Diferentes, Mas Iguais escrita por WinnieCooper, Anny Andrade


Capítulo 6
Recomeçar




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Recomeçar

O outro dia amanheceu do jeito que devia amanhecer, mas as coisas no Castelo pareciam bastante mudadas. Lily tinha cansado de chorar a noite toda por causa da sua mente ilusória que julgou beijar um certo alguém. Na verdade ela estava convencida de que a melhor coisa a se fazer era ignora-lo, tentar esquecer algo que sua mente criou. Mas bastou vê-lo no corredor indo em direção ao café da manhã com o seu habitual violão nas costas e aquele sorriso de triunfo na cara que sua mente borbulhou de raiva.

            “Talvez Lily, ele queria exatamente isso, que você pensasse que beijou outro, quando na verdade foi ele, e armou tudo com Lysander.” Sua mente podia estar delirando, mas ela tinha que tirar a prova e sabia como.

            - Hugo! – gritou fazendo ele virar seu corpo a encarando – Pensa rápido!

            Correndo o mais rápido que conseguiu ela se lançou nos braços do primo o desequilibrando pela surpresa do ato dela, mas mesmo assim a segurando fortemente em seus braços, a ergueu no ar.

            - Você me assustou Lily – ele admitiu sentindo suas orelhas ficarem quentes.

            - Era essa a intenção.

            Lily, ainda nos braços dele, enfiou seu rosto no pescoço de Hugo e sentiu o cheiro de seu perfume.

            - SEU CRETINO!  - ela lhe deu um forte tapa nos ombros, descendo de seus braços nervosa – Esse não era seu perfume

            - Oh Lily está maluca? – perguntou com o rosto completamente vermelho pela atitude dela – Meu perfume sempre foi esse...

            - Eu sei qual é seu perfume ok? EU TE DEI DE PRESENTE, todos esses anos você só usa um perfume especifico que se modifica o cheiro quando toca sua pele e se mistura com esse seu violão idiota tornando o cheiro único no mundo. E eu reconheço esse cheiro. E agora, me diz que esse sempre foi seu perfume...?! Não é Hugo, não é – ela negava com a cabeça perigosamente, o que fez o ruivo afastar um pouco para longe dela.

            - Cara você não está bem. – Hugo disse calmamente.

            - Não me chame de Cara, não sou um Cara! – Lily disse emburrada, ela se afastou e analisou o primo. Seus braços cruzados e uma visível vontade de voltar ao banheiro da Murta.

            - Aconteceu alguma coisa Lily? Eu troquei de perfume alguns meses, achei que tinha notado. Minha mãe me deu um novo de natal e achei que ela ficaria magoada se eu não usasse. – Hugo sorriu. – Mas se você ficou assim por causa disso...

            - Eu nunca disse isso...

            - Sua reação foi suficiente. Me chamar de cretino? – Hugo balançou a cabeça negativamente. – Posso voltar a usar o perfume que você me dá todos os anos, na verdade gosto mais dele mesmo...

            - Hugo... Por quê? – Lily disse completamente aborrecida.

            - Ora, porque você quer que eu use o perfume? – Hugo sorriu. – Não está bem né Lily?

            - Eu... eu... – Lily bufou irritada. – Eu te odeio seu... Idiota! – Ela bateu nele novamente e depois jogou os longos cabelos para trás e saiu andando sem olhar novamente para o ruivo.

            - Não é a hora certa ainda Lily. – Hugo sorriu tranquilamente, nada parecia capaz de abalar seu humor naquele dia. Começou a cantarolar alguma canção trouxa que fazia muitas garotas suspirar inclusive a garota mais maluca de todas.

xx

            A cabeça dela latejava de dor, apertava seus dois dedos indicadores nas têmporas tentando fazer a dor desaparecer, Rose não sabia se a dor era pelo fato dela não comer há horas, não ter dormido direito, ou se era uma mensagem do seu subconsciente dizendo que sua dor, jamais ia passar.

            - Você está péssima, o que aconteceu? – perguntou Lily sentando-se ao lado da prima na mesa de café da manhã da Sonserina.

            Rose há encarou alguns segundos, queria confessar tudo o que sentia a alguém, diziam que se contarmos aquilo que sentimos e não guardarmos para nós, talvez não enlouqueceríamos, e era isso que estava acontecendo, ela estava enlouquecendo não estava?

