love. escrita por Taengoo


Capítulo 29
Chapter 29: Caught In the Storm Pt. 1




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♫ I'm caught in the storm

I'm caught in the rain

I'm caught in the rush that hides this pain ♪

Todo mundo erra. Nem todo mundo perdoa.

— Cebola. Jun09

[...♥...]

Voltar para a escola naquela segunda feira foi uma das tarefas mais difíceis que Mônica teve que fazer. Ela não estava se sentindo disposta, mas preferiu não faltar. Não queria que todos pensassem que ela era fraca, como com certeza deveriam ter pensado quando ela não apareceu na escola, depois de presenciar Cebola beijando Denise em sua festa.

A dentuça mal abriu a porta, e encontrou Magali na frente do seu portão. A comilona queria mostrar que estava ali, e que ela não precisaria enfrentar tudo aquilo sozinha. Mônica agradeceu imensamente por ter Magali como sua melhor amiga.

Chegando na escola, encontraram apenas Marina na sala de mulher. Todos os garotos estavam no fundo, e Mônica nem precisou olhar para o lado pra saber que Do Contra estava no meio. Podia ouvi-lo conversando com algum colega, mesmo que sua voz estivesse sendo abafada pelos outros garotos.

Do Contra ao ver as duas, suspirou, mas não saiu dali. Magali lançou um olhar rápido para o moreno e se sentou logo atrás da dentuça.

— Como você tá, amiga? – Marina perguntou.

— Bem, eu acho... – respondeu, apoiando a cabeça na mão. – A Magali te contou, né?

— Contou sim – a desenhista fez uma cara de lamento, olhando para Magali em seguida.

— Eu juro que até agora não consigo entender.... o DC ele... ele me tratava tão bem. A gente quase nem discutia... eu realmente não entendo.

— Não fica assim Mô... até parece que você não conhece ele. O Do Contra sempre foi desse jeito, esquisito, não é Magali?

Magali assentiu rapidamente.

— É, amiga... o DC é estranho. Não vale a pena procurar entender as razões dele.

— Eu devia estar acostumada... – disse Mônica balançando a cabeça. – Quando tudo parece que está indo bem, quando eu começo a ficar feliz de novo... acontece alguma coisa. Primeiro o Cebola, agora isso.

As duas garotas se entreolharam sem saber o que responder.

O professor de matemática entrou na sala, deixando Magali e Marina aliviadas. Mônica estava se sentindo tão triste que qualquer coisa elas falassem seria irrelevante.

O tempo estava passando muito devagar na opinião de Mônica. Tudo que ela mais queria na vida era ir embora pra casa. Grande parte da sala ainda não sabia do fim do seu namoro, porém alguns colegas já haviam notado a distância entre Do Contra e Mônica na ultima semana. Hoje, em particular perceberam que os dois nem trocaram olhares. Deduziram que tivessem brigado, pelo menos foi o que Cebola achou.

— Devem ter brigado feio pra estarem tanto tempo assim sem se falar – ele disse para Cascão, ao observar Mônica sair da sala para o intervalo sem a companhia do moreno.

— Também tô achando estranho eles ficarem separados no intervalo... – respondeu o sujinho guardando seu material na mochila.

— Só no intervalo? Cascão, eles não estão nem se olhando hoje.

— Devem ter discutido por alguma bobagem... você conhece a Mônica, Cebola – disse quando caminhavam até a cantina. – E por quê esse interesse todo? Ainda acha que tem chances com ela se eles terminarem?

— Cala essa boca! – disse ele começando a ficar vermelho. – Eu não tô nem aí pro namoro deles!

— Aham... claro que não.

Cascão começou a rir, deixando o amigo ainda mais revoltado. Ele odiava quando o sujinho insinuava que ele ainda era apaixonado por Mônica. O que era verdade, mas ninguém precisava ficar sabendo.

Na cantina, viram a dentuça conversando com Magali, Marina e Aninha em uma mesa. Ela estava com a mesma cara de quando chegou. Cebola podia sentir quando Mônica estava triste. E ele apostava com quem fosse, que Do Contra era o motivo. Porém, decidiu ficar na sua, afinal eles ainda não tinham voltado a se falar como antigamente.

— Magali... – Marina cutucou a comilona discretamente com o cotovelo e ela ergueu os olhos.

Viu Denise abraçada com Cebola na fila do lanche, mas ele parecia meio incômodo em ficar agarrado com ela em publico, pois logo tratou de afasta-la.

