Marcada Por Erik Night escrita por Roberta Matzenbacher


Capítulo 13
Capítulo treze


Notas iniciais do capítulo

Um grande olá para todas as minhas divas que mandaram fofos reviews!Sim, estou muito feliz por terem esperado tanto tempo. E quero agradecer muito, também, porque sem vocês já teria desistido numa boa de escrever. Sei que algumas pessoas concordaram comigo quanto ao declínio de HoN, mas vocês não acham que isso altera a emoção de quem escreve fanfics, como eu, por exemplo? Tenho que me empenhar ao máximo para não deixar ela chata, porque é assim que eu me sinto várias vezes.Enfim... Como prometido, não demorou nada, nada para um capítulo novo. Viram como eu cumpro minhas promessas? haha. Só quero dar um avisinho, espero que não fiquem muito chocadas: teremos uma cena meio... Como posso dizer...? Quente?! Acho que é isso. Mas o que exatamente é só lendo para descobrir. ~perversa.Como disse antes, não se choquem, e não me abandonem também! Eu estou super envergonhada em ter de postar esse capítulo.Espero muito que gostem.



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Assim que me afastei o suficiente do dormitório das garotas dei uma breve espiada para trás, como se eu não conseguisse controlar minha vontade quase insana de vê-la só uma vez mais.

Zoey não estava à vista, é claro, ela já tinha subido as escadas e há essa hora devia estar em seu quarto, mas mesmo assim era como se eu pudesse enxergá-la na minha frente, corando enquanto eu beijava seu pulso latejante. Ok, beijar não foi a única coisa que eu fiz, aliás, eu a mordi e lambi também... Mas ainda assim aquela maravilhosa sensação custou a sair de meus lábios por um longo tempo – não que eu reclamasse desse fato.

E é claro que eu queria ter feito muito mais do que apenas beijar sua mão, mas eu tinha esperanças de conseguir isso aos poucos e com calma. Da maneira certa. Ela estava tão perdida e tristonha àquela noite que eu pareceria um idiota insensível se fizesse o que minha mente pervertida estava ordenando.

Não, eu havia agido da maneira certa – ou assim eu esperava – e ansiava por falar com ela novamente. Eu só teria que decidir quando e... Bem, como.

Antes que eu enlouquecesse como Drew, com toda a sua estranha fixação por Stevie Rae, passei rapidamente pela House of Night em direção à sala de recreações e, ao contrário do que eu pensava, ela estava praticamente lotada. Ninguém havia dado um passo para voltar aos dormitórios.

– Erik! – Gritou Afrodite – Que bom que voltou. Como está Zoey?

Eu não podia acreditar que ela era tão cínica a ponto de dizer uma coisa como essa.

Virei-me em sua direção devagar. Creio que minha expressão não era das mais amigáveis, pois ela perceptivelmente recuou quando a fuzilei com o olhar.

– Não sei, Afrodite. Por que não pergunta à ela? – Tentei manter meu sorriso de escárnio, mas ele evaporava gradativamente conforme eu fitava sua expressão de pesar fingido – Oh, esqueci, foi você a responsável por toda a confusão, não é mesmo?

– Erik, o que está dizendo? Eu não acredito que depois de tudo o que eu fiz ainda terei de ouvir seu discursinho estúpido sobre Ah, Afrodite, não vamos maltratar a coitadinha da Zoey! Já chega disso! Ela não é o que vocês todos pensam. Será que só eu vejo isso?

Eu não conseguia mais aguentar ter de olhar para a cara dela. Eu me afastei e comecei a gargalhar, mas com vontade. Não estava acreditando no que meus ouvidos insistiam em ouvir. O momento de falsa diversão não durou muito, entretanto.

– Você tem mais coragem do que eu pensei a princípio, Afrodite. Ou seria falta total de noção? Eu não sei qual delas exatamente, talvez as duas. Você mal conhece Zoey para dizer como ela é de verdade! – a essa altura eu já estava praticamente berrando. – Ao contrário do que todos já estão cansados de saber sobre você! Eu sabia que era mimada, mesquinha e arrogante, mas nunca imaginei que pudesse ser tão baixa e mentirosa. E quer saber? Eu só não peço para sair desse grupinho idiota agora mesmo porque não sei se a Zoey vai aceitar ficar aqui ou não. E ah, se caso ela negar, eu vou embora em menos de um segundo. Não precisa nem perguntar, pois já saberá a resposta.

Assim que terminei as palavras um silêncio muito desconfortável se alastrou pelo salão. Todos encaravam a mim e a Afrodite, pasmos, aparentemente sem saber o que fazer. Eu não estava me ligando muito nisso, queria apenas dar o fora dali o mais rapidamente possível e, com sorte, de estômago cheio. Afinal, eu mal havia comido no jantar.

