Um Fio De Esperança. escrita por Pequena Garota


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

As coisas estão ficando difíceis para a nossa amiga Nanda não é? Mas isso é só o começo de uma longa jornada. Muita coisa ainda está para acontecer.
Boa leitura.



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 Toda aquela  expectativa de sair dali viva acabou. Meu consciente estava em alerta, enquanto o meu inconsciente  tentava me manter em um lugar calmo. Sem dor e sem todo aquela confusão. Tentei fazer com que meu corpo se movesse, mas ele não respondia aos meus comandos, era como se eu não tivesse mais meus membros. Eu já não conseguia separar minha não realidade da realidade. Era como se tudo fosse uma coisa só. Um amontoado de destrossos, sem espaços para achar uma saída daquele labirinto. Todas as sensações faziam meu estomago revirar, era como se eu fosse vomitar a qualquer momento.

  Meu corpo parecia ter perdido a capacidade de se movimentar, ou de obedecer as ordens de meus comandos. de qualquer forma, ele não se movia. Tentei perceber o que era tudo aquilo. e logo percebi que eu não havia morrido ainda. O local estava com um cheiro forte, mas não era gasolina, parecia mais com éter. Que diabos estava acontecendo ali?

  Alguma coisa fez meu coração bater mais de pressa. Meu corpo se curvou de forma estranha, eu não podia ver, mas podia sentir o choque atravessar meu corpo. Podia sentir a adrenalina liberada em minha corrente sanguínea.

   Meus pulmões se encheram de um ar limpo e puro. E depois desse choque eu podia sentir cada centímetro de meu corpo. Todas as dores vieram como um soco em meu estomago, me trazendo de volta a realidade. Me mostrando que eu ainda estava viva, e que eu já não estava mais no táxi.

 Esse foi o primeiro momento em que estive parcialmente consciente. E em outro momento talvez, eu não sei bem quando, mas me recordo de ter chamado por, mas não ouvi uma resposta.

   Obriguei meus olhos se abrirem e a varrerem o local. Eu estava em um quarto de hospital com certeza.

   Não tentei me senta, não tentei me levantar. só fiquei ali, observando o teto branco do pequeno quarto não sei por quanto tempo. Eu esperei por alguém que pudesse me dizer algo sobre o estado de saúde de minha irmã, perguntar onde ela estava.

  Acabei adormecendo novamente, e só acordei quando uma mulher de meia idade entrou na sala seguida de Claudia.

  –– Oi. - disse se sentando em uma cadeira. - Você está bem? perguntou pegando em minha mão.

   Eu não fazia ideia de que estava no mesmo hospital que Claudia.

  Fiz que sim, embora estivesse sentindo um pouco de dor.

  –– Você sabe algo obre onde está minha irmã? perguntei agora tentando me sentar.

  Ela fez uma careta.

  –– O que aconteceu? perguntei um pouco alarmada.

  –– Ela está na sala de cirurgia...

  –– O que? perguntei sem acreditar.

  –– Ela vai ficar bem logo, não se preocupe. - disse ela me abraçando.

tomei cuidado para não lhe abraçar com força com medo de machucá-la, mas ela não hesitou em me abraçar apertado.

  –– Tudo bem garotas, chega por hoje. Você tem que descansar - disse apontando para mim - e você tem que voltar para o seu quarto.

  Nós suspiramos.                                                                                                                                

  Eu não irai fazer Claudia ficar no meu quarto quando não conseguia nem andar direito sem apoio.

  –– Eu volto logo querida. - disse a enfermeira deixando o quarto.

   Me acomodei na cama e fiquei lá, deitada esperando a enfermeira voltar.

   Nesse meio tempo minha cabeça processou tudo o que havia acontecido. Claudia na cama de um hospital, o acidente, e o sorriso de Sarah antes de sermos atingidas por um veiculo. Eu comecei a suar frio. Minha irmã estava em uma sala de cirurgia, e eu não fazia ideia de seu quadro clinico. Passei as costas da mão em minha testa. Todo aquele nervosismo estava acabando comigo.

