Marcada Por Erik Night escrita por Roberta Matzenbacher


Capítulo 14
Capítulo quatorze


Notas iniciais do capítulo

Olá, como vão?Tenho que desabafar: descobri que tenho alguns leitores fantasmas que não comentam nos meus capítulos! E se essa carapuça serviu em você pessoa, sim você mesmo! Que sirva como ameaça.Sério gente, eu não mordo e com certeza irei adorar receber suas opiniões, mesmo que lembretes curtinhos tipo ~hey, estou aqui e li seu capítulo. Não custa, né? Na verdade só me deixam em plenas nuvens de alegria e pura felicidade...Antes que leiam devo dizer que o capítulo não está lá muito empolgante, mas ele tem uma informação crucial, isso é certo! E no próximo... Adivinhem? Há, encontro Zerik! Que beleza.Espero que gostem, fiz com muito carinho só para quem comentou. Sim, digo isso porque não conheço os invisíveis, hum!(¬¬ quem vê, até pensa, hehehe). Enfim...Boa leitura.



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Depois do pequeno incidente provocado por meu sonho, dormir foi praticamente impossível. Em primeiro lugar porque eu não queria voltar para cama, só a ideia mais vaga de rever aquilo em minha mente já me assustava; e em segundo, pois eu sabia que não adiantaria em nada tentar ao menos esquecer aquelas imagens tão reais e ter o resto da minha noite de sono tranquila.

O que não rolaria em hipótese alguma.

Por isso, decidi fazer algo que eu nunca esperei sequer cogitar em minha vida: estudar espanhol.

Eu andava realmente mal nessa matéria, nunca entendi exatamente como funcionavam aquelas colocações pronominais e verbos disso e daquilo outro e blá-blá-blá. Era realmente muito chato. Porém, eu precisava tirar boas notas, senão não passaria.

Comecei com o básico, desde o início do meu polígrafo, fazendo qualquer exercício que estivesse ali. Claro que com muita dificuldade no início, mas, conforme eu os resolvia, mais acostumado a eles eu ficava, e de repente comecei a entender de verdade o que eu estava fazendo. Passei aos poucos para os de médio nível e por último aos difíceis. Porém, uma rápida olhada no relógio me situou que eu tinha apenas mais vinte e sete minutos até a primeira aula.

Merda, eu estava atrasado.

Corri para o banheiro e fiz uma rápida higienização. Em seguida, vesti a primeira coisa que vi dentro do guarda-roupa e rapidamente passei a mão pelos cabelos, tentando fazê-los mais apresentáveis. Não deu muito certo, entretanto. Eles estavam tão amassados de um lado que foi necessário muito mais tempo do que eu esperava para ajeitá-los. Droga.

Quando me dei por satisfeito, desci rapidamente as escadas e me deparei com a cozinha praticamente vazia. O que era óbvio, considerando-se que faltavam apenas mais uns oito ou nove minutos até o início das aulas. Fiz um sanduíche simples e, enquanto corria para a aula, o comi com pressa. Não queria chegar atrasado novamente.

Por sorte, cheguei a tempo de sentar ao lado de Drew – que me olhava com uma expressão repreendedora – e ainda ouvi-lo reclamar que eu dormia demais. Mas isso não era nenhuma novidade, ao menos não naquela semana; ou melhor: a partir do momento em que meu olhar caiu sobre uma certa garota-problema.

– Drew, eu já disse que não estava dormindo! – Repeti pela centésima vez. – Eu estava fazendo o dever de espanhol.

– Ah, claro. E você, sinceramente, espera que eu acredite nisso? Conta outra, Erik. Você deve ter ficado a noite inteira acordado, pensando em como chamaria Zoey para sair. Acertei? – Ele viu minha cara carrancuda. – Cheguei perto, ao menos? – Implorou.

O pior é que ele estava mais frio do que gelo. Suspirei exasperado.

– Não, na verdade eu não fiquei a noite toda acordado. Eu realmente fui dormir àquela hora, sabe...? Quando disse que estava cansado.

– Tá, então por que acordou tão cedo para fazer exercícios de espanhol? E ainda está com essas olheiras pretas enormes na cara? Se tivesse de fato dormido, não pareceria um zumbi agora.

