Miku pov's

Eu estava aproveitando o meu último dia como empregada aqui em Lucifenia, neste reino amarelo do qual eu tanto gostei. Na verdade eu não queria ir-me do palácio da princesa Rilianne, mas sería necessário. Apenas tinha passado um ano aqui ao lado da princesa porque Elluka decidiu ir aqui para Lucifenia para visitar o reino amarelo, como uma turista comum. Decidiu partir amanhã, quando os festejos do aniversário da princesa Rilianne terminarem.

– Então, menina Michaela? Mergulhada novamente nos próprios pensamentos para variar? - uma voz cristalina fez-se ouvir atrás de mim, me abraçando por trás. Era Haku.

– É, estava a pensar na partida para o nosso reino, vou finalmente deixar Luka-sama e voltar para a cidade! Estou com saudades de ver minha família, o reino verde é tão lindo... E Clarise, já não falei para me tratar por Miku? Michaela parece tão, sei lá, no mínimo estranho! - ri-me e voltei ao trabalho, que foi o que ela também fez. Ela também odiava que eu a tratasse por Clarise, todas as aias que trabalhavam no palácio tinham uma determinada alcunha e não a usar era como uma espécie de traição. Claro que nós as duas não levávamos isso tão a sério.

Dirigi-me ao quarto de Elluka, para a avisar da partida. Temia um pouco a sua reação, mas não estava muito preocupada com o assunto. Sempre fomos amigas.

– Ojou-sama, posso entrar? - disse enquanto batia à porta do seu quarto. Ouvi um "entra logo!" vindo do seu interior e rodei a maçaneta. Lá estava ela sentada na varanda, de costas para mim. Apenas dava para a distinguir pelos seus cabelos rosados que lhe caiam sobre as costas.

Caminhei até a alcançar e sentei-me ao seu lado, olhando o que lhe captava a atenção. Parecia o início de uma guerra.

– Eu vim aqui para lhe falar sobre um assunto muito importante, Elluka-sama - disse, ignorando a cena à minha frente. Ela desviou os olhos da paisagem para me olhar e esboçou um meio sorriso.

– Me trate por Luka, por favor. Que assunto tão importante é esse?

Rin pov's

O dia havia se tornado mais maçador do que eu pretendia. Estava demasiado peso nas minhas costas, em apenas uma pessoa, e eu acabo por pensar que não sou de facto a pessoa indicada para desenpenhar este género de tarefas pesadas. Não tarefas com peso físico, mas que necessitam uma elevada concentração.

– Está bem, ojou-san? Parece meio distante. - uma voz suave e ligeiramente aguda, mas bonita, me fez perder o equilibrio e quase cair no chão enquanto caminhava por um dos enormes corredores do palácio. Fui amparada pela mesma pessoa que provocou a minha falta de atenção, ou pelo menos era isso que eu esperava.

– Arigatou, Len-kun. - disse, verdadeiramente agradecida. Apenas depois é que reparei que aquele não era o meu irmão gémeo. Não, aquele alguém era mais alto e não se parecia nada com ele fisicamente. Os seus cabelos eram de um azul safira escuro, tal como os olhos, que lhe davam um ar misterioso, que acabou sendo quebrado com a sua portura e expressão.

– Ah, gomen nasai, ojou-san. Está bem? - uma voz nova, aveludada e grave (não deixando de ser agradável) fez-se presente, aparentemente vinda do homem alto de cabelos safira.

Não cheguei sequer a ter tempo de responder, fui meio que "empurrada" para longe daquele homem que me interessava. Era o meu onii-san que me puxava pela mão. Parou em seguida, falando delicadamente.

– Gomen ojou-san, mas é preferível que não converse com alguém do país azul, muito menos o príncipe e general do exército do mesmo. É perigoso, Lucifenia está em conflito com eles há muito tempo.

Não o questionei mais. Continuámos o caminho para o jardim, o local para onde íamos sempre que tinhamos tempo livre, nem que este fosse mínimo. Notei uma leve agitação nesse local, mas acabei por ignorar. Quanto a Len, este olhava atentamente para a aglomeração de pessoas que se ía formando no jardim real sem nenhum motivo aparente, sendo muitas dessas pessoas servos e aias.

Os meus olhos foram parar num homem alto de cabelos azuis e olhos da mesma cor, que captaram a minha atenção.

Haku pov's

Avisei a Miku pela milésima vez para ter cuidado durante a viagem. Eu não me ía limitar a ver a minha melhor amiga partir com a sua "paixoneta passageira" para o país verde, apesar de saber perfeitamente que esse era o seu lar e o local onde ela se sentia verdadeiramente em casa. Eu na verdade também gostava de ir com ela, mas sei que não serei bem vinda. Não quero ser um estorvo para ninguém, muito menos para a minha única e melhor amiga.

– Adeus Haku-chan, adeus Luka-sama. - ouvi Miku dizer antes de finalmente entrar na carroagem que a levaria ao país verde. Kaito entrou em seguida, fechando a porta atrás de si.

À minha volta e da carroagem estavam muitas pessoas, a maioria delas minhas conhecidas que também trabalhavam no palácio de algum modo. Provavelmente apenas estávam aqui para ver a única do país verde no reino amarelo, ou o príncipe do reino azul de Marlon. Nada disso me interessa de verdade, a curiosidade das pessoas não é da minha conta e sei que elas, na verdade, nem sequer sabem o motivo da partida nem conhecem verdadeiramente o que vai acontecer futuramente.

Vi a carroagem partir rumo ao reino verde. Ou talvez também ao azul. Não cheguei verdadeiramente a conseguir coragem para perguntar...

Continuei o meu caminho para a cozinha, para continuar a trabalhar. Foi precisamente isso que grande parte das pessoas fizeram, voltando a exercer a sua função no castelo de Lucifenia. Agora apenas tenho a Gumi para me acompanhar no meu monótono trabalho, ela é a única pessoa com quem posso falar a partir de agora.

– Onii-san, você pode me contar mais sobre aquele garoto de cabelo azul? - ouvi uma voz falar atrás de mim, era alguém caminhando na mesma direção que eu. Parecia ser a voz da princesa, mas não me cheguei a virar para comprovar.

Porque tudo agora parece mais frio?

***

Clarise: Haku

Rilianne: Rin

Kyle Marlon: Kaito (mas eu ou pôr Kaito Marlon para não ser demasiado confuso)

Michaela: Miku

Elluka: Luka

Estes são os nomes das personagens na saga, assim que eu vou pôr o nome original na maior parte das vezes como se fosse uma alcunha.