Interligados escrita por Luangel


Capítulo 17
Um corpo, 3 mentes


Notas iniciais do capítulo

Oiê! Como vão vocês minhas leitoras e leitores lindos? Bem, espero que gostem desse cap, assim como gostei de escrevê-lo, tentei esclarecer algumas coisinhas que ficaram confusas no capítulo passado, mas se ainda tiverem duvida podem falar!^^ Ah, uma coisa: Vocês tem tumblr? Se sim, me segue aí povo: http://tsubasa-by-sakura.tumblr.com/ Bem, tenham uma boa leitura!o/



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—Lobo. Homem. Lobisomem. Pronto, agora saia de mim seu maldito!

Sasuke Uchiha:

                 Um... Mutante? Nem em meus sonhos mais insanos eu poderia imaginar que pudesse existir criaturas assim. Não na vida real...

                —Fora!Agora! — Ordenou o lobisomem, cada vez mais irritado se possível.

Mesmo ouvindo os rosnados furiosos da fera, a corrida logo se mostrou ser revigorante e fortalecedora, eu me sentia como um espírito livre preso em um demônio.

                 O ar gélido dançava por entre meus pêlos, se é que posso chamá-los de meus... Meu olhar encarava a distância como fosse algo insignificante, focando em cada detalhe daquela paisagem branca, sem perder nada. As cores, por mais mínimas que fossem, pareciam mais vivas e nos flocos de neve, era possível ver os delicados desenhos que a natureza criava neles.

                —Vou cortar sua garganta por isso seu desgraçado!—Decretou o animal, como se estivesse dizendo para a si mesmo, e me tirou de meus devaneios.

                Mesmo depois dessa confiante ameaça, eu continuei correndo. Meus pulmões expandiram-se, recebendo mais oxigênio do que o de costume, o que me estimulava a correr ainda mais rápido, minhas garras agarrando o chão, desprendendo a neve do solo. Os aromas ao meu redor ficavam mais intensos, quase avassaladores.

                Neve e pinho, e havia um animal morto a poucos metros de distância. Era um cervo, afirmei mesmo nem sabendo que aroma um cervo morto teria em minha forma humana... Com aquele corpo eu era capaz de ouvir até o zumbido das moscas que circulavam a carcaça. 

                —Vou banhá-lo em sangue, humano. Não é uma ameaça, é uma promessa!— Dessa vez a raposa não gritou ou ordenou, essa frase foi dita lenta e sombriamente, aumentado seu efeito “mortífero” e “ameaçador” sobre mim, não que eu estivesse com medo, mas a minha situação não era das mais favoráveis, eu estava sem as minhas adagas e nem sabia como tinha “entrado” no corpo do lobisomem.

                Enquanto eu tentava raciocinar em algum plano de fuga em algum plano para permanecer vivo, a gargalhada demoníaca e histérica de Yusuke ocupou a minha mente.

                —Funcionou! Funcionou!Funcionou!— Exclamava a alma do garoto dentro da minha mente, como um daqueles cientistas malucos e psicóticos de filmes antigos.

                —Quem é esse? Outro desgraçado?!—Berrou a fera, percebe-se que ele também podia ouvir o Yusuke.

                —Sempre quis testar isso!— Falou a alma ignorando o comentário do animal, afinal ele não tinha com o que se preocupar mesmo, já estava morto...

                —Isso o quê?—Perguntei, temeroso com a resposta.

                —O meu dom: Possessão. — Respondeu Yusuke, orgulhoso de si mesmo.

                —Dom?!—Questionamos e eu a raposa juntos.

                —Sasuke, acho melhor falarmos sobre isso depois, afinal não sei quanto tempo vai durar a minha possessão e sem querem ser chato, você ainda tem que salvar “a moçinha bonita do lobo mal feio.” —Lembrou a alma se recuperando do seu ataque de histeria.

                —Hinata... —Murmurei me lembrando da morena.

                O que ela pensará de mim agora? Ok, ela já sabe que sou um alquimista, mas alquimistas não tem poderes sobrenaturais de possessão! Além do mais como ela estaria agora? Bem? Mau? Tomara que essa fera maldita não tenha ferido a Hyuuga. Tirando-me de meus devaneios, o lobisomem soltou um palavrão e falou:

                —Que merda é essa que vocês estão falando?! O que tem a Hinata a ver com isso?