            - MEU MERLIN! – Lily gritou sem se controlar quando reparou na prima pela primeira vez.

            - Nossa Lily, quanta energia para gritar de manhã – ela reclamou vendo a ruiva se levantar do banco e ir até uma janela, e depois olhar para o teto tentando ver alguma coisa – O que está fazendo maluca?

            - Vendo se está chovendo – ela apontou para o teto que representava o céu lá fora.

            - Porque exatamente? – ela questionou não entendendo nada dos atos de Lily.

            - Você está sem maquiagem – ela voltou a se sentar do lado da prima – e com cabelo na coloração normal.

            - Ah isso – Rose revirou seus olhos.

            - O que 24 horas com o Malfoy te fez?

            - Nada, estou como sempre estive – ela desviou o olhar do da prima amedrontada.

            - Não está normal não – a outra riu – Rose, ele te fez ter sentimentos, escondidos no seu interior que vieram à tona com convivência? Me diz que sim – ela implorou com um brilho incomum nos olhos.

            - Cada dia que passa acho que tem mais problemas mentais – respondeu seriamente.

            - Ah por favor, transformei vocês em um casal desde que vi a primeira briga... aquela coisa de: “oh engomadinho, vê se me erra”, “esquisita tentando se encontrar, porque não me esquece?”  - Lily relou a mão nos braços dela e voltou a falar – Isso é tão shippante.

            - Serio, não estou para seus surtos hoje – ela suspirou cansada e olhou seu prato de comida, que não parecia nada convidativo.

            - Nem eu estou para meus surtos hoje – ela respondeu chateada.

            - O que aconteceu com você? – foi à vez de Rose perguntar.

            - Ah – ela suspirou cansada – Minha mente ilusória traiçoeira.

            - Se falasse a minha língua eu te entenderia...

            - Não pode entender – respondeu simplesmente.

            - Desde quando nós duas temos segredos uma com a outra?

            - Sei lá, mundo esquisito esse, depois que mudamos a órbita dele quando resolvemos colocar você e o Malfoy juntos. Acho que é isso Rose, colocar os dois juntos, mudou o mundo que vivemos – Lily disse tão seriamente, que só o que a prima conseguiu fazer foi rir.

            - Por isso que gosto de você Lily.

            - Só você – ela suspirou tristemente.

            - Meu irmão te deixou assim – Rose constatou vendo os olhos esbugalhados de Lily a encarando – Não se finja de surpresa, sempre soube de vocês, ta escrito na sua testa isso.

Lily começou a passar o dedo freneticamente na sua testa, tentando tirar algo de lá que não existia.

            - Ai Lily – Rose disse rindo – Não fique desesperada, sabe que muitos casais de primos já se casaram no mundo bruxo, não sabe?

            - Se fosse só pelo fato da gente ser primos – ela confessou chorosa – Mas e você e o Malfoy?

            - Eu e ele não formamos um casal Lily, pela última vez, por favor...

            - Não é isso – a ruiva apressou-se a dizer – Quero saber se amarrar vocês surtiu resultados.

            - Bom, digamos que você nunca mais nos verá brigando novamente...

            - Serio isso? – Lily ergueu as sobrancelhas descrente – Vou ver vocês aos beijos pelos corredores? Me deixa ver vai! Diz que sim!

            - Lily Luna Potter, acho melhor você se afastar porque mesmo sem me alimentar só a possível imagem de Scorpius e eu nos beijando me dá náuseas. Se não quer ver seu cabelinho coberto de bile e outras coisas. – Rose sorriu.

            - Éca! – Lily disse se afastando. – Deveria ser mais receptiva a brincadeiras.

            - Lily...

            - Fui! E obrigada por confirmar minha teoria.

            - Qual teoria? – Rose questionou.

            - Que negar sempre é a melhor escolha. – Lily mandou um beijo para a prima e saiu correndo antes de escutar os gritos de raiva.

            - Negação, dizem ser o primeiro estágio. – Rose suspirou. Balançou a cabeça negando. – Lily um dia vai conseguir me deixar maluca.

