Um Fio De Esperança. escrita por Pequena Garota


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo pra vocês, bom, meu olho ainda não está 100% mas está um pouco melhor ^^
então, ai está o 7º capitulo pra vocês, espero que gostem.
Boa leitura.



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–– Querida, como você está se sentindo? Perguntou minha mãe me trazendo uma xicara de chá.

–– Estou melhor. – menti.

Estava deitada em minha cama, com uma coberta em cima de mim.

–– Pelo menos a febre baixou. – disse tirando o termômetro debaixo de meu braço.

Fechei os olhos quando meu estomago se agitou.

Meu celular tocou.

–– Pode atender para mim? Perguntei.

Ela assentiu e pegou o celular de dentro da minha bolsa.

–– Oi Claudia, ela está descansando. – ela ficou em silencio. – Deve estar com alguma virose.

Minha mãe e a mania de achar que tudo era virose. Revirei os olhos.

–– Diz para ela que eu retorna mais tarde. – disse dando um gemido.

Apertei os olhos desejando conseguir dormir, estava exausta.

–– O que ela queria? Perguntei depois que minha mãe colocou o celular na mesinha.

–– Não sei ao certo, ela disse que te ligava depois para saber se você já estava melhor. – disse passando a mão em meu cabelo.

Minha mãe ficou ali ao meu lado, acariciando minha cabeça até eu pegar no sono.

Não sei por quanto tempo dormi, mas acordei suando frio. Minhas mãos tremiam e minha cabeça estava confusa.

Eu não conseguia me lembrar direito do pesadelo, me lembrava apenas de ter meu filho tirado de meus braços.

Aquela ideia tinha me deixado apavorada. Por mais que no inicio eu não quisesse a criança, agora era diferente. Era parte de mim. Era o meu bebe.

Me levantei um pouco atordoada. Olhei para o relógio. Já passava das 17 horas.

Meu pai logo chegaria.

Fui até o quarto de minha mãe, onde ela olhava o álbum de fotos.

–– Oi querida. Está se sentindo melhor? Perguntou carinhosamente.

Aquilo me deixou nervosa. Minha mãe não costumava ser doce e gentil comigo, ela guardava essas coisas para a Sarah.

–– Estou. – disse devagar. – O que está fazendo?

Ela me apontou uma foto.

–– Sua irmã estava tão linda. – disse com os olhos cheios de lagrimas.

Eu peguei o álbum de sua mão. Não pude deixar de concordar. Sarah usava uma calça Jeans e uma camiseta clara, seu cabelo que estava solto lhe cobria uma parte do rosto, ela estava esboçando um sorriso tão lindo naquela foto. Em seu pescoço estava o colar que eu havia dado a ela um mês antes, em seu aniversario. Duas correntinhas que carregavam pingentes de corações.

Fechei os olhos, aquela foto havia sido tirada de surpresa, em um momento qualquer, onde Sarah e eu assistíamos a um filme em nosso quarto. Estávamos conversando um “amigo” de Sarah. Paulo, ele era um doce de menino. Era educado, era engraçado, e o mais importante, sabia fazer Sarah sorrir até em pensamentos.

Ele com certeza ainda não sabia do acidente. Estava visitando um dos pais no interior, e só voltaria no final da semana. Pobre garoto.

Por um instante me senti mal por ele. Ele parecia realmente gostar da minha irmã. E parecia ser um garoto legal.

Eu olhei para minha mãe mais uma vez. Ela estava arrasada.

A vida era tão injusta. Parecia que tinha levado a filha errada. Eu não deveria estar aqui, não deveria estar respirando. Era Sarah quem deveria ter sobrevivido naquele estupido acidente.

Engoli em seco quando minha mãe beijou a fotografia de minha irmãzinha.

–– Sinto a falta dela. – disse depois de um minuto.

Eu a abracei.

–– Eu também. – disse afagando as costas de minha mãe.

Ela fungou, e secou as lagrimas antes de se recompor.

–– Me ajuda a preparar o jantar? Perguntou se levantando.

Eu assenti com um leve sorriso.

Eu não ajudava minha mão na cozinha desde que tinha 10 anos. Ela costumava dizer que eu atrapalhava, e por isso sempre tentava ficar fora de seu caminho quando ela estava cozinhando.

