Can we whisper? escrita por Meggs B Haloway


Capítulo 19
Capítulo 18 — Muito longe.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Tá tudo bem com vocês por aí? É... hum, aqui está um novo capítulo e espero que gostem. Não... me... odeiem, pfvr, as coisas não podem dar sempre certo, não é? Então... deem uma olhada na fanfic da minha amiga May, garanto que é ótima! (https://www.fanfiction.com.br/historia/227440/Goodbye_My_Love) E se quiserem escutem a música ♥



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• Safe — The icarus Account •

Naquela noite, eu dormi rápido demais, logo após ele começar a enrolar seus dedos em meu cabelo e deslizar os mesmos por minha nuca, arrepiando todo meu corpo. Eu não queria ter dormido, eu queria, na verdade, ter ficado acordada como na noite anterior, porém aquela não era uma coisa a qual eu tenha escolhido.

No outro dia, ele não tinha saído e ainda continuava adormecido ao meu lado, com a mão dentro de minha blusa. Sorri por causa disso e não me mexi por alguns minutos até que ele acordou, retirando a mão de minha blusa e passando-a por minha cintura, juntando-se a mim como se fosse uma necessidade.

— Bom dia. — Sussurrei-lhe, sorrindo.

Ele sorriu também, abaixando seu rosto para beijar meu ombro como sempre fazia de manhã.

— Bom dia. — Sussurrou assim como eu.

Hesitou.

— Quero te fazer uma pergunta. — Riley disse, colocando uma mão quente em meu rosto gelado. Eu assenti, e esperei com paciência e sem receio que sua pergunta viesse. — Você vai me amar quando eu… estiver feio? Sem cabelo algum e careca?

— Sério que você acha que eu amo sua aparência? Pensei que fosse menos fútil aos seus olhos. — Murmurei, franzindo meu cenho. Passei a mão por sua nuca, entrelaçando-a com força, mas sem o machucar em seus cabelos. — Não sei se me sinto ofendida com isso ou se fico com raiva de você.

Ele sorriu, captando o tom de brincadeira em minha voz.

Não fizemos nada a não ser comer e assistir televisão naquele dia até a parte da tarde em que tudo começou a ficar tedioso demais. Riley estava normal para uma pessoa que estava passando pelo que ele estava; ele não estava mais abatido que o normal ou prestes a entrar em uma depressão. Seu semblante era conformado.

Eu não estava conformada, eu não o queria perder desse jeito. Sempre pensei que o perderia por ter sido rabugenta, por ele ter arrumado alguém melhor e que o fizesse mais feliz do que eu o estava fazendo, e também não me conformava com isso, mesmo sabendo que era uma verdade relativa. Mas essa verdade que eu tinha que encarar, ela não tinha nada de relativo e me assustava.

Deveria ser errado alguém que nós amamos partir ou ficar doente.

E desde pequena eu percebi que sempre fui muito dependente de Riley, se eu não o visse por dois dias já começava a ficar triste ou deprimida. Era besteira, eu sabia e não conseguia evitar que esse sentimento me tomasse por completo quando ele tinha que viajar ou alguma coisa parecida. Era líquido e certo que eu não viveria sã sem ele.

Tudo bem… claro que teve épocas em minha vida que essa coisa foi muito mal, eu poderia aparentar que não precisava de Riley, mas na verdade, precisava. Quando eu estava com Edward, por exemplo, eu nunca cheguei a pensar com clareza nisso, porém eu sentia falta dele. Era uma coisa complicada demais para que pessoas de fora viessem a entender, por isso uns poupavam esforços e só julgavam.

E então em uma hora que eu estava quieta ao seu lado, encostada nele enquanto tentava concentrar-me na tevê que estava a minha frente, Riley se virou para mim e fitou-me por alguns segundos antes de capturar meus lábios em um beijo calmo que me fez endireitar-me para estar mais perto dele.

Meu coração disparou como estava acostumado a fazer quando sua mão deslizou por minha cintura e parou em minha coxa, puxando-me para cima dele sem nenhuma intenção de ser cauteloso. Eu fui cautelosa e tentei não colocar muito peso porque eu não tinha ideia de onde é que ele sentia dor, eu tinha medo de machucá-lo com a imprudência que às vezes eu assumia quando estava perto do mesmo.

Seus lábios ficaram imóveis nos meus e eu abri os olhos somente para ver o que tinha acontecido.

