Um Fio De Esperança. escrita por Pequena Garota


Capítulo 30
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

'0' eu quase morriiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii ontem ( não literalmente, calma u.u )
tinha perdido meu pendrive,fiz até promessa pra São Longuinho, que ia dar 3 pulinhos, e naaada de eu achar essa porra. procurei que nem maluca, ai hoje eu fui pra escola e fui vestir a blusa por causa do ar, e adivinha onde tava o maldito??? no bolso da blusa ¬¬
Mas enfim, *-* ainda bemque achei, se não vocês iriam ficar mais uma eternidade sem capitulo...
Agora falando sobre o capitulo, espero que gostem gente *-*
Eu acho que ficou livel.
então, boa leitura *-*



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Toquei a campainha impaciente. Era a terceira vez que tocava e ninguém atendia. Bufei irritada e chamei por dona Ana. Foi só então percebi que o carro dela não estava na garagem.

Peguei meu celular e liguei para Claudia, chamou até cair na caixa. Ou ela não queria falar comigo, ou algo serio tinha acontecido.

Já estava indo embora quando ouvi um barulho vindo de dentro da casa. O barulho de uma porta batendo ou algo parecido.

Não conseguia acreditar na criancice de Claudia. Ela tinha deixado uma carta mal criada para mim e não queria me atender.

Só para me certificar que Claudia estava mesmo em casa liguei para o celular de Dona Ana

–– Alo?

–– Oi Dona Ana, desculpa incomodar a essa hora, mas a Claudia está com você?

–– Não meu bem. Ela está em casa. – disse. – Por quê?

–– Porque estou ligando para ela, mas ela não me atende.

–– Querida eu não estou em casa agora, mas se quiser eu te ligo quando chegar.

–– Não, tudo bem. Eu me resolvo com ela.

–– Tudo bem, agora vou ter que desligar Nanda. Rubens e eu estamos no centro e já vamos entrar . – disse e então ela desligou.

Eu sabia que Dona Ana era espirita, mas nunca imaginei que Rubens pudesse ir com ela ao centro.

Voltei ao portão e dessa vez chamei por Claudia. Esperei mais alguns minutos e como ela não apareceu, usei a chave que ainda tinha do portão de quando morava lá.

–– Claudia. – chamei quando entrei na sala.

Fui até seu quarto, a porta estava fechada, quando entrei levei o maior susto ao encontra-la caída no chão.

–– Oh meu Deus!

Eu corri até ela. Não sabia o que fazer. Eu não sabia nada sobre primeiros socorros.

Ela estava respirando, e isso era bom.

Peguei sua mão, ela estava um pouco gelada, e tentei sentir seu pulso.

Estava desritmado.

Aquilo me assustou. Não sabia se devia chamar uma ambulância.

Ela piscou, seus olhos ainda desfocados e mexeu a cabeça.

–– Claudia? chamei baixinho.

–– Hmm – foi o único som que saiu dela.

–– Tudo bem?

Ela fez que sim e se sentou.

Olhei seu rosto, ela estava pálida e parecia que ela não dormia há dias.

–– O que aconteceu? Perguntei ainda preocupada.

–– Acho que tive uma queda de pressão. – ela passou a mão no rosto.

–– Quando foi a ultima vez que você comeu? A pergunta veio automaticamente.

–– Eu não lembro, faz um tempinho. – disse um pouco zangada.

Foi como um Dejavu. Ela já havia me dito isso muitas vezes quando já desconfiava que ela estava doente.

Eu sabia que era mentira. Sabia que ela lembrava perfeitamente. Fiquei de pé e a encarei esperando pela resposta que não viria. A resposta sincera de quando ela tinha comido pela ultima vez.

–– Claudia! – eu a adverti. – você precisa de comida. – eu a ajudei a ficar de pé.

–– Já estou bem. – ela se esquivou.

–– É claro que não está, olhe só pra você. – eu a encarei. – Parece doente.

–– Talvez eu esteja. – resmungou entrando no banheiro.

Sentei-me na cadeira perto da cômoda para me acalmar. Fechei os olhos e respirei fundo algumas vezes.

–– O que você veio fazer aqui? – perguntou enquanto enxugava o rosto na toalha.

–– Conversar com a senhorita. – disse.

Ela ficou de frente para mim.

–– Pois então diga, sou todo ouvidos. – disse visivelmente irritada.

–– Não antes de te fazer comer. – eu me levantei e a peguei pelo braço.

–– Nanda...

–– Cala a boca, se não comer vou ligar para a sua mãe. – disse ríspida.

Ela se sentou na cadeira enquanto eu procurava algo na geladeira.

–– Tem torta no forno. – disse num resmungo.

Eu a encarei e então peguei um prato no armário, tirei a assadeira do forno e cortei um bom pedaço de torta para Claudia.

–– Coma tudo. – disse.

Ela fez uma careta ao pegar o prato.

–– Coma comigo pelo menos. – pediu.

Eu assenti e tirei um pedaço para mim.

Observei-a em silencio enquanto ela jogava a torta de um lado parar o outro no prato e vez ou outra mordiscava um pedaço.

Eu não ia dizer nada sobre o comportamento dela, mas odiava aquilo. Odiava a forma como ela olhava para a comida, com nojo. Odiava o fato dela demorar de mais para mastigar e engolir. Odiava o fato dela não querer comer. Odiava o fato dela mentir para mim. Na verdade eu odiava o fato dela estar doente.

