Marcada Por Erik Night escrita por Roberta Matzenbacher


Capítulo 4
Capítulo quatro


Notas iniciais do capítulo

Estou muito feliz com os Reviews, vocês me motivam a escrever, juro.Só vou deixar um aviso:Como essa é uma Fic com muitas falas de garotos, bem, são garotos, certas falas são idiotas, não pude modificar pra ficar um pouco melhor.Mas eu espero que vocês me entendam e concordem comigo.Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/209488/chapter/4

O jantar não foi como sempre costumava ser. Claro que nada de muito estranho aconteceu, mas o clima do salão estava diferente, as conversas e murmurinhos gerais giravam em torno da garota nova e sua estranha tatuagem completa. Eu já ouvira o suficiente por aquela noite e procurava ignorar os comentários maldosos. Para mim eram um bando de invejosos sem nada de melhor para fazer.

Eu estava com meus amigos na nossa mesa de sempre, que era bem afastada das demais, em um canto do salão. Gostávamos bastante daquele local, pois podíamos ver tudo, só que quase ninguém olhava para cá. Era perfeito. E para minha completa sorte, mais uma vez se encaixara perfeitamente nos meus requisitos: nossa mesa ficava em um ângulo perfeito onde, de longe, podíamos admirar Zoey Redbird. Bem... Somente eu a admirava, porém em segredo; Cole e TJ babavam, literalmente.

– Como uma garota consegue ser tão gostosa? – Perguntou Cole enquanto colocava a mão sobre o queixo e suspirava dramaticamente. Eu revirei os olhos.

– Eu não acho tanto assim, não. – Disse Drew com uma careta de espanto. Cole e TJ o encararam embasbacados, mal acreditando em suas palavras. Eu acabei gargalhando de suas bocas abertas.

– Como não? – Indagou TJ incrédulo. – Drew, definitivamente você não sabe como apreciar uma obra divina! Nyx certamente deu uma mãozinha aqui. – Ele olhou para cima, estendendo suas mãos em forma de prece. – Obrigada, Deusa. – Todos gargalharam feito loucos, menos eu. Na verdade, sentia minha carranca se formando lentamente.

Não estava gostando nenhum pouco do jeito que meus amigos falavam dela, era estúpido e infantil. Bem, não que eu não fosse estúpido, também, mas era da Zoey que eles estavam falando. E eu não me agradei nadinha com isso.

Antes de sequer pensar, ou poder fechar minha boca, disse irritado:

– Gente, deixem de ser tão superficiais! Vocês parecem uns idiotas falando coisas assim. Tudo bem que a garota é bonita e tudo o mais, mas isso não é o mais importante.

– Muito bem Erik! Dessa maneira, você supre minhas expectativas de que pelo menos um homem deste planeta não pense em nós, mulheres, apenas como meros pedaços de carne. – Uma voz suave e com um carregado sotaque texano, que eu reconheceria em qualquer lugar, proferiu atrás de mim. E, assim que foi ouvida, todos pularam em suas próprias cadeiras.

Suas expressões eram parecidas: o nervosismo, palpável.

Rindo internamente pelo meu pequeno momento de glória, virei-me até ficar de frente para a bela vampira. Ela estava séria, mas sorriu docemente assim que me viu.

– Olá, professora Nolan! Fico muito feliz em ajudá-la a colocar algum senso na cabeça desses palermas. – Todos me olharam completamente descrentes. Ela riu suavemente, sua expressão suavizando-se aos poucos.

Nolan era a minha professora favorita na House of Night. Além de ela ser muito bonita: com seus cabelos e olhos de um tom castanho profundo, possuía um jeito espontâneo e alegre que me fazia admirá-la brandamente. E, embora ela não tivesse uma presença tão marcante como outros vampiros adultos – como, por exemplo, nossa Alta Sacerdotisa, Neferet – ela tinha uma energia diferenciada que a deixava mais bonita e cativante.

Eu esperava ser tão bom como ela algum dia.

– Olá, Erik! Eu gostaria de lhe pedir um favor, se você não se importar, é claro. Porque, infelizmente, precisará faltar uma de suas aulas.

– Não tem problema nenhum. – Respondi rapidamente.

Há! Eu sei exatamente o que você deve estar pensando nesse momento. Mas não vá achando que eu sou um daqueles caras que fazem de tudo para matar aula, porque eu não sou. Absolutamente não!

Aqui na House of Night, as aulas vão além de qualquer coisa que se possa imaginar. Elas são divertidas, diferenciadas e acontecem de acordo com as capacidades de cada aluno. Você pode escolher a maioria das matérias, que não possuem nada de álgebra ou funções orgânicas... Na verdade, até cheguei a me assustar quando me mudei para cá, estava tão acostumado com matérias normais inúteis que, ao me deparar com o mundo vampiro, surpreendi-me. E não é como se você pudesse simplesmente cabular alguma aula. Todos os vampiros adultos – que passaram pelos quatro anos de transformação e têm suas tatuagens completas e expandidas – possuem uma estranha capacidade psíquica que os permite saber se estamos mentindo ou não. Automaticamente, se estamos aprontando ou não.

