Diferentes, Mas Iguais escrita por WinnieCooper, Anny Andrade


Capítulo 4
Uma lembrança


Notas iniciais do capítulo

Só porque adoramos nossas amadas reviews postamos um capítulo em data que não estava prevista, olha!!!
E também porque já temos até o capítulo 7 escrito e o 8 está a caminho já...
Peço desculpa por qualquer erro de concordância, sei que faço letras e corrijo esses erros na minha profissão, mas quando o negócio é comigo eu simplesmente não os enxergo...
bom capítulo :*



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Uma lembrança


Ela corria no sonho, se sentia livre pela primeira vez, parecia uma coisa utópica, usava um vestido da cor azul que destacava seus olhos, e não havia nenhuma maquiagem em seu rosto, o que a deixava naturalmente linda. Rose de vestido num sonho e sem maquiagem, não podia ser realidade mesmo. Ela erguia seus braços e corria num campo plaino onde só se via grama em sua extensão. Parado, há alguns metros de distancia estava ele, usava calça jeans e uma blusa, seus cabelos haviam sido penteados por seus dedos, e mostrava o sorriso mais lindo de todos.


Talvez, naquela realidade alternativa, eles haviam encontrados seus verdadeiros “eu”, talvez, mas somente talvez, o fato dela ter corrido até ele e o abraçado alegremente fosse algo natural. Talvez e somente talvez, Rose tivesse visto o beijo que ia se seguir se não tivesse caído da cama e acordado.


– O QUE É ISSO? – urrou levantando-se do chão, com a cara de sono e seus olhos lutando para não abrir.


– Já são sete da manhã, eu já estou acordado há uma hora, já me arrumei, li um pouco as matérias da aula de hoje e cansei de esperar você acordar. Estou com fome.


Rose se aproximou dele, seus olhos expressavam tanto ódio que Scorpius se surpreendeu com o fato de ela não lhe matar somente com o olhar.


– Você tem problema, é serio!


– Qual é seu problema com o cedo? – Scorpius perguntou tentando puxar um dialogo quando viu a garota andar nervosamente até o banheiro para se arrumar.


– Só acho que ele deve morrer! – gritou do banheiro.


– Assim como eu? – ele não sabia ao certo porque havia feito essa pergunta, se estava somente tentando puxar assunto com ela, ou se queria saber se o ódio dela, depois da conversa de ontem, havia diminuído.


– Você devia sofrer uma morte também – respondeu automaticamente – Mas devia ser bem lenta e dolorosa.


– Tão feliz por termos começado o dia com um dialogo saudável – ele soou sarcástico.


– Foi você que quis conversar...


Ele sorriu, não sabia bem ao certo o porquê, mas já não odiava tanto Rose assim, na verdade estava até pensando se havia conseguido a odiar um dia.


– Qual é o seu problema Scorpius? – repreendeu a si mesmo dando um tapa em sua própria testa.


– Agora deu pra falar sozinho? – Rose saiu do banheiro dando risada.


– Já está pronta? – ele perguntou reparando na roupa torta da garota da Sonserina.


– Está brincando né? – ela pegou seu estojo de maquiagem em cima de uma escrivaninha e se tranco no banheiro novamente.


Scorpius resolveu sentar e esperar, sabia que ia demorar.



Quando Rose terminou finalmente de se arrumar e pegou sua mochila, caminharam até o grande Salão para o café da manhã. Para a surpresa da garota estava vazio.


– Está tão cedo que não há ninguém aqui ainda! – gritou Rose frustrada – Eu poderia estar dormindo!


– Eu poderia ficar sem seus gritos em minha orelha, se não fosse tão chata esse tempo todo e seus primos não tivessem a estupida ideia de nos amarrar.


Rose cruzou os braços e lhe lançou um olhar cortante. Em um acordo mudo, resolveram ir comer na mesa da Corvinal.


Como movimento automático, cada um pegou seu café da manhã, um ovo, um bacon, e pedaços de salsinha, sem contar o suco de abobora. Só notaram os mesmos gostos quando já estavam acabando de comer.


