The Careerists Games escrita por BrunaBarenco


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

~i come back~ Em algumas horas, um review. Que emocionante! Tá parei. Eu tenho problemas. O capítulo está maior hoje, eu acho.
Enfim. Por favor, deixe reviews. No capítulo 1 e no 2 também, de preferência, mas é pedir muito. DEIXE UM REVIEW e me faça feliz, por favor.



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De volta à praça, minha mãe me dá um abraço e coloca meu cabelo, agora solto, atrás da orelha:

-Boa sorte- ela diz, e se apressa para um bom lugar. Tenho a impressão que ela está mais nervosa do que eu, o que é compreensível. Depois que ela e meu pai se separaram eu sou praticamente sua única família. Ela não pode se dar ao luxo de me perder.

Caminho para o meu lugar na colheita. Desde a minha primeira, no ano retrasado, eu e Siller preferimos o canto mais distante do palco, mas esse ano sou arrastada para a frente. Perto dos membros da elite de outras idades. Todos na frente, fazendo caras de bravos, fortes e poderosos.

Nossa alegre representante da Capital, Nerfet, caminha com seus cabelos azuis para o centro do palco. Todos prendem a respiração:

-Feliz Jogos Vorazes, Distrito 1- ela enche a boca para falar Distrito 1, acho que para representantes de distritos mais pobres sentirem inveja dela-  Agora, vamos sortear mais um incrível tributo feminino!

Ela enfia sua mão com unhas artificiais dentro da bola de vidro que contém nossos nomes. Eu peço que não seja eu. Que não seja eu.

Nerfet escolhe um papelzinho, bem lá no fundo:

-Ah, sim!- ela diz animada. Nerfet conhece todo nós do treinamento. Eu penso “que não seja eu”. Mas não sou tão sortuda assim- Diana Baren.

O que se segue é uma confusão. Siller grita atrás de mim:

-Roubo! Isso foi roubo, só porque eles queriam que você fos...

E então o coro comandado por Marvel:

-Rainha das Facas! Rainha das Facas! Rainha das Facas!- e em pouco tempo todos na praça estavam gritando e batendo palmas.

Bem, mesmo nunca querendo ir, somos treinados para esse momento. Sem derramar uma lágrima. Sorrindo. No palco, Nerfet diz, usando um microfone mais potente porque ainda estão gritando “Rainha das Facas”:

-Muito bem, muito bem. Acho que eu não preciso pedir aplausos, certo?- mais gritos.

“Não mesmo” eu penso. Os vitoriosos, que também me conhecem, estão sorrindo. Posso ouvi-los dizendo “teremos uma campeã esse ano”. E nem mesmo sortearam o tributo masculino. Leva algum tempo para acalmar todo mundo. Nerfet anuncia que irá sortear o outro tributo, e pega o primeiro papel que vê pela frente:

-Grant Johnson

E todos fazem “oh, não”. Grant Johnson é um menino de doze anos muito ruim em tudo. Todos os seus irmãos são mais novos, eles não podem ajudar. Ninguém tenta se voluntário.

Como sempre, somos levados em custódia. Para o Edifício da Justiça, onde poderemos falar com nossos amigos e parentes.

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Os Pacificadores me deixam numa sala elegante. Um sofá vermelho, assim como meu vestido (sim, eu amo vermelho). Duas poltronas de couro pretas, cortinas e tapetes combinando. Piso de madeira brilhante. Em uma mesinha, café e frutas com chocolate.

Minha primeira visita é o meu pai. Desde que ele saiu de casa para viver com uma vagabunda artificial quase nunca fala comigo:

-Notou minha existência agora que vou lutar pela minha vida?

Ele senta numa poltrona:

-Não foi assim que eu te eduquei.

-Agora você não está mais lá para saber- dou de ombros e pego um morango.

-Mas eu me importo. - diz ele

-Se importa sim. Com você mesmo. Com as suas vontades. Com a sua vida.- eu estou gritando.

Ele suspira e diz:

-Você pensa assim? Eu só queria vir me despedir. E dizer que eu te amo.

Respiro fundo. Como me ensinaram a controlar a raiva mesmo? 1, 2, 3. 1, 2, 3. Agora sim:

-Tem um jeito estranho de demonstrar- ele se levanta e me abraça. Eu o abraço também. Ele pode parecer mais um adolescente desmiolado de vez em quando, mas ainda é meu pai:

- Estou apostando em você, baixinha.

A próxima visita é inesperada. Alguns membros da elite, para me desejar “boa sorte”. É, claro, são os membros mais velhos. Glimmer, uma garota de 15 anos que queria muito ir, joga seus cabelos loiros para trás:

-Nós sabemos que você vai conseguir, querida- essa palavra soa tão falsa vinda dela- E temos um presentinho para você.

-Alguma coisa para usar na arena? Um símbolo do Distrito?

Um dos gigantes, Jordan, responde:

-É. Não sabemos se você sabe, mas sempre entregamos um quando um de nossos membros é enviado para a arena.

-Mas nada de papo-furado, estamos roubando seu tempo- Glimmer tira um embrulho da bolsa- Abra no trem, certo?

Marvel, que começou toda a gritaria na praça como sempre, aperta minha mão:

-Boa sorte, Rainha das Facas. Estamos apostando em você.