E acredite, não é nada legal ser pego cometendo alguma infração.

– Amanhã, eu trabalharei monólogos com os terceiranistas. E acho que uma boa demonstração de como se faz um iria os motivar! – Ela estava exalando animação. – É bem diferente de quando analisamos a matéria em livros, sabe? De repente eles ficam ainda mais empolgados com esse estilo de teatro. Foi quando pensei em você, Erik. Sinceramente, tenho certeza de que os meus alunos gostarão muito se virem uma apresentação sua.

– Puxa, professora Nolan, seria uma honra apresentar um monólogo para sua turma. – Eu disse com sinceridade. Receber um elogio da pessoa que você tanto admira é, realmente, uma ótima sensação.

– Perfeito! Ah, e me desculpe por avisá-lo somente agora, mas é porque eu realmente não tive tempo mais cedo. E se quiser pode escolher qualquer monólogo que já saiba de cor, não precisa ser um muito complexo. Na verdade, pode ser até mesmo o que apresentou nas finais em Londres. É o meu favorito, e tenho certeza de que eles irão adorar!

– Claro, pode deixar. – Respondi com um sorriso.

– Obrigada, Erik. Nos vemos amanhã, boa noite. – Então ela se virou para os garotos e disse: – E quanto a vocês, meninos, espero que sejam mais sábios ao falar de garotas da próxima vez. – Com uma expressão de advertência, ela se afastou.

– Até mais, professora. – Dissemos todos juntos.

Seria uma honra apresentar um monólogo para sua turma. – Cole imitou o que eu falei anteriormente assim que Nolan saiu de vista, colocando a mão sobre o peito e fazendo uma imitação muito ruim. Os outros começaram a gargalhar.

– Mas que babaca! A professora Nolan tem razão mesmo. E não só por falar de garotas. – Murmurou Drew balançando a cabeça com desgosto. – E, falando em monólogos, Erik. O que você pensa em apresentar para os terceiro-formandos?

– Sei lá, tenho muitos monólogos que eu já sei de cor, basta escolher qualquer um deles. – Respondi sem muita emoção.

Drew abria a boca para falar algo, quando Thor o interrompeu:

– Parece que Afrodite achou alguém novo para atormentar.

– O quê? – Perguntei sem entender o que ele queria dizer.

– Olha ali. – E apontou o dedo na direção da mesa onde Zoey estava sentada com seu grupo de amigos.

Apavorado, percebi a presença de Afrodite, parada logo ao lado dela com na companhia de suas duas escudeiras fiéis, Deino e Enyo. Sinceramente, as três pareciam ridículas demais ali, mas eu não sabia quais suas exatas intenções com o grupo de Zoey. Por isso, fiquei tenso, apenas esperando em silêncio para poder ouvir o que ela diria.

– Olá, Zoey. Bom ver você tão cedo. – Afrodite falou alto o suficiente para todos no salão poderem escutar.

E foi exatamente o que aconteceu: os calouros pararam com suas conversas e viraram na direção da mesa de Zoey bem depressa, a fim de não perderem nada. Bando de fofoqueiros.

– Será que ela vai arrumar uma briga? – Perguntou Drew, evidentemente preocupado.

– Eu iria adorar se isso acontecesse, seria demais... – Cole estava com um sorrisinho.

– Será que dá para calarem as malditas bocas? – Interrompeu TJ.

Todos se calaram imediatamente e começaram a ouvir.

Zoey e seus amigos aparentemente não esperavam a presença de Afrodite ali, pois pularam levemente surpresos. Eu sabia como Zoey devia se sentir naquele momento: como aluna nova, ela já estava muito assustada, porém, para piorar a situação, Afrodite – seguida de perto por suas guarda-costas ridículas – estava tentando fazê-la se sentir pior.

– Olá, Afrodite. – Zoey respondeu calmamente.

Chocado, percebi que pelo tom de voz de Zoey, ela e Afrodite já deviam ter se falado mais cedo. Será que Afrodite havia confrontado ela? Balancei a cabeça, desnorteado. Claro que não, isso era impossível! Afinal, ela era a líder das Filhas e Filhos das Trevas, não podia sair provocando e humilhando as pessoas assim, sem nem conhecê-las.

Bem... Lembrando de como Afrodite realmente era, eu não me espantaria tanto se Zoey já estivesse morrendo de medo.

– Espero não estar interrompendo nada. – Falou Afrodite, esbanjando um sorriso muito falso.