A garota não ia comentar nada a coincidência, afinal, já era estranho demais ter tido uma conversa pré-civilizada com ele noite passada. Mas Scorpius parecia querer começar uma espécie de estranha amizade com ela.


– Sempre fui da teoria que um café da manhã sem bacon e suco de abobora não é um digno café da manhã – ele deu um sorriso torto que não era falso, mas sim muito modesto.


– Eu aprendi a apreciar a comida dos elfos com minha mãe e devora-la inteira sem pudor com meu pai – e pela primeira vez no dia, sua resposta a ele não foi um sarcasmo.


– Serio Rose, nem tinha notado que seu apetite era voraz – ele a zoou.


– É os genes Weasley.


– Olhe Alvo, estão se tratando pelo primeiro nome – exclamou Lily empolgada atrás de ambos, sem disfarçar.


– O que será que aconteceu a noite? – o irmão levantou a sobrancelha cumplice.


– Nossa noite foi uma guerra – começou Rose.


– Gritamos um com o outro.


– Ele quase me bateu.


– No fim Rose acabou rolando no chão...


Lily arregalou os olhos.


– Imaginem o que quiserem – terminou a garota mais velha rindo da cara da prima – Sabe que eu acho que o plano de vocês está dando certo.


– Está? – Scorpius perguntou completamente serio.


Rose pisou fortemente em seu pé, fazendo o loiro quase gritar de dor. Ele havia entendido perfeitamente o recado: “Finja que estamos bem, para livrar-nos disso o mais rápido possível”


– Sinto que já não posso viver sem ela – Scorpius acrescentou falsamente.


– Coitados, pensam que nos engana – disse Alvo para a irmã.


– Alvo eu estou morrendo de dó deles. – Lily disse rindo. – Pense positivo já se foram mais que metade das horas.


– Mas lembrem-se que podemos fazer tudo novamente. – Alvo disse se afastando com Lily para outra mesa a fim de deixar Rose e Scorpius sozinhos.


– Corta essa! – Rose exclamou.


– Eles são seus parentes, me explica como podem ter ideias como essas? – Scorpius disse cansado.


– Junte o sangue Potter herdado de um dos mais baderneiros que Hogwarts já conheceu, James Potter, com o sangue da melhor dupla de arruaceiros da história, Jorge e Fred Weasley. Eis que surgem James, Alvo e Lily Potter.


– Certo, tá explicado. – Scorpius disse voltando a comer.


– Como é? – Rose questionou curiosa.


– Como é o que sua doida? – Scorpius perguntou.


– Como é não ter sobrenome de herói de guerra? – Rose suspirou.


– Bem pior do que ter. – Scorpius deu de ombros.


– Duvido. – Rose disse séria.


– Você e seu irmão, e seus primos, e os Lovegood, todos vocês possuem sobrenomes de heróis, daqueles que escolheram o lado do bem, que lutaram e que venceram. – Scorpius respirou fundo antes de continuar. – Mas eu sou um Malfoy, e isso significa apenas uma coisa nessa escola: Traidor.


– Scorpius... – Rose disse tentando fazer com que ele parasse de falar.


– Um traidor de Hogwarts, um covarde que não ficou de lado nenhum. – Scorpius deu de ombros. – Eu acho que ter um sobrenome de herói de guerra é bem mais fácil.


Naquele momento um choque passou por Rose, ele estava certo. Ela odiava o fato de todos quererem ser seus amigos no primeiro ano por ela ser Rose Weasley, ela detestava que os professores acreditassem em tudo que ela dizia, só porque ela era filha de Hermione Granger e qualquer um que tivesse o sangue dela seria incapaz de fazer algo errado. Rose detestava ser quem era por culpa dos outros, mas não tinha motivo para isso quando comparada a ele. Scorpius que sofria os pesares que seu sobrenome causava, ele que não conseguia amigo nenhum, ele que era insultado. Ela se lembrava do primeiro ano dos dois. E não tinha sido nada fácil.


