Algum Tempo Depois

Hermione acordou com Draco ao seu lado. A noite anterior tinha sido maravilhosa.

– Dormiste bem? - Ele perguntou.

– Imensamente bem. - Respondeu levantando-se e abraçando-o.

– O casalinho já acabou o que estava a fazer? - Perguntou alguém. Hermione olhou para ela. Não podia ser. Seria? Era ela mesma. A menina ruiva do seu sonho.

– Tu! - Hermione levantou-se indo na sua direção e apontado acusadora. - Sei quem és. Que estás aqui a fazer? Sonhei contigo.

– Ahahahah, não é comigo que te deves preocupar. O meu nome é Rochelle, sou uma guardiã, velo pelo destino dos mundos. Uma das poucas autorizadas, até agora, a fazer a travessia. Vocês quebraram as regras, sabiam? - Perguntou retórica. - Que estão aqui a fazer?

– Foi um erro e queremos voltar, o problema é que não sabemos como.

– Não podem. Pelo menos não enquanto não limparem a trapalhada que fizeram.

– Que queres dizer?

– Vocês não são os únicos cá. Soube que Voldemort e os seus comensais fizeram a travessia, não muito tempo atrás. É necessário que vão embora.

– Eles não irão embora sem que o seu líder decida ir.

– Há muitas coisas que o destinos vos guarda, embora vocês as desconheçam. Não me é permitido, pelas forças que regulam os universos, revelá-las. Tudo o que vos posso dizer é que Voldemort tem de morrer ou coisas terríveis se sucederão. Muitos universos serão destruídos e outros tantos arrasados . O torneio deve ser terminado e após isso, as horcruxes devem ser destruídas. Cabe a vocês regressarem ao vosso mundo e cumprirem essa tarefa. Os que não pertencem aqui irão retornar.

A figura ruiva estendeu-lhes uma pequena caixinha dourada e pediu-lhes:

– Aconteça o que acontecer, não a abram até ser mesmo necessário e quando cumprirem o vosso propósito destruam-na.

– E quando será esse momento?

– Quando já não houver mais nada pelo que lutar, então aí vocês saberão que devem usá-la. Não a deixem cair nas mãos erradas. Boa sorte.

E dizendo isto a sua imagem dissolveu-se, deixando para trás apenas uma poeira brilhante.

– E agora?

– Agora, fazemos o que ela disse. Não temos outra opção.

Draco esticou os braços e tirou da sua mala o ovo, batendo com ele na cama.

– Raios, qual é o segredo desta coisa afinal? Tem de haver outra maneira de o abrir sem ser a convencional. Quero dizer, o segredo não podem ser apenas... bem, “gritos”.

– Não sei. Talvez ele simplesmente choque.

– Claro, a prova é em dois dias, talvez ele choque. - Ele disse irónico.

– Oh, pois, não é lá grande ideia. Talvez choque mais depressa se tiver no calor.

Draco pegou no ovo e aproximou-o da lareira. Deixou-o lá ficar por uns minutos, mas nada aconteceu. Hermione foi até lá e enfiou-o dentro do fogo.

– Estás louca, como o vou tirar de lá agora?

– Não vai arder, de qualquer forma. Ou choca ou tiras-o de lá depois do fogo se apagar.

– Bem, se derreter, fico com o teu. Agora veste-te, vamos dar uma volta. Vai fazer-te bem apanhar ar.

Hermione apercebeu-se que todo este tempo tinha estado despida. Ruborizou. O seu rosto ficou mais encarnado que o cabelo dos Weasley.

– Oh, agora é que ela se lembra que está nua. - Riu Draco.

Hermione afastou-se e foi vestir umas cuecas e um soutien. Depois vestiu o uniforme de Hogwarts.

– Estavas melhor antes. - Ele provocou.

– Cala-te!

– Vem, vamos.

Ambos caminharam um pouco pelo terreno de Hogwarts e acabaram indo até ao lago. A paisagem era verdadeiramente bonita.

Draco sentou-se no chão e fez com que Hermione também se sentá-se.

Ela tirou o ovo.

– Achas que o teu já chocou?

– Sinceramente, acho que não vai chocar. Aquilo nem é um ovo verdadeiro.

Irritada, pegou no ovo e atirou-o.

– Nós nunca iremos descobrir como é que aquilo funciona! - Gritou completamente frustrada.

Draco caminhou até ela, enquanto resmungava e apontou para o lago. O ovo rolara até lá e agora emitia uma estranha luz. Foi até lá e pegou-o. Mas nesse momento os gritos horríveis voltaram. Assustada, voltou a largá-lo.

– Talvez só funcionem debaixo de água. - Sugeriu. Fechou o ovo debaixo de água e andou com ele até uma zona mais profunda. Mas não profunda o suficiente para ser atacada por sereianos ou lulas. Draco seguiu-a. Quando a água já lhe chegava ao peito, baixou-se com o ovo e abriu-o.

Uma melodia cantada por pequenos seres, entrou então nos seus ouvidos.

«Procure onde nossas vozes parecem estar,

Não podemos cantar na superfície,

E enquanto nos procura, pense bem:

Levamos o que lhe fará muita falta,

Uma hora inteira você deverá buscar,

Para recuperar o que lhe tiramos,

Mas passada a hora - adeus esperança de achar.

Tarde demais, foi-se, ele jamais voltará.»

Ouviram a mesma coisa umas quantas vezes até a decorarem e depois foram secar-se.

***

Hermione POV

O segundo desafio tinha acabado de começar. Coloquei o feitiço cabeça de bolha e desci até ao fundo do lago.

Gabrielle, Ron, Arya e Draco estavam amarrados e inconscientes no fundo do lago. Junto a eles estava Harry. Porque raios não subia? A bolha estava cada vez mais pequena. Senti o efeito da bolha desaparecer. Desamarrei Arya e tomei impulso em direção à superfície.

Draco chegou logo a seguir com a sua versão miniatura.