            Ela olhou para seu prato era tão raro não sentir vontade de comer, mas quando disse para Lily que não estava bem era verdade. Suas lembranças, e suas decisões estavam fazendo com que nada nela parecesse bem. E por aquele momento um único pensamento rondava sua mente: Quem é Rose Weasley?

            xx

Quando estava pronta para sair do salão principal uma coruja um tanto estranha, e desengonçada que lembrava um pouco a coruja de estimação de seus primos, deixou cair sobre suas mãos um pequeno bilhete em papel verde. Lily achou estranho a cor do papel e também o jeito como estava dobrado. Alguém possivelmente tinha demorado para dobrá-lo daquela maneira, ela pensou que seria muito mais fácil ter dobrado ao meio.

- O que será isso? – Lily continuou andando enquanto tentava abrir o papel em suas mãos. – Quem dobra um papel assim? Por Merlin! – Ela finalmente conseguiu abrir e começou a ler em voz alta.

“Para um primeiro beijo, sabia muito bem como agir... Deveríamos repetir os sete minutos não acha?”

- Que... Palhaçada... é... essa?! – Lily gritou assustando alguns alunos em volta. – Se ele acha que eu vou aceitar essa gracinha, quem mais poderia saber sobre meu primeiro beijo? – Lily saiu correndo.

Hugo estava encostado em uma das paredes enquanto conversava com Lorcan e Lysander. De perto os gêmeos eram tão diferentes como o céu e o mar. Um com suas roupas estranhas que possivelmente tentavam representar os primórdios dos bruxos, enquanto o outro tentava dar um ar moderno ao uniforme obrigatório. Nenhuma das tentativas deu muito certo, no ponto de vista de Lily.

- Você! – Ela disse abrindo espaço entre os gêmeos e apertando o ruivo ainda mais contra a parede.

- Oi para você também Lily. – Hugo sorriu. – Por que está violenta desse jeito? TPM?

- Hugo Weasley! Não me venha com gracinhas! Você sabe muito bem porque estou assim. Sabe muito bem o que aconteceu, não tente me enganar. Eu não sou burra.

- Pode não ser burra, mas têm um folego né? – Lysander disse.

- Do que está falando? – Lily disse confusa e começando a entrar em pânico.

- Dos gritos, acho que estamos surdos. – Lorcan disse.

- Ótimo. Mas podem me dar licença? É uma conversa de família. – Lily se voltou contra o ruivo que ainda estava preso contra a parede.

- Nos vemos depois Hugo. Cuidado sua prima parece ser uma ótima candidata a louca assassina. – Lysander disse olhando assustado para a garota.

- Lysander não provoque, ela pode mesmo nos matar. – Hugo respondeu vendo os amigos se afastarem. – Então por que mesmo estamos tendo um conversa de família?

- Por isso Hugo. – Lily balançou o papel verde no rosto do primo. – Por isso.

- E o que é isso?

- Não se faça de bobo? – Lily disse quase a beira das lágrimas.

- Lily... – Hugo tentou levantar a mão e enxugar a lágrima que escorria na bochecha dela.

- Não toque em mim! – Lily gritou. – E vou dizer o que é isso. Isso é um bilhete sobre aquela festinha que foi ideia sua. E ele diz: Para um primeiro beijo, sabia muito bem como agir... Deveríamos repetir os sete minutos não acha? – Ela suspirou. – O que me diz sobre isso?

- Primeiro beijo? Sete minutos? Não entendi, pode ler de novo sem gritar tanto? – Hugo falou calmamente.

- Ora... Eu sei... Hugo... – Lily deu um gritinho histérico. – Não faça isso.

- Fazer o que? Estou tentando te ajudar. – Hugo sorriu e finalmente conseguiu passar a mão pelo rosto dela. – Que tal uma música? Você sempre fica bem quando cantamos, lembra?

- Hugo... Por quê? – Lily suspirou cansada. – Não sabe do que estou falando mesmo?

- Não.

- Mas... Mas... Mas... – Lily suspirou. Encostou seu rosto no peito do garoto e sentiu o perfume dele. – Eu te odeio! – Ela o afastou pisando forte e com a expressão emburrada. A mesma expressão que Hugo conhecia desde os cinco anos de idade. Uma expressão que deixava ela linda.

