Mããããããe.

Freddie entrou no apartamento gritando por Marissa, sem a menor necessidade pois a mesma estava na sala assistindo Tv e não ficou surpreendida com o escândalo de Freddie.

–Mãe, que bom que esta em casa. –Ele abriu a bolsa, pegou um papel e entregou a ela. –Preciso que assine essa autorização para eu embarcar até Nova York ainda hoje, tenho que comprar um equipamento pro Icarly, e...

–Não. –Respondeu ela jogando o papel no sofá e voltando a mirar a TV.

–Mas eu ainda nem terminei, e qual é mãe é pro programa...

–Não. Já esta decidido, você fica. –Ela o encarou. -Você tem prova na segunda, o Web show amanhã e saiu mais cedo da aula pra ir a Nova York correr atrás daquela garota baixa?

Freddie ficou pálido. Como a mãe poderia saber disso?

–É Freddie eu sei de tudo. –Afirmou ela triunfante diante do silencio do filho. – Sei que você quer ir atrás de Samantha Puckette que sabe la o que esta fazendo em Nov...

–Mãe, por favor, veja como fala dela, se não saio por essa porta e você nunca mais me vê. –Ele falou enérgico, mas se segurando para não desrespeitar sua mãe.

–Esta me desafiando? –Ela desligou a Tv e se levantou. –Por uma garota?

–Não. Pela Sam.-Ele colocou as mãos nos bolsos. –Quem te contou?

–Um amigo seu me ligou perguntado se você já tinha ido viajar, eu disse que não e perguntei quem era e que viagem era essa e ele me disse que queria saber se você já tinha ido buscar a Sam e que a loira que estava com vocês é na verdade irmã dela... –Ela começou a falar de forma ridiculamente teatral. –Como você pôde Freddie? Ia mentir pra mim? Trair minha confiança, Ferir meus sentimentos...

Freddie mal ouvia o que ela falava, a mulher parecia uma gralha falando com voz lamuriosa como se estivesse interpretando Shakespeare na pior escola de teatro do mundo.

Ele lambeu os lábios, respirou fundo, contou até 10 enquanto a mãe berrava e falou sobrepondo sua voz a dela:

–Que amigo mãe?

–Hã? –Ela olhou pra ele confusa. –Há, aquele que gosta de eletrônica, como é mesmo, ah claro, o Brad.

A palidez cedeu lugar ao rubor em sua face. Fechou os punhos deu meia volta e deu um forte soco na porta, fazendo a mãe se assustar, e se convencer ainda mais de que Sam estava estragando irremediavelmente seu “bebê”.

–Eu... –Não completou a frase saiu do apartamento correndo em direção ao de Carly.

–Freddie, espere, volte já aqui, ainda não acabei Freddie!! –Gritava Marissa desesperada como se o filho estivesse preste a pular de um abismo.

Freddie entrou no apartamento de Carly ignorando o drama de sua mãe e trancou a porta. Carly e Melanie estavam a sua espera se assustaram com seu semblante.

–Ferrou! –Ele gritou andando pra logo depois se sentar no sofá onde as meninas estavam. – E adivinhem por culpa de quem?

Os gritos de Marissa cessaram, deveria ter voltado pra dentro de casa.

Elas não responderam, apenas continuaram olhando interrogativamente para ele que prosseguiu:

–Aquele Justin Bieber de terreiro, aquele babaca do Brad não sei como, descobriu tudo e contou pra minha mãe e... agora ela ta la gritando alucinada, alterada e sem motivos coitada.

Freddie falava em disparada, ressaltando sua raiva e frustração.

Quando ele finamente parou, Carly e Melanie já tinham compreendido tudo e olharam uma para outra.

–E agora? –Falou ele finalmente se dirigindo a elas.

–Por que você simplesmente não liga, manda um email, ou usa a web cam? –Perguntou Melanie como se seu desespero fosse a coisa mais ridícula do mundo. “Afinal ele é mais parecido com a mãe do que imagina” Pensou.

–Não. Eu quero... vê-la, olhar pra ela... Acima de tudo eu preciso trazê-la de volta, foi por mim que ela partiu. Vocês não entenderiam...