Ele disse alguma coisa em seu ouvido, que fez a sorrir abobada. Em seguida se afastou.

Magali tentou não vomitar ao ver aquela cena. Adorava Cebola, mas ele tinha feito uma péssima escolha em começar a sair com Denise. Mônica estava tão distraída, brincando com sua comida que nem viu.

A comilona torceu para Denise virar a esquina e sumir da sua frente, mas a ruiva fez exatamente o contrário. Começou a vim naquela direção, e ela teve certeza que a garota iria em sua mesa.

Denise parou de andar assim que viu Magali se levantar e pegar a bandeja.

— Er... eu vou no banheiro, podem ir pra sala quando acabarem, ok?

— Mas você nem comeu tudo – disse Mônica apontando para a comida.

— Eu... eu comi demais no café hoje... vejo vocês depois.

E saiu.

Marina sorriu amarelo para a dentuça, pois ela continuava sem entender a pressa da comilona.

Magali passou direto e jogou sua comida no lixo. Denise sorriu, deu meia volta e começou a segui-la.

Já no pátio, a morena cruzou os braços e esperou Denise se aproximar dela.

— Não sabia que você tinha tanto medo assim que eu me aproximasse da sua amiguinha...

— Se pudesse, até de sala a gente trocaria pra não ficar perto de você – disse Magali com um sorriso irônico.

— Quanta amargura... – ela riu. – Não precisa ter medo de mim. Eu dei minha palavra não dei? Não vou contar nada a Mônica, antes de você... falar nisso, espero que isso aconteça logo, porque seu tempo já acabou.

— Eu... eu ia contar nesse fim de semana mas... não pude – Magali baixou a cabeça e sua voz ficou fraca. – O DC terminou com ela no mesmo dia... eu não consegui.

— Ahh então ele finalmente teve coragem de terminar?

— Não era pra ter sido desse jeito. Não foi isso que a gente tinha combinado, mas enfim... não importa agora. Ela vai ter que saber de qualquer modo.

— Vai mesmo – respondeu a ruiva, sorrindo.

— Eu só te peço um pouco de paciência, Denise. Eu não vou poder falar nada agora... ela tá sofrendo com o término, eu preciso de alguns dias a mais, só pra ela se acostumar com a ideia. Por favor...

— Eu te dei uma semana. E essa semana acabou.

— Eu sei! – exclamou ela, e depois olhou para os dois lados para se certificar de que ninguém estivesse escutando. – Eu sei... mas... agora eu realmente não posso.

— Tudo bem, Magali. Eu te dou mais uns dias.

A comilona respirou aliviada e fechou os olhos prestes a agradecer.

— Mas pode dizer ao seu namorado que isso não significa que eu mudei de ideia. E que se ele for na minha casa me ameaçar de novo, eu envio a foto para o bairro inteiro!

Magali precisou de alguns segundos pra absorver tudo que ela tinha dito. Franziu a testa e encarou Denise, confusa.

— Namorado...? Perai... o DC... foi na sua casa?

— Ah ele não te contou? – ela perguntou sorrindo cinicamente. Magali negou com a cabeça, ainda confusa. – Sim, ele foi lá pra me ameaçar. Mas ele pode tirar o cavalinho da chuva, que eu não vou apagar aquela foto de vocês dois!

Magali respirou fundo quando lembrou daquela maldita foto. Se segurou para não querer voar de novo no pescoço da ruiva.

— Ok, Denise. Você pode guardar essa foto pro resto da sua vida se quiser, mas nós duas temos um acordo. E eu espero que você cumpra. – disse ela e deu as costas para voltar pra sala.

Magali ainda não estava acreditando que Do Contra realmente foi até a casa de Denise pra poder lhe defender.

— Então foi isso que ele disse que ia resolver ontem?— pensou, distraída.

[...♥...]

No dia seguinte, a noticia que Do Contra e Mônica tinham terminado se espalhou como um vírus. Dessa vez, Magali que tinha sido a fonte principal, pois contou a Denise – um erro que ela se arrependeu profundamente de cometer. A ruiva não perdeu tempo e saiu divulgando aos os quatro ventos. Postou em sua rede social como uma indireta, mas foi o suficiente para todos que a seguiam, entendessem.

Cebola, que não usava muito esses sites, só ficou sabendo na escola, pois todos estavam comentando. Do Contra preferiu ficar na dele e não responder nenhuma pergunta, apenas confirmar que era verdade. Mônica fazia o mesmo, mas aquilo só a deixava ainda mais triste. Não queria falar sobre o assunto, mas a cada minuto chegava algum interessado na vida alheia, para perguntar.

