Um Fio De Esperança. escrita por Pequena Garota


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Bom, aqui está o novo capitulo.
De agora em diante só tensão na vida dessas duas amigas.
Espero que gostem, e gente mil desculpas pelos erros, é que eu escrevo e já posto. nem reviso nada pq não dá tempo ¬¬ um PC só em casa, e 4 pessoas querendo usar é meio tenso de escrever direto.
Mas enfim.
Espero que gostem *-*



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Minha barriga estava começando a aparecer. Em casa eu só usava roupas largas, mas como tinha começado a trabalhar em uma fábrica não passava muito tempo lá para notarem.  

  A briga com o meu pai foi esquecida, tanto meu quanto minha mãe fingiam que nada tinha acontecido.

  Eu estava chateada com Claudia por ela ter feito Lucas ir embora, mas ela era minha única amiga. 

  Eu ligava para ela todos os dias na hora do meu almoço. Nesse horário dava tempo dela chegar da escola, almoçar e descansar.

  Ela estava bem irritada por ter repetido de ano, mas não falava sobre isso.

  Na verdade ela não falava sobre muita coisa, ela estava mais calada nessa última semana. E isso estava me deixando preocupada. 

  O resto do dia foi bem tranquilo, depois do trabalho passei em casa para tomar um banho. Tinha prometido a Claudia que iria em sua casa no fim da tarde.

  Tomei um banho rápido, coloquei um vestido folgado e uma sandália.

  Estava arrumando meu cabelo quando minha mãe entrou no quarto.

  –– Nem bem chagou e já vai sair?

  –– Vou ver a Claudia.

  –– Credo Fernanda, essa menina não cansa de você ficar enchendo o saco dela todos os dias? Você não deixa a coitada em paz, a família dela já está sofrendo de mais com a doença dela e você vai lá dar mais trabalho?

  Eu revirei os olhos.

  “Ao contrário de você, os pais dela gostam de mim. E eles gostam que eu faça companhia para a Claudia. Eu faço bem a ela.’’  Pensei.

  Estava cansada da minha mãe achar que eu estava me intrometendo na vida de Claudia. Ela era minha melhor amiga. Eu nunca deixaria ela numa situação tão difícil dessa. Como eu sei que se fosse o contrário, ela também não me deixaria. 

  –– Ela não vai cansar de mim. – disse por fim.

  Ela me encarou.

  –– Tem uma garota estranha ai na frente, ela disse que queria falar com você.

–– Garota estranha?

  Ela fez que sim.

  O cheiro do perfume de minha mãe estava embrulhando meu estomago. 

  –– Tudo bem com você? Perguntou me encarando minuciosamente. 

  –– Só estou um pouco enjoada. 

  –– Você anda muito enjoada ultimamente, não acha? Disse como se soubesse meu segredo. – Você quer me contar alguma coisa Nanda? 

  –– Não, essa garota ainda está ai? Perguntei mudando de assunto.

  –– Está lá fora. – ela deu de ombros.

  Saí apressada de lá. 

  Sentada na calçada de casa estava Emília.

  –– O que você está fazendo aqui? Perguntei.

  –– Você me prometeu que conversaria com Claudia. – ela se levantou. – E por alguma razão eu acho que você não fez isso. – disse sarcasticamente.

  –– Como descobriu onde eu moro? Perguntei.

  –– Não interessa. – disse. – O que importa é que eu quero a Claudia fora do meu pé, e ela não para de me ligar e me mandar SMS. Draga Nanda! Eu disse que ficaria longe dela se contasse a ela, e você pelo visto não quer a sua amiguinha dramática longe de mim...

  –– Emília, por mais que eu queira que você fique bem longe dela, não acho que tenha que ser eu a pessoa a contar isso pra ela.

–– Olha, eu não quero magoa-la, entendeu? Quero o bem dela, e sei que pra isso preciso me afastar. 

   

  –– Tudo bem, eu falo com ela. – disse sem acreditar nem um pouco naquela história. 