                —Não fale como se a conhecesse!—Retruquei e o mutante rosnou ferozmente.

                —Dobre sua arrogância, pirralho idiota! Eu a conheço bem melhor do que você!— Disparou. —Você não pode ficar aqui para sempre. — Concluiu maléfica e raivosamente. — Pode? Pode?!

                Eu já começava a sentir a boca da raposa espumar de cólera, ele certamente me mataria quando eu saísse dali, se é que eu saísse.

                —Yusuke? —Chamei e a alma voltou a ficar monossilábico soltando apenas um “Hm” em resposta. —Você sabe sair daqui, não é?

                —Se eu não soubesse sair eu nunca teria entrado não é, gênio?—Retrucou Yusuke com seu humor ácido de volta, mas eu o ignorei e comecei a pensar em um plano.

                Para ter meus poderes como alquimista eu teria que desenhar círculo de alquimia, o que é impossível quase se está em posse do corpo de uma raposa raivosa sem polegares opositores. Ok, então usar alquimia está fora de questão, se eu saísse daqui de repente, eu poderia pegá-lo desprevenido ou o contrário também poderia acontecer, já que eu não tenho minhas adagas e ele é um animal, seus instintos certamente ultrapassariam os meus.

                Grunhi, frustrado, minha única chance de sobrevivência seria se eu imobilizasse ou fizesse algo para atrasar meu oponente o que volta a minha conclusão anterior... De repente foi como se uma lâmpada se acendesse sobre a minha cabeça, afinal eu estou no comando do corpo de uma fera e toda fera... Tem presas.

                Engoli a seco, apesar da raposa estar querendo me matar e ele pode ferir a Hinata, eu não tinha disposição para tanto, o que eu faria poderia ser considerado um ato de covardia ou... Um ato bem pensado para alguém que quer sobreviver.

                —Sasuke?—Chamou a alma. —Ainda está aí?

                —Ah, seu maldito... —Murmurou a raposa, como se estivesse se deliciando com o meu desespero. — Não se preocupe, depois de te matar, eu darei as sobras para Hinata fazer um enterro.

                O ignorei e falei para Yusuke:

                —Quando eu falar “Já!”, você nos tira daqui, ok?

                —Entendi. Só espero que tenha um bom plano em mente, gênio. —Dessa vez a alma não estava com ironia e sim com algo mais maduro e sério, seria... Preocupação?

                —Isso vai ser divertido. —Falou o lobisomem com arrogância.

                —Você não imagina o quanto... —Murmurei.

                Eu preciso fazer, pensei. Meu estômago revirou desconfortavelmente, mas eu não tenho tempo para isso. Mostrei os dentes pontiagudos de raposa e, com um regougar malicioso e primitivo, dei um bote fatal na pata. Os caninos afiados rasgaram a pele do “lobisomem”, afundando no músculo e chegando a atingir o osso.

                Gritos intensos preencheram a minha cabeça e eu me surpreendi em estar gritando também. Incrivelmente todos nós sentimos a dor. Todos nós grunhimos quando a dor agonizante se espalhou como pólvora, comprometendo todos os músculos que atingira.

                —Desgraçado! O que diabos você está fazendo?!— Berrou a fera. —Pare!Pare!

                Segurando a mordida cortante, eu apertei o maxilar e puxei. Um líquido quente, gosmento e escuro, com um nauseante gosto metálico invadiu a minha boca e antes que pudesse cuspir, o sangue desceu garganta abaixo e eu engasguei. Mais gritos e gemidos apareceram.

                Deixei um gemido doloroso escapar por entre os meus lábios quando o corpo do animal caiu na grama.

                —Já... —Sussurrei e mesmo em meio aquela dor eu senti como se uma mão me puxasse para fora, o que não era realmente a sensação mais confortável do mundo.