– Você não está. Só estávamos discutindo o lixo que precisa ser retirado hoje à noite. – Interrompeu uma garota loira, de repente. Ela estava obviamente com muita raiva e encarava Afrodite com uma expressão de ódio mortal. Eu achava que seu nome era Erin. Erin alguma coisa com Be... Ba... Bates. Sim! Erin Bates era o nome dela.

– Bem, você certamente deve saber tudo sobre isso. – Respondeu secamente Afrodite, num tom de puro desprezo. Virando suas costas para a garota, que parecia querer voar no pescoço dela, ela se voltou para Zoey. – Zoey, eu deveria ter dito algo para você mais cedo, mas eu acho que eu esqueci. Eu queria te dar um convite para você se juntar às Filhas e Filhos das Trevas no nosso privado Ritual de Lua Cheia amanha à noite. Eu sei que é raro para alguém que não está aqui a tempo o bastante participar do ritual tão rapidamente, mas sua Marca mostra claramente que você é... Bem, diferente da maioria dos calouros. – Não me escapou a cara de inveja dela ao ter de dizer isso – Eu já falei com Neferet, e ela concorda que seria bom pra você se juntar a nós. Eu te dou os detalhes mais tarde, quando você não estiver tão ocupada com... Uh... Lixo.

Assim que Afrodite saiu, os calouros começaram a sussurrar baixinho sobre a recente e muito boa fofoca. Eu mesmo achara muito estranho esse convite para Zoey se juntar ao Ritual de Lua Cheia.

– Zoey no Ritual de Lua Cheia? – Cantarolou Cole, com um sorriso enorme se abrindo no rosto. – Já estamos no céu sem saber, meus amigos.

– Eu acho que Afrodite está aprontando alguma coisa. Ela nunca é tão boazinha assim. Sem ofensas, Erik. – Disse Drew.

– Tudo bem. Não me ofendi – Respondi simplesmente.

– Ah, qual é, cara! – Murmurou Keith, franzindo o cenho para Drew. – Por que sempre tem de haver alguma coisa? Deixe para lá, pode até ser que Afrodite esteja sendo legal com a novata, de repente.

Todos encaramos Keith como se ele tivesse acabado de dizer que falou com Alienígenas.

– Não sei não, Keith. Como Drew falou mais cedo, Afrodite nunca é tão boazinha assim, principalmente quando esse alguém a... – Segurei-me à tempo. Merda! Quase deixei escapar o incidente do corredor. Quando esse alguém aparece de repente e nos pega fazendo certas coisas. Eu ia dizer. Por sorte Thor me interrompeu na hora.

– Principalmente quando a novata tem uma estranha Marca preenchida que faz todos olharem para ela. Eu concordo com Drew. Aí tem coisa, com certeza, cara.

Bocejei, de repente com sono e muito cansado. Falar em Afrodite me causa esse tipo de reação recentemente. Decidi deixá-los falando da estranha antipatia de Afrodite em relação à Zoey enquanto eu ia para o meu quarto escolher um monólogo para a apresentação do dia seguinte.

– Gente, estou indo para o meu quarto. Vou ver se acho um monólogo interessante para apresentar amanhã. – Disse já me levantando.

– Claro. – Murmuraram juntos. – Até mais.

Caminhei calmamente pelo campus, sem pensar em nada. Não tinha pressa em chegar ao meu quarto, realmente. Apreciei a vista das lindas árvores e paredes de pedra até que avistei ao longe o dormitório masculino. Quase ninguém estava à vista no primeiro andar, afinal o horário do jantar ainda não acabara, por isso, peguei uma coca cola e subi para o meu quarto. Ainda escovei os dentes e coloquei meus pijamas. Rapidamente, joguei-me na cama com meu livro favorito de monólogos e comecei a folhear suas várias páginas, que continham monólogos de diferentes estilos e formas.

Eu buscava um que expressasse meus sentimentos. Eles eram tão confusos: de um lado havia Afrodite, que era uma vaca sem escrúpulos, mas que já despertara em mim sensações variadas, tanto físicas quanto sentimentais. E também havia Zoey, a novata que em dois segundos me fez sentir algo completamente diferente. Algo que eu achei já ter sentido, mas que foi muito mais forte do que um dia sequer pude imaginar.

Porém, nada disso se encontrava no livro de monólogos, é claro. Fazendo-me escolher o primeiro que vi. Com certeza a professora Nolan iria gostar desse: ele falava de um rapaz que trabalhava no campo e sonhava em um dia sair de lá para encontrar um lugar melhor.

Não era um dos melhores monólogos que eu havia apresentado, mas não estava a fim de apresentar nada muito romântico ou alegrem – como ela me pedira – não estava no clima para isso.

Com o monólogo escolhido, finalmente pude apagar as luzes e dormir um sono leve, sem sonhos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Marcada Por Erik Night" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.