Ugh. Como são falsos. Mas é claro que eles estão apostando em mim. Se eu ganhar, será lucro para todo o Distrito 1. E eu serei a primeira a receber uma das novas casas na Aldeia dos Vitoriosos, super equipada e tecnológica.

Minha mãe e Siller são as próximas. Nenhuma das duas está chorando. Mamãe me abraça e diz:

-Você vai ganhar essa. Eu sei que vai. Você é...

-Mãe, serão 24 por lá. Eu juro que vou tentar ganhar, e voltar para casa, mas eu não sei! A maioria dos tributos terá duas, três vezes o meu tamanho!

-Você é muito boa- diz Siller- Olha, foi roubado aquele,  aquele sorteio. Nosso nome estava lá o que? Três vezes?

-Diana, eles podem ser maiores e mais fortes. Ninguém atira facas como você. E não é preciso força bruta para vencer. Só basta ser um pouquinho mais inteligente que a maioria.

Siller se senta do meu outro lado:

-Nós todos aqui acreditamos em você. Grant não vai ter chance.

Eu faço sim com a cabeça. Siller tem que ir logo para casa, então me dá um abraço rápido e sussurra “Desculpe por hoje. Acredito em você” para mim antes de sair. Um Pacificador grita: Cinco minutos!

Minha mãe me abraça e me beija de novo. Ela prende meu cabelo, do mesmo jeito que eu uso no treino:

-Por que você...

-Shi-faz ela- Você sabe de onde vem seu some? Há muitos e muitos anos, mais muitos anos mesmo, antes mesmo dessa América do Norte de onde surgimos existir, havia uma grande mitologia. A grega, depois a romana. Diana era o nome de uma dessas deusas. Uma caçadora.

Eu assinto. Uma caçadora. Isso diz tudo. Minha mãe e Siller acabaram de me dizer tudo o que eu precisava para ganhar essa coisa.

-Eu te amo- ela diz.

-Eu acho que te amo mais.- pisco para ela, com nossa antiga brincadeira o que a faz rir. É bom vê-la rindo novamente. Isso me acalma.

Um Pacificador aparece dizendo que eu tenho outra visita. Eu e mamãe dizemos “Eu te amo” de novo, nos abraçamos e eu digo a ela:

-Nos vemos quando eu vencer os Jogos Vorazes.

Minha próxima visita é a única que em faz ficar com lágrimas nos olhos. Eu nem sabia que ela viria. O quanto eu significava para ela.

Assim que minha mãe saiu, o Pacificador abre a porta para a última visita. Uma menina pequena e magra com os cabelos cacheados soltos e bagunçados vestindo algo muito grande para ela. Genna.

No começo do ano, nós da começamos a treinar algumas crianças, umas poucas crianças pobres que temos aqui. Era um trabalho comunitário de uma semana, que acabou ficando. Uma vez por semana elas apareciam lá para algumas aulas dadas pelos próprios alunos. Ninguém dava nada pro que Genna fazia, o que me lembrou muito quando eu entrei no treinamento. Pequena e invisível assim como eu era. Eu a encontrei, e comecei a ensina-la de tudo um pouco, mas ela me ensinou muito sobre plantas, os pais trabalhavam com transporte de alimentos por aqui.

-Genna... O que você?

-Ela se aproxima e aperta seus bracinhos finos na minha barriga:

-Você foi a única que me deu uma oportunidade- tiro o cabelo do seu rosto e me abaixo- Até mesmo meus pais me acham pequena demais para tudo. Você é meu exemplo, Diana. Não quero que você vá embora.

Ela funga, tentando reprimir as lágrimas. E eu não suporto a visão dessa garotinha chorando, chorando porque eu vou embora. Não posso deixar Genna, assim como não posso deixar minha mãe.

-Hey- eu digo- Vou ganhar os Jogos. Eu vou voltar, Genna.

Ela faz que sim:

-Eu sei que vai- e enxuga as lágrimas corajosamente- Eu falei com Glimmer. Ela deixou que eu trocasse. Leva isso aqui para arena.

No embrulho que Genna me entrega está um bracelete que vai quase até o ombro. É dourado, e tem a forma de uma serpente. Apertando um botão vira uma grossa pulseira brilhante. É a coisa mais bonita que eu já vi:

-Onde arranjou isso?

Ela dá de ombros:

-Era de família. Como única filha em meio a três irmãos, mamãe me deu e deixou-me dar a você. Acredite, Glimmer quase implorou para que eu trocasse. Você pode usar na arena e lembrar de mim? E da Siller? E da sua mãe? E de como você é importante para algumas pessoas?

Ah, droga. Eu não posso chorar:

-Claro. - consigo dizer. Ela me dá um beijo e vai em direção à porta:

-Imagino os cartazes. Diana, a rainha das facas.

-Eu vou ganhar isso por todos vocês. - respondo, gritando enquanto ela vai embora. Porque eu vou mesmo.


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Notas finais do capítulo

Ficou grande, né? Eu realmente amei a Genna. Ela é fofa. E, fãs de THG, lembram da Glimmer e do Marvel? Cry.
DEIXEM REVIEWS. DEIXEM REVIEWS. DEIXEM REVIEWS. Faça uma autora feliz :)



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