Porém, uma olhada para a mesa recheada de comida me deixou com o estômago embrulhado. É, eu não iria ficar ali nem mesmo para comer.

Virei às costas para ela e me dirigi novamente para a saída, recebendo com alívio o ar fresco do início da manhã. Dirigi-me direto para o prédio central, andando a passos largos e compassados. Eu falaria com Neferet o mais rápido possível. A cena de hoje foi a gota d’água que faltava para meu copo derramar, Afrodite não tinha mais nenhuma condição de liderar as Filhas e Filhos das Trevas.

Eu mal sentia o vento ou a paisagem enquanto praticamente corria para o norte, tampouco meu bom humor de minutos atrás. Minhas pernas longas me ajudavam nas passadas ritmadas, também, e em segundos eu alcançava metros contínuos e passava como um raio pelo campus, minha visão embaçada pela raiva. Eu não conseguia nem pensar com clareza.

Por que eu havia voltado para lá, afinal? Eu deveria ter adivinhado que todos estariam esperando por explicações sobre mim e Zoey, ou, principalmente, sobre Zoey.

Acho que eu estava mesmo é com tudo o que vinha engolindo durantes esses meses entalado na garganta, pronto para ser cuspido na cara de alguém que, por acaso, olhou-me com a expressão mais falsa e cínica possível e provocou o estopim para minha explosão.

E, mais uma vez, eu dava graças a Deusa por me ter feito abrir os olhos a tempo de enxergar logo com quem eu realmente estava me relacionando e de procurar uma garota que com sorte eu esperava ser o oposto de Afrodite. Eu sabia muito bem que de fato havia outra aparentemente melhor. Outra que não parecia ser tão maliciosa e mesquinha, outra cuja beleza era serena e parva, e não fútil e vulgar.

– Erik?! – Reconheci a voz que me chamava ao longe como sendo de Cole, mas não parei quando ele chamou outra vez. – Erik, espere!

Ele corria apressadamente atrás de mim e, quando finalmente me alcançou, fez uma longa pausa para respirar.

– Caramba, você anda rápido. Ainda mais quando está soltando fumacinha pelos ouvidos. – Tentou fazer graça, mas quando viu minha expressão carrancuda parou de rir imediatamente. – Desculpe, não quis ser tão insensível. Eu sei que Afrodite passou dos limites desta vez.

– Desta vez? Você está louco, Cole? Afrodite vem fazendo merda há um longo tempo e muito antes de Zoey aparecer. Na verdade, não foi só por ser ela a prejudicada no final, mas... O que Afrodite fez, não tem como passar por cima de algo assim, esquecer tudo ou fingir que nada aconteceu, como das outras vezes. Ela precisa ser punida. E rápido!

Cole me olhou com uma expressão preocupada e colocou a mão sobre meu ombro, em um sinal de amparo. Ou para tentar me refrear, eu não saberia dizer qual a diferença.

– Calma, Erik. Agindo dessa maneira você não ajudará ninguém. Está de cabeça quente e nervoso e, sabe como dizem por aí: a raiva nunca é uma boa conselheira.

Pensei um pouco sobre o que Cole acabara de dizer, procurando baixar a densa névoa de ódio que embaçava minha visão e me aturdia por completo. Eu precisava pensar melhor no que iria fazer antes de ferrar com tudo por causa de um ato descuidado.

Suspirei pesadamente, a exasperação fluía por meu sangue como um veneno.

– Eu sei, desculpe. Não posso fazer nada enquanto estou fora de mim, nisso você tem razão. Mas ainda acho que devíamos relatar o que aconteceu para Neferet. – Seu olhar me dizia que não considerava essa uma boa ideia. Revirei os olhos. – Quem sabe não poderemos pensar em algo melhor amanhã, então? E, já que não iremos mais relatar nada, que tal irmos até o dormitório? Eu não comi nada e estou morrendo de fome.

Ele suspirou aliviado devido a minha resposta mais sensata.

– Claro, podemos voltar, sim. E amanhã conversaremos todos juntos sobre falar com Neferet. – Assim que terminou a frase, Cole me olhou um pouco de lado, tentando conter um sorrisinho malicioso. Virei-me em direção ao dormitório e começamos a andar. Eu sabia que o que viria dele não seria nada bom. – Talvez possamos decidir o que fazer em relação à Zoey também...

– Ah, não! Você também não, Cole. Já não basta o Drew com suas suposições, agora você também vai começar a me encher o saco?

– Ah, que é isso, Erik! Todo mundo já sabe que você está gamadinho na Zoey, nem tente negar isso. Dá para perceber nos seus olhos, e você sempre baba que nem um cachorrinho quando ela está por perto.

