A primeira sensação que Hermione teve foi terrível. Parecia que alguém lhe havia feito uma incisão desde o pescoço até à bacia e, com um gancho, lhe havia arrancado cada uma das costelas do corpo. Ao mesmo tempo todo o corpo estava num inexplicável estado de moleza. Isso poderia explicar a dor. Sem ossos todo o seu corpo ficaria mole e ela não mais poderia se levantar. A juntar a todas essas sensações horríveis, a sua garganta suplicava por água.

Olhou em redor e viu uma garrafa de água pousada perto dos pés da cama. Tentou levantar - se para a pegar mas foi em vão. Nesse momento uma menina de cachos ruivos entrou no quarto.

A menina parecia terrivelmente assustada. E aquele quarto. Não lhe era estranho, mas ela não se lembrava de alguma vez ter estado lá. As paredes tinham sido construídas sem qualquer uniformidade entre si e estavam pintadas em cores berrantes: roxo, vermelho sangue, verde pântano, mostarda...

A menina tentava empurrar uma cómoda contra a porta de metal, como se isso fosse impedir o que quer que estivesse do outro lado de passar. Não estava apenas assustada. Ela estava horrorizada. A sua cara estava incrivelmente pálida e o seu pescoço estava retorcido. A cabeça pendia num ângulo estranho.

Ela apróximou - se da cama e abanou Hermione. Estava chorando. Hermione tentou falar algo, mas nada saía, ela queria gritar mas não conseguia.

Entrou em pânico. Não conseguia respirar. Não conseguia se mexer. Sentia o sangue circular e obstruir - lhe as artérias. Só havia dor e mais nada.

A menina então gemeu compulsivamente e despencou em cima dela. Mas ela não pode sentir. Havia um espelho ao seu lado mas ela não pode ver - se. Estava sonhando. Mas sentia dor. Esforçou - se ainda mais para gritar.

Então a temperatura pareceu baixar uns vinte graus e ela sentiu alguém entrar.

– Não te podes esconder para sempre. - uma voz disse - Onde quer que vás eu irei encontrar - te. Nunca estarás segura. Transformarei a tua felicidade em cinzas.