Um Fio De Esperança. escrita por Pequena Garota


Capítulo 31
Capitulo 31.


Notas iniciais do capítulo

Ai to tão desanimada :/
eu ESTAVA animada, até uma semana atras :/
mas ai aconteceu tanta coisa na minha vida...
Teve até policia envolvida, só pra terem ideia..
Mas ai está o capitulo gente. ele está MUITO mais comprido do que os outros que eu ja postei.
eu ia dividir ele em dois, pq não posto capitulos grandes kk, mas deixa assim mesmo.
espero que gostem. Boa leitura pra vocês.



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Por volta da 7:30 Dona Ana me ligou para saber se eu estava acordada e pronta para ir ao medico. Eu estava para completar 7 meses e precisava de um acompanhamento mais rigoroso durante a gestação.

Já estava em pé fazia algum tempo, estava ansiosa com a consulta, queria saber o sexo do bebe, mas não queria estragar a surpresa.

Tomei um iogurte de morango e comi um pedaço de bolo.

Eu estava assistindo ao jornal quando Ana tocou a campainha.

–– Posso conversar com você enates da gente sair? Perguntou quando fui abrir o portão.

–– Claro. – eu engoli em seco.

Ela estava seria. E parecia zangada.

Nós nos sentamos no sofá e eu esperei que ela dissesse algo.

–– Não sei o que aconteceu entre você e minha filha Nanda, não sei quem está certa ou errada. Mas me doeu muito chegar em casa ontem e encontrar a Claudia no estado em que ela estava. – ela olhava diretamente em meus olhos enquanto falava, seu olhar era tão intenso que eu não podia desviar. – Ela estava chorando muito e as coisas dela estavam todas jogadas. – ela segurou minha mão. – Sei que isso não foi culpa sua, mas ela não quis me contar o motivo daquilo tudo.

Eu mordi o lábio inferior.

–– Dona Ana eu...

Ela fez um sinal para que eu a deixasse continuar. Eu assenti e me calei.

–– Como eu disse, não sei o que aconteceu, mas ela ficou muito mal. Claudia está passando por uma situação muito delicada e eu gostaria que você entendesse isso. Se coloque no lugar dela, ela não perdeu só você, ela perdeu a criança também. – ela colocou a mão na minha barriga. – Eu sei que ela errou, e sei que foi preciso você ficar um pouco afastada, mas ela precisa de você agora mais do que nunca. – ela fez uma pausa e olhou para o relógio. – Você sabe que eu voltei a trabalhar, o Rubens mal para em casa. Ela fica muito tempo sozinha, não quis mais ir ao psicólogo, começou a sair escondida com aquela menina que eu não suporto...

–– Emilia? Eu engasguei.

–– Eu não sei o nome dela, mas acho que sim. – ela deu de ombros. – A treinadora dela me ligou mês passado perguntando de uma autorização que a Claudia entregou dizendo que eu tinha permitido a volta dela pro vôlei. E é claro que eu não assinei nada, eu sei que ela ainda não está bem.

Ela suspirou pesadamente.

–– Eu só quero que você tente entender o lado dela Nanda. Ela ainda não está bem, nem ao psicólogo ela quer ir mais. Ela precisa de você, e você precisa dela que eu sei. Vocês são amigas a tanto tempo, não podem deixar que uma briga boba acabe com isso. É raro ter uma amizade assim hoje em dia.

Eu assenti meio cabisbaixa. Ela tinha razão.

–– Por que você não volta a morar cm a gente? Lá você não vai ficar tão sozinha quanto aqui.

Eu a encarei surpresa.

–– Olha Dona Ana, eu não posso. Não quero deixar minha mãe...

–– Sua mãe é mulher, ela é mãe, ela entende o que estou passando. Ela perdeu uma filha, e eu corro o risco de perder a minha. – seus olhos encheram de lagrimas. – Ela vai entender. Não é como se você estivesse abandonando-a. – ela enxugou as lagrimas que começaram a cair com as costas da mão. – Por favor Fernanda.

Ela segurou minhas mãos e ficou de joelhos.