– Sei lá, acho que tive um sonho ruim, mas não me lembro dele direito. – De jeito nenhum eu contaria a Drew o que aconteceu durante a noite. – E ei, qual é?! Eu não sou assim tão imprestável. Eu posso estudar espanhol de vez em quando.

– Sei. – Foi sua única resposta antes de o sinal tocar e a professora Garmy entrar, o que silenciou nossa conversa imediatamente.

Ela passou, para a minha sorte, mais alguns exercícios parecidos com os que eu estava fazendo antes de a aula começar. Por isso, em menos de quinze minutos os meus já estavam concluídos. Quando cruzei os braços e me escorei na cadeira, Drew me deu uma olhadela rápida, curioso com a minha inesperada atitude. Sorri vitorioso para ele. Viu como eu não estava mentindo quando disse que estudara antes da aula? Queria dizer, mas me contive. Eu até o entendia, eu fazia tudo, menos estudar espanhol.

Depois de uns dois minutos, Drew suspirou alto e roubou a minha folha.

– Ei! – Reclamei sussurrando. – O que vai fazer?

– O que você acha que eu vou fazer? Copiar suas respostas. – Ele sussurrou de volta. – Pelo menos fez algo de útil na aula: me ajudou a passar em espanhol.

– Ah, claro. – Dei uma risadinha. – Pra quem não estudou hoje de manhã até que compreende bem a matéria, não acha?

– Há, há! Muito engraçado. Mas eu ainda acho que...

– Drew! Erik! Querem fazer o favor de ficar calados, sim? – Ralhou a professora Garmy.

– Desculpe. – Murmuramos ao mesmo tempo.

Depois daquilo não conversamos mais. Na verdade, Drew parecia tão entretido copiando minhas respostas que aparentemente esqueceu minha presença ali. Não que eu reclamasse, pois aproveitei seu silêncio para tirar um cochilo. Sério. Eu pus minha cabeça sob os braços cruzados em cima da mesa e dormi. Simples assim.

Não vi mais nada até Drew me dar um empurrão e dizer que tínhamos que ir para a próxima aula. Caramba, eu estava mais cansado do que imaginara.

– Erik, você está tão estranho ultimamente. – Drew disse assim que saímos da sala de espanhol. – É por causa de ontem? Se for, esquece isso, Afrodite é uma besta e você não deveria levá-la tão a sério. Já tem a Zoey para se preocupar, se ficar encanado com a outra também... Acho que você entendeu, não é?

– É, entendi. Mas não é nada. Juro. Na verdade, eu acho que só estou um pouco... – Parei a frase ao meio, tentando entender o que estava prestes a dizer. Eu me sentia como, triste, ansioso, com raiva? E por quê? Não deveria estar contente, ou sei lá... Animado? Afinal, tudo dera certo para mim: finalmente falara com Zoey e descobri que ela parecia sentir algo por mim e ainda, na mesma noite, dissera tudo o que vinha entalando na garganta a Afrodite. Já não era o suficiente para um cara se sentir nas nuvens?

Então, por que eu me sentia tão vazio?

– Você acha que está um pouco...? O que, chateado? Porque eu meio que te entendo e tudo o mais, mas... Não sei, você só não me parece muito bem, porém isso é normal. Eu acho.

– É. Ou talvez eu esteja só viajando mesmo. Não tenho motivos para fazer esse drama todo.

– Você está mesmo é precisando sair! Vamos lá, anime esse ânimo! Sair com a Zoey te fará bem, eu garanto. E veremos mais tarde se você continuará nesse baixo astral.

Gargalhei da cara animada que Drew fez.

– Talvez você tenha razão. Mas... Ela tem que aceitar primeiro.

– E quem não aceitaria sair com você? Qualquer garota baba pelo nosso Erik-garanhão!

Dei uma risada, mas ela não tinha tanto humor.

– Espero que tenha razão.

As conversas com Drew sempre me animavam um pouco. Eu estava subindo pelas paredes de ansiedade, pois da maneira como tudo ocorreu com Zoey noite passada, eu realmente não saberia dizer qual seria sua reação. Decidi que minha estranheza se dava pelo fato do sonho estranho que tivera e meu nervosismo. Isso! Nada demais, agora pare de ser um idiota, Erik!