Eu tinha me esquecido completamente da conversa que tive com ela. Estava com problemas de mais pra pensar naquela idiota. 

E agora ela estava de volta. Era como uma pedra irritante no meu sapato. 

  –– Olha, foi legal enquanto durou. Ela não sai do meu pé. – disse cruzando os braços. – Ninguém gosta de chiclete grudado na sola do sapato.

  Respirei fundo.

  –– Cala a boca. – disse por fim. – Te dei um soco uma vez e posso te dar outro.

  –– Calma. Bom, eu já disse o que eu queria. 

  Ela se despediu de mim jogando um beijo no ar.

  Minha cabeça estava cheia quando peguei o ônibus. Eu devia ter contado isso a ela antes, como pude esquecer de uma coisa tão séria?

  Estava me achando um monstro, como é que eu tocaria nesse assunto quando estivesse com ela?

  Chegando lá dona Ana me atendeu, ela parecia triste.

  –– Aconteceu alguma coisa? Perguntei.

  –– Claudia está trancada no quarto desde que voltou da escola.   

  Eu bati na porta do quarto.

  –– Claudia? Chamei.

–– Não quero falar com você. - gritou

–– Por que? perguntei.

–– Vá embora, eu quero ficar sozinha. - gritou mais uma vez.

  –– Claudia. - chamei depois de alguns segundos, mas ela não respondeu.

    Dona Ana deu um suspiro resignado e caminhou até a cozinha.

  –– O que aconteceu pra ela ficar assim?  

  –– Eu não sei, ela chegou da escola emburrada. Só almoçou quando o pai dela chegou e depois se trancou lá de novo. - ela pegou dois pratos e colocou na mesa e nos serviu.  - Eu até fiz bolo de aipim que ela adora, mas ela não abriu a porta.  Não sei mais o que fazer Nanda.

  Eu segurei suas mãos.

  –– Ana você está fazendo tudo o que está ao seu alcance. Você passa o dia todo com ela, parou de trabalhar pra isso. Passa o dia cozinhando, você a leva ao médico, ao psiquiatra e até convenceu o Rubens a participar da terapia em família.

  Ela sorriu um pouco.

  –– Vai dar tudo certo, ela vai ficar bem.

  Claudia pigarreou na soleira da porta. 

  –– Posso me sentar com vocês? perguntou.

  –– Claro que pode querida. - Ana sorriu para ela.

 Claudia puxou a cadeira ao meu lado e se sentou.  

  –– Podem continuar conversando - ela disse.

  –– Nós só estávamos fazendo um lanchinho.

  Claudia pegou o suco na geladeira e 3 copos e nos serviu.

  Eu a observei sentar e cortar uma fatia do bolo.

  Ana a encarou surpresa.

  –– Então, como foi a aula hoje? perguntei disfarçando o espanto.

  –– Não quero falar sobre isso. - ela deu de ombros.

  Nós ficamos em silencio até terminarmos de comer.

  –– Tudo bem, já que vocês não vão falar nada vou pegar a Nanda emprestada. - Claudia me puxou pela mão até seu quarto.

  Claudia sentou na cama e abriu o notebook.

–– Eu entrei no face da Emília.

  Eu a olhei com reprovação.

  –– O que é? não tenho culpa se ela não fala mais comigo. Continuando, eu estava vendo as conversas  de, e olha só o que ela anda conversando com uma tal de Natasha.

  Eu engoli em seco.   

–– Tudo bem, acho que preciso te contar uma coisa. - eu sentei na cama ao seu lado e fechei o note.

Ela me encarou.

  –– A Emília veio falar comigo. - eu me calei sem saber como continuar.

  –– E. - disse prolongadamente

  –– Ela veio me pedir pra te dizer que estava gostando de outra pessoa. - disse puxando um fiozinho solto da minha camiseta.

  Claudia ficou em silencio por um tempo que pareceu muito longo.

  –– Diga alguma coisa. - pedi.

  –– A quanto tempo você sabe?