–– Por favor Fernanda, ela também é sua amiga. – ela começou a chorar.

–– Pelo amor de Deus Dona Ana levanta do chão. – eu a ajudei a ficar de pé e a abracei. – Calma, não chora.

Fui até a cozinha pegar um copo de agua com açúcar para ela.

–– Eu nunca pensei em deixa-la de lado Ana, Claudia é mais do que só uma amiga. Ela é comi uma irmã pra mim. – entreguei o copo para ela e me sentei. – Eu vou conversar coma minha mãe essa noite tudo bem?

Ela me abraçou tão forte que tive que afasta-la um pouco por causa da barriga.

–– Me desculpa querida. – ela sorriu ainda com lagrimas nos olhos.

–– Tudo bem, agora vai lavar esse rosto. – eu disse sorrindo um pouco.

Ela olhou para o relógio.

–– Vamos nos atrasar. – ela correu até o banheiro.

–– Vou te esperar no portão. – disse já saindo.

Ela saiu logo depois de mim.

Entrei no carro e levei o maior susto ao ver Claudia toda encapuzada no banco de trás com os fones no ouvido.

Ela estava com a cabeça encostada no vidro e de olhos fechados, balançando o pé na batida da musica.

Claudia abriu os olhos quando Dona Ana bateu a porta.

–– Achei que as duas nunca mais iriam sair de lá. – disse.

–– Não quer se sentar lá atrás? Dona Ana perguntou para mim.

Eu assenti e fui me sentar com Claudia. Ela tirou os pés do banco para me dar espaço.

–– E ai? Ela tirou os fones.

Dona Ana colocou uma musica baixa e deu a partida. Ela geralmente fazia isso para não ouvir as conversas de Claudia com seus amigos. Já fazia um bom tempo que ela não dava essa privacidade a Claudia.

–– Oi. – disse.

–– Sua barriga está enorme. – ela tirou o capuz do moletom. – posso tocar?

–– Claro. – peguei sua mão e coloquei onde costumava chutar.

Ela sorriu largamente e colocou o ouvido na minha barriga.

–– Nanda...

–– Oi?

–– Me desculpa pelas coisas horríveis que disse pra você ontem. – ela ainda estava com o ouvido na minha barriga.

–– Tudo bem. – eu acariciei seus cabelos.

Ela ficou em silencio por mais alguns minutos.

–– Eu não quero que suma da minha vida. – ela ficou de frente para mim.

Eu olhei para seu rosto, tão frágil, tão cansado. Cheio de olheiras. Seus olhos cheios de uma tristeza que me partia o coração.

–– Diz alguma coisa por favor. – ela mordeu o lábio inferior.

–– Eu não posso sumir da vida da madrinha do meu filho. – disse por fim.

Ela soltou o ar pesadamente. Como se acabasse de tirar um peso enorme das costas.

O carro parou no estacionamento do hospital.

–– Você pode nos dar um minuto mãe? Claudia pediu segurando meu braço me impedindo de descer.

–– Tudo bem. Só não demorem. – ela me encarou. – quer me entregar a carteirinha para eu ir adiantando Nanda?

Eu fiz que sim e lhe entreguei.

–– Eu sei que errei feio com você Nanda. Sei que coloquei a sua vida e a do seu filho em risco aquela noite, mas eu não sabia. – ela esfregou o rosto com as mãos. – Foi um pesadelo pra mim, e ainda está sendo. Eu tenho dormido mal porque toda noite eu sonho que o bebe nasceu morto ou com alguma deficiência...

–– Não fala isso. – eu pedi sentindo uma angustia enorme. – para, não continua.

Ela passou a mão nos capelos e abriu a boca como se fosse dizer algo. Mas desistiu e então olhou para fora.

–– Me desculpa, mas eu não quero nem pensar nessa possibilidade. – eu encarei minhas mãos.

Claudia me surpreendeu com um beijo assim que ergui a cabeça. Ela estava inclinada sobre mim e seus lábios moldavam os meus. Eu não a afastei. Eu não queria fazer isso. Mas não podia deixa-la ter a impressão errada.