- Lysander é um excelente executor de planos. – Hugo sorriu enquanto finalmente conseguia sair da parede.

            xx

Suas mãos passavam compulsivamente pelos cabelos, deixando de lado o gel e penteado bem comportado. Ele não tinha conseguido dormir, seus olhos ficaram a maior parte do tempo pregados no teto do quarto. Foi o jeito como tudo aconteceu, uma surpresa que ele não esperava e que não fazia sentido algum.

            - O que aconteceu?

            - Nada? Por quê? Acha que aconteceu algo?

            - Scorpius está mais estranho do que normalmente. Isso é sério cara, deveria pedir ajuda de especialistas.

            - Alvo não estou com bom humor hoje.

            - E quando está? – Alvo disse rindo. – Vamos cara, o que houve?

            - Nada.

            - Está sem gel, sem o cabelo estranhamente dividido, está quase parecendo normal. – Alvo disse. – Hei espera um pouco, o que houve entre você e minha prima?

            - Nada. – Scorpius olhou para o amigo. – Ciúmes? Idéia sua essa de prender a gente.

            - Não é isso. Só quero saber se precisarei me proteger do tio Rony quando ele descobrir sobre essa brincadeirinha inocente de obrigar a “rosinha” dele a passar 24h ao lado de um “escorpião sem escrúpulos”.

            - Quem é sem escrúpulos?

            - Fugimos do assunto. O que houve, não estou vendo você falar mal da minha priminha, e nem gritos ou fungos se espalhando por seu corpo. – Alvo começou a rir. – Minha brilhante ideia deu certo?

            - De certa forma. – Scorpius suspirou. – Combinamos não brigar ou implicar um com o outro.

            - Isso é ótimo, não é? – Alvo sorriu, mas alguma coisa na expressão de Scorpius parecia dizer que não era ótimo.

            - É. – Scorpius respondeu enquanto olhava para frente. Rose desviou o olhar fazendo com que ele percebesse que talvez não foi assim tão legal simplesmente pararem de brigar, porque também significaria parar de se falar.

            xxx

            Ela estava tentando decifrar toda aquela confusão de pensamentos enquanto observava seu primo falando com ele. Não sabia se era pena, se era remorso ou se era simplesmente o fato de ambos serem os perfeitos estereótipos da escola. Mas alguma coisa os ligava. Quando seus olhos se encontraram a lembrança veio como carga elétrica.

            Flashback

           

            - Bom dia Weasley – ele sorria com os olhos, assim que a viu na manhã após Rose tê-lo defendido de seu primo James – Escute, eu quero te pedir desculpas.

            - Hã? – ela questionou franzindo a testa – Não estou entendendo.

            - Fui grosso com você – ele olhava seus pés envergonhado – E você me defendeu e te tratei mal porque...

            - Sou uma Weasley – ela concluiu cruzando os braços – Já entendi Malfoy, como meu pai disse, não devo me tornar muito sua amiga.

            - Seu pai disse isso? – ele perguntou curioso levantando o rosto e a encarando – Por quê?

            - Talvez ele tenha razão, talvez os Malfoys não sejam de confiança.

            Palavras ferem, muito mais que atos, pré-julgamentos podem acabar com alguém que ainda nem havia se encontrado.

            - Acho que esqueceu nossa última conversa – ele disse tristemente – Pensei que era diferente.

            - Acho que finalmente, vou começar a ser eu – então ela abriu sua mochila em sua frente, tirou varias coisas de lá de dentro, trocou suas sapatilhas por um tênis All Star, com floreios de varinha mudou as cores de seu cabelo, tirou a gravata de sua vestimenta impecável – Está bom para um primeiro dia de liberdade – ela o olhou sorrindo sarcástica – Até mais almofadinha.

            Scorpius enrugou sua testa abalado, o que havia acontecido com ela? Era o que queria entender. Nem se importava mais com seus sobrenomes, ou se eram proibidos de se tornarem amigos, ele havia gostado dela de uma maneira estranha no dia anterior, achava que teria uma amiga ali, no lugar em que todos o desprezava. Mas, as atitudes dela? O que seria aquilo?

            - Ei conheceu minha prima Rose é? – perguntou Alvo Potter ao Grifinório parado a sua frente.

            - Nossa – exclamou Scorpius assustado olhando o moreno a sua frente pela primeira vez – Você é igualzinho ao...

