Cross Of Mercy escrita por Ike Hojo


Capítulo 7
Ato 6


Notas iniciais do capítulo

Em compensação, demorei bastante com este, espero que gostem. A_A



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Ato 6: Fuga

 

 

Todos nos entreolhamos por um segundo, não demorou muito para apontarmos as lanternas em direção à porta, os passos ficavam cada vez mais altos, algo se aproximava , à medida que eles se aproximavam, nós nos afastávamos da porta, primeiramente nos levantamos, segurei a mão de Hei e comecei a andar com ela para trás, todos o fizeram, chegamos até a ponta do palco, lugar na qual não tinha mas como se afastar, mas, também, o local mais adequado para àquelas horas, se caíssemos poderíamos desviar de algo.

Viridia estava do meu lado segurando a tesoura, fiz o mesmo e peguei a navalha no meu bolso, quando finalmente as figuras entraram em cena ficamos assustados. Eram seis cachorros Rottweilers , havia algo vermelho na boca destes, estavam os alimentando, os alimentando com carne. Não havia dúvida quanto que eles iriam avançar, respirei fundo e me dirigi a Lary com uma pergunta:

 

- Correr ou esperar? – Disse calmamente.

 

Como resposta, o silêncio de Lary, não parecia estar com seus ouvidos abertos.

 

- Correr ou esperar?!? – Desta vez gritei.

 

- Se corrermos, seremos pegos facilmente,teremos mais chances se esperarmos. – Viridia respondia.

 

Voltei minha atenção para os animais, estavam prontos para avançar. Comecei a pensar, até que enfim, tive uma ideia, iria ajudar bastante nesta ocasião, mesmo sendo perigoso, teria de fazê-lo.

 

- Vamos nos separar.  – Disse friamente.

 

- O que?!? – Todos falavam preocupados.

 

- Teremos de fazer isto. Eu, Viridia e Hei continuaremos aqui, nós correremos por entre as cadeiras, quando os cachorros começarem a nos perseguir, vocês correm para a porta, dividam-se em dois grupos de dois, assim todos ficamos seguros, cada um vai para um canto do teatro e se esconda, nos comunicaremos pelos Walk-Talks.

 

Não ouvi nem um questionamento, isto significava que: Todos tinham concordado.  Abri um sorriso, seria um desafio, não era muito boa na maioria dos esportes, mas, me dava bem com corrida com obstáculos, seria um modo de provar do que era capaz.

Soltei a mão de Hei, Viridia logo a segurou, entendendo meu recado, me virei de costas para os animais, que não atacariam até ver algum movimento, pelo menos eu esperava.

 

- Vocês, se abaixem e apaguem as lanternas, eles irão me seguir com a minha. Viridia, assim que os cachorros passarem por você e por Hei tente achar alguma rota de fuga, ou algo assim.

 

Todos fizeram o que eu disse, apontei minha lanterna em direção aos cachorros e me sentei na beirada do palco, assim que desci comecei a correr, eles conseguiam ver e ouvir, seus faros deveriam estar confundidos devido ao sangue nas faces destes.

Como o esperado, eles me seguiam. Sabia como despistá-los, cachorros não eram dos melhores para fazer curvas, primeiramente, saí em disparada pelo corredor vazio, assim que eles começaram a me seguir, virei, começando a correr por entre as cadeiras, pulando para a fileira de baixo sempre que possível.  Não demorou muito tempo para ouvir os garotos se retirando do palco e começando a subir as escadas, é claro que isto atraiu a atenção de alguns cachorros que os seguiram. Eram ao todo três animais contra mim, não era lá muito justo, levanto em conta seus dentes afiados desesperados por um pedaço de minha carne.

Ouvi o som da porta do palco se fechar, ou melhor se trancar, como sairíamos dessa agora? Viridia e Hei haviam saído de cima do palco e ido na parte debaixo, ficando encostadas próximas a várias madeiras.  Não tinha tempo para ver o que elas faziam, então continuei a saltar de fileira em fileira.

 

- ELINA! ACHAMOS UMA PASSAGEM SECRETA! – Gritava Viridia

 

Quando gritou, me distraí e olhei para ela, isto na hora que saltei, acabei me atrapalhando e caí contra o chão, para completar minha sorte, um dos cachorros estava correndo em minha direção, seria assim que iria morrer?

Ele se aproximou e ficou do lado do meu rosto, não daria para me levantar e não tinha coragem para atacá-lo com a navalha, seu hálito quente ia de encontro com minha face. Meus olhos permaneciam abertos, ele abria sua boca e se aproximava de meu rosto ainda mais, de longe pude ouvir Virida e Hei chamarem por meu nome. Mas, não hora pensei que ele iria me abocanhar, ele simplesmente passou sua língua em meu rosto, não entendia o porquê, mas eles não queriam nos atacar? Passei a mão por seu focinho, na parte com sangue, o sangue estava em meus dedos, o cheirei. Não tinha cheiro de sangue, e sim tinta...É claro!