E da mesma forma como começou, ela saiu de cima de mim rapidamente e saiu do carro me deixando com a maior cara de paisagem do mundo.

Ela caminhou para fora do estacionamento sem nem olhar para trás.

Fechei o carro e fui até a sala de espera onde ela já estava sentada no canto da parede com sua mãe ao seu lado.

Dona Ana me encarou curiosa.

–– Eu fui ao banheiro. – disse dando de ombros e me sentando ao seu lado.

Eu ainda estava chocada. Pasma, totalmente surpresa e sem saber o que dizer.

–– Posso entrar com você na sala Nanda? Perguntou.

–– Pode. – eu disse

Cinco minutos depois o medico me chamou.

–– Como vai Nanda? Ele me cumprimentou.

–– Tudo bem. – eu disse me deitando na maca e erguendo a camiseta até em cima da barriga.

Ele passou o gel gelado em minha barriga.

–– Você ainda não vai me contar o sexo. – Claudia perguntou se aproximando de mim.

Ele deu uma risada gostosa.

–– Isso não é comigo. – ele sorriu para ela.

––Tudo bem. – ela ergueu as mãos desistindo do assunto e voltou a ficar encostada na porta.

–– Muito bem Nanda, vamos ver como está o bebe. – ele começou a passar o ultrasom pela minha barriga, apertando suavemente sob a pele. – Hm-mm isso não é bom.

–– O que não é bom? Claudia quase pulou por cima de mim.

–– O bebe está sentado. – ele tirou as luvas e me entregou alguns papeis para limpar a barriga.

–– E o que isso significa? Perguntei.

–– Que pode haver complicações na hora do parto.

–– Que tipo de complicações? Eu me apavorei.

–– Fernanda, calma. – ele disse. – Pode haver complicações se o parto for normal, mas você pode optar pela cesaria. O que é recomendado nesses casos, pois pode colocar tanto a vida do bebe em risco quanto a da mãe.

–– Você vai fazer cesaria. – Claudia segurou minha mão.

–– É uma escolha sua Nanda, eu vou te perguntar isso aqui agora. Você quer parto normal ou cesariana?

–– Eu posso pensar um pouco? Perguntei.

–– Pensar o que criatura? Ela me encarou – Ela quer cesariana.

Ele pigarreou esperando a minha resposta.

–– Eu preciso pensar. – disse por fim.

–– Tudo bem. Então até nossa próxima consulta. – ele sorriu

Nós saímos da sala e nos encontramos com Dona Ana na sala de espera.

–– Mãe pelo amor de Deus, fala pra maluca da Nanda que ela tem que fazer cesaria.

–– Claudia por favor, para com isso. – pedi. – é em mim que vai ficar aquela cicatriz enorme e é em mim que vai ficar doendo os pontos depois.

–– Para de ser teimosa, antes com pontos do que morta.

–– Meninas, olha o escândalo. – Dona Ana nos repreendeu.

Nós voltamos para a minha casa quase o caminho todo em silencio, Claudia voltou a ouvir musica com sues fones de ouvido, e eu contei como tinha sido a consulta e depois o assunto acabou.

Quando o carro parou em frente de casa Claudia desceu junto comigo.

–– Posso ficar com a Nanda? Perguntou.

–– Não senhora. Você tem psicólogo mais tarde e não vai fugir. – disse.

–– Então ela pode ir lá pra casa?

–– Se ela quiser. – ela deu de ombros.

–– Por favor, eu fico em casa sem fazer nada. Você também fica que eu sei, então vamos fazer nada juntas.

–– Tudo bem. – eu tinha um assunto pendente com ela ainda.

Dona Ana nos deixou em casa e foi para o trabalho. Claudia e eu ficamos assistindo TV por um tempo.

–– Por que me beijou? Perguntei quando aquilo não cabia mais dentro de mim.

–– A gente pode falar sobre isso outra hora? Ela não tirou os olhos de tela.

–– Não. Você me beijou do nada e ainda me deixou no carro sozinha sem me dar explicação.