Ele riu de sua própria piada. Reprimi o impulso de socar sua cara.

– Há, que engraçado. Pelo menos eu criei coragem e fui falar com ela, ao contrário de vocês que também ficavam babando, só que à distância.

Ele parou de rir imediatamente. Na verdade, nunca vi Cole com um olhar tão intenso na minha vida.

– Eu nunca daria em cima de uma garota pela qual meu melhor amigo estivesse a fim, Erik. Não faria algo assim com você.

Sua declaração repentina me chocou, e eu fiquei o encarando por um longo tempo, sem conseguir dizer uma única palavra. O que eu poderia falar depois disso? Que eu tinha um melhor amigo e tanto eu já sabia, mas agora... Caramba.

– Obrigado. – Disse por fim.

– Não há de quê. – Respondeu.

Continuamos conversando calmamente depois disso. Quando chegamos ao dormitório masculino atacamos a cozinha de uma vez, podia sentir meu humor de antes voltando aos poucos. Contei a Cole o que tinha acontecido e ele me xingou por não tê-la beijado de uma vez, mas eu me defendi, dizendo que não seria muito legal pressioná-la dessa maneira logo de cara. Por fim chegamos a um consenso de que eu esperaria a próxima vez, que seria logo.

– E não enrole a garota. Ela parece ser séria. – Ele disse novamente. Sério, eu já tinha parado de contar quando cheguei ao dez.

– Sem querer ser intrometido, mas... Quem parece ser séria? – Perguntou Drew, juntando-se a mim e a Cole na mesa. Logo depois, avistei TJ passando pela porta. Thor e Keith nos deram boa noite e foram para seus quartos dormir. Olhei para Drew a fim de responder, mas Cole foi mais rápido.

– Nossa ex-Zoey-gostosinha. Agora ela é todinha do Erik.

Drew gargalhou.

– O quê? – Perguntou TJ, sua cara demonstrava descrença. – Desde quando?

– Desde que eu fui atrás dela para conversarmos. Ou melhor, para eu tentar consolá-la pelo que Afrodite fez. – Olhei para Cole, franzindo a testa. – E ela não é todinha minha. Ainda não, pelo menos.

– Mas você quer que seja. – Drew falou. Não foi uma pergunta, mas mesmo assim respondi.

– Se eu tiver sorte, sim.

– Quem sabe você não a leva na nossa seção Star Wars? Se ela for uma total nerd como você vai aceitar na hora. E aí saberemos se ela é ou não tão pé no saco como Afrodite. – Falou Drew, colocando o dedo na boca e fingindo estar vomitando. Ele odiava Afrodite.

Senti meu sorriso se formando aos poucos.

– Não é que é uma boa ideia.

– Claro que é. – Disse Drew presunçoso.

– Tão modesto você. – Disse TJ, espichando as palavras sarcasticamente.

– Tá, mas então quando nos reuniremos? – Perguntei.

– Sei lá, que tal amanhã? E quem tiver algum compromisso terá de desencanar, porque uma oportunidade como essa para você, Erik, é quase única. – Disse Drew.

– Eu sei. Acho que pode ser amanhã, sim. Todos estão livres?

– Eu estou, com certeza. – Afirmou Cole. TJ só balançou a cabeça afirmativamente.

– E eu também. – Disse Drew. – Então, convide Zoey e nos reuniremos às oito horas, como sempre.

– Claro. – Disse me levantando e colocando os talheres no lava louças. – Mas, se não se importam, eu preciso dormir. Estou exausto.

– Aham. – Responderam. – Boa noite.

Fui andando calmamente até meu quarto e, assim que entrei, comecei a largar as roupas em qualquer lugar enquanto me dirigia ao banheiro, a fim de tomar banho. Demorei um pouco, as imagens de Zoey tomavam minha mente tão intensamente que eu mal podia respirar. Eu ansiava por vê-la novamente, falar com ela. E estava nervoso com o fato de convidá-la para um... Seria esse um encontro, quem sabe? Não. Meus amigos estariam comigo, como poderia ser um encontro?

Talvez eu os mandasse embora. O pensamento me animou. Sorri como um bobo enquanto vestia a calça do pijama e me atirava no colchão macio, dormindo pesadamente em menos de dois segundos.

Não que eu pudesse me livrar dos meus sonhos...

Eu estava no meio do círculo novamente. Todos que antes compunham o mesmo Ritual se encontravam envoltos por velas e incensos, porém dessa vez não era maconha e sim um cheiro familiar e doce, lembrava-me vagamente de já tê-lo sentido antes... Não recordava exatamente onde, tampouco importava quando, de repente, meus olhos captaram a presença de uma figura no meio do salão.