                Quando abri os olhos, eu estava sentado apoiado no tronco de um arvore, e Yusuke estava deitado na grama, respirando com dificuldade, cansado, e a poucos metros de nós, estava o animal... Ele estava deitado exatamente como havia sido deixado, com a pata estirada, o sangue cobrindo o focinho e o ferimento.

                —Precisava de você inteiro para poder te interrogar. —Falei quando tive forças para falar e em resposta os olhos azuis do lobisomem faiscaram e ele tentou se por de pé, mas a pata ferida doeu e a fera soltou um agudo e doloroso som que mais parecia um latido. —Vou trazer alguns curativos e então conversaremos.

                Mesmo sem poder se mover o animal soltou um regougar feroz, prometendo revanche quando eu voltasse. Tropeçando eu consegui seguir o meu caminho e com ajuda Yusuke eu me localizei naquela mata, encontrando depois de quarenta minutos, a minha casa. Entrei rápida e bruscamente, caminhando direto para o banheiro, procurando a caixa de primeiros socorros, afinal, eu queria interrogar meu oponente, as informações que ele me daria seriam valiosas.

                —Sasuke? O que aconteceu com você?—Perguntou Ichiro me olhando como se eu fosse um alienígena.

                —Não tenho tempo para explicar. —Retruquei falando tão rápido que acho que ele nem entendeu o que eu disse.

                Yusuke se sentou no sofá e ficou encarando o nada, como se estivesse em uma espécie de transe.

                —Yusuke, o que aconteceu com você?Está tudo bem? —Indagou Itachi, tentando capturar a atenção do moreno me vão.

                Sem esperá-lo eu sai correndo de casa, refazendo o caminho de volta, mas como ironia do destino, o lobisomem havia desaparecido, deixando para trás somente uma poça de sangue, como prova de sua existência. À noite eu não conseguia dormir, mil coisas passavam por minha mente enquanto eu me revirava na cama, entre meus pensamentos estava a tal raposa, Hinata e tal dom que Yusuke mencionara.

                Sentia-me como um peixe fora d’ água, sufocando lentamente. Ainda podia me lembrar dos suspiros e do olhar assustado da Hyuuga enquanto eu habitava o corpo da fera. No caminho de volta para, Yusuke deu uma breve explicação sobre o que seria estes tais “dons”. Ontem à noite, por exemplo, Keiko havia descoberto o seu dom, segundo a teoria do moreno.

                Keiko havia previsto o futuro, talvez próximo, talvez longínquo, não sei ao certo como explicar, mas só eu posso ver as visões junto da garota e o que eu vi me fazia estremecer de raiva e medo. Apesar de tudo, o moreno não me explicou sobre o dom dele, ele só falou que já havia “testado” quando era vivo o que me deixou ainda mais confuso.

                Mas de uma coisa eu tinha certeza: Não deixarei a morena morrer pela raposa idiota. Suspirei pela milésima vez e fechei os olhos com força.

                —Acorde.

A palavra se repetia graciosamente em minha mente, mas ao mesmo tempo era opressiva e imponente e quase que imediatamente, minhas pálpebras se abriram.

                A garota da capa vermelha estava ali novamente, ajoelhada ao lado da cama, seu delicado rosto apoiado no colchão, me observando atentamente. Prendi a respiração devido ao susto, eu só posso estar tendo alucinações por causa do estresse, afinal de contas, a garota não estava ali um segundo atrás, mas a visão que estava tendo era bonita e muito bem-vinda.

                Quando finalmente voltei a respirar, o cheiro de cerejeiras invadiu as minhas narinas, como para provar de que aquela visão era real. Não pude deixar que um sorriso bobo se formasse em meu rosto. A observei, tentando fazer com que todos os detalhes do rosto dela fossem guardados em minha mente.

                De súbito a rosada se levantou e caminhou lenta e solenemente até a janela que agora estava aberta, soprando uma brisa gélida.

                —Você vem?—Perguntou de forma suave, mas não menos imponente.  


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Notas finais do capítulo

E aí? Mereços reviews? Pedradas ou Recomendações? ^-^Bem, e então, o que vcs acham q vai aconetcer agora c essa saida do Sasuke e da Sakura? XD Bem, até o próimo capítulo! o/
:*



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