Flashback


Eles estavam na aula de instrução á voo. Rose estava ao lado do garoto loiro que andava de cabeça baixa por todos os lados. Seu pai havia pedido para ela não virar amiga dele, mas definitivamente ele não era ameaça nenhuma para qualquer um que fosse. E as outras pessoas o tratavam tão mal. Ela levantou os olhos a tempo de ver seu primo James e alguns amigos resolvendo implicar um pouco com o tal Malfoy.

– Você deveria ser impedido de estudar em Hogwarts. – Chris, uma garoto alto e corpulento, dizia em tom de maldade.

– Por quê? Se deixam você. – Scorpius respondeu dando alguns passos para se afastar dos garotos. Rose sentiu vontade de aplaudir a atitude dele, mas só observou.

– Dizer isso ao Chris não faz de você alguém melhor. – James disse zombeteiro. – Como um Malfoy tem coragem de voltar aqui depois de tudo que sua família fez?

– Foram eles e não eu. – Scorpius respondeu.

– Mas o sangue deles corre em suas veias. – Phil, baixinho e de rosto amassado, disse rindo.

– Podem me deixar em paz? – Scorpius perguntou tentando trocar de lugar, nesse momento já estava bem longe de Rose, mas ela tinha acompanhado os garotos atenta ao que diziam.

– Depois de uma brincadeirinha. – James disse puxando a varinha. – Essa eu aprendi com meu pai nas férias, ele estava apenas brincando com Alvo, mas eu aprendi direitinho.

Tudo aconteceu muito rápido e Scorpius subiu no ar pelo pé esquerdo. O garoto ficou pendurado enquanto quase todos riam. Rose achou que era a brincadeira mais idiota do mundo e não entendia como seu tio pode ensiná-la aos seus primos. Não era justo tratar o garoto daquela maneira só porque ele tinha o sobrenome daqueles que apoiaram Lord Voldemort.

– Deixem ele em paz! – Rose gritou se aproximando a passos firmes.

– Rosinha não se meta em assuntos que não são seus. – James disse rindo.

– Deixe ele em paz James, ou...

– Ou o que priminha? – James riu apertando a bochecha dela.

– Ou conto para tia Gina que você tem a capa de invisibilidade escondida! E usa ela para escapar nas férias e ir jogar videogame. – Rose disse séria.

– Não faria isso.

– James sua prima é muito intrometida. – Chris disse rindo.

–E você é muito burro, mas não vejo ninguém lhe dizendo isso. – Rose disse séria. – E sim James eu faria. Tio Harry não ia gostar de saber o que você anda fazendo na escola.

– Não precisa fazer drama, eu solto o Malfoy. – James disse fazendo Scorpius cair no chão.

Os garotos se afastaram da turma que ainda esperava pela professora e quando Scorpius estava voltando para seu lugar Rose suspirou satisfeita consigo mesma.

– Não vai agradecer? – Ela perguntou sorridente.

– Obrigado, por nada. – Scorpius disse. – Isso não acabou aqui mesmo.

– Como assim? – Rose perguntou não entendendo.

– Eu sempre vou ser um Malfoy, você sempre vai ser uma Weasley, e James sempre vai ser um Potter. – Scorpius sorriu fraco. – E desses três sobrenomes é fácil saber quem sofrerá maiores consequências.

Ele se afastou, ficando de lado de um aluno magrelo de quem ela não se lembrava do nome. E foi nesse momento que aconteceu. Nesse momento ela começou a odiar o jeito que as pessoas a viam, o jeito que as pessoas se comportavam. O jeito que todos queriam que a Weasley fosse perfeitinha.

Fim do Flashback


– Rose? – Scorpius perguntou vendo que ela não lhe respondia.


– Vamos para a aula. – Ela disse se levantando.


O caminho até a sala foi completamente silencioso entre eles, mas dentro dela existiam gritos e dúvidas.


xx


– Eu preciso afirmar que você é a pessoa mais maravilhosa do mundo – Lily ouviu o grito de sua amiga Sophia atrás de si antes de sentir ela a abraçando fortemente – Eu acho que te devo minha vida Lily.


– Por quê? – a ruiva quase ria do jeito exagerado que ela falava.


– É serio, você conseguindo um encontro com o Hugo para mim – seus olhos brilhavam feliz e ela não fazia questão de desfazer o abraço.


