Marcada Por Erik Night escrita por Roberta Matzenbacher


Capítulo 5
Capítulo cinco


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, vida corrida.
Gostaria de dizer que odeio spoilers e simplesmente amo os capítulos onde a minha imaginação pode voar, colocando uma vida social decente para ele, o que deixa vocês muito mais ansiosos para chegar às partes onde Erik encontra Zoey... kkk.
Convenhamos que fica muito mais delicioso assim, né? hahaha.
Boa leitura.



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Acordei cedo àquela manhã, ou... Tarde. Pois eram cerca de 16h – os horários vampíricos são invertidos, por causa da nossa sensibilidade ao sol, por isso ainda é meio confuso para mim às vezes – e não consegui pegar no sono novamente. Fiquei rolando sobre a cama. Rolando e rolando e rolando e... Bem, nada. Não sabia o que estava acontecendo comigo, afinal eu nunca tivera problemas para dormir antes, muito menos ficar me embolando aos lençóis por cerca de uma hora seguida.

Tive de me levantar, porém lentamente, pois, embora estivesse muito agitado na cama, ainda sentia meus olhos pesados e doloridos. Fiz tudo muito devagar para passar o tempo que eu tinha de sobra.

Fui até o banheiro e enchi a palma da minha mão com sabonete líquido, lavando bem meu rosto a fim de espantar o sono, pois eu simplesmente não queria voltar para lá e deixar brechas para minha mente delirar sobre Zoey, ou mesmo sobre Afrodite. Enxuguei-me bem com a toalha para secá-lo e, em seguida, olhei-me ao espelho. Ali, eu podia perceber o mesmo reflexo de sempre: um cara sobrenaturalmente alto com olhos azuis grandes demais e uma pele extremamente pálida, que contrastava com seus grossos cabelos escuros e levemente ondulados.

É claro que poderia ser o mesmo cara de sempre, mas se eu olhasse atentamente para o espelho veria perfeitamente os contrastes daquele pelo qual estava acostumado a enxergar e esse que agora eu olhava com exagerada repulsa. Detalhes pequenos – como aquelas enormes olheiras que afundavam em meus olhos de uma cor tão viva, ofuscando-os completamente, ou meu cabelo que era uma confusão de tão desgrenhado –, revelavam-me que eu não apenas me sentia uma merda por dentro, como também parecia uma merda por fora.

Fato esse que era realmente muito estranho, pois meu aspecto jamais fora sequer parecido com aquele, muito menos me sentira de tal forma antes. Hoje parecia-se ironicamente o dia do jamais-aconteceu-antes.

Pois é, sempre temos uma primeira vez, não é?

Aproveitei o tempo extra para pensar na vida, atualmente tenho feito muito isso. Como, na manhã de ontem, pensei que precisava mudar a minha vida, me livrar de Afrodite e começar de novo. Eram pensamentos fáceis, mas na prática eram muito piores.

Digamos que eu já tenha riscado um dos itens da minha lista particular: Chutar Afrodite, completo.

Mas esse não era o pior deles, manter minha vida normalmente depois de terminar com ela ia ser difícil, ela com certeza iria armar alguma para cima de mim, ou bem... Da novata, Zoey Redbird, caso eu tentasse alguma coisa com ela, o que eu definitivamente faria. Aquela conexão instantânea foi um sinal, e eu iria pegar a dica.

Mas se Afrodite percebesse e começasse a detonar com ela?

Bem diabos, e novamente eu não sabia o que fazer, pra variar.

Desci as escadas para tomar meu café da manhã, pegando a primeira coisa que achei na geladeira. Sentei-me à mesa mais próxima e um pouco isolada, pois não estava a fim de conversar com ninguém, dia da primeira-vez-pra-tudo, lembram?

A verdade era que não conseguia parar de pensar em Zoey, e tudo ficava ainda pior com os murmurinhos e conversas que vinham de todas as partes aqui do dormitório masculino.

Os principais assuntos eram: como era estranho a sua Marca já estar preenchida; em como ela era diferente; que Afrodite teria que se cuidar com a novata, em como era linda... Pois é, acho que já é o suficiente.

Mesmo meus amigos – tradução: Cole e TJ –, não paravam de falar nela. No final eles não tinham nenhuma noção do meu interesse em Zoey. E eu também não contaria a ninguém sobre ela, não daria mesmo certo. Iria ser ainda pior pra ela, já que Afrodite já parecia odiá-la, mesmo sem eu dar nenhuma demonstração. Ela já se sentia um pouco ameaçada com o poder que Zoey parecia emanar sem nem mesmo perceber. Comigo dando em cima dela seria ainda pior.

Decidi naquele momento que não faria nada para demonstrar meu interesse, afinal os garotos tinham o irritante costume de mentir e exagerar quanto às suas conquistas, sempre cantando vantagens e aumentando um pouco as histórias que ouviam ou o que presenciavam. E a chegada da novata Zoey Redbird causou um enorme alvoroço entre todos eles.

