saindo dali.

Eu quase deixei ele me beijar, o que tá acontecendo comigo?

Logo duas mãos seguraram minha cintura, por um minuto lembrei de Nolan. Ele sempre fazia isso, sorri involuntariamente. Ele se virou e parou em minha frente, ainda segurando minha cintura.

- Que foi? - perguntei. Ele parou um pouco e soltou minha cintura.

- Eu gostaria que você confiasse em mim, eu quero ser seu amigo, eu prometo que serei seu melhor amigo até.

- Sério isso? - perguntei, aquilo é muito estranho.

- É, minha mãe disse que talvez você só precise de alguém pra compartilhar tua dor - falou sorrindo singelamente. Parecia verdadeiro, mas não tem como, não posso.

- Me desculpe mas... eu tenho que ir - falei andando, mas me virei pra trás - tente conquistar minha amizade. Me mostre que você é confiável e então, talvez eu possa ser sua amiga. - falei e ele sorriu, me virei e fui indo em direção a minha casa.

[...]

- Onde você tava? - Minha mãe, ou melhor, a mulher que me deu a vida, porque ela não age como minha mãe.

- Não aja como se você se preocupasse - falei subindo as escadas.

- Filha - me virei - você pode pensar que não me preocupo ou que sou a pior mãe do mundo, mas tudo que faço é pra você ter isso aqui ó - ela apontou pra casa - você é a pessoa mais importante da minha vida e é a única que eu tenho, não faz isso comigo. - talvez ela estivesse certa né.

- Mãe, a senhora age como se não se preocupasse, o que quer que eu pense?

- Eu penso que você parou o tratamento e que é por isso que você tá agindo desse jeito. Você só faz isso de duvidar do meu amor quando para o tratamento. Você já parou várias vezes, não pode ser assim. - falou e revirei os olhos.

- Eu não quero ter que ficar indo no psicólogo e tomando remédios pro resto da vida - falei.

- Filha, e quantas vezes eu já te disse que isso é por um tempo? Cada vez que você para o seu tratamento você atrasa sua recuperação. Vem cá - ela falou e apontou pra mim sentar ao seu lado e assim o fiz.

- Mas parece que jamais irá acabar, é terrível ter que viver tomando remédios é como se eu nunca pudesse viver. Eu sou dependente disso.

- É melhor você ser dependente de remédios por um tempo, do que viver o resto da vida tentando se matar.

- Talvez quando eu conseguir eu pare - ela arregalou os olhos e as lágrimas começaram a escapar dos mesmos.

- Filha, não fala assim, não pensa assim, eu te amo. Te amo muito, talvez eu não demonstre mais eu te amo. Por favor, não pensa assim, não tenta fazer isso novamente. Vamos continuar o tratamento? - fechei os olhos e as lágrimas vieram, me sinto bem com ela me dizendo eu te amo.

- Eu não vou sozinha para o tratamento - falei.

- Eu já disse que sábado que vem eu venho novamente, vou ficar aqui até a segunda-feira e eu vou com você no psicólogo - assentí.

- Tá bom, só não me deixa sozinha, liga pra mim pelo menos - falei e ela me abraçou.

- Eu vou ligar pra ti sempre meu amor, é claro que durante a semana vou te ligar, talvez em um horário diferente, mais vou ligar. - apertei ela forte, sentia tanta falta de um abraço sincero.

Ficamos chorando por horas.

- Filha, já tá tarde. Vai dormir, amanhã eu vou cedo.

- E eu vou dormir o resto da tarde né, não vou ter nada pra fazer - falei e ela deu uma risadinha.

- Te amo - falou por fim, assenti e fui pro quarto.

No domingo não fiz nada de interessante. Minha mãe foi pra mais uma das viagens dela e eu dormi o resto da tarde.

Por um pequeno instante pensei em Justin, por quê ele age daquele jeito comigo? Por que ele ainda quer seu meu amigo? Eu sou uma grossa com ele, ele sabe disso. E como ele sabia que eu estaria naquele lugar? Será que ele vai lá e me encontrou? Ou ele tá me seguindo? Argh, tantas perguntas e nenhuma resposta. 

[...]

- Les - era Mary, mais um dia de aula. Levantei.

- Oi, já estou acordada - falei e fui pro banheiro, me dirigi até o chuveiro e fui tomar meu banho.

Coloquei a roupa e fui arrumar o cabelo em frente ao espelho, droga, que feiura é essa. Procurei pela minha caixinha ali dentro do pequeno armário do meu banheiro, lá estava minha querida "amiga". Perfurei meu pulso e lavei para sentir o ardume, caminhei pra dentro do quarto e passei maquiagem, aquele ardumezinho que eu sentia no começo eu não sinto mais. Coloquei pulseiras, arrumei o material e desci as escadas com minha mochila.

- Não vai comer nada? - perguntou.

- Tá tá - sentei e tomei o suco de laranja.

- E a comida?

- Não quero - falei.

- De uns tempos pra cá, você não tá comendo quase nada, tá tudo bem? - perguntou.

