Ele conseguiu me converncer de ir a então rua do lado da casa. Ele apanhou uma colher e um pote de Nutella e me carregou pra fora de casa. Enquanto atacavamos o pote do doce, ele foi me levando a rua. Ela era estreita, aos lados haviam muitas árvores, mesmo, a rua que não era longa era inteira de lajotas. 

Ficamos andando em silêncio pela rua, apenas comendo o Nutella, que ao terminar abandonamos no canto da estrada. 

- Harry, o que eu fiz para merecer isso tudo? -falei com lágrimas vindo aos meus olhos, que por mais eu tentasse prendê-las ali, elas transbordavam.

Ele imediatamente parou de andar, se virou para mim e segurou meus braços e me encarou com uma expressão séria.

- Entenda, quem cometou o grande erro foi Zayn. Não consigo entender por que ele fez isso. Você é perfeita Claire. O jeito com que você fala gentilmente, sua expressão concentrada, a maneira que você mexe seu cabelo, seu sorriso mais brilhante que o sol, seu olhar misterioso e alegre. Não consigo imaginar por que alguém iria querer outra pessoa a não ser você.  - Ouvi as palavras dele fluírem em meus ouvidos. Fiquei parada olhando perplexa para as esmeraldas verdes que me olhavam intensamente. 

Parece que por um momento sumiu tudo da minha cabeça, todos os problemas que eu passava. Harry se aproximou cada vez mais de mim, seus olhos olhavam intensamente para meus lábios e sua respiração era pesada. Ele levemente passou um braço por minha cintura enquanto a outra passava por trás de minha nuca, encostando seus lábios nos meus e me beijando. Eu permiti o beijo. Talvez por carência, por fraqueza, mas eu permiti. Afinal Zayn deixou bem claro que não me amava mais. Ele me fez esquecer mais ainda tudo o que estava acontecendo, ele acaba de me proporcionar algo que me livrasse. 

Foi um beijo longo, mas que foi interrompido. 

- Claire! Claire! - gritava alguém em tom de desespero e raiva. 

Reconheci imediatamente a voz de Zayn, que me fez separar imediatamente dos lábios de Harry, que olhava com fúria para ele. Engoli a seco.

- Tira as mãos dela agora! - ele corria extremamente rápido e direção a nós, sua expressão realmente representava fúria, como que quisesse matar Harry. 

Em um instante ele chegou a nós, empurrando Harry e começando a socar ele com força, enquanto Harry retribuía os socos. FIquei desesperada, me meti no meio dos dois a fim de separá-los, porém me empurraram e algum dos dois me mandou ficar longe. Fiquei em total desespero, aquilo estava fora de controle. Eu podia ver a cara de ambos com marcas de sangue, com a expressão de fúria em seus olhos, porém no meio delas eu conseguia ver lágrimas. Eu não sabia o que fazer para pará-los com aquilo! Eles estavam brigando por minha causa, minha! Eles eram Zarry Stylik! Eu não podia acabar isso, eu não podia, eu não tinha o direito! Eu tinha que arranjar algo para pararem! Eu berrava e gritava o tempo todo, chorando. 

Em desespero total, me virei e vi o pote de nutella jogado no canto da rua. Sem pensar duas vezes peguei ele e comecei a bater ele na lajota, fazendo-o quebrar. Peguei um caco e passei ele em meu pulso com força. Senti minha pele e meus músculos rasgarem enquanto o sangue jorrava rapidamente e em grande quantidade. A dor forte me fez dar um grito angustiante, fazendo os dois pararem imediatamente. No mesmo momento abri de leve meus olhos e vi Liam, Louis, Dani e Niall correndo em minha direção, desesperados e gritando meu nome. Chegaram até mim quase no mesmo momento em que Zayn e Harry. Eu gritava de dor e ouvia eles falarem desesperados. Percebi que eles haviam visto a briga, mas não correram a tempo de separar. 

- Como chegaram a esse tempo? Vocês não tem vergonha? -disse Niall.

- Eu e Dani levamos ela pra um hospital, vocês fiquem aí. - ouvi a voz grossa de Liam falar enquanto me pegava no colo. 

Pude ouvir enquanto saíamos dali Louis e Niall falando muito bravos com Zayn e Harry. 

Enquanto o casal me levava, eu chorava deseperadamente. Eu não chorava pela dor, eu chorava pelo o que eu havia causado. E se a banda acasabasse? E se a amizade deles nunca seria o que era? Quem era eu para fazer aquilo? Será que eu só saberia provocar desgraça na vida alheia? Eu realmente merecia a vida que eu tinha?