— Isso não dói, Bella. — Ele me informou com a voz passiva, calma.

— Você não pode fazer esforços. — Sussurrei encostando minha testa em seu ombro, por cima de todos os casacos que ele vestia. Seu cheiro continuava o mesmo, inconfundível e conhecido há muito tempo.

Ele gargalhou baixinho em meu ouvido e suspirou.

— Você se preocupa demais com coisas que não deve. — Riley me informou, acariciando minha coxa. — E também não vai ser esforço nenhum amar você. — A voz dele foi baixa, sedutora e seus lábios roçaram por meu pescoço.

Eu estremeci tanto por suas palavras quanto por seu toque.

— Não vai, é? — Indaguei sorrindo cinicamente.

— Não, não vai. — Riley levantou o rosto para sorrir para mim.

Apesar de saber claramente que eu não queria que ele se esforçasse por besteira, Riley, após ter desligado a televisão, me pegou em seus braços e me carregou até o seu quarto. Seus braços continuaram fortes assim como eu me lembrava de estar no passado, ele continuava como antes.

— Em dias escuros seu cabelo fica quase preto. — Ele disse, sentando-se na sua cama e me deixando sentada em seu colo, mantendo-me o mais próximo que ele conseguia. — Em dias claros seu cabelo fica ruivo. Eu gosto de dias claros, sabia?

Eu sorri de modo largo, abraçando-o com força. Riley também me abraçou com mais força do que ele costumava fazer, beijando todo o meu colo, subindo para meu ombro e chegando até meu rosto de modo infantil.

— Eu vou me forçar a ser forte por você. — Ele disse, pegando meu rosto entre as mãos e prendendo seu olhar no meu. — Porque é isso que eu faço, lembra?

Eu sorri, e escondi meus olhos marejados dele ao enterrar meu rosto em seu ombro.

Aquela era a minha parte fraca, e sempre seria. Lembrar-me sobre aquilo era quase torturante, tendo em vista que eu sabia que ele não tinha que se forçar a nada naquele momento, somente se tratar porque era apenas assim que resolvia. Dessa vez, ele não podia exceder o seu esforço físico, não era tão simples quanto parecia.

Eu queria que fosse. Mas não era. Era sempre assim, eu sempre me via encurralada e sem escapatória quando pensava que podia explodir de tanta felicidade. Era assim que eu me encontrava com Riley, eu estava quase explodindo de felicidade apenas por tê-lo ao meu lado, e então isso chegou e me tirou da ilusão.

Os lábios de Riley estavam nos meus, beijando-me com uma intensidade ótima e suas mãos dentro de minha blusa quando seu celular tocou, assustando-nos. Ele trocou um olhar entre meu rosto e seu celular que estava no bolso de sua calça a qual estava no chão, e voltou a me beijar, sem se preocupar se era alguma coisa importante.

Charlie chegou de nove horas assim como Sue e não bateu na porta do quarto de Riley, certamente pensando que estávamos dormindo. Não estávamos, estávamos em silêncio até o momento que ele levantou meu queixo para ver meus olhos e sorriu para mim, despreocupado como sempre.  

— O que você quer de aniversário?

— Nada. — Respondi, contendo a vontade de dizer que eu o queria de aniversário, o queria vivo e comigo. — Você sabe que eu nunca quero nada de aniversário…

— Mas eu sempre te dou. — Ele disse, sorrindo. Suas mãos deslizaram pela lateral de minha cintura nua em uma simples carícia. — Você poderia facilitar meu trabalho e dizer o que você quer, não é?

— Você já me deu tudo — Tentei escapar com as bochechas coradas.

Ele sorriu amargamente, e qualquer que fosse seu pensamento, não foi exposto. Eu o abracei com força enquanto tentava que aquele pensamento saísse de imediato de sua mente, e levantei-me para beijar seu rosto e deixar meus olhos nos mesmo nível que o meu.

— Vamos tomar banho. Você precisa comer algo. — Eu disse, acariciando seu rosto de leve.

Sabendo que ninguém estava fora de seu quarto agora, vesti a camisa cuja Riley estava anteriormente com um short qualquer que eu encontrei em meu quarto e um casaco que chegava até minhas coxas de tão grande que era. Ele já estava na cozinha quando desci as escadas, comendo alguma coisa salgada qualquer sem tomar qualquer suco ou refrigerante, pois lhe era vetado.