- Claro que sim - a abracei - vou indo pra escola. - Sai porta a fora e me dirigi para o lugar onde eu encontraria as líderes de torcida irritantes. Mas hoje eu não vou deixar elas me incomodarem, hoje eu não estou bem sã, se elas vierem eu vou acabar batendo em alguém.

[...]

Bom, até no intervalo não fizeram nada, enfim. Está na hora de eu ir embora, só vim por causa da prova mesmo.

Peguei a mochila na sala e fui até o portão, mostrei o bilhete que minha mãe tinha feito. Mãe nada, eu mesmo que fiz, mais sei fazer a assinatura certinho dela, eu não quero ficar vindo pra escola, nunca rodei. Minhas notas sempre foram exemplares, eu já estou passada de ano, estamos no fim do ano letivo e eu como uma aluna aplicada, já estou passada desde o último bimestre. Eu posso ir embora mais cedo. Agora eu iria direto para o Jena's Coffe falar com a Jena.

- Oi - falei entrando na sala dela.

- Oi Leslie - falou.

- Eu queria vim justificar minha falta de sexta-feira.

- Sem problemas, sua mãe me explicou tudo. - falou.

- Que? Minha mãe? O que ela falou? - eu estava abismada. Minha mãe?

- Ela falou de seu problema e que as vezes você fica mal e talvez por isso você tenha faltado - falou como se fosse a coisa mais normal do mundo.

- Não acredito que ela fez isso comigo, ela não devia ter contado. - eu estava em choque, ela não podia ter feito isso comigo.

- Hey, fica calma, eu sempre fui muito amiga de sua mãe e eu jamais contaria pra ninguém isso.

- É, eu sei, mais é que é algo que não é fácil assim, você gostaria que contassem seu segredo à alguém? - perguntei.

- Vendo por esse ângulo, eu realmente não gostaria. - falou e eu fiquei balançando a cabeça negativamente.

- E o que eu faço pra compensar a sexta? - perguntei.

- Você trabalhará no feriado da semana que vem - falou.

- Tudo bem então. Até daqui a pouco - falei indo em direção a porta.

- Até. - falou por fim e saí, indo em direção a minha casa.

[...]

- Oi gente, boa tarde - falei pra eles de trás do balcão, pegando meu avental e indo para o lugar de um deles que acabara de terminar seu turno.

- Por que não veio na sexta? - Era Maddi.

- Porque eu vou trabalhar no feriado da semana que vem - falei me fazendo de indiferente, fui lá atráz ver se precisavam de alguma ajuda, de vez em quando a gente ajudava eles.

- Leslie - falou Maddi abrindo a porta.

- Que foi? - perguntei.

- Cliente pra você - falou. Estranhei mais fui né.

Justin's Pov

Pedi para a garota que estava ali pra mim ser atendida pela Leslie. Eu sabia que ela trabalhava ali. Ela logo veio revirando os olhos. Que sina ela tem em fazer isso.

- Oi Justin - falou seca.

- Dá pra ser um pouco mais educada? Aqui eu sou cliente - falou.

- Tá bom - falou e se ajeitou - O que deseja? - falou de um jeito simpático.

- Um cappuccino - falei e ela marcou em algum papel.

- Ok, mais alguma coisa? - perguntou e eu só fiz um não com a cabeça - daqui a pouco ficará pronto, você pode sentar e esperar, ou ficar aqui sentado no balcão.

- Prefiro ficar aqui - falei.

- Então tá, vou lá pedir o seu cappuccino - falou saindo, a cafeteria estava cheia. Ela não teria tempo pra falar comigo. Depois de uns 5 minutos ela veio com meu cappuccino, uma colherzinha de plástico e guardanapo.

- Está aqui seu pedido senhor, obrigada. - falou.

- Não precisa me chamar de senhor - falei e ela ficou limpando o balcão.

- Me disse pra te tratar como um cliente, é isso que estou fazendo - ela parecia mais calma que o comum.

- Oi Leslie, eu queria 3 cappuccinos descafeinados - falou um homem com ela.

- A patroa tá pedindo? - perguntou sorrindo.

- Sim, ela não me deixa livre.

- Ok John, daqui a pouco sai. - falou e o tal de John se sentou no banquinho ao meu lado. Demorou mais o menos o mesmo tanto que o meu pra ficar pronto. Ela colocou na bandeja pra não derramar e embrulhou em um plástico.

- Obrigada Les - falou sorrindo e pagando.

- Denada John, e se cuida héin, a Miranda não é mole - falou e o homem riu saindo dali.

- Por que ele pode te chamar de Les e eu não? - perguntei incrédulo, qual é Justin, tá com ciúmes? Parece que ela leu meus pensamentos, porque né.

- Tá com ciúmes? - perguntou sorrindo irônica.

- Claro que não, só queria saber.

- Ele é cliente daqui faz cerca de 3 anos, a patroa dele é muito brava. Eu tento ser simpática com ele. - falou se fingindo de indiferente. Abri minha carteira e paguei o cappuccino.

- Te vejo mais tarde? - perguntei.

- É né, fazer o que - falou bufando.

- Tchau - ela não disse nada, só ficou limpando o balcão.

Por que ela não me deixa saber nada sobre ela?


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Notas finais do capítulo

E aí, mereço reviews?



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