– Ah isso – Lily exclamou sem perceber sua voz dolorida – É um encontro a quatro não é?


Ela fez uma careta terrível se lembrando do plano com o primo, crente que a amiga não podia vê-la frustrada.


– Não, não é... você não ficou sabendo? – perguntou saindo finalmente do abraço – O pessoal do quarto ano, nós, vamos fazer o “Sete minutos no céu” hoje à noite na sala precisa. Sabe o que isso significa?


Lily sabia o que significava. O jogo “Sete minutos no céu” era aquele em que vários casais de Hogwarts, ou supostos casais, se juntavam numa roda, com uma garrafa no centro que girava, escolhendo algum rapaz, enquanto uma garota esperava dentro de um armário o escolhido. Ela sabia tanto o que isso significava que começou a suar em pânico.


– E nós quatro, eu, você, meu irmão e seu primo, vamos participar.


– Nós vamos? – a pergunta saiu no tom de terror na voz da garota.


– Sim, ambos concordaram. Só vim te agradecer e te avisar.


– O Hugo concordou com isso? – ela só sabia fazer perguntas, na verdade não estava ligando para muita coisa mais.


– Na verdade foi dele a ideia, e sabe como ele me contou a novidade?


– Tenho até medo de te perguntar como – Lily estava até dizendo seus pensamentos em voz alta.


– Ele pegou seu violão, começou a tocar olhando para mim, me chamando para sair com ele – ela olhava sonhadoramente para ela – Ai ai – suspirou romanticamente.


– Ele tocou pra você? – sua voz estava fina demais, quase chorosa.


– Sim – ela pegou na mão da amiga e pulou de alegria – Da pra acreditar? O Hugo é o cara mais difícil dessa escola, eu nunca vi ele ficar com ninguém, mesmo com todas as garotas em cima dele, e agora...


– Você tem a chance de beija-lo no “Sete minutos no céu” – Lily concluiu tentando fazer seus olhos pararem de se encher de água.


– Ah estou tão feliz – e voltou a abraçar Lily – E isso foi você quem fez. Obrigada.


– Foi eu! – disse zangada consigo mesma.


– Eu preciso ir agora arrumar muitas coisas, pedir desesperadamente para minha mãe comprar um vestido para eu usar hoje à noite, nos encontramos mais tarde, certo?


– É... – gemeu tristemente.


Enquanto via a amiga se distanciar saltitante para sua primeira aula do dia, Lily só sentia uma coisa. Ódio.


E foi por conta do ódio que ela virou seu olhar furioso para a mesa da Lufa-Lufa e viu seu primo popstar, galã idiota que ficava se exibindo para todas, comer sem pudor seu café da manhã.


– Sua ideia!? – gritou perguntando perto dele.


Ela já não se importava com o olhar de todos voltado para si, na verdade ela não se importava com nada, nem com seus pensamentos gritando em voz alta.


– O que deu em você Lily? – ele perguntou baixo olhando assustado pra ela.


Lily segurou sua respiração e evitou de falar novamente alguma besteira e deixar todos os alunos descobrirem seu grande segredo que nem ela ainda havia se permitido admitir a si mesma. Estava apaixonada por seu primo. Terrivelmente apaixonada por seu primo.


– Está ficando vermelha – ele disse preocupado


Ela soltou a respiração de uma vez e a coloração de seu rosto voltou ao normal. Virando as costas começou a dar passos fortes para longe dos olhares que a encaravam.


– Espere Lily... – pediu Hugo correndo atrás dela.


A garota suspirou derrotada e deixou que lágrimas marcassem seu rosto. “Não chore na frente dele sua idiota estupida” ordenou a si mesma por pensamento, mesmo que o ato de não chorar não fosse mais possível.


– Ei, o que deu em você? – Hugo a alcançou relando em seu ombro tentando faze-la se acalmar.


Lily estava com o rosto virado tentando fazer o primo não enxergar a prova de seu ciúme doentio.


– Não vou falar com você – respondeu baixo, tentando fazer com que Hugo não escutasse sua voz chorosa.


– Esta chorando? – perguntou preocupado relando no queixo dela a fazendo mostrar seu rosto a ele – Não diga que é por minha causa.