–Você fala como se ela tivesse ido pra Marte, ela volta, em algumas semanas... –Disse Spencer que estava comendo, sentado atras do balcão .

–Não vou esperar! Isso não! Ainda mais com aquele Mané a rondando.

–Apoio você, Freddie. –Falou Carly sorrindo. –Mas o que vai fazer?

–Falsificar a assinatura, ora... –Disse ele agitado.

–Freddie isso é muito ilegal. –Lembrou a morena preocupada.

–Não importa, numa coisa o demente do Brad estava certo: A Sam vale qualquer briga.

–E se a policia te pegar, lembre que você tem um amigo advogado! –Acrescentou Spencer se dirigindo ao seu quarto. –Vou tirar um cochilo, divirtam-se!

–Tudo bem então vamos depressa, sim? –Melanie pediu se levantando. – Quero que isso acabe logo! E nem sei como vou falar isso quando ela me ligar mais tarde...

–Você não pode falar! –Sobressaltou-se Freddie. – Quero pegá-la desprevenida, Sam é muito escorregadia.

–Ok. –Ela levantou as mãos em sinal de rendição. - Mas vamos logo.

A capainha tocou e Carly foi atender. Era Gibby.

Oi pessoal. –Disse ele entrando.

–Oi! –Responderam os três.

–E ai quais são as novas? –Perguntou Gibby sentando-se na poltrona.

–Estamos indo para Nova York. –Respondeu Carly

–Atrás da Sam?

–Como sabe? –Perguntou Freddie.

–Sua mãe me parou no corredor me pedindo para não te deixar partir.

Os três caíram na gargalhada, menos Freddie.

–Posso ir com vocês? –Perguntou Gibby.

–Mas e a prova na segunda? –Carly o questionou.

–Não vou perder um resgate em Nova York por uma prova, -Seu tom era relaxado. - seria loucura.

–Concordo. – Disse Carly rindo. –parece nome de filme “Um resgate em Nova York”. Gostei disso. Com Samantha Puckette e Fredwardo B...

Ao pronunciar o nome de Freddie a frase soou mais engraçada que o esperado e novamente os três caíram na gargalhada. Até que Freddie impaciente elevou a voz falando:

–Ei, da pra focar no problema?

Eles pararam de rir.

–É pra falsificar a assinatura? –Disse Melanie determinada. –Me da a autorização e um papel que sua mãe tenha assinado, a Sam me deu umas aulinhas disso.

–Vocês são mesmo idênticas. –Observou Gibby. Incrível!

–Nem tanto. –Contestou Melanie rindo.

Freddie foi à sua casa, trouxe um documento e também uma mochila com suas roupas e Melanie logo começou a falsificar. Primeiro ela precisava fazer vários rascunhos até sair parecido, e ela era boa nisso. Era uma Puckette!

–Se nos apressarmos, podemos pegar o voo do Brad! –Falou Gibby entusiasticamente em meio aos preparativos que foram bruscamente interrompidos frente a esse comentário.

–O Brad vai viajar? –Perguntou Carly apreensiva.

–Para Nova York, segundo ele vai resolver umas questões pendentes sei la mais o que... Ele vai as 16:00 já são 11:00, então...

–Será que ele vai... -Carly perguntava perplexa mais a ela mesma do que aos outros.

–Atrás da Sam. –Completou Melanie. Alguém tem dúvidas?

Freddie permaneceu calado, e logo as atenções se voltaram para ele, que simplesmente respondeu em tom calmo contrastante com seu rosto em chamas:

–Vamos depressa pessoal, e tomara mesmo que a gente consiga pegar o mesmo voo que o Brad... Depois que pegarmos o voo, eu pego o Brad. Vai ser legal.

Sam estava no refeitório com as amigas de Melanie: Beth, Britney e Molly quando um rapaz loiro, alto e musculoso se aproximou e cumprimentou:

–Oi garotas. Oi Melanie.

–Oi. –Ela respondeu abocanhando seu bacon frito.

–Melanie você já tem par pro baile de amanhã?

–Não.

