Um Fio De Esperança. escrita por Pequena Garota


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, eu sei que disse que postaria esse capitulo na sexta, mas é que estou com conjutivite --"
e meu olho estava tão irritado que não consegui terminar o capitulo --"
Bom, mas agora ele está ai. espero que gostem ^^
Boa leitura.



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O grito alto e agudo ecoou pelo cômodo.

Levei as mãos instintivamente aos ouvidos. Ela dava uns gritinhos ardidos de estourar os tímpanos.

–– Claudia, calma – disse ainda sentada.

Ela pulou de um lado para o outro balançando os braços no ar.

–– Eu vou ser madrinha – ela pegou minha mão e me fez levantar da cama. – vou ser madrinha do seu bebe... – ela parou abruptamente. – você já sabe o sexo? Qual o nome que vai dar? Meu Deus, você tem que ir ao medico... Como seus pais reagiram?

–– Calma ai. Uma pergunta de cada vez . – eu dei um risinho. – não sei o sexo ainda, estou só de dois meses – fiz uma pausa tentando me lembrar de qual era a outra pergunta. – Sei que tenho que ir ao medico, se você quiser pode ir comigo.

Ela assentiu.

–– Claro que vou querer. Quero acompanhar meu afilhado em todos os momentos. – ela pulou na cama. Já escolheu um nome?

–– Não. – disse depois de pensar um pouco. – Não pensei em nenhum, mas temos bastante tempo para escolher um, não acha?

–– Como seus pais reagiram?

Eu me calei.

–– Não contou a eles? Meu Deus, como vai esconder a barriga quando começar a crescer?

–– Eu não sei, não pensei em nada ainda, só sei que ainda não estou pronta para contar.

–– Dois meses? E só agora você decide me contar, que espécie de amiga é você? Ela me empurrou de leve.

–– A espécie que só descobriu no dia em que estava no hospital...

–– Meu Deus, eu estou tão feliz. Nossa é a melhor noticia que eu poderia receber. Vou ser madrinha.

–– Então. – eu abri a porta e disse já do lado de fora. – melhor comer mais um pouco.

Ela fechou a cara.

–– Minha felicidade acabou. – ela deitou na cama emburrada.

–– Claudia, seu afilhado não vai ficar nada feliz se souber que você não está comendo. – disse. – ele quer você bem tanto quanto você o quer bem. Nós queremos você bem.

Ela me encarou incrédula.

–– Isso é golpe baixo.

Eu deixei o quarto e voltei para a cozinha.

***

–– Não acredito que convenceu minha mãe a me deixar sair. – disse dando pulinhos de alegria.

Eu adorava esse jeito descontraído dela. Por mais que tivesse um problema nunca deixava transparecer.

–– Por que não senta e relaxa? Perguntei.

Ela parou na minha frente parecendo realmente ofendida.

–– O que foi? Disse algo de errado.

–– Como assim, senta e relaxa? Eu fiquei trancada em um quarto de hospital por quase um mês, e agora que estou em casa minha mãe não me deixa sair, nem me deixa falar com minhas amigas do vôlei.

–– Elas não eram suas amigas... Nem foram te ver no hospital. – disse encolhendo os ombros.

–– Eu pedi para que elas não fosse, minha mãe teve um surto quando Emília foi me ver... Eu não queria que ela tivesse que passar por isso toda vez que fosse ao hospital, por isso pedi para ela não ir... – ela deu de ombros.

––Você ainda fala com elas? Perguntei com um pouco de receio.

–– Amanda me desse que a treinadora está ansiosa para a mina volta.

Eu fechei os olhos e respirei fundo.

–– Tudo bem, vamos comer alguma coisa, eu estou com vontade de tomar sorvete. – eu me levantei deixando o outro assunto de lado.

Claudia fez cara feia.

–– Ah vamos lá. Seu afilhado vai nascer com cara de sorvete de baunilha – disse.

Claudia deu uma gargalhada. Aquilo me animou, era sempre bom ouvir o som da risada dela. Me deixava mais para cima.

–– Olha, o bebe quer que você tome um também. Ele está te achando muito magra – eu dei as costas para ela.

–– Isso é maldade, não pode usar o bebe como desculpa toda vez que eu não quiser comer.

–– Pois é exatamente isso que eu vou fazer. Eu quero a madrinha do meu filho bem, e ele também, e um sorvete não é nada de mais. – eu peguei sua mãe e ajudei levantar do chão.

***

Depois de deixar Claudia em sua casa decidi voltar para aminha. Estava fora desde manhã, minha mãe ia ficar uma fera comigo.