Meu pai chegou e foi direto tomar banho. Ele tinha a expressão cansada, seu corpo estava curvado e ele tinha olheiras de baixo dos olhos. É claro que ele não queria se mostrar fraco, não queria que notássemos que ele ficava acordado rolando na cama sem conseguir dormir. Mas isso era inevitável. Ele parecia que ia desabar a qualquer instante.

Na hora do janta eu podia ver a amargura em seus olhos, podia ver como ele também achava que tinha perdido a filha errada. Eu evitei seu olhar duro enquanto comia.

Nunca comíamos em silencio, e naquele instante os únicos sons eram os dos talheres. Nem mesmo a respiração deles era possível ouvir.

Era como se a morte de Sarah tivesse levada a alma da minha família. Sarah era o coração de todos nós.

–– Com licença. – disse me retirando da mesa.

Aquele silencio estava me deixando louca. Fui até meu quarto pegar meu celular. Estava a fim de ouvir um pouco de musica, estava afim de me desligar um pouco do mundo.

Claudia havia me ligado, e havia deixado mensagens. 3 mensagens.

“Estou preocupada com você. Me liga”

“Será que é pedir de mais para você atender a porcaria do celular?”

“Se queria me matar de preocupação, parabéns conseguiu. Me liga assim que puder, por favor, estou preocupada”

Eu sorri ao ler aquilo, Claudia nunca foi muito paciente. Mas não estava errada em se preocupar.

Disquei o numero e apertei o verde. Esperei, mas logo caiu na caixa postal.

Aquilo era estranho. Será que ela não estava com o celular?

Depois de um minuto decidi ligar para a casa dela.

–– Alô? Disse uma voz de homem do outro lado da linha.

Aquilo me fez pensar se eu não tinha discado o numero errado.

–– Er... A Claudia, por favor. – disse por fim. Se tivesse mesmo discado o numero errado era só me desculpar e ligar novamente.

–– Ela não está. Quem fala? Perguntou a voz.

–– Fernanda. Sabe se ela vai demorar? Perguntei.

–– Nanda? Ele pareceu confuso.

–– Sim, quem fala. – perguntei também confusa.

–– Sou Lucas, primo da Claudia... Ela tinha dito que ia sair com você. – seu tom de voz me deixou preocupada.

Comigo?

Eu pisquei atônita.

–– Como é? Minha voz soou estranha.

Ele ficou em silencio por um minuto.

–– Acha que ela pode estar onde? Perguntou.

Eu pensei por um instante.

–– Não sei direito, mas acho que sei com quem ela está. – disse.

–– Tudo bem – disse tentando manter a calma. – Precisamos encontra-la.

Eu concordei mentalmente.

–– Quanto tempo você leva para chegar até minha casa. – perguntou.

Eu pensei um pouco. Se Claudia tinha dito que havia saído comigo eu não podia simplesmente chegar lá sem ela.

–– Não, melhor que nos encontremos em outro lugar. Não posso aparecer ai sem a Claudia.

Combinamos de nos encontrar em uma pracinha perto da casa de Claudia. Saí de casa dizendo apenas um “volto logo” ao passar pela porta da sala.

Lucas estava encostado em uma das arvores. Ele vestia uma blusa de frio verde escura.

–– Lucas? Perguntei ao me aproximar.

–– Oi. – disse sorrindo gentilmente. – Sabe onde ela está?

–– Não. – disse fazendo careta.

Claudia já havia me falada do Lucas, mas não imaginava que ele era tão bonito.

–– Tudo bem, - disse calmamente. – eu já tentei ligar para ela varias vezes, mas ela parece estar rejeitando as ligações.

De repente me ocorreu uma ideia. Poderia ser crueldade, mas pelo menos assim eu ia fazer com que ela atendesse a porcaria de celular.

Mandei uma mensagem para ela. Sabia que assim que ela recebesse ia me ligar. Claudia as vezes era previsível de mais.

–– O que foi? Perguntou ansioso.

–– Claudia vai ligar assim que ler a mensagem que enviei. –disse encarando o aparelho.

Lucas esperou que eu continuasse, mas como eu não o fiz ele perguntou.

–– Por que acha que uma mensagem a faria mudar de ideia? Perguntou confuso.