–Posso te acompanhar? –Perguntou insinuante

Sam respirou fundo. Como Melanie, não podia ser grossa, mas já era o décimo cara só hoje convidando ela pra uma festa que a escola ia realizar pra comemorar o centenário do instituto. Tudo o que ela sabia é que as duas primeiras horas seriam de muita pompa e solenidade, mas depois iriam liberar a pista, o som só não álcool, mas em fim uma balada!

O fato é que ela não queria ir, estava sofrendo e já bastava ter que aguentar as três patricinhas que não desgrudavam dela. Melanie era extremante popular, líder de torcida e o mais surpreendente é que as “patys” literalmente a veneravam mesmo sabendo de sua origem humilde. Não que elas não fossem legais, mas eram simpáticas (o que ela odiava) e só tinham dois assuntos: garotos e roupas!

–Olha, eu não sei se vou. -Respondeu finalmente.-melhor chamar outra, ta legal? Obrigada pelo convite.

–Tudo bem, -Ele ficou meio chocado, era a primeira garota que o rejeitava. - Mas se mudar de opinião, só dizer. –Ele deu uma piscada e saiu. –Aquele “não” só o havia deixado mais interessado.

–Melanie? –Chamou Beth a filha de um empresário riquíssimo. –Você ta louca? Foi o Rick que acabou de sair daqui, o capitão do time de futebol,você ta de olho nele tipo a meses ou melhor, metade da escola ta e agora que ele te convida pro baile você diz isso?

–E por que será que só agora ele me deu bola? –Perguntou distraída sem dar a mínima importância.

–Ao que parece foi justamente depois que vocês dois discutiram por ele ter acertado acidentalmente a bola em nós no treino. –Respondeu Molly. - Parece que ele gosta de “garotas selvagens” não conhecia esse seu lado... –Ela deu uma piscadinha que Sam respondeu com um risinho de lado.

–É, mas eu não estou interessada nele. Talvez um nerd me interessasse mais. –Ela falou como se fosse uma piada.

E de fato era”Sam Puckette apaixonada por um nerd”Pensou. Todas riram menos ela que se levantou em silêncio e foi para o jardim esconder as lágrimas. Cinco minutos depois as amigas de Melanie já estavam em seu calcanhar de novo. “Ah, não”

Brad estava no aeroporto esperando, quando a aeromoça anunciou seu voo. Estava satisfeitíssimo com os resultados obtidos. Agora iria para Nova York e dizer a Sam que só ele foi capaz de reconhecer que aquela garota não era ela! Sim vitória! Freddie não merecia aquela garota, não mesmo. Como pode correr atrás de uma garota comum como Carly com Sam bem na sua frente?

Freddie, Carly, Melanie e Gibby chegaram atrasados e o voo já tinha sido anunciado. Eles literalmente correram para o portão de embarque e conseguiram subir no avião a tempo. Como compraram as passagens às pressas, acabaram se separando dentro do avião. Freddie e Gibby sentaram uma ao lado do outro, Carly ao lado de um cara gatíssimo com quem rapidamente começou uma interação, e Melanie...

Melanie estava procurando a poltrona 27 quando finalmente a encontrou. Um rapaz já estava sentado no canto e pareceu perplexo ao vê-la. Ela olhou interrogativamente para ele como se perguntasse qual era o problema, até que ele saiu do transe:

–Sam? –Perguntou.

–E você é? –Ela perguntou antes de revelar quem era.

Ele reparou que ela sorria diferente, de modo simpático e doce e retribuiu involuntariamente o sorriso. Os dois ficaram se olhando assim por uns segundos até que ele respondeu:

–Brad, ué? Ah, -Ele bateu na testa- não me diga que você é a tal gêmea!

Ela se surpreendeu e confirmou com um aceno, o sorriso foi morrendo em seus lábios.

–Então finalmente te conheci. –Ela tinha um tom sarcástico. -Depois de tanto ouvir falar de você? E, há se não se importa, a tal gêmea, é Melanie, certo?

–Me desculpe. Melanie. Prazer, eu te vi na escola mais cedo, hoje ia falar com você mas você tava ocupada, e...