Magali e Marina foram as únicas que tentaram proteger a garota dos questionamentos.

Titi foi o que mais ficou feliz com a novidade. Ele achava que agora com o moreno livre, os dois voltariam a azarar as garotas do colégio. O dentuço estava com toda sua energia, pois também não estava mais namorando Aninha. Ela o flagrou com outra em uma lanchonete e terminou no mesmo momento.

Cebola também não conseguia esconder sua felicidade. Tentou fingir que não se importava, mas convencer Cascão disso foi uma tarefa difícil.

— Eu já disse que não tô nem aí pra eles, Cascão! Para de me encher o saco!

Os dois estavam voltando pra casa, e o careca estava praticamente o caminho todo tentando se justificar que não estava feliz com término da dentuça.

— Ah é? E por quê te peguei sorrindo várias vezes hoje quando alguém tocava no assunto que eles tinham terminado?

— Já falei! Eu achei bem feito pro DC, só isso. Ele costumava ter todas as garotas do colégio, agora perdeu a mais... – Cebola parou a frase imediatamente quando viu um sorriso brotar no rosto de Cascão.

— A mais...? – ele repetiu, erguendo a sobrancelha.

— A-a mais... a mais popular! É isso.

— A Mônica é a mais popular da escola? Eu não sabia disso... – ele riu.

— Você vai continuar me zuando? Se for, é melhor você ir na frente! – disse o careca, parando de andar.

— Ok, ok, eu paro! – Cascão levantou os dois braços e riu mais um pouco. Os dois voltaram a caminhar e o sujinho não aguentou. – Mais que você ficou muito feliz, ficou.

Cebola sentiu seu rosto arder. Queria matar seu amigo de infância. Mas ao invés disso, abriu um sorriso malicioso.

— Vou provar pra você que não estou ligando pra Mônica.

— Impossível.

O careca não respondeu e apressou os passos, atravessando a rua. Cascão ficou sem entender o motivo dele ter trocado de caminho, mas quando viu Denise entrando em casa, sacou na hora.

Cebola nem ao menos cumprimentou a ruiva, foi logo arrancando-lhe um beijo violento, empurrando a garota para dentro de casa. Mesmo surpresa, ela retribuiu com todo prazer. Os dois entraram e fecharam a porta.

Cascão apenas negou com a cabeça.

— Ainda é louco pela Mônica... – disse, e riu baixinho.

[...♥...]

— Uma palhaçada! – a dentuça gritou, jogando a mochila em algum canto do quarto. – É isso que foi! Uma grande palhaçada!

— Calma, Mônica... – disse Magali, quando fechou a porta.

— Eu aposto com você, Magali, que foi aquela... arghh... aquela sonsa, invejosa, ridícula da Denise que contou! Eu aposto! – disse a garota andando nervosa pelo quarto. – Agora eu só queria saber como ela descobriu isso!

— Bem... – a morena se sentou na cama da amiga. – Vocês dois quase nem se falavam mais, né?... acho que ela acabou deduzindo.

— Ai... – Mônica se jogou na cama e colocou as mãos no rosto. – A ultima coisa que eu precisava hoje era ter que ficar dando explicações pra essa gente sobre meu término! Agora você entende porque eu decidi faltar quando o Cebola fez aquela sacanagem comigo?

A morena balançou a cabeça e apertou os lábios. Ela precisava contar. Ela precisava contar.

— Só queria poder dormir e acordar em 2050..

— Mônica... lembra... lembra daquele assunto que eu estava querendo falar com você quando vim aqui?

A dentuça mal se mexeu, mas abriu os olhos para a amiga.

— Ah sim... você disse que era importante. O que foi?

— Aconteceu uma coisa... mas olha... antes de qualquer coisa eu preciso que você me escute... e... me deixa falar até o final, ou eu com certeza vou perder a coragem.

Mônica se sentou, e uniu as sobrancelhas.

— Você fez alguma besteira?

— Sim. Eu fiz. Uma grande besteira, e me sinto horrível, Mônica. Eu não espero que você me perdoe nem me entenda, eu só preciso que você me escute até o final, tudo bem? – as mãos de Magali tremiam. Ela ia contar. E ia se agora.

— Você tá me deixando preocupada, Magali. Anda, fala logo o que você fez!

A comilona respirou fundo e fechou os olhos.