– Sua causa! – ela se livrou da mão dele nervosa – Acha que tudo o que me afeta é por causa de você?!


– O que foi que eu fiz? – ele cruzou seus braços esperando ela confessar.


– SETE MINUTOS NO CÉU? Você sugeriu isso?! Por quê? – explodiu finalmente, sabendo que não conseguiria disfarçar mais nada.


– Bem, na verdade eu... – ele começou a coçar a cabeça constrangido tentando pensar em alguma desculpa para ela.


– O que esperava com aquilo? Reunir seu “clubinho” de fanáticas por Hugo Weasley num jogo de garrafa para beijar o máximo que conseguir?! – voltou a urrar pouco se importando com tudo.


– Na verdade eu sugeri esse jogo porque queria beijar somente...


– HOGWARTS INTEIRA! – gritou com a voz esganiçada.


– Está com ciúme? – perguntou com o coração aos pulos de expectativa.


Lily riu sarcástica.


– Só nos seus sonhos teria ciúmes de você...


– Deixe eu te explicar... eu sugeri esse jogo porque, pra mim Lily... pra mim... – ele suspirou mexendo em seus cabelos tentando criar coragem – ainda não acredito que está com ciúmes de mim.


E ele tinha consigo o sorriso mais largo do mundo.


– Sabe o que eu acho? – ela perguntou cruzando os braços ainda furiosa – Que esse “Sete minutos no céu” vão ser perfeitos, vou tentar beijar todos lá...


– O que? – e foi a vez dele sentir ciúmes – Você não me deixou explicar...


– Tchau Hugo, até a noite...


Virando as costas para ele, ela marchou até sua primeira aula do dia, consciente que talvez Hugo tivesse descoberto varias coisas.


– Sua maluca... – ele gritou para que ela ouvisse – Minha maluca.


Sussurrou para si mesmo sorridente e caminhou assobiando feliz para sua aula.


– Aquele... aquele... aquele... argh...


– Lily?


– Como eu odeio ele... E essa ideia idiota! Só um tarado daria uma ideia dessas. Eu não vou aguentar... Não vou aguentar ver ele... ahhhh... – Lily disse jogando a cabeça sobre os braços e começando a chorar.


– Lily? Está tudo bem? Alguém te machucou? – Uma garota disse olhando confusa para a ruiva que tinha erguido os olhos vermelhos.


– Jenny? – Lily disse olhando a garota de olhos grandes e negros com cabelos loiros curtos e cheios. – Jenny! Minha vida é uma tragédia! – Lily disse voltando a se jogar sobre os braços e chorar. – Uma tragédia! Eu estava... estava... esperando... Mas essa festa! Como eu vou poder participar dessa festa? Ahhhhhhh!


– Lily... – Jenny sorriu. – Está falando da festa que organizaram para o nosso ano né? Parece que foi seu primo que teve a idéia.


– Sim... – Lily estava fungando as lágrimas.


– Bem... Será que... – Jenny pareceu constrangida.


O rosto vermelho, mexendo nos cabelos freneticamente, os olhos se dilatando. Lily suspirou cansada. Não era possível mais uma querendo sua ajuda com Hugo, era impossível tantas garotas querendo um relacionamento com a mesma pessoa. Deveriam avisar que existem outros garotos em Hogwarts.


– O que Jenny? – Lily perguntou segurando sua raiva.


– É que eu... eu... Queria pedir sua ajuda com...


– Hugo... — Lily respondeu cansada, sentindo que começaria a gritar e a falar sozinha em breve.


– Não! – Jenny gritou. – Não... Não é com o Hugo!


– Não? – Lily perguntou abrindo um sorriso gigantesco.


– Não... – A garota riu.


– Tem certeza? É que...


– Todas as garotas gostam dele... – Jenny sorriu. – Ele é um cara legal, mas eu... eu... eu gosto de outra pessoa. – A garota tinha adquirido um tom escarlate vivo.


– Oh Jenny! – Lily disse se levantando e abraçando a garota. – Já disse que te adoro? Eu te adoro...