–E você aproveitou pra ouvir o que eu não era da sua conta. –Falou ela de uma maneira incrivelmente ríspida e doce ao mesmo tempo que fez Brad sorrir. –Olha meu querido, eu não sou palhaça então pode ir tirando esse sorrisinho da cara e se preparando por que você tem muito o que ouvir. Vou chamar o pessoal.

Ela ia se levantando, quando sentiu uma mão segurando seu braço fazendo-a sentar gentilmente na poltrona de novo.

–Vamos ser expulsos do avião. Pensa. –Ele tinha um sorriso gentil e uma ar preocupado no rosto.

Ela refletiu um instante. Levando em conta o estado de Freddie, não seria bom que se cruzassem dentro do avião.

–Mas não vai escapar quando estivermos em solo. –Ela fez uma mistura de riso e beicinho que era um verdadeiro charme.

Eles voltaram a trocar um sorriso meio sem jeito, quando Melanie cortou o clima séria:

–Por que, Brad? Por que ta tentando destruir a vida da Sam?

–Destruir? Eu? Eu gosto dela, só queria que ela soubesse.

–Você acha que ela não sabe? Ela ama o Freddie e ele também a ama, então desiste, ta?

Ele ficou em silencio e olhou para a janela.

–O que esta indo fazer em Nova York? –Perguntou ela. Ele continuou em silencio olhando através da janela. Ela riu baixo diante do silencio dele.

–Qual é a graça? –Ele voltou a olha-la, agora um pouco irritado com o deboche.

–Nada. –Ela ainda ria e pegou uma revista para ler.

–Vem ca, Melanie todas as garotas da sua família são tão tapadas como vocês? –Disse ríspido.

–Como é? –Seus olhos brilharam de fúria e seu sorriso morreu na mesma hora.

–Uma só tem olhos para um idiota que é afim da melhor amiga, a outra alem de apoiar isso, debocha de alguém que a tenta fazer feliz?

–Você não gosta da Sam Brad. E vai fazê-la sofrer quando descobrir isso.

–Não. Estou indo desesperado para Nova York  por que gosto de avião.

–Talvez. Ela o encarou nos olhos. –Mas amor mesmo é aquele no qual a gente sacrifica nossos sentimentos em respeito a os sentimentos de quem amamos. Como a Sam fez com o Freddie, por pensar que ele gosta da Carly.

Ele abaixou a cabeça em silencio, ela prosseguiu.

–Amor melhora as pessoas Brad, e olha pra você, parece até um vilão barato. –Apesar das palavras, ela tinha um tom doce e amigável. - Você tentou envenenar a amizade deles, ou melhor, o amor, por que sei que você sabe que o Freddie também a ama caso contrário não o entregaria pra mãe dele, e ainda assim você tenta se colocar entre isso? Cara se toca, isso é tudo menos amor.

Ela finalmente parou de falar dando um suspiro e após um longo silencio, ele falou:

–Estou lutando como posso. –Disse finalmente sem tirar os olhos dos próprios joelhos.

Ela colocou carinhosamente a mão em seu ombro.

–As pessoas não são terras, para ser conquistadas em batalhas, sabe? Elas têm vontade própria. Temos que respeitar isso, Brad.

Ele a encarou novamente. Realmente apesar de serem gêmeas, tinham um jeito completamente diferente. Ele segurou a mão que estava em seu ombro, a fazendo corar, e disse:

–Obrigado Melanie. Por não me julgar.

Ela sorriu e disse:

–Por nada. Mas isso não te livra de levar uma surra do Freddie quando chegarmos.

Os dois riram.

–Olha ainda temos cinco horas de viagem pela frente, - Disse Brad sorrindo. -que tal se falássemos de coisas mais agradáveis pelo caminho? Só pra espairecer?

Ela sorriu e concordou.

–E me desculpe por ter te chamado de tapada. –Disse ele sorrindo. – Eu é quem fui um tapado. Acho que em tudo isso.

–Ok, o que combinamos sobre falar de coisas mais agradáveis? –Ela disse sorrindo docemente percebendo seu arrependimento se espalhar pela face. –E claro, te desculpo.

Ela olhou aquele cara alto, de olhos claros que parecia até ator de filme teen e pensou: “Talvez a Sam seja mesmo uma tapada”.

Continua...