Minha mãe estava deitada no sofá, estava dormindo. Desliguei a TV e esbarrei em meu pai.

Ele me segurou para que eu não caísse.

–– Olhe por onde anda – disse de mal humor.

–– Desculpa. – disse baixando a cabeça.

–– Onde você esteve o dia todo? Sua mãe estava preocupada.

–– Estava com a Claudia. – disse ainda sem encara-lo.

–– Acho que a garota já tem problemas de mais, você não devia ir lá para trazer mais problema para a família dela. – disse indo se sentar no sofá.

Aquele comentário foi totalmente maldoso. Meu pai talvez não tivesse percebido o quanto tinha me magoado dizendo aquilo, mas ele mal me olhava, como poderia perceber algo em mim?

–– Você engordou. – disse depois de me observar um minuto.

Ah, claro. Isso ele tinha que notar. Suspirei, como iria esconder isso deles? Logo minha barriga iria aparecer, e logo eu estaria morta.

–– Não, na verdade não. – disse dando de ombros. – eu vou para o meu quarto.

Antes que pudesse me mover meu pai me chamou.

–– Sua mãe está péssima. Ela nem comeu hoje, não quis nem sair da cama. Por que não ajuda ela a limpando a casa?

Eu suspirei.

Estava demorando para que ele me mandasse fazer algo em casa.

Continuei caminhando a peguei o avental quando cheguei na cozinha. Aquilo estava um lixo. A casa toda estava um lixo.

Suspirei. Como aquela casa parecia sombria sem a Sarah.

Lavei a louça em silencio, enquanto me lembrava dos momentos em que Sarah me fazia companhia. De quando Sarah me dava conselhos. De quando ela cuidava e mim. Eu tinha sido uma péssima irmã para ela.

Terminei de limpar a cozinha e aproveitei e fiz a janta para minha mãe. Ela já tinha acordado quando a janta ficou pronta. Fiz arroz de forno com queijo, presunto, milho e vários outros ingredientes. Meu pai preparou a Salada e comprou o refrigerante.

Ele parecia feliz em me ver fazendo a Janta sem ao menos ter pedido.

–– Isso parece estar com uma cara ótima – disse quando tirei a travessa de vidro de dentro do forno e coloquei na mesa.

–– Obrigada. - disse sorrindo um pouco.

Era a primeira vez que ele me elogiava a muito tempo. Ele parecia estar se esforçando bastante, mas não estava nem ai. Ele logo me atacaria com sete pedras na mão, mas não ia discutir com ele, afinal de contas ele estava sendo educado...

Fiz um prato para minha mãe depois de arrumar a mesa.

––Mãe, a comida já está na mesa. – disse pegando sua mão.

Ela fez que não com a cabeça, mas não dei atenção, e simplesmente a tirei do sofá e a levei até a mesa.

–– Como você está se sentindo querida? Perguntou meu pai.

–– Como se minha filha tivesse morta. – disse sem tocar na comida.

Eu me encolhi em meu lugar. Ela sempre dizia que a mesa não era lugar para discussões ou problemas.

–– Coma a comida, está uma delicia. – disse meu pai dando de ombros.

Minha mãe suspirou e empurrou o prato.

–– Não estou com fome. –disse.

–– Mãe você comeu alguma coisa hoje? Perguntei por fim.

Ela deu de ombros.

–– Acha que Sarah gostaria de ver a senhora assim? Ela não quer te ver triste, ela não quer te ver doente... E se não se alimentar direito vai acabar no hospital. Quer ficar internada em um quarto de hospital?

Talvez eu tivesse pegando um pouco pesado com ela, mas eu não ia ficar calada enquanto via minha mãe se fechando para o mundo.

Ela puxou o prato para perto de seu corpo e começou a comer.

Suspirei aliviada ao ver que minhas palavras tinham surtido efeito.

Eu estava quase terminando de comer quando meu estomago começou a dar voltas desagradáveis.

Respirei fundo tentando pensar em outra coisa. Aquele enjoo estava ficando cada vez pior.

–– Com licença. – disse me levantando da mesa.

Corri em direção ao banheiro e fechei a porta atrás de mim.

Parecia que eu ia vomitar tudo o que tinha comido o dia todo. Meu estomago estava horrível. Comecei a soar frio, Não tinha mais nada dentro de meu estomago, e mesmo assim continuava vomitando.

Eu estava horrível.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e eu posto o próximo assim que der. meu olho ainda está ruim, e a luz do monitor incomoda --"
por isso estou evitando ficar no PC, para que melhore logo, e ai sim eu possa voltar a escrever direito ^^
Bom, é isso.
Até o próximo capitulo.