– Lily... Você é engraçada. – Jenny disse rindo.


– Então? Quem é?


– É... – Jenny começou a gaguejar. – Não vá rir de mim, por favor...


– Claro que não... – Lily suspirou. – Eu sei como é difícil gostar de alguém...


– Por isso pedi sua ajuda. – Jenny disse olhando da ruiva para o garoto que acabava de entrar na sala. – Eu vejo como olha para ele... é do mesmo jeito que eu olho para...


– Olho pra quem?! – Lily gritou fazendo as pessoas olharem.


– Para seu primo... – Jenny disse com a voz baixa.


– Eu... eu...


– Não conto para ninguém. – Jenny sorriu.


– Obrigada... – Lily disse confusa.


– Deveria arriscar.


– Ele não sente o mesmo por mim... – Lily falou triste sentindo as novas lágrimas. – Ou não teria tido essa idéia de “sete minutos no paraíso”, ou seja, lá o nome dessa festa idiota.


– Lily...


– Que seja, agora me diz... Você quer minha ajuda?


– Oh... Quero sim... É que eu queria... queria... – Jenny voltou a gaguejar.


– Jenny não vou rir, e vou te ajudar.


– Queria saber se o... o... o... Oh meu Merlin. – Jenny suspirou.


– O?


– Lysander... – Jenny disse em um sussurro voltando a parecer com um tomate maduro.


– Quem? – Lily quase gritou.


– Lysander... – Jenny suspirou.


Lysander era o que qualquer um chamaria de excêntrico, ou de maluco. Lily tinha medo dele, qualquer aluno tinha medo dele. Até os alunos do sexto ano tinham medo dele. O garoto não era mau, era apenas diferente. E o diferente assustava quase todos os alunos e professores. Mas afinal ninguém escolhe o amor, ou Lily não se apaixonaria pelo primo, também conhecido por melhor amigo, companheiro de infância, e mais um milhão de características.


– Jenny... Tem certeza que não é o Lorcan? Sabe? Eles são gêmeos. – Lily sorriu.


– O Lorcan é ótimo, ele tem aulas de adivinhação comigo. – Jenny deu de ombros. – Mas o Lysander é diferente.


– Jenny... Ele é...


– Diferente... Eu sei... – Jenny sorriu. – Queria saber se ele vai para a festa, é que não vejo ele em festas assim, mas seria a minha chance... Minha chance de arriscar...


– Jenny... – Lily suspirou ao ver a expectativa da garota. - Eu dou um jeito de levar o Lysander na festa. Somos amigos porque a tia Luna é amiga dos meus pais. Pode deixar, eu prometo que ele vai a essa festa. – Lily sorriu.


– Lily... Você é a melhor! – Jenny se jogou abraçando a garota. – Tão legal! É a melhor! Obrigada. – E a garota saiu correndo da sala assim que o professor entrou.


– Tenho escutado muito esse elogio. – Lily se sentou. – Só não sou a melhor pra mim mesma. – Lily voltou a jogar a cabeça sobre os braços e se pôs a chorar. – Minha vida é horrível.

xx


Rose fazia círculos e mais círculos com sua pena no tampão da mesa da sala de História da Magia. O professor explicava algo sobre a guerra dos duendes com os gigantes pela milésima vez desde que ela entrou em Hogwarts, e ela não tinha a menor disposição para escutar toda ladainha novamente.


Scorpius, disfarçadamente olhava de esguelha para ela. Não queria admitir para si mesmo, mas estava gostando de dividir a mesma mesa com a Sonserina e o pior de tudo é que estava preocupado com ela.


Quando saíram para o almoço horas depois, esperando pacientemente ela do outro lado do banheiro feminino pensou escutar um soluço de choro saído da voz dela. E o que mais cortou seu coração foi os olhos terrivelmente vermelhos dela.


– Estava tentando morrer afogada na privada para ter demorado tanto? – ele resolveu implicar com ela para as coisas voltarem ao normal entre eles.


Rose não respondeu, mas lançou um olhar triste para ele.


O que estava acontecendo afinal?



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Notas finais do capítulo

Devo dizer que o capítulo 5 é meu preferido ;)