Marcada Por Erik Night escrita por Roberta Matzenbacher


Capítulo 2
Capítulo dois


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai mais um capítulo, com as cenas picantes de Afrodite...
Boa leitura.



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O local onde Afrodite queria me encontrar era um corredor que ficava afastado da área principal da escola. Ele tinha um espaço estreito e mal iluminado por pequenas tochas de metal. Não que isso nos impedisse de enxergar, pois possuíamos olhos sensíveis à visão noturna. Mas, ainda assim, muitos calouros o usavam para dar uns amassos sem serem pegos pelos vampiros adultos.

Como eu já esperava, Afrodite estava parada em uma posição que qualquer cara acharia extremamente sexy contra a parede do corredor. Seus cabelos louros estavam soltos e perfeitamente escovados para trás das costas; ela admirava suas unhas pintadas com impaciência, provavelmente me esperando há algum tempo, e usava uma saia curta que mostrava o quão perfeitas suas pernas realmente eram. Além, é claro, de um decote bem avantajado, revelando seios maravilhosos. Gemi em impaciência. Será que ela não poderia ser mais óbvia?

Meus sapatos fizeram barulho ao me aproximar e ela rapidamente ergueu o rosto na direção do som, sorrindo amplamente ao notar quem realmente era. Desencostou-se da parede e deu alguns passos até me encontrar no meio do caminho.

– Erik! Eu pensei que você não viria mais. Estava demorando muito para chegar. – Ela tentou me abraçar, mas eu peguei seus braços e calmamente a afastei de mim. Afinal, não queria machucá-la.

E também nenhum tipo de tentação.

– Afrodite, nós precisamos conversar. – Eu disse.

– Ah, claro, mas será que pode ser mais tarde? Eu estava pensando em não falarmos. – Ela respondeu.

Afrodite agarrou meus ombros e me empurrou contra a parede de pedras, aproximando-se lentamente com seu sorriso comedor de homens – o mais tentador – e me deu um beijo casto nos lábios, descendo em seguida para meu pescoço. Ali, ela deu mordidinhas leves, irritando minha pele e me enviando doces calafrios. Eu sabia exatamente o que ela tentaria fazer e o quão difícil seria impedi-la.

– Afrodite, por favor. Quer parar com isso? Eu vim até aqui para podermos conversar civilizadamente. Quero pôr um fim a tudo isso e te fazer entender que nosso relacionamento acabou, e que você está livre para conhecer outras pessoas.

– Não seja bobo. Eu não quero outras pessoas... – Seu hálito fazia cócegas em meu pescoço. – Eu só quero você.

Ri de sua insistência. Eu sabia que seria complicado.

– Mas eu não quero você, Afrodite. Pelo menos não mais.

– Está me rejeitando, depois de tudo pelo qual passamos? Você é louco? Nunca nos separaremos, fomos feitos um para o outro e você sabe. Não adianta negar, Erik. Eu te conheço, e essa sua reação é só uma defesa para os sentimentos confusos que você está tendo. Mas é normal. – Ela fez uma pequena pausa, olhando para baixo, em direção a minha calça jeans. – Agora... Que tal a gente encerrar essa conversa e fazer o que realmente interessa?

Ela não esperou por uma resposta, simplesmente se ajoelhou aos meus pés. Antes mesmo de eu poder impedi-la. Droga!

Segurei o cós da minha calça rente ao meu corpo, impedindo-a de tocá-lo. Ela me olhou com irritação.

– Que tal você parar de tentar ser um santinho, que você não é, e me ajudar aqui, hein? Eu sei o quanto você adora isso, nem venha me dizer que não quer agora.

– Não, Afrodite! Eu não quero que você faça nada disso. Acho que já te falei antes, mas eu não me importo em repetir: vim aqui somente para deixar ainda mais claro que entre você e eu não haverá mais nada. Ouviu o que eu acabei de dizer? N-A-D-A.

– Ah, e você pensa que pode me chutar assim, sem mais nem menos? Depois de tudo pelo qual passamos? Não, Erik, você não tem esse direito. E como quer terminar se ainda derrete todo por mim? – Ela deu uma risada sarcástica. – Você sabe que sempre estaremos juntos, não importa o que aconteça.

E, com isso, tirou minhas mãos do caminho e começou a tentar abrir o zíper da minha calça apressadamente. Minha raiva pulsou fortemente sob o peito.

– Pare! – Eu gritei. Desespero fluindo de minhas palavras loucamente. Já não sabia mais se conseguiria controlar minhas forças. Resistir a Afrodite era quase impossível. Eu realmente gostei dela no passado, e do que fazíamos juntos. Mas foram suas atitudes hipócritas que a deixaram patética e abriram meus olhos para o pior nela.

Nem o melhor sexo do mundo me faria mudar de ideia.

– Você realmente não quer que eu pare. – Ela ainda insistia.

– Sim, eu quero. – Falei entre dentes. – Levanta!

– Você gosta, eu sei que você gosta. Assim como você sabe que ainda me quer. – Para minha total surpresa, sua frase não surtiu o efeito esperado. Na verdade, ela parecia completamente desesperada.

Um dia, essa voz sexy que estava usando havia me atraído de volta para ela, mas eu já não a suportava mais. As suas atitudes controladoras, mimadas e egoístas – que faziam juiz ao apelido ganho pelos outros calouros da House of Night: bruxa do inferno – agora faziam total sentido. Senti-me um completo estúpido por somente agora perceber o quão horrível ela era.

