Carly e Freddie chegaram esbaforidos na sala mas estava completamente vazia. Tudo o que Havia era um Gibby confuso tomando conta do que parecia ter sido uma maquete. A aula havia acabado, a conversa com Brad foi de uma intensidade que eles esqueceram a hora e nem sequer ouviram o sinal tocar..

–Cadê a Sam? – Perguntou Freddie assim que entrou.

–Saiu... – Respondeu Gibby procurando entender

Carly pos a mão na cabeça. Ela não podia estar longe, não a deixariam sair da escola, provavelmente ela apenas tenha ido para a outra aula. Freddie sentia um aperto no coração desde que Carly lhe contara que eles foram surpreendidos no refeitório por alguém que normalmente entraria bufando por ele não ter aparecido para apresentar o trabalho. “O que ela pensa que estávamos fazendo?” Pensou ele em misto de raiva e angústia. Mas também, primeiro Carly o chama para uma conversa com uma garota misteriosa na frente dela ai depois os dois somem... Ele se abriu os braço em um gesto de impaciencia.

–Galera o que ta havendo? – Perguntou Gibby diante do silencio pensativo dos dois.

– Bom, até agora não sabemos exatamente o que houve. – Respondeu Carly. – Mas o que aconteceu aqui? – Perguntou voltando a si, olhando a maquete destruída no chão.

–A Sam quebrou, ué! – Gibby disse como se isso fosse a coisa mais natural do mundo.

–O trabalho! – Freddie parecia acordar de um sonho - Ela deve ter levado um F apresentando sozinha...

–Vocês levaram A. Ela saiu a pouco pra te contar, mas voltou de cara fechada e destruiu a maquete. Parecia transtornada. Pegou a mochila e saiu. Resolvi esperar vocês aqui, definitivamente não queria ficar com ela naquele estado de espírito.

Carly soltou um “Ah não, Sam...” e disse tentando animar Freddie que já estava agachado catando os pedaços do seu trabalho com enorme pesar:

–Vamos pra aula de Biologia la a gente explica a ela... –Sua voz era de cansaço.

–Aproveitamos e contamos a ela o circo que o namorado idiota dela armou. – Disse Freddie animado com a ideia de explicar a Sam a verdade dos fatos e principalmente de jogar na cara dela o quanto Brad era estúpido.

Iam depressa pelo corredor quando uma voz masculina muito grave chamou Freddie:

–Benson? -Era o professor de sociologia, o mesmo que passara o trabalho.

–Ah, professor prescisava mesmo falar com o senhor...

–Sei. O senhor esta melhor? – Perguntou o professor pondo a mão nos ombro de Freddie. – A senhorita Puckette me disse que estava com forte crise de diarréia e se prontificou a apresentar o projeto de vocês. Fantástico! Levou A.

Carly não conteve o riso. “Crise de diarreia” era muito a cara da Sam... Freddie sentiu vergonha mas disfarçou pondo a mão no abdomem e disse:

–Sim, estou muito melhor... E como fica minha nota?

–Acabei de dizer que levou A.- Disse o professor já se afastando. – A sua colega lhe atribui os devidos créditos durante a apresentação, só tem que me trazer um relatório detalhado de mesmo projeto na próxima aula para eu ter certeza de sua participação.

–Sim senhor. – Ele não disse mais nada e deixou o professor se afastar.

–A Sam apresentou realmente muito bem –Disse Gibby quebrando o silencio da caminhada que foi retomada.

O silencio continuou, Carly só queria encontrar logo Sam e ao entrar na sala e constatarem sua ausência, eles se entreolharam sério.

–Ela não ta aqui. –Disse Freddie, o que o fez se sentir meio “Gibby”

–Isso é tão a cara dela... Não sabe o que ela é capaz de fazer para não ser vista chorando... –Murmurou Carly mais para si do que que para eles.

–Chorando? Acha que ela ... – Freddie parecia incrédulo – Estamos falando da Sam

Carly não respondeu apenas o fulminou com o olhar e se dirigiu a Jeremy que estava sentado assoando o nariz:

–Oi. Voce viu a Sam?

–Vi ela no corredor mas já tem algum tempo.

A senhorita Brigs entrou na sala ordenando que todos sentassem e os três se olharam nervosos. O que Sam estaria aprontando?

–Senhorita Brigs, -Começou Carly - a Sam sumiu e ela não esta passando muito bem, posso procura-la?

–Não é necessário. Vou pedir a um funcionário que se encarregue disso.

Ela saiu, demorou por volta de uns cinco minutos e retornou sem dar satisfação apenas ordenando que todos tomassem seus lugares.

Freddie olhou para Carly com ar interrogativo, ela deu de ombros e sussurrou um “Depois” carregado de dúvidas e eles sentaram pensativos. Gibby já havia tomado seu lugar e apenas os olhava com curiosidade.

O tempo se arrastava e nenhum dos três prestava atenção alguma nas aulas. Durante o intervalo eles tentaram sair para procura-la, mas não conseguiram e nenhum funcionário sabia dela. Carly estava triste por Sam ter interpretado de forma tão errada sua conversa com Freddie mas sabia que ela tinha razões para pensar assim. Não bastasse Brad enchendo sua cabeça de asneiras na tentativa frustrada de lhe conquistar, ela inventa uma história daquelas, depois some com Freddie e a faz presenciar aquela cena... Ela suspirou e baixou a cabeça. Seus dedos já estavam doidos de mandar torpedos já que ligação ela não atendia.

–E então? –Perguntou Freddie sentando ao seu lado no banco

–Nada. Mas não se preocupe, assim que sairmos passamos na casa dela e tudo se resolve de uma vez.

–Tudo ... – Murmurou.

Ficaram em silencio

–Queria falar logo com ela. Por que ela tem que ser assim? -Perguntou ele triste.

–No lugar dela faria a mesma coisa. – Disse Carly calmamente e ele se surpreendeu. – Sumiria... -Completou

Ele abriu a boca para perguntar o porquê. Mas refletiu e conteve-se. O sinal tocou foram para a aula e começara a conversar sobre assuntos bobos para dispersar. Estavam convictos de que mais tarde tudo se resolveria.

Sam chegou em casa ainda soluçando muito e começou a arrumar suas coisas. Pegou suas economias e se encaminhou para a rodoviária. No caminho, em um taxi as lembranças voltavam e ela sentia uma pontada de ódio, e muita tristeza. Estava esperando Freddie e Carly na sala e nenhum dos dois apareceu. O professor entrou e a fez apresentar sozinha. Tirou um A e ia contente jogar isso na cara de Freddie e o que encontrou no refeitório a fez sentir a garota mais fracassada do mundo. Sua melhor amiga e o seu... O seu nerd... Ela pensou chorando forte. O taxista olhou pelo espelho e sentiu dó, mas ficou calado. Já estava habituado a isso e sabia que a maioria dos passageiros não gostavam que ele perguntasse nada nem mesmo para conforta-los.

Ao chegar no aeroporto ela respirou fundo e disse: "Só por umas semanas até eu me sentir um pouco melhor. O suficiente para me acostumar com isso". Pegou um voo economico para Nova York esperançosa de que Melanie a ajudaria. Era sua única esperança.

Continua...