Eu sabia que era desgastante ver a geladeira cheia de coca-cola e não poder tomar sequer uma latinha, eu sabia que aquilo por uma parte o desanimava. Claro que ele não admitia nada a ninguém, porém todos sabiam e se colocavam no lugar para saber mais detalhadamente como ele sabia e o que evitar.

Seu celular tocou quando entrei na cozinha, e de novo seus olhos bateram em mim e no celular quase ao mesmo segundo. Riley estava hesitante para atender uma simples ligação e eu não sabia o porquê daquilo.

— Não vai atender?

— É Agnes. — Ele respondeu, dando de ombros.

Não sei por que, mas aquilo me causou um espasmo de ciúmes que foi rapidamente contido e fingido que não foi nada.

— Por que não vai atender?

Ele não me respondeu nada apenas olhou-me por alguns segundos e se esticou para pegar o aparelho que estava em cima do balcão da cozinha, atendo com um alô ríspido e mal-educado para Agnes. Eu reprimi um riso e fui fazer meu hambúrguer simples, desistindo de pegar a coca-cola por Riley.

Talvez ele estivesse deixando o som do celular alto demais, não de propósito, sem querer ou algo parecido com isso. Eu não fiz esforço nenhum para escutar nada do que ela falava para ele, mas não deu para evitar quando escutei um sussurro doce demais para quem estava falando com alguém que tinha uma namorada.

Você poderia vir para minha casa. Eu cuidaria de você.

Eu ri para mim mesma, balançando meu rosto e escondendo o ciúme. Eu terminei o hambúrguer rápido, a tempo de escutar a resposta de Riley para ela. A voz dele estava tão fria que eu nunca imaginaria que ele tinha aquele tom dentro de si, e seu olhar estava preso na parede da cozinha, também frio.

— Eu já tenho alguém para cuidar de mim, Agnes. Sinto muito. — Mas ele não sentia, sua voz deixava isso claro.

Não acredito que você está com aquela tal de Isabella! — Ela gritou descontrolada. Eu ergui minhas sobrancelhas e ri de sua histeria. — Ela é nova demais! Mas tudo bem. Não vou perder mais meu tempo. — Ela ainda gritava, feito uma doida.

Riley olhou para mim, pedindo desculpas com os olhos quando desligou.

— Fazer o quê, não é? Você não tem culpa se escolheu errado no passado. — Eu disse rindo com o seu rosto constrangido. — Tudo bem, é normal que… pessoas como ela façam isso. Sabe… se humilhar ao ligar para alguém e ainda dar esse show.

Ele riu, olhando-me como se não fosse muito normal eu falar mal de suas ex-namoradas. Era muito comum, e às vezes eu chegava a ser muito cruel, e não tão taciturna como eu estava sendo nesse momento para com Agnes.

Dia 10 de setembro Riley foi internado em estado grave e foi nesse dia em que eu soube que nada daria certo, que todos estavam escondendo algo de mim e que ninguém me deixara a par da situação. A pior desculpa que eu escutei foi a do meu pai, pois segundo ele eu era frágil demais para escutar uma coisa daquelas e saber que aquilo estava prestes a acontecer com alguém que eu amava.

Riley também estivera contribuindo para aquilo, ele estava me entretendo. A culpa era somente minha por estar deixando que ele fizesse aquilo de uma maneira tão fácil, quase patética. Eu deveria ter prestado atenção! Eu deveria! Era pelo menos a minha obrigação.

 O câncer estava avançado demais, não tinha cirurgia que curasse aquilo. Riley iria morrer de qualquer jeito, não poderiam nem tentar. Charlie me falara que foi mais rápido do que todos imaginavam, o câncer foi do pior tipo possível porque se evoluiu muito rápido e Riley foi displicente aos sinais.

— Eu acho melhor você não ir lá, Bells. — Charlie me restringiu assim que eu peguei minha bolsa para sair e ir para o hospital ficar com Riley.

Eu não o tinha visto esses dias todos. Não era simples para eu ficar tão longe dele quanto eles pensavam que era.

— Mas eu vou. — Teimei.

Talvez os meus olhos marejados tenham o convencido que eu precisava mesmo falar com Riley, ou/e se ele não estivesse acordado para não sentir dor, ficar apenas o observando. Ficar perto. Qualquer coisa que me fizesse ver seu rosto.