Eu mesmo a vi somente duas vezes e, ok, ela era bonita, mas não era para tanto. Certamente ela devia ser como Afrodite ou uma de suas escudeiras terríveis.

E eu estava me sentindo um absoluto idiota tentando me convencer disso.

Mas não tentaria nada com ela, não mesmo. Se fosse para colocá-la em risco com Afrodite eu preferia me afastar.

Foi Drew quem me tirou dos meus devaneios.

— Erik, o que você tá fazendo aí sentado? Todo mundo já foi pra aula.

Piscando em surpresa, finalmente olhei ao redor da sala. Realmente não havia mais ninguém ali, mas como todo mundo saiu sem eu ter percebido? Puxa, eu estava mais distraído do que eu pensava.

— Desculpa, Drew, mas quando foi que o sinal tocou? – Perguntei.

— Faz quase dez minutos, Erik, a professora Garmy me pediu pra te procurar, já estávamos preocupados com você e pensamos que, bem... Você sabe... – Ele parou de falar, desconfortável.

E eu o entendia completamente, a única explicação plausível para meu estranho atual comportamento era a rejeição da mudança, quando o corpo de um novato rejeitava a transformação para vampiro adulto e morria. E o meu atraso os preocupou por acharem que eu estava doente.

Bem, minhas atitudes devem tê-los deixado grilados.

— Me desculpe novamente, Drew, eu só estava pensando um pouco na vida e...

— Entendo. – Ele me interrompeu. – Mas não deixe que Afrodite atrapalhe ainda mais a sua vida.

Às vezes, Drew era mais sábio do que muitos caras mais velhos do que ele.

— Obrigado, vou me lembrar disso.

— Ah, e Erik?

— Sim?

— Nós temos que ir pra aula, lembra?

— Ah, é. – Ri, sem graça. – Vamos logo.

Durante todo o caminho para a aula, Drew ficou tagarelando sobre todas as vezes que tentou falar com Stevie Rae (a colega de quarto da Zoey), mas não teve coragem de chamá-la pra sair.

— Eu juro que um dia ela arruma outro cara mais corajoso e você vai ficar choramingando pelos cantos e reclamando nunca ter feito nada. – Disse.

— Não diga isso, Erik, já falei com um monte de garotos aqui na House of Night, e nenhum deles ou seus amigos demonstrou interesse em Stevie Rae. – Defendeu.

— E você acha isso uma coisa boa? – Perguntei perplexo.

— Claro. Quanto menos concorrentes, melhor. – E acrescentou. – Já você, eu não sei, Erik, parece que temos muitos caras querendo alguma coisa com a sua garota.

— O quê? Do que você tá falando, Drew? – Juro que senti um friozinho no estômago.

— Da Zoey, eu estou falando da Zoey. Você acha que eu sou idiota, Erik? Os outros podem não ter notado nada, mas eu vi o jeito que você olha pra ela.

— Mas eu não tenho interesse nela. – Menti.

— Mentira. – Disse Drew, adivinhando meus pensamentos.

— Puxa, não dá pra esconder nada de você, não é? – Perguntei.

— Não. – Falou, todo presunçoso.

— Tudo bem. Eu a vi no primeiro dia, quando ela chegou. – Resolvi não contar o incidente no corredor. – E meio que tive uma conexão instantânea com ela. Sei lá, foi meio estranho.

— Estranho foi você ter ficado quieto sobre suas intenções. Você nem mandou Cole e TJ calarem a boca quando falavam dela.

— Eu não queria que ninguém soubesse dos meus sentimentos em relação a ela.

— E por quê?

— Ela já tem problemas demais com Afrodite.

— Ah, e tudo volta para Afrodite. Cara, esquece ela. Garanto que a Zoey sabe se cuidar. Sério, Erik, não deixe mais Afrodite controlar a sua vida, e com sorte a do resto do pessoal.

— Você tem razão, Drew, aliás, como sempre. Tente falar com Stevie Rae, ela vai ver o cara legal que você é.

— Valeu, Erik, mas primeiro tenho que pensar no que vou dizer a ela, no que vou vestir pra falar com ela, no que...

Não prestei mais atenção no que ele dizia. Sua obsessão com aquela garotinha Okie era irritante. Por isso o deixei falando até chegarmos à aula de espanhol da professora Garmy.


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Notas finais do capítulo

Gente, para aqueles que querem conferir o que vai acontecer adiante, deixo uma palhinha do próximo capítulo:
Calmamente fui andando pelo corredor e revisando o conteúdo do monólogo que havia escolhido, passando de palavra a palavra.Os monólogos eram aparentemente intimidantes, mas não pra mim, eles eram uma forma de expressar meus sentimentos e esquecer, pelo menos por um tempo, a confusão que era minha vida. Com eles me sentia confiante e forte e com capacidade de enfrentar qualquer coisa.Porém quando cheguei à porta da sala, tive um leve choque. Dentro da sala, sentada em uma das carteiras, estava Zoey Redbird.
Espero que gostem e deixem Reviews!



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