Em nenhum momento ela olhou para mim. Já fazia alguns minutos que estávamos em silencio quando Claudia o quebrou.

–– Pode por favor parar de olhar para mim enquanto eu como? É desagradável.

–– Desculpa. – eu disse.

E o silencio continuou. Eu terminei de comer, lavei meu prato, guardei o resto da torta na geladeira e ela ainda estava naquele ciclo eterno de uma garfada, mastiga, mastiga, mastiga, mastiga, mastiga e engole, joga a comida de um lado pro outro, outra garfada, e mastiga mastiga mastiga....

–– Posso me retirar agora? Perguntou depois do que me pareceu uma eternidade.

Ela não tinha comido tudo, mas não ia brigar por causa disso.

Fiz que sim, mas continuei sentada na cadeira.

Claudia tirou o prato e jogou o resto da torta no lixo, depois foi para seu quarto batendo a porta.

Deitei a cabeça na mesa segurando o choro. Sabia que tinha que levantar e ir conversar com ela. Mas eu estava cansada. Cansada da situação. Fazia um mês que não nos víamos e era esse o nosso reencontro? Cheio de drama.

Não pude evitar que algumas lagrimas escorressem pelo meu rosto enquanto pensava no passado.

Quando comprávamos um monte de bobagens e ficávamos o fim de semana inteiro vendo filmes e jogando. Quando íamos ao parque e Claudia comia tanta coisa que no fim da tarde ela deitava na grama e ficava olhando para as nuvens.

Tive vontade de entrar no quarto e cobrar isso dela. De cobrar minha amiga de volta. Cobrar nossa amizade em primeiro lugar.

Levantei e fui ao banheiro lavar o rosto. Não queria que ela me visse chorando.

Bati na porta do quarto para entrar mas, estava trancada.

–– Por que trancou a porta? Perguntei encostando a testa no batente.

Ela não respondeu.

–– Claudia, para com isso e abre essa porta vai. – minha voz ainda não tinha voltado ao normal.

Ela destrancou a porta e abriu.

–– Fala logo o que você tem pra me falar e vai embora Fernando.

Aquilo foi um soco no estomago para mim.

–– Fernanda? Perguntei chocada.

Ela estava de costas para mim, sentada na escrivaninha com o notebook.

–– Eu acho melhor ir embora. Você tinha toda razão. – disse engolindo o nó em minha garganta. – Não vou ficar correndo atrás de quem me despreza.

Ela ainda não tinha olhado para mim.

–– Quem sabe um dia a gente não se trombe por ai. – disse sarcasticamente saindo do quarto.

–– Nanda espera, – ela segurou meu braço – por favor me desculpa. Eu não quis te tratar mal. É só que... – ela deixou a voz morrer.

–– O que?

–– Eu não sei.

–– Melhor eu ir Claudia, já disse.

–– Eu te amo droga! – gritou.

–– Você tem uma maneira bem estranha de demonstrar esse amor. – cruzei os braços na barriga.

–– Cala a boca. – disse ríspida. – eu estou tentando me desculpar e...

–– E não está se saindo muito bem. – eu a interrompi.

–– Quer saber? Vai embora de uma vez. – ela começou a se alterar. – Eu não preciso de você, me virei sozinha por todo esse tempo. Mesmo quando você estava aqui, era como se eu estivesse sozinha. Tive que passar por tudo sozinha.Tive que superar o termino do meu namoro sozinha, o fim da minha carreira no vôlei sozinha, tive que superar o fato de ter repetido de ano porque fiquei na droga de um hospital, sozinha. Então vai logo, mas por favor, não volte. – ela empurrou meu braço.

Eu mordi a língua para não falar nada, sabia que se abrisse a boca ia acabar falando coisas que iriam magoa-la .

–– Se você está dizendo. – foi a única coisa que saiu de minha boca.

Lhe dei as costas mais uma vez, mas dessa vez ela não veio atrás de mim.

Eu estava na esquina quando o carro de Dona Ana passou por mim.

Dei um aceno de cabeça e fui para casa.

Minha mãe já estava dormindo quando cheguei, e para não acorda-la fui deitar em minha cama. Estava frio então peguei a o edredom de Sarah e coloquei por cima do meu.

Eu estava deitada tentando dormir quando meu celular vibrou. Peguei sem pressa, esperando ler algum pedido de desculpas de Claudia. Mas a sms era de Lucas.

“ É estranho dormir sem te desejar boa noite, sem ouvir o som da sua voz e ouvir um eu te Amo. É estranho pensar que tive um futuro todo e agora não tenho nada. É estranho não te ter mais. “

Meu coração ficou apertado. Ponderei a ideia de não responder, mas seria maldade de mais. Então eu respondi.

“ Sim, é estranho.”

E nós ficamos conversando por um bom tempo. Mais uma vez eu chorei para ele sobre Claudia. Ele me ligou quando disse que estava chorando e cantou para mim uma musica de ninar. E parecia que estava tudo bem entre nós mais uma vez. Naquele momento eu queria mesmo que estivesse. Gostaria de poder estar com ele, de abraça-lo e segura-lo ali comigo.

Lucas ficou conversando comigo até eu me acalmar por completo e então eu peguei no sono com ele ainda no telefone.


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Notas finais do capítulo

o que acharam pelo amor de Deus?
espero que tenham gostado.
Até o próximo meus lindos *-*



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