— Você se lembra no show que eu fui nas férias? Onde eu encontrei o Quim com outra?

— Lembro... ele tinha te pedido um tempo, mas ai ficou com outra na sua frente... aquele canalha.

— Sim, então... acontece que eu...

— Perai... – Mônica colocou uma mão na frente. – Não me diga que você... não me diga que você teve uma recaída com o Quinzinho?!

— Que? Não! – Magali negou com a cabeça.

— Ele te agarrou a força, foi isso?!

— Não é nada disso, Mônica por favor, me escuta até o fim...

A garota finalmente se calou e Magali respirou fundo outra vez para tentar continuar de onde parou. Seu coração batia com força, e as mãos estavam cada vez mais frias. Ela tinha que ir até o final.

Só que talvez não fosse ser hoje, pois Dona Luiza abriu a porta do quarto com sorriso no rosto.

— Oi meninas! Estão com fome?

— Agora não mãe, a Magá tem uma coisa importante pra me dizer.

— Depois vocês conversam, eu preparei uma lasanha e está quentinha, vamos descer?

— Mas...

— Tudo bem, amiga... depois a gente continua.

Mônica hesitou um pouco mas acabou concordando e as duas desceram para almoçar. De um lado Magali estava aliviada, mas por outro, sabia que quanto mais tempo demorasse para falar, mais seria difícil.

[...♥...]

— Gato... – Denise ofegou. – Você me surpreende a cada dia.... – disse passando a mão na testa, para enxugar o suor.

Cebola não respondeu, mas em resposta sorriu convencido.

Os dois aproveitaram que não tinha ninguém em casa, e resolveram fazer na sala mesmo. Foi a primeira vez que Cebola tinha transado em um sofá. Estava suado, e cheio de sede.

Denise se levantou e começou a se vestir.

— Aproveita que você tá em pé e me traz um copo de água.

— Qual a palavrinha magica? – ela sorriu brincalhona.

— Com gelo – disse, e piscou.

Ela revirou os olhos mas continuou sorrindo e foi até a cozinha. Cebola procurou pela sua calça que estava jogada em algum canto da sala, mas não encontrou. Precisava saber que horas eram, pois sua mãe odiava quando ele perdia o almoço.

Ao invés do seu celular, encontrou o de Denise no chão. Ele sabia a senha que a garota usava, pois já tinha visto ela colocar várias vezes. Viu que o relógio marcava quinze para às duas. Estava atrasado, mas não ligou.

Aproveitou que estava com o celular da ruiva na mão pra se distrair enquanto ela não voltava com sua água. Jogou alguns jogos, mas eram todos muito chatos, pensou em ver as mensagens dela mas desistiu no segundo seguinte. Ele não gostava de invadir a privacidade alheia.

— Mas galeria acho que não tem problema... – disse ele pra si mesmo, torcendo pra ter alguma foto dela de biquíni.

E realmente tinham algumas. Cebola não podia negar que Denise tinha um corpo perfeito. No qual ele só foi notar depois daquele dia na praia. Os seios eram muito volumosos, e ele adorava essa parte. A cada foto que passava ele se sentia cada vez mais exitado de novo.

Porém, a próxima que passou não era de Denise.

Cebola abriu bem os olhos quando viu aquela foto. Não era Denise de biquíni, e também não era uma das suas mil selfies fazendo bico. Mas ele conhecia aquelas duas pessoas.

Era Magali... era Magali e Do Contra... se beijando?

Cebola precisou se sentar. Não estava acreditando no que via. Olhou para frente, e depois para a foto de novo, diversas vezes. Deu zoom, depois minimizou, mas mesmo assim continuava sendo Magali e Do Contra se beijando, não importava quantas vezes ele olhasse.

O transe do garoto só passou quando ouviu a voz de Denise falando alguma coisa que ele não entendeu muito bem. Ele só queria saber o que aquela foto estava fazendo no celular de Denise. E o mais importante: o porquê dela existir.

Ele não tinha muito tempo. Entrou nos contatos, e procurou pelo seu nome, mas não tinha nenhum ‘Cebola’ na letra C. Com certeza Denise tinha trocado o nome dele por algum apelido idiota. E estava certo. Quando encontrou na letra M o nome ‘Morzinho’ deduziu que só podia ser ele e enviou a foto o mais depressa possível.

Jogou o celular em um canto, e naquele mesmo segundo, Denise apareceu na sala, com outra roupa e com um copo de água na mão.