            - Meu pai? – Alvo entortou sua boca cansado – Sempre me dizem isso.

            - Mas é serio, é idêntico as fotos que estão Harry Potter...

           

            - ...O grande herói, menino que sobreviveu... – Alvo mostrou a língua chateado – Cansei disso sabe?

            - Disso o que?

            - Todos esperarem que eu seja igual a ele, não importa o que eu faça, não esperam isso do James, muito menos da Lily, só esperam de mim, que sou extremamente parecido fisicamente com ele – Alvo revirou os olhos – Pra mim, ele é só meu pai, entende?

            Se ele entendia? Ele sofria o mesmo mal, só que de forma diferente se fosse possível. Era extremamente parecido com Draco Malfoy, loiro de olhos cinzas, cabelo lotado de gel. Mas o que não sabiam, que ao contrario do pai na mesma idade que ele, Scorpius não desprezava ninguém, ao contrario, foi ensinado a respeitar os outros, mais que isso, a descobrir o valor delas sem ser pelo sobrenome e muito menos pelo dinheiro.

            - Completamente – Scorpius sorriu esticando sua mão – Alvo Potter? Acho que somos muito parecidos, daríamos ótimos amigos.

            - Estava mesmo precisando de alguém que andasse ao meu lado e que chamasse mais atenção que eu – ele apertou a mão do loiro sorridente.

            Rose estava atrás de um pilar e havia escutado tudo. Odiava aquilo, seu primo era maluco? Fazer amizade com ele? Um Malfoy? O que estava pensando? O tio Harry com certeza iria impedir aquilo. Iria fazer algum escanda-lo, talvez aparecesse na escola e exigisse a diretora que tirasse aquele traidor do castelo. Eles deviam ser impedidos de frequentarem as aulas. Ela sabia o que fazer. Iria mandar uma carta ao tio contando tudo. E foi com esse pensamento que saiu correndo em direção ao corujal.

            Fim do Flashback

            E ela estava lá, a resposta de seu tio em sua mão:

            “Estereótipos devem ser quebrados, preconceito é só ignorância Rosinha, deviam formar um trio, vocês três. Assegure-se que eles não botarão fogo no castelo”.

            Havia guardado como lembrança de que como os adultos eram cegos. Agora ela entendia o que seu tio queria dizer com aquilo.

            As palavras de Scorpius penetravam sua mente e faziam sua dor de cabeça piorar “Pensei que era diferente”. A conversa seguinte dos dois quase a fazia suar frio: “Não sou como meu pai” “Eu também não sou como meu pai”.

            - Droga! Tudo o que queria era provar que não era igual a minha mãe – então ela deixou que lágrimas descessem sobre seu rosto. Queria enterrar o passado, mas ele a assombrava de uma tal maneira que era difícil até respirar.

            As palavras de seu tio na carta era como uma faca entrando repetitivamente em seu coração: “Estereótipos devem ser quebrados”...

            - Mas eu quebrei o estereotipo que tinham de minha mãe em mim – conversava com seus pensamentos.

            - Não da forma certa Rose. Quem é você afinal?

            Tentava pensar em uma resposta. Sua cabeça latejava, suava frio, estava chorando tanto que chamava a atenção de todos os alunos do castelo. Fazia aquilo inconscientemente. Não inconsciente, sentiu uma mão em seu ombro.

Virando seu rosto pra cima, o viu. Ele tinha um papel em sua mão e entregou a ela. Todos os rostos do salão observavam atentos.

“Recomeçar?”

Era só o que havia escrito.

- Por favor – ela implorou com a voz chorosa, respondendo a pergunta do papel.

- Então faça seu coração parar de sangrar primeiro.


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Notas finais do capítulo

Peço um milhão de desculpas por todos os erros do capítulo, não tive tempo de revisa-lo, era pra postar ontem, mas não deu... Enfim, ai está...
Não é um grande capítulo no final das contas...
Espero que tenham gostado de como Scorpius e Alvo se tornaram amigos e estão começando a compreender mais ou menos como a Rose é...
No mais, acho que é só
Preciso dizer que a fic chegou na metade...
beijosss e obrigada pelo carinho imenso de vocês por essa fic, vale demais