  –– Faz algum tempo.

  –– Você sabia esse tempo todo e não me contou? Você me viu chorar várias vezes por ela e não me contou Nanda?

  –– Me desculpe, eu não sei por que não contei...

  –– Que bela amiga você é. - disse.

  Claudia se deitou de costas pra mim.

  Naquele momento eu me sentia a pior pessoa no universo. Claudia estava chorando e desta vez eu era a culpada.

  –– Amiga, me desculpe. - pedi lhe abraçando.

  Ela se virou e chorou em meu ombro.

  –– Como ela pode fazer isso comigo Nanda? Eu me entreguei a ela. Contei todos os meus segredos. Sempre a apoiei em tudo. - ela começou a soluçar de tanto chorar.  - Era eu quem ficava com ela quando ela se sentia mal, quando ela comia feito uma louca e depois vomitava. Era eu que ficava com ela quando ela surtava. Era eu...

  Eu afaguei suas costas.

  –– Calma Claudia. - eu beijei o alto de sua testa. - Vai ficar tudo bem meu anjo.

  –– Está doendo muito Nanda. - ela apertou o braço contra o peito. 

  Eu a abracei mais forte.

  –– Calma, vai ficar tudo bem Claudia.

  –– Não, não. - ela tentou se afastar de mim. - Eu quero morrer.

  Um nó se formou em minha garganta.

  –– Não você não quer. - disse sem conter as lagrimas. - Olha pra mim. - Eu segurei sua cabeça. - Sabe porque?  Porque tem uma criança que precisa de você, e principalmente, a mãe dela precisa. Não é porque um namoro deu errado que a vida precisa acabar Claudia. Eu estou gravida e meu filho não tem pai. A vida não acaba por causa de um coração partido. Você me entendeu? 

  Nósnos abraçamos e ela chorou toda sua dor.

  Nunca me senti tão inútil na minha vida como naquele momento.  Nunca me senti tão impotente na minha vida toda. Nunca me senti tão culpada.

  Eu queria poder tomar sua dor, e fazer tudo aquilo sumir, fazer desaparecer e deixar somente as coisas boas. Eu não ligaria se tivesse que passar noites chorando só pra não ver Claudia sofrendo daquele jeito.

  –– O que tem de errado comigo Nanda? perguntou quando estava mais calma.

  –– Não tem nada de errado com você. - eu enxuguei algumas lagrimas de seu rosto.

    Claudia se sentou e limpou o rosto com a bainha da blusa.

  –– Eu engordei. - ela fez uma careta. - 1,2 kg.

  –– Isso é bom.

  –– Não é não. - ela mexia nas mãos um tanto impaciente. - Eu me sinto triste. - disse dando um meio sorriso.

Eu me arrumei na cama.   

 –– Eu estou muito orgulhosa de você. - disse.

  Nós ficamos em silencio por um tempo. Toda a tensão esvaia-se aos poucos. O rosto de Claudia estava mais sereno, e eu respirava mais tranquila.

  Fechei os olhos e senti a brisa fresca que entrava pela janela.

  Aproveitei aquele momento para pensar no pré-natal.

  Eu estava trabalhando e se precisasse eu poderia pagar um médico.

  Aquilo tudo era tão novo para mim. Eu era muito nova quando minha mãe fez o pré-natal de Sarah e fora isso eu não tinha conhecido nenhuma outra mulher gravida.

  Me sobressaltei quando abri os olhos e percebi que Claudia me encarava.

  –– O que foi? perguntei.

  –– Você é linda.  - disse.

  –– Você também é. - disse. - Só precisa engordar um pouquinho.  - dei um riso baixinho.

  Claudia ficou em cima de mim.

  –– Cala a boca. - disse.

  Ela me beijou.


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Notas finais do capítulo

Meu Deus '-' não vou falar que o capitulo todo ficou ruim, mas teve uma parte bem babaca nele. Deixa pra lá ^^
Espero que tenham gostado ^^
até o próximo capitulo gente.



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