— Desculpa a demora, decidi tomar um banho – ele disse sorrindo, entregando o copo para o garoto. Cebola bebeu com rapidez e começou a se vestir.

— Preciso ir.

— Ué, já? – perguntou, desapontada. – Achei que fosse ficar mais um pouco... adorei sua surpresa, já te disse isso? – ela abraçou o garoto por trás, mas ele não lhe deu atenção e vestiu sua camisa da escola.

— Disse, mas eu realmente preciso ir pra casa agora.

— Você está passando cada vez menos tempo comigo agora, sabia? – Denise cruzou os braços quando ele se afastou para calçar os tênis.

— Foi mal gatinha, mas você sabia onde estava se metendo quando aceitou as minhas condições pra ficar com você – disse ele se levantando do sofá e indo até ela. – Nós não somos namorados, e por isso você não pode me exigir tempo nem atenção.

Cebola passou a mão pela nuca da ruiva, e pressionou seus lábios no dela.

— Mais eu tarde eu te ligo – disse, e piscou.

Quando ele já estava na porta, Denise o chamou.

— Eu ainda vou ser sua namorada. Saiba disso – disse, séria.

Cebola deixou escapar uma risadinha e saiu, batendo a porta.

— Ah vou... – murmurou ela, com os braços ainda cruzados.

[...♥...]

O estado de choque de Cebola já tinha passado, mas mesmo assim continuava sem entender. Magali e Do Contra? Como assim? Muitas perguntas passavam pela sua cabeça, principalmente se aquela foto era antiga, ou recente. Se era recente, Mônica então tinha sido traída. Não só por Do Contra, mas por Magali também. Será esse o motivo por eles terem terminado? Mas Mônica continuava andando com Magali, como se ela não soubesse de nada... Será que ela não sabia?

Essas e outras perguntas ficaram massacrando a cabeça do careca a tarde inteira. Ele não conseguiu estudar, e não conseguiu se distrair. Pensou em contar a Cascão o que tinha visto, mas achou melhor não. Talvez tivesse alguma explicação. Tinha que ter.

Talvez ele esperasse uma traição vindo de Do Contra, afinal ele era muito galinha e nunca tinha namorado ninguém antes. Mas de Magali? Não. Magali era fiel a Mônica. As duas se amavam e eram inseparáveis. Aquela foto tinha que ser uma montagem. Embora fosse muito real.

Cebola ficou olhando para a foto por horas, tentando achar algum defeito e poder dizer que era montagem mas não conseguiu.

Quando anoiteceu, ele não aguentou mais esperar. Resolveu então ir até a casa da pessoa que com certeza saberia responder todas aquelas perguntas.

Colocou o seu casaco, devido ao frio que estava fazendo aquela noite e saiu. A casa não era muito longe da sua, por isso não demorou a chegar. Tocou a campainha e esperou.

— Cebolinha! – Dona Lili disse ao abrir a porta. – Quanto tempo que você não aparece aqui... – sorriu e o cumprimentou com beijinhos.

— Na verdade não faz tempo tempo assim – ele respondeu colocando as mãos no bolso. – Estive aqui no aniversário do DC.

— Ah sim, é verdade. Nós estávamos viajando – disse ela dando passagem pra ele entrar. –Veio ver a Magali?

O careca já ia responder, quando viu a morena colocar sua cabeça para fora da cozinha.

— O que tem eu? – perguntou ela. Ao ver seu amigo, franziu o cenho e entrou na sala. – Cebola?

— É, eu... vim falar com você... um assunto importante.

— Vou deixar vocês a vontade. Mande um abraço pros seus pais, Cebolinha – disse Lili.

— Ok, eu mando sim.

Quando ela sumiu, os dois ficaram se encarando em silêncio por alguns segundos. Cebola estava pensando no que ia falar primeiro.

— Que cara é essa? – Magali finalmente perguntou, sentando no sofá, e apontando pra ele fazer o mesmo, mas ele continuou parado em pé.

— Eu... não sei como começar... acho que mostrando é melhor – disse, enquanto tirava o celular do bolso.

Magali não estava entendendo muita coisa mas esperou.

Quando Cebola achou o que estava procurando, suspirou e entregou o celular a garota.

Ele viu os olhos de Magali se arregalarem e confirmou o que já sabia. Não, aquela foto não era montagem.

A comilona olhou aterrorizada para o amigo, e ele apenas colocou as mãos no bolso de novo.

— E então? Vai me explicar o que é isso?


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