POV Percy

Annabeth estava linda como sempre, mas uma coisa em seu dedo me incomodava. Deixei quieto.

– Vamos gente. Nós estamos super atrasados! – lembrou Bella

Olhei no relógio: 15 pras sete.

– Você está certa. – concordou Annie

– Eu e Thalia vamos no carro dos meus pais. – disse Luke, pegando as chaves e saindo.

– Eu também! – peguei uma maçã na fruteira, agarrei a mão de Annabeth e nós fomos.

Da garagem Luke gritou:

– Cabe mais um!

De repente Nina apareceu correndo e entrou no carro. Nico resmungou:

– Mas e nós?

– Vão ter que ir na parte de trás da caminhonete de Jason! – disse Thalia rindo – E corram, porque acho que eles já estão saindo...

O pessoal saiu correndo pra casa do irmão de Thalia e nós fomos pra faculdade. Chegando lá, uma turma inteira de líderes de torcida estava na entrada.

– Olá calouros!! – disse uma das meninas

Dei um sorrisinho e levantei a mão querendo dizer: “Olá coisa falsa.”

– Eu sou Drew! – continuou – Líder de torcida e presidente do comitê de “boas vindas”. – ela olhou sugestivamente para mim – Mas que menino lindo! Como você se chama? – e chegou mais perto

Annabeth apareceu e me abraçou

– Ele se chama Percy Jackson. – disse – E eu sou sua namorada: Annabeth Chase, se te interessa...

Sorri e dei uma piscadela para Annie, que devolveu com outra.

Drew fez uma cara de nojo ao ouvir a parte: “e eu sou sua namorada: Annabeth Chase”

– Hum... legal. – sério, essa menina é muito falsa

Jason, Piper, Leo, Jack, Silena, Nico e Bella chegaram.

– E aí paty? – implicou Thalia – Foi legal o passeio na parte traseira da caminhonete?

– Eu não fui na parte traseira. – respondeu Silena – Piper foi dirigindo e eu fui no banco do passageiro, princesa.

– Princesa é o seu nariz. – retrucou a punk rock radical

– Ah, calem a boca! – se intrometeu Bella

– Alguém te chamou pra conversa? – disse Thalia

– Eu não preciso da sua permissão coisa chata! – retrucou Bella

– Meu Deus! Ninguém merece vocês! – lamentou-se Annabeth

– Nossa, como se você fosse uma deusa né? – disse Silena

Elas começaram a discutir.

Eu, Nico, Jack e Luke nos entreolhamos e tivemos a mesma idéia. Pegamos as meninas no colo e entramos no campus. Elas estavam esperneando e se debatendo, mas só as soltamos depois de se acalmarem. O sinal tocou.

– A gente se encontra no almoço? – sugeriu Jason

– É. – concordei

– Então até mais. – disse Nico

– Falou cabeções! – disse Jack

E saíram. Eu e Annie fomos para nossas salas que ficavam no mesmo prédio. Acompanhei-a até lá. Ela me deu um beijo e entrou. Fui até a minha e fiquei surpreso quando vi que meu professor era Quíron. Entrei na sala, da maneira mais calma possível, mas ele não deixou passar em branco.

– Você está atrasado Sr. Jackson. – disse

– É... me desculpe. – respondi – Hum... por que... você... está... – estava com um pouco de receio de perguntar, mas Quíron sacou tudo:

– Por que eu estou na aula de biologia marinha?

– Isso. – admiti

– Era o que eu ia explicar quando o senhor chegou.

Que cara grosso.

– Nossa, foi mal. – disse e me sentei em uma das últimas carteiras

Quíron se voltou para o pessoal da sala e aumentou o tom de voz.

– Bem, o professor de vocês, Sr. Brown, pegou catapora e precisará faltar por dois dias. – disse andando para lá e para cá, em sua cadeira de rodas – Então eu o substituirei em seus horários. Hoje temos 4 aulas e amanhã, mais 4.

– Ai, que saco! – murmurei

Sorte que Quíron estava bem longe e não pareceu ouvir sequer uma palavra.

– Concordo. – disse um garoto que estava sentado á minha frente

– Ele é sempre chato assim? – perguntei

– Não sei. – respondeu – Sou novo aqui.

– Eu também. – admiti – Prazer, sou Percy.

– Prazer, sou... – o garoto não conseguiu terminar, pois Quíron o interrompeu:

– Algum problema Sr... – e olhou em algumas fichas que estavam em cima da mesa – Sr. Underwood?

– Não Sr. Quíron, pode continuar. – disse o garoto e me passou um bilhete:

Sou Grover. E respondendo sua pergunta: ele deve estar estressado assim, pois fiquei sabendo que recebeu ordens do Sr. D, de ficar de olho em ti e em sua turma.

Respondi:

Por quê?

E ele disse:

Não tenho a mínima idéia. Mas, acho que tem algo a ver com Vick e Lucy Zimer, filhos do Sr. D. Aqueles que vocês arrumaram confusão no baile.