Charlie me levou o caminho todo sem falar nada. O que ele iria falar, afinal? “Ah Bella, ele está em estado terminal, mas está tudo bem, você não deve se preocupar com essa besteira” — Ele certamente prezava a minha sanidade para não mentir de modo tão descarado para mim. Eu não tinha 10 anos de idade! Eu pensava que já tinha maturidade o bastante para ouvir e saber lidar com a verdade.

— Você ainda é nova, Bella. Só tem 17 anos, ainda tem muito que viver nada vida. — Se aquilo foi um modo de me acalmar, não funcionou.

O fato era que eu não queria viver sem Riley ao meu lado, eu não queria ter que pensar que ele estava caminhando tão rápido para a morte. E se eu pensei um futuro próximo, ele estava incluindo em todos.  Amigo ou namorado, para mim tanto fazia. O importante era que ele continuasse ao meu lado, com vida. Eu não tinha muito que viver se Riley não vivesse também, junto comigo.

Quando eu cheguei ao hospital, eu senti que desabaria a qualquer momento, a qualquer hora se ficasse mais um minuto naquele lugar, entretanto aquela era a hora que eu me forçava a ser forte para ficar com Riley.

Ele estava mal. A cor em seu rosto era pálida demais para alguém como ele que tinha sempre as bochechas coradas de um modo sempre adorável, os lábios estavam prensados com força mesmo estando dormindo. Eu me lembro de quando eu dormia em seu quarto, ele sempre dormia com um sorriso simples em seu rosto.

Sue estava sentada na poltrona branca, com o rosto baixo, disfarçando as lágrimas já que ela era uma mulher forte e não chorava. Egoísta! Insensível! — Minha mente enojada gritou ao perceber que ela não dava o braço a torcer nem mesmo quando se tratava de seu filho.

— Ele só vai se acordar amanhã. — Ela me informou com a voz áspera.

— Não tem problema. Eu espero até ele acordar. — Respondi, sussurrando.

Ela não ficou feliz com aquela minha declaração que não tinha nada a não ser um tom passivo de uma calma que era resultado do estado miserável que eu me encontrava por dentro. E como a mãe e mulher perfeita que ela era, Sue aproveitou que eu estava lá para ir embora juntamente com Charlie.

Ali estivera à prova que o… ressentimento que eu sentia por ela não era mal justificado. Era justificado até demais. Uma pessoa que vê seu filho em estado terminal não se preocupa em esconder lágrimas ou se mostrar forte, ela não se preocupa em estar desconfortável ou não. Ela fica lá, o máximo que pode mesmo que seu filho não esteja acordado.

Lenta e hesitantemente, deixei que minha pousasse entre os cabelos de Riley, acariciando de leve e chorando baixinho por ele. Não era certo isso, nós ainda iríamos nos casar, nós iríamos ter um filho e morar em uma casa enorme com um cachorro. Todos esses eram planos que havíamos feito quando o tédio era grande e não se tinha nada pra falar. Era tão bobo, mas ao passar do tempo eu percebi que Riley realmente esperava cumprir tudo que ele me falava.

E eu queria que ele cumprisse! Meu medo de casamentos não era presente quando se tratava dele. Eu tinha certeza sobre tudo, sobre seus sentimentos por mim, e sobre suas promessas.

Renée apareceu também, ficou comigo pela noite inteira, consolando-me e escutando eu dizer o quanto eu odiava ter que saber que estava tão perto do fim, que eu não estava pronta para perdê-lo e que não dava para abstrair Riley de uma forma tão rápida e fria. Ela me pareceu a Renée de antigamente, de dias calmos em que o sol raiava e ela era a primeira a vibrar por isso. Ela parecia a minha mãe maluca.

— Bella… nem tudo é como a gente quer. — Sussurrou para mim, acariciando meus cabelos de leve. — Riley tem que ir, mas eu tenho certeza que ele preferiria ficar aqui com você e cumprir tudo que você me falou.

— Pessoas prometem coisas para outras o tempo inteiro, mãe! — A lembrei, soluçando já que as lágrimas secaram. — E por que justamente comigo tem que acontecer isso?

— Aposto que Riley está pior que você imaginando o quanto ele não queria te fazer passar por isso. Imagine-se no lugar dele… quão… esdrúxulo você se sentiria. Bella, não está sendo fácil pra mim, nem pra você… imagina para ele que sabe que vai morrer? Ele era meu melhor amigo, sabia? O mais verdadeiro que um dia já tive…

— O meu também. — Choraminguei.