  A enfermeira entrou na sala com um sorriso sereno no rosto.

  –– O Doutor logo vem ver você. - ela disse. - Está com muita dor? perguntou.

  –– Não. - disse não me importando se estava ou não sentindo algo naquele instante.

  –– Tudo bem querida, eu sei que está. - disse ela ajeitando meu travesseiro.

  –– Você tem noticias sobre minha irmã? perguntei

  Ela fez que não com a cabeça e deu um meio sorriso.

  –– Por que não descansa um pouco?

  Eu assenti e me acomodei na cama.

  Adormeci rapidamente. E desta vez só acordei quando o medico estava na sala.

  –– Vocês dois tiveram sorte. - disse olhando minha ficha.

  –– Vocês dois? perguntei confusa.

  Ele me encarou não parecendo surpreso com minha reação.

  –– Você está grávida Fernanda. - disse

  –– O que? perguntei elevando minha voz. –– Você só pode estar brincando comigo. - disse ainda sem acreditar.

  –– Não, não estou. - ele me olhou de maneira estranha. - Eu não falei com os seus pais ainda...

  –– E nem vai falar. - disse precipitadamente. - Eu mesma vou contar a eles. - tentei parecer mais calma.

  –– Tudo bem, como quiser. Como está se sentindo? Perguntou.

  Enjoada, como se tivesse batido de frente com um trem, me sentia como se tivesse despencando de um abismo. Grávida? Eu estava grávida?

  Que idiotice a minha, como tinha deixado aquilo acontecer? Era muita irresponsabilidade para uma pessoa só.

  Mas eu havia usado camisinha, não havia? Eu havia me prevenido. Então como aquilo era possível?

  Recapitulei todos os detalhes daquela noite. nós estávamos em uma balada, dançamos juntos e depois fomos para a casa dele. Os pais dele haviam saído, então não teríamos problemas.  Começamos a nos beijar na sala, fomos nos agarrando pelo corredor até o quarto, e quando percebi já estávamos em seu quarto quase nus.

Foi observando aquela cena que percebi que o preservativo esteve ali o tempo todo, na mesinha ao lado da cama, e não no lugar onde deveria.

  –– Estou um pouco enjoada, e com um pouco de dor. - disse por fim.

  –– Alguma dor muito forte? Perguntou massageando minha cabeça. - Dói quando eu faço isso? Perguntou.

  –– Sim. - disse. Por que diabos ele tinha que apertar onde doía?

  –– E sua perna, como está?

  Ergui o lençol para observar o que tinha de errado com minha perna.

  Ela tinha uma sutura na altura da coxa. coçava um pouco, e doía quando me mexia. Nada de muito grave.

  –– Só está coçando.

  –– Ainda está sob efeito dos anestésicos. Muito bem, se sentir tontura me chame, você bateu forte com a cabeça.

Eu assenti. O medico de cabelo grisalho ia deixar a sala quando chamei por ele.

  –– Você tem noticias da minha irmã? Ela estava no carro comigo.

Ele abaixou a cabeça, com um ar melancólico.

  –– O estado dela é grave. - disse colocando a mão em meu ombro. - ela ainda está inconsciente. Mas estamos fazendo de tudo para salva-la.

  Minha boca ficou seca, meus olhos se encheram de lagrimas, meu corpo ficou entorpecido de repente.

  Aquilo só podia ser um pesadelo.

  Aquela sala ficou totalmente sem cor naquele momento, era tudo preto e branco. sem cor, sem vida.

  Não sei o que aconteceu em seguida, acho que fui sedada, ou talvez só tenha desmaiado. Não me interessava isso naquele momento, eu só queria que minha irmã ficasse bem.


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Notas finais do capítulo

ok sei que não ficou tão bom assim, mas espero que tenham apreciado a leitura... Beijos até o proximo capitulo.