Ela dançava sensualmente conforme o balanço da música, seus quadris viravam-se de um lado para outro, podia sentir meus olhos presos em cada movimento perfeitamente articulado deles. Aos poucos, sua silhueta emergia das sombras e revelava cada vez mais seu corpo majestoso, coberto por um vestido em tom escarlate que cobria suas curvas e expunha um decote avantajado, mostrando os círculos macios e claros de seus seios. Longos cabelos negros voavam como cascatas ao redor de seu corpo e cobriam-lhe o rosto, mas eu já sabia com todas as minhas forças de quem se tratava a figura movendo-se a minha frente.

Não me lembrava de um dia ter estado tão hipnotizado como agora. Tudo a nossa volta pareceu sumir e, mais uma vez em tão pouco tempo, senti aquela estranha sensação de solidão ao redor do mundo. Como no corredor, éramos apenas eu e ela, mais ninguém. Eu queria me aproximar, poder tocar seu corpo e sentir com minhas próprias mãos qual era a profundidade de suas curvas. Eu queria beijá-la, cada centímetro dela, experimentar seu gosto em meus lábios famintos e sedentos.

Porém, não podia me mover, algo me prendia intensamente ao chão. Só me restava olhar fixamente para a mulher mais sensual que já vira na vida e apreciá-la fazendo seu espetáculo particular apenas para mim. É... Eu apreciava esse pensamento, ter Zoey apenas para mim e mais ninguém...

Eu quero... – Zoey exclamou. Subitamente, senti uma espécie estranha de déjà vu.

– Sim. – Respondi de imediato, sem conseguir me impedir de realizar qualquer coisa que ela ordenasse. – O que você quiser. Eu farei o que você quiser.

Agora eu me lembrava de onde aquelas palavras vinham. Logo após o Ritual, quando Heath estava com Zoey em cima do muro leste. Ele também ficara da mesma maneira que eu me encontrava agora, completamente rendido ao seu poder... Eu não podia evitar, somente faria de tudo para satisfazê-la.

Zoey se aproximou lentamente de onde eu me encontrava estagnado e sem palavras coerentes. Pude enxergar agora fracos traços de seu rosto, que eram de um desejo profundo e sem fim. Porém, seus olhos não se encontravam com os meus, ao contrário das outras vezes, eles encaravam fixamente um local em meu pescoço.

Curioso, toquei cuidadosamente a pele exposta e a senti úmida e viscosa. Eu estava sangrando.

Ofereci meus dedos molhados em sua direção.

– Você quer? – Perguntei.

Ela apenas balançou a cabeça devagar.

– Uhum. – Murmurou.

Passei-os calmamente em meus lábios.

– Venha pegar, então.

Sem perder mais tempo, Zoey supriu a distância quase inexistente entre nós e aproximou seu rosto calmamente do meu, lambendo o sangue de meus lábios entreabertos. Gemi.

– Mais? – Quis saber.

Novamente, ela balançou a cabeça.

Virei meu pescoço em sua direção e o ofereci de bom grado, para que ela fizesse o que bem queria. Eu estava tão excitado com o momento que nada mais importava, só pensava na sensação dos lábios de Zoey pressionados em minha pele enquanto sugava meu sangue.

Porém, ao contrário do que eu esperava, Zoey não foi diretamente em direção a ele. Ela segurou meu rosto com ambas as mãos e aproximou-me lentamente do seu, juntando os lábios em um biquinho encantador. Eu, ao invés, já não me aguentava em antecipação e a agarrei pela cintura, tomando seus lábios nos meus com tamanha força que minha intensidade me assustou, mas eu pouco me importava. Tudo no que eu conseguia pensar era em como eu havia esperado aquele momento chegar e finalmente estava com ela em meus braços e... Espere. Aquilo não era real, era?

Acordei sobressaltado.

A primeira coisa que passou por minha mente foi como eu queria que meu sonho acontecesse de verdade. Na vida real, e não em uma fantasia erótica criada pela minha mente pervertida.

A segunda foi que eu estava com uma ereção para lá de palpitante, ela parecia querer explodir para fora de minhas calças de pijama.

E, cara, eu precisava de um banho frio, urgentemente.


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Notas finais do capítulo

Uuuuuuui, quem acha o Erik um pervertido levante a mão! o/ o/ o/E aí, gentes, gostaram do capítulo? Ou acharam meio exagerado? Sei lá, eu estava meio inspirada ontem quando escrevi e apenas deixei rolar... Sabem como é, né? hahahahBeijinhos para todas vocês, e espero seus comentários mais tarde, viu!Roberta Matzenbacher.