–– Tá, me desculpa. – ela gritou.

–– É você quem me beija e fica estressada?

–– Dá pra parar de repetir isso? Ela passou a mão no rosto.

–– Não, você me beijou. Eu tenho o direito de repetir isso quantas vezes eu quiser – eu franzi o cenho.

–– Não se a outra pessoa namora. – ela me encarou seria.

–– O que? Perguntei confusa.

–– Deixa pra lá. – ela deu de ombros. – Tenho que me arrumar para sair. E você nem pense em levantar desse sofá para fazer nada.

Eu olhei a hora, era quase hora do almoço.

–– Vou esquentar a comida enquanto você se arruma. – eu me levante.

Ela bufou e foi para o banheiro do quarto dela batendo a porta.

Era macarronada com almondega.

Eu estava morrendo de fome, só tinha bebido um iogurte e comido uma fatia de bolo até aquela hora.

Esperei por Claudia, que demorou uma eternidade para aparecer.

–– Eu já estou indo. – ela disse já saindo da cozinha.

–– Não vai comer? Perguntei apontando para a macarronada.

–– Não estou com fome. – ela deu de ombros.

–– está bem. – eu me sentei na cadeira. – Quando você chegar nós almoçamos juntas.

Ela arregalou os olhos.

–– Ficou maluca? Eu vou demorar.

–– Não tem problema, eu espero. – eu dei de ombros e me levantei para guardar a comida de volta na geladeira.

Claudia bufou e pegou a travessa da minha mão. Ela colocou dois pratos na mesa e se sentou do outro lado da mesa.

Não prestei atenção em Claudia enquanto ela comia, não estava afim de me estressar na hora do almoço. Não liguei para o fato de ela não ter pego quase nada de comida, pelo menos ela tinha pego alguma coisa.

Depois do almoço eu me deitei na cama como de costume para tirar um cochilo, e Claudia foi ao psicólogo.

Acabou que eu dormi a tarde inteirinha. Não estava mais acostumada a levantar cedo. Acordei uma vez quando Dona Ana me ligou para saber se estava tudo bem e depois só acordei quando ouvi o barulho do portão. Era Claudia chegando.

Ela entrou em casa segurando um pedaço de papel gigantesco enrolado.

–– O que é isso? Perguntei vendo sua cara não tão feliz.

–– Uma coisa idiota que meu terapeuta me fez fazer. – ela jogou o rolo em cima da cama e deu de ombros.

–– E o que é? Perguntei agora mais curiosa que antes.

–– Um desenho ridículo do meu corpo em tamanho proporcional. – disse fazendo aspas com as mãos.

–– Quem fez o desenho? Perguntei achando que o terapeuta poderia a ter desenhado com nariz grande ou olhos tortos.

–– Eu fiz um e ele fez o outro. – ela pegou o papel e jogou para fora da cama. – Na verdade ele nem me desenhou, só fez o meu contorno. – ela revirou os olhos.

Eu não tinha entendido. Porque é que os pais dela estavam pagando um cara para fazer contornos da filha deles.

Dois rolos acabaram abrindo para fora da cama. Um tinha o contorno de Claudia, o outro tinha uma Claudia totalmente deformada.

–– Quem fez isso ai? Eu me levantei para olhar melhor.

Seu rosto tinha bochechas enormes e suas coxas eram exageradamente grandes. A barriga parecia mais uma bolha deformada. Tudo naquele desenho era desproporcional.

–– Eu fiz – ela encolheu os ombros.

–– Por que? Eu arregalei os olhos surpresa. Ergui a folha com o desenho deformado. – Isso não é você.

–– Ai Nanda, meu terapeuta já conversou comigo sobre isso. – ela se jogou na cama de barriga para baixo. – Que saco.

–– Desculpa. – eu peguei os desenhos e enrolei de novo.

Olhei para o meu relógio.

–– Eu tenho que ir para casa.

–– Já?

–– Tenho que conversar com a minha mãe ainda. – eu suspirei.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Até o próximo capítulo ^^



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