Como última tentativa desesperada ela passou as unhas pelo jeans da minha calça, rasgando minha pele no processo. Sangue começou a escorrer do ferimento em minha coxa. Não! Eu sabia exatamente o que ela tentaria fazer e o quão difícil seria resistir.

– Não! – Surtei. Agora era eu quem estava desesperado para a tirar dali.

Agarrei seus ombros com ambas as mãos e tentei afastá-la de mim. Porém, ela pensou que eu a estivesse incentivando. Maldita.

– Oh, parou de fingir? – Ela riu novamente, um som sarcástico e maldoso. – Você sabe que sempre ficaremos juntos. – Ela repetia a mesma frase como se fosse algum tipo de mantra esquisito.

E com sua língua ela lambeu o sangue que escorria da minha perna.

A saliva dos vampiros e calouros possui estimulantes que estancam ou influem o sangue. Era um forte atrativo sexual, também, pois as endorfinas contidas ali eram semelhantes a sensação de um orgasmo. E assim que a senti em meu sistema, recebi o golpe doloroso e imediato de prazer. Porém, eu não podia desistir de tentar afastá-la. Continuei com as mãos em seus ombros tentando quase inutilmente tirá-la do meu caminho.

– Pare com isso! Eu não quero machucar você, mas você realmente está começando a me irritar. Por que você não consegue entender? Não vamos mais fazer isso. Eu não quero você.

– Você me quer! Você sempre me quis. – Com essa frase, ela abriu o zíper da minha calça.

Passei a travar uma batalha interna a partir daquele momento: uma parte de mim não resistia a ela, e lembrava claramente da época em que tudo era mais fácil, onde estávamos mais ligados; já a outra, esquecera-se totalmente da paixão e repelia Afrodite como se ela possuísse uma doença.

Eu realmente não sabia mais o que fazer. Respirando com dificuldade, olhei para o lado em busca de ar.

Foi quando a vi.

Seus olhos capturaram os meus instantaneamente e eu não pude mais os desviar, como se de repente estivéssemos conectados por uma força estranha. Não conseguia ver outra coisa a não ser seus profundos olhos. Podia sentir seu toque, também, mesmo que de longe.

Afrodite pareceu desaparecer, tudo desapareceu. Havia apenas eu e a novata naquele lugar... Ou será que ela era uma vampira adulta? Sua marca era diferente das que eu estava acostumado a ver em novatos: a lua crescente em sua testa era totalmente preenchida em azul safira, ao invés do simples contorno habitual. Mas não era possível! Ela não aparentava ser mais velha do que eu. A forma como seus olhos estavam assustados me indicou que ela sentia medo. Será que estava perdida, de alguma forma?

Não, seu idiota! Uma voz irritante soou no fundo de minha mente. Não vê que ela está em choque pela sua cena nada atraente com Afrodite?

Eu não dei ouvidos a ela.

Estava mais concentrado na beleza da criatura que estava a poucos metros afastada de mim. Seus traços eram fortes e rígidos, de uma maneira exótica e extremamente atrativa. Era estranho, pois, de repente, estávamos só eu e ela no corredor...

– Você não me quer? Não é o que parece. – A terrível voz de Afrodite quebrou a conexão com a garota, fazendo-a se afastar um pouco. Eu não queria que ela fosse, fiquei intrigado por ela, queria descobrir porque sua marca estava daquele jeito.

– Não! – Dessa vez falei diretamente com a caloura, pois eu não queria que ela tivesse essa impressão distorcida e errada de mim. Tentei afastar Afrodite, mas ela estava apoiada na minha perna e não me soltou.

A novata tropeçou para trás, quebrando nosso contato visual.

– Não! – Gritei novamente e mais alto, para que ela soubesse que eu estava falando com ela.

Afrodite pareceu notar a mudança no meu tom de voz, pois levantou a cabeça e começou a olhar em volta, resmungando e xingando como um animal selvagem.

Foi quando a novata virou bruscamente e começou a correr na direção oposta.

Eu continuei encarando sua silhueta, até que ela sumiu por detrás das curvas do corredor. Suspirei exasperado. Quem era aquela garota? Ou eu a havia imaginado? Não podia ser, ela parecia tão real.

– Quem era aquela vadia que ousou nos interromper? – Disse Afrodite.

Eu a encarei com raiva. Se não fosse por causa dela eu poderia ter corrido atrás da novata e descoberto quem ela era. E a razão de sua marca estar preenchida... Aquilo ainda pulsava incessantemente em meus pensamentos.

– Interromper o que, Afrodite? Não iria acontecer nada. Você é quem teima em insistir com isso. Agora, levante-se, por favor. Antes que eu a jogue para longe.

Vendo que não conseguiria mais nada, ela, relutantemente, levantou-se e começou a andar de um lado para o outro na minha frente. Frustração e raiva eram perceptíveis em sua expressão.

– Isso é o que você pensa! Nós pertencemos um ao outro, você sabe disso, não tente negar. Cedo ou tarde você irá ceder, você sempre cede. – Com uma risada diabólica, ela se virou na mesma direção em que a garota correu minutos atrás e, jogando os cabelos de um modo superior, saiu andando pelo corredor.

Deixando-me sozinho, finalmente.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Ah, e deixem reviews *-*