Entramos na sala de feitiços e rituais e fomos em direção a Cole e TJ. Ambos tinham as expressões mais animadas que eu podia imaginar. Ficavam gesticulando fervorosamente, nos chamando em silêncio, como se possuíssem novidades muito quentes. Fiquei curioso.

– Por que estão assim tão empolgados, será que finalmente perderam a virgindade? – murmurei com uma risadinha. Drew ao meu lado gargalhou alto, assim como alguns calouros que ouviam nossa conversa.

– Nossa, Erik, você e suas piadinhas! Que engraçado. – reclamou TJ, emburrado.

– É porque você ainda não perdeu a virgindade, TJ. – disse Cole, entrando na brincadeira.

– Ei, cala a boca! – Respondeu rapidamente, cobrindo a boca de Cole e olhando nervosamente para os lados, mas ninguém tinha ouvido nada. Ele soltou um longo suspiro ao perceber isso. – A escola inteira não precisa ficar sabendo disso! – Defendeu-se TJ.

Gargalhamos por mais alguns minutos. Tanto, que fiquei com uma dor insuportável na barriga. Limpei as lágrimas do rosto com a palma da mão, procurando parar de rir, mas ao olharmos uns para os outros novamente e encarar a expressão exasperada de TJ nossa risada aumentou ainda mais.

– Já terminaram? – perguntou TJ depois de mais um tempo. – Ou vocês não querem ficar sabendo da novidade que eu tenho para vocês?

Estava prestes a perguntar do que ele estava falando, quando vi um movimento na porta.

Anastásia Lankford entrou na sala e começou a organizar sua mesa. Merda.

Calamos a boca imediatamente. TJ deu um sorriso triunfante. Maldito.

– Merry Meet a todos! – Cumprimentou. – Hoje trabalharemos com algumas ervas de purificação. Quero que encontrem em seus polígrafos as perfeitas plantas para essa atividade e façam pequenos grupos em seguida. Todos terão de me entregar uma pequena amostra de combinação dessas ervas, inclusive testá-las para vermos se surge algum efeito. Podem começar.

Reunimo-nos mais ainda em torno das pequenas classes. Cole pegou o polígrafo e começou a procurar as páginas que continham explicações sobre ervas de purificação. Eu fui para o canto da sala onde se localizava a pequena estufa e comecei a retirar dali algumas plantas que ele citava como as mais usadas em rituais antigos.

– Tá legal, pegue sálvia, pinho, eucalipto, lavanda... Acho que isso é o suficiente. – Coloquei todas empilhadas em meu braço e voltei para a mesa.

Espalhei-as delicadamente sobre a mesa, retirei o livro das mãos de Cole e passei os meus olhos sobre as páginas abertas. Era preciso um bastão de defumação também.

– Ah, não agüento mais de curiosidade! – Resmungou Drew, batendo fortemente sua mão na mesa. – Que tipo de novidade, TJ?

– Acho que isso interessa mais ao Erik do que a você, Drew. – Afirmou Cole, dando uma piscadela para mim, que estava pegando o tal bastão perto dali. – Já sabe do que estamos falando, não é?

Revirei os olhos, atirando o bastão com força em sua direção. Ele o pegou no ar a tempo – para meu desgosto.

– Tá, já sabemos que é sobre a Zoey! – Disse Drew. Quando eles não responderam ele deu um soco no braço de Cole. – Desembucha logo!

– Calma! Não arranque meu braço fora. Conte logo para eles, TJ!

TJ estava concentrado na tarefa de enrolar as ervas em volta do bastão, mas olhou para cima com um sorrisinho malicioso ao dizer:

– Eu ouvi mais cedo, na aula de equitação, que Zoey aceitou o convite para entrar para as Filhas das Trevas.

– Não é demais? – Perguntou animadamente Cole.

Paramos de respirar.

– O quê? – Eu perguntei, confuso demais para processar qualquer informação. Drew deu um assovio, arregalando os olhos.

– Nossa, não esperava por isso. – Afirmou.

– Eu achei que ela não fosse aceitar. – Revelei meus pensamentos.

Cole apenas me encarou.