Eu tinha certeza que ela sorrira maternalmente como há tempos não fazia para mim e acariciara meu cabelo, enrolando o dedo em uma mecha que era mais clara que o normal. Renée teve que ir embora logo por causa de Rose que não podia ficar tanto tempo sozinha em casa sem supervisão e desejou que eu melhorasse o máximo que eu conseguisse.

Riley passou pouco tempo acordado e eu podia que ele estava lutando contra seus olhos quando ele se concentrou o bastante para me perceber de frente a sua cama, com a mão na sua. Um sorriso mínimo saíra de seus lábios e pelo mínimo que eu pude perceber seus olhos diziam que ele sabia e estava satisfeito pelo que encontrava ali. Talvez por achar que eu não o iria visitar, mesmo me conhecendo bem demais para saber que eu o faria.

Ele sussurrou que me amava.

Dia 13 de setembro foi um dia chuvoso ao extremo, a chuva era forte e quem saísse sem um guarda-chuva pesado iria ficando encharcado. Eu estava em casa, com a cabeça enterrada no travesseiro de Riley, sentindo o cheiro único que o impregnava. Era perfeito o fato de que mesmo eu o cheirando incessantemente desde que acordei essa manhã, o cheiro nunca ficava mais fraco.

Alice estava chegando aqui em breve, assim como Charlie havia pedido que ela fizesse porque achava que eu tinha que aproveitar um pouco do meu aniversário. Isso era uma tolice, e embora estivesse obedecendo a Charlie, Alice sabia que eu não iria querer nenhum tipo de comemoração, afinal não se tinha nada para comemorar.

Ah! Que grande notícia! Vamos comemorar que Riley está morrendo! Olha quanta consideração eu tenho pelo mesmo! — Esses pensamentos me assustavam. Eu nunca tinha sido irônica de um modo tão doentio como esse. Comecei a considerar o fato de o processo de enlouquecimento estar se acelerando e começando a partir de hoje.

Não seria uma grande novidade. Eu já sabia que começaria a enlouquecer assim que Riley partisse e minha ficha caísse verdadeiramente.

Eu estava na cozinha quando escutei a cigarra tocando, anunciando que Alice tinha chegado. Não era ela. Eu sabia disso pelo fato de ela sempre apertar mais de uma vez, e nesse tinha sido somente uma vez. Hesitei um passo na entrada da cozinha, apertando minhas mãos e franzindo meu cenho.

Edward. Um arrepio de medo me percorreu assim que eu abri a porta e lá estava ele com toda a indiferença e hostilidade. Eu tinha medo que ele agisse como agiu na casa de Carlisle, apertando meus ombros, nos olhos uma expressão insana a qual eu nunca tinha presenciado… até aquela data.

— O que você está fazendo aqui? — Perguntei de modo enojado assim que abri a porta.

Ele hesitou por alguns segundos, olhando-me de modo piedoso antes de passar a mão por seus cabelos molhados e escuros, respirando fundo antes de falar com a voz mais rouca que o normal para ele.

— Isabe…

— Bella. — O interrompi, com a voz áspera. Eu odiava que me chamassem pelo meu nome inteiro, principalmente quando se tinha aquele tom de voz. Eu não gostava de me sentir ameaçada porque era daquele jeito que eu me sentia quando falavam meu nome como ele falava.  

— Que seja. — Murmurou revirando os olhos. — Alice não pôde vir porque Renée… é… ela…

— O quê? — Indaguei impaciente.

Ele suspirou.

— Riley faleceu, Bella. Renée está desesperada e seria… melhor se você não ficasse assim agora porque não tem ninguém aqui que possa lhe ajudar. Você sabe melhor que ninguém que eu não sei o que fazer quando isso acontece. 


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Notas finais do capítulo

"Não tem ninguém aqui que possa lhe ajudar" o Edward fala cada merda de vez em quando, por favor. Enfim, Riley é o personagem que eu mais gosto em CWW e... eu realmente não queria que as coisas fossem... assim. Mas né. Eu sempre acabo matando todos os meus Rileys, é horrível, srsly. Aposto que muita gente vai gostar, não é? Uma chance pra o casal Beward ♥ ♥ próximo capítulo vem aí e se preparem para as grande emoções. Comentem, eu adoro ler os reviews de vocês. Boa noite, xoxo.