O celular tocou de repente.

–– Nanda, o que aconteceu? Você está bem? Aconteceu alguma coisa com o bebe?

Eu fiz sinal com a mão para informar Lucas que era Claudia no celular.

Ele me olhou descrente.

–– Onde você está? Perguntei.

Ao fundo dava para ouvir algumas pessoas conversando, e tinha mais alguma coisa... mas não sabia identificar o que era.

–– Estou em casa. – mentiu.

–– Claudia, onde Emília te levou desta vez? Perguntei mantendo a voz firme.

Lucas me encarou ainda mais confuso.

–– Você está bem? Perguntou mudando de assunto.

Alguns garotos chegaram na praça fazendo barulho. Lucas me tirou do caminho quando um deles passou ao meu lado de Skate...

–– Estou bem. – disse desligando o celular.

Lucas continuou me encarando.

–– Eu sei onde ela está. – disse sorrindo.

–– Como você sabia que ela ia te ligar... Quer dizer... O que você escreveu para ela?

–– Disse que estava no hospital. – eu baixei a cabeça envergonhada. Sabia que isso era errado, mas foi a única maneira que encontrei de fazer com que ela me ligasse. – Hoje de manhã eu não estava muito bem, então achei que ela acreditaria.

–– Muito bem. – disse para a minha surpresa – Onde ela está?

–– Na Pista de Skate... Você tem dinheiro para o ônibus? Perguntei quando vi o ônibus parando no sinal fechado.

Ele fez que sim.

Peguei em sua mão e o puxei para o ponto. O toque me assustou um pouco. Sua mão estava fria.

–– Posso te fazer uma pergunta? Foi Lucas quem quebrou o silencio desta vez.

–– Acabou de fazer uma – disse em tom de brincadeira. – mas fique a vontade para fazer quantas quiser.

–– Você é... – ele se calou.

–– O que foi? Perguntei surpresa.

–– Olha, não me leve a mal, é apenas uma pergunta... – ele atropelava as palavras enquanto falava.

–– Ei, calma. – eu dei um riso baixo. – respire, agora continue devagar. – incentivei.

––Tudo bem. – ele respirou fundo. – Você é a namorada da Claudia?

Eu pisquei atônita.

Claro que ele pensaria que eu era a namorada de Claudia. Quando eu mandei a mensagem ela me ligou quase que imediatamente, e ele ainda me viu falar com ela no celular, toda mandona, toda autoritária.

–– Me desculpe. – ele gaguejou.

–– Não, não tudo bem. Eu coloquei minha mão sobre a dele e sorri. – Eu não sou a namorada da Claudia.

Ele sorriu parecendo aliviado.

–– Quanto tempo faz que ela saiu? Perguntei de um longo minuto.

–– Ela disse que ia almoçar na sua casa...

–– Ela está o dia todo fora? Eu quase gritei. – Como a mãe dela a deixou o dia todo fora? Minha voz beirava a histeria.

–– Eu não sei. – disse na defensiva. – pelo que parece ela confia em você...

–– Não, ela confia em Claudia. E Claudia está mentindo outra vez...

–– Fica calma Nanda. Ela está bem...

–– Ela está com a Emília, não tem como ela estar bem. – disse amargamente.

–– Quem é Emília? Perguntou por fim.

–– Foi por causa de Emília que sua prima foi parar no hospital... Emília é a namorada dela. – ele pareceu perceber o ódio em minha voz, pois pegou minha mão quando eu terminei de falar.

–– Graças a deus ela tem você como amiga. – ele sorriu gentilmente para mim.

Nós descemos do ônibus bem em frente a pista de Skate.

Claudia estava de costas para nós. Eu caminhei até Emília que estava ao seu lado.

–– Sua vagabunda, como tem coragem de chegar perto dela de novo? Perguntei.

Emília se levantou abruptamente.

–– Você não estava no hospital? Perguntou parecendo assustada.

–– Eu menti. – disse lhe dando um soco bem no centro de sua cara.

Pude sentir os ossos de seu nariz se quebrando.

Ela gritou de dor, e foi nesse momento em que todos da pista pararam o que estavam fazendo e me encararam.

Eu estava ferrada. Mas já tinha dito que não ia deixar Emília se aproximar de Claudia outra vez.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado
>.