– E eu achei que você ficaria mais feliz ao saber disso. Pense só: pelo menos você poderá falar mais com ela, na verdade é uma desculpa perfeita para chegar nela hoje.

Estava prestes a perguntar do que Cole estava falando quando entendi. O encontro. Eu teria de convidá-la. Merda, eu esquecera por um momento aquela tortura baseada em nervosismo na qual eu estava meia hora atrás. Maldito.

– Você é idiota? Não vê que Erik já está nervoso o suficiente? – Ralhou Drew, franzindo o cenho para Cole.

Porém, ao contrário do que esperávamos, ele gargalhou. Lancei um olhar suicida para Drew. Ele murmurou um desculpe nervosamente.

– Erik? Nervoso? Na mesma frase? – Debochou. – Conta outra, Drew. Erik não fica nervoso, as garotas é que ficam. Não é? Não é? – Ele nos escarou, perplexidade explícita em suas feições. Quando notou meu desconforto gargalhou mais uma vez. – Nossa! Nunca esperei ver esse dia, há, há, há! Erik nervosinho por falar com uma garota! Fala sério.

Para minha sorte, Anastásia nos chamou para demonstrar o que havíamos feito. TJ foi para frente da classe animadamente, assim como os demais representantes de cada grupo, e fez uma encenação elaborada para a classe, assim como explicou quais ervas usáramos. Eu e os demais alunos gargalhamos perante sua atitude, mas ele parecia tão focado que não nos deu atenção.

Quando o sinal para o fim daquela aula finalmente soou, despedi-me apressado dos meus amigos e literalmente corri para a aula de esgrima. Eu sentia que precisava dispersar um pouco minha cabeça, e nada melhor do que realizando uma boa atividade física.

Saí do banheiro vestido para o treino e encontrei Thor em meio a uma disputa fervorosa com Dragon. Havia uma pequena plateia ao redor de ambos – que estavam concentrados um no outro – urrando animadamente quando algum deles dava um golpe certeiro. Rapidamente me juntei a eles e observei a disputa, animação fluía em mim, e inveja também. Eu queria ser um pouco melhor em esgrima, mas era um zero à esquerda completo... Suspirei. Fazer o quê, não é? Cada um usa o que tem de melhor.

Dragon era relativamente mais baixo que Thor, mas ele não possuía seu apelido à toa. Além das tatuagens em forma de dragão que cobriam seu rosto, era um perfeito deus na arte das espadas: atento aos movimentos de seu oponente e mortal quando encontrava qualquer falha, por mínima que fosse, que acabaria por deixá-lo vencedor; meu amigo, por outro lado, também era um aluno muito bom. Ganhara diversas competições mundiais entre as House of Night e era praticamente imbatível. Algo muito emocionante, realmente.

Eu sabia que ambos treinavam assim porque as competições regionais se aproximavam. Por isso, depois de uma luta animada, cuja qual Thor saiu vencedor, Dragon nos mandou fazer duplas para treinarmos em um local mais afastado. Ironicamente, meu par era Anabelle, uma caloura morena e muito bonita, que quase ganhara de Thor nas seleções primárias.

Lógico que apanhei durante o restante da aula.

– OK, trégua! Desisto, eu não levo mesmo jeito para isso. – Disse depois de perder o que pareceu o vigésimo duelo. – Você não me dá nenhuma chance mesmo, não é?

Ela riu.

– Ah, se você não fosse tão ruim eu até que poderia facilitar um pouco mais. – Ela riu novamente. – Mas um dia você aprende, Erik.

Dessa vez, quem gargalhou fui eu.

– Duvido muito disso.

O restante das aulas foi tranqüilo depois disso. Porém, eu iria ganhar alguns hematomas a mais como lembrança de Anabelle. Para adicionar a minha coleção particular. Ri sozinho com o pensamento e uma garota me encarou como se eu fosse louco. Balancei a cabeça para ela e continuei andando até o salão para o almoço. Onde eu finalmente convidaria Zoey para sair.


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Notas finais do capítulo

Mais um lembrete: eu não mordo, viu???? A fic está na reta final, façam seus comentários ou recomendações o quanto antes!Espero que tenham gostado.
Beijinhos,
Roberta Matzenbacher.