Matsuda voltou ao meio-dia com duas fotos.

  - Aqui está! - disse ele, todo orgulhoso - Tirei fotos como pediu!

  - Não tirou nada do lugar nem tocou nada sem as luvas? - perguntou ela.

  - Assim como me instruiu por telefone! - Matsuda falou.

  - Obrigada... - ela falou, a voz sufocada - Matsuda.

  - Você está bem, Shinobu? - perguntou Ryuzaki.

  - Não. - ela falou e caiu no choro.

 Ryuzaki ficou chocado. Ele jamais havia visto Shinobu chorar. Ela sempre passava uma aura de segurança e poder, mas agora era só uma garota frágil e machucada que tentava buscar algum apoio. L se aproximou, inseguro. Shinobu agarrou a camisa de L e se encolheu em posição fetal.

  - Podem ir, todos. - L falou.

  - Mas, Ryuzaki... - protestou Yagami.

  - Por favor, saiam. - pediu L não tão educadamente.

 Os policiais saíram. Shinobu não parou de chorar. Ela compensou todos os anos que não havia chorado. Ela não havia chorado na morte dos pais, não havia chorado ao terminar com L, não havia chorado ao ser tachada de louca sem talento por milhares de pessoas. Mas agora ela chorava, porque amava Raito e não queria que ele fosse Kira... Mas as fotos comprovavam...

 Kira era Raito. Toda vez que ela pensava nisso, era como se milhares de facas fossem enfiadas em seu corpo e todos os seus amigos rissem da cara dela. Como era burra! Fora confiar logo em Kira! Logo no garoto que matava mais de dez pessoas por dia sem nem pensar duas vezes! Como fora burra! Como é burra, pois mesmo sabendo que Raito era Kira, ela não deixava de amar o amigo.

  - Mas o quê...? - perguntou Raito ao chegar e ver Shinobu chorando no colo de L.

  - Saia daqui. - ordenou L.

  - Não. - disse Shinobu, a voz fraca - Eu devo sair. Eu vou embora.

  - Do apartamento? - perguntou Ryuzaki.

  - Do país e do caso. - ela falou - Se meu melhor amigo é Kira, eu não tenho o direito de continuar nessa investigação.

  - Eu já disse que não sou Kira! - falou Raito.

  - E COMO ME EXPLICA ISSO? - Shinobu mostrou as fotos.

  - Fotos de um caderno? - perguntou Raito.

  - FOTOS DO SEU DEATH NOTE! - ela gritou.

  - Agora temos 57% de suspeita sobre você, Raito. - falou L - Vai ficar acorrentado comigo.

  - Mas...? - Raito estava sem palavras.

  - Eu vou arrumar minhas malas. - falou Shinobu.

  - Não, por favor, Shinobu. - falou Ryuzaki - Fique.

  - Você não vai me querer aqui. - ela falou.

  - Sim, eu quero você aqui. - Ryuzaki falou - Por favor, Nie-Nie, fique comigo.

  - Tudo bem, Law-Law. - ela falou, fungou e foi para a cozinha.

 Raito ficou olhando Shinobu sair. Ele sempre achara que o que ele fazia era o certo, mas agora... Vendo Shinobu chorar por sua causa... De repente, ele sentiu algo em seu pulso. Ryuzaki havia realmente prendido os dois com algemas e uma corrente de dois metros.

  - Mas o quê...? - indagou Raito.

  - É melhor ficar bem quieto na sua, Yagami. - L falou furioso - Porque eu não estou nem um pouquinho feliz de saber que você fez minha Shinobu chorar.

  - Sua Shinobu? - Raito perguntou, ironicamente.

  - Sim, e é melhor que você fique bem longe dela. - falou L.

  - Ah, você vai ficar querendo isso, pois ela é minha. - falou Raito.

  - É o que vamos ver. - disse L, estreitando os olhos.

 Eles só não começaram a se engalfinhar numa luta porque Shinobu voltou comendo uma fatia de bolo de chocolate.