 

- Viridia, venha cá! – Gritei.

 

Ela não acreditava que estava viva e o pior, que o cachorro estava me lambendo; ela se ajoelhou do meu lado com Hei um pouco atrás. Os outros cães estavam atrás de mim brincando uns com os outros, o que provava ainda mais minhas teorias.

 

- Os cachorros não comem carne, o que tem no focinho deles é tinta. E outra, eles são treinados, por isto somente me lamberam e não me atacaram, o assassino planejou tudo isto. – Fiz uma pequena pausa. – Os cachorros não nos matariam,serviriam somente para nos separar, e isto foi feito, teremos que sair daqui e encontrar os outros,  a porta daqui foi trancada, ou seja, estamos presas.

 

- É uma boa dedução... – Ela concordava.

 

Me levantei em um pouco de dificuldade, não havia notado a dor em minha perna, quando caí bati meu joelho, não a ponto de quebrá-lo, mas estava doendo bastante, Viridia me guiou até a passagem que Hei achou. Era uma abertura nas madeiras que estava debaixo do palco, como um túnel.

 

- Eu i Viridia achamus isto. Tava com medo dos “auau“, Nya... – Hei dizia corando um pouco.

 

- Muito bom, Hei. – Dizia enquanto passava a mão no topo de sua cabeça. – Você foi uma garota forte, isto é bom. – Dei um sorriso que julgava sincero.

 

- Eu vou na frente, depois vai Hei, e por último você, Elina. – Viridia disse enquanto andava em direção à passagem.

 

Ela se agachava e começava a se arrastar, era um túnel de terra e não algo concreto como metal, não era um lugar muito adequado. Ela apontava a lanterna para frente e estava com o Walk-Talk. Depois que ela entrou, Hei a seguiu, logo sendo seguida por mim, quando o fiz fechei as madeiras que se uniam para formar tal “passagem”, e as segui, não queríamos os cachorros atrás da gente no túnel.

 

- Viridia... – Chamei seu nome.

 

- Sim? – Ela respondia com certa frieza.

 

- Nada...

 

- É sobre o ilusionismo, não é?

 

- É... – Assenti.

 

- Tudo bem. A esta altura eu também faria isto, acusaria o primeiro que parecesse suspeito só para sair de boa e não ser acusado pelos outros; é basicamente isto que eles estão fazendo, se virando um contra o outro, tentando achar a primeira falha, seja no passado ou no presente para acusá-lo de ser o assassino.

 

- Desculpe, estava com dúvidas sobre acreditar ou não...

 

- E o que diz na próxima página do livro. – Ela mudou de assunto.

 

Peguei a lanterna e coloquei o livro na frente de minha face, abri na página após a que tinha a tal frase, não tinha nada demais; não que não fosse ruim, mas já tinha visto coisas piores naquela noite. Coisas muito piores.

 

- Não é nada demais.Alguém morto com um corte na garganta com uma coisa escrita no braço. Pare ago como “The Howlling”, o uivo. O que isto tem a ver?

 

- Bem...A pessoa gosta de Within Temptation. – Ela dizia com um tom sarcástico.

 

- O que quer dizer?

 

- The Howlling é uma música que fala de caçada, para ter uma ideia o refrão é: “When We start killen”, “Quando nós começarmos a matança”. Eu gosto da banda. Simon a ama. Se eu não me engano, Arthur e Victor também gostam...

 

- Wina também gostava, ela disse que Caius havia a dado um CD. – Era difícil lembrar de minha melhor amiga, principalmente agora que estava morta.

 

Continuamos a andar um pouco em silêncio, sem dizermos uma só palavra, não era algo muito bom para se fazer naquele momento, somente andamos até Viridia achar algo.

 

- Uma luz. Luz de vela. – Ela dizia enquanto se arrastava mais para ver o que tinha mais a frente.  – Parece uma espécie de santuário, não sei.

 

Após um tempo chegamos no tal santuário, Viridia foi a primeira a chegar lá.

 

- Ai meu Deus! – Parecia chocada. – Elina, acho melhor você não ver isto.

 

Não tinha como voltar atrás agora, Hei saiu do túnel, seguida por mim, OK, preferia ter ficado lá dentro, Viridia tem razão, eu não queria e era melhor eu não ter visto, algo traumático, meus olhos involuntariamente se encheram de lágrimas, o corpo de Wina jazia no local, estava decapitada, assim como a imagem do livro mostrava, mas, este era somente um motivo pelo qual meus olhos se encheram de lágrimas, não que minha melhor amiga sem cabeça fosse uma coisa boa, mas, havia algo pior naquele santuário...

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Eu não achei este capítulo tão...Importante. Mas, achei legal a discussão dela com a Viridia, era melhor colocar. E a respeito do santuário, o que será de tão mal? A_A
O próximo capítulo será melhor. >D