Quando terminei de ler, Quíron apareceu ao meu lado, pegou o bilhete e colocou em seu bolso. Ninguém, a não ser eu e Grover, pareceu notar.

– Bem, agora me acompanhem até o simulador. – ele disse, abriu a porta e todos o seguimos.

Não sabia de que simulador Quíron estava falando, mas quando chegamos até a sala em que ele apontou, pude perceber que era um painel de navios modernos. Fiquei boquiaberto, pois nunca tinha visto um. Somente aqueles velhos, dos barcos que meu pai usava para pesquisar suas bactérias marinhas.

Depois de explicar alguns comandos, ele deixou os alunos verem e mexerem e me chamou para conversar. Saímos da sala.

– Sr. Jackson, não queria ser tão rude com o Sr. – começou – É que recebi ordens estritas do meu diretor para ser mais firme contigo e com seus amigos.

– Pode me chamar de Percy. – disse – E não é justo com a gente. Aqueles tais de Lucy e Vick são bem piores que nós.

– Eu sei disso Sr. Jack... – ele se corrigiu rapidamente: - Percy. Mas o Sr. D é muito chato e frescurento. Se ele ficar sabendo que desobedeci uma ordem sua, além de eu ser demitido, você e seus amigos podem ser expulsos do campus.

– Não, isso não pode acontecer. – disse – Bem Quíron, vou tentar ficar longe de confusão, e direi o mesmo aos meus amigos.

– Muito obrigado, Percy.

– Por nada.

Voltamos a sala e eu fui ver o magnífico painel de navio.

POV Jack

Cheguei na sala e percebi um cara maluco – provavelmente meu professor – que apontou para mim e gritou:

– Jack!

– Presente! – respondi

– Escolha um grupo.

– Assim, do nada, sem conhecer ninguém?

– Exatamente. Essa que é a graça!

– Tudo bem então! – joguei minha mochila no amontoado de outras, que estava no canto da sala. As carteiras estavam todas colocadas de lado e um espação, provavelmente para atuarmos – Escolho ela. – e apontei para uma menina com cabelos azuis – Ele – e apontei para um garoto cheio de estilo – Ela – e apontei para uma roqueira que parecia Thalia – e... Ele – o último era um garoto meio estranho

– Eu direi uma letra e vocês tem que fazer uma frase que comece com ela. Depois farão uma frase com a próxima letra do alfabeto e assim vai! – explicou o cara doidão – Entenderam?

Um menino tentou falar, mas o professor não deixou:

– Então vamos começar. – disse – Ashley, uma frase com... P, e... ação!

– Pelos bigodes do Bobby, você está com a cara toda amassada! – disse a menina de cabelos azuis, apontando para a roqueira

– Que você quer dizer com isso? – respondeu a roqueira.

– Risadas! – disse o garoto estranho – Você está com a cara toda amassada de tanto rir.

– Sem graça! – continuei – Não sei por que risadas, se a piada nem teve graça...

– Tem nada a ver! – rebateu o garoto estiloso – Nós não precisamos rir somente do que tem graça!

– Concordo contigo! – Ashley não percebeu, mas o professor disse:

– Ah, errou. Fora! Garotos, continuem a cena de onde parou.

A garota de cabelos azuis saiu da cena cabisbaixa.

– Ui! – gritou a roqueira – Meu cabelo está pegando fogo!

– Viu! – continuou o garoto estranho – Disse que você não deveria mexer com fogo!

– Xalalá!! – disse – Onde está o balde de água?

– Zum! – o garoto estiloso fingiu que estava trazendo um balde de água rapidamente – Aqui está senhor!

– Aleluia! – continuei – Consegui apagar o fogo de seu cabelo.

– Baby, muito obrigada! – disse a menina em meus braços

– Cara, você é muito gata! – então a beijei

– Ei, ela é minha namorada! – disse o estiloso

– Ah, errou! – advertiu o professor – Fora!

O garoto saiu batendo o pé.

– De onde apareceu o fogo em seu cabelo? – continuou o estranho

– Eu que coloquei! – disse – Sou um alienígena-zumbi!

– Eba! – pude ouvir o professor doidão dizer – Reviravolta extraordinária!

– Fuck you! Por que nunca me disse isso? – continuou a roqueira

– Garota, não te interessa!

– Hey, parem os dois! – disse o estranho, entrando no meio de nós, fingindo estar separando uma briga

– Infelizmente, quando começo não consigo parar. – continuei

– Justamente o que acontece comigo! – retrucou

– Caraca, como vocês são frescurentos!!

– Ih, errou! – advertiu o professor – Fora!

– Mas... – ela tentou argumentar

– Caraca é com “c”!

A roqueira saiu, parecendo que ia enforcar alguém.

– Kelly, é o nome da minha namorada! – disse o menino estranho

– Legal. – continuei

– Mas isso não te interessa, não é mesmo?

– Nem um pouco!

– Oh, você é muito chato!

– Piriguete de quinta categoria!

– Que isso. Te perguntei alguma coisa?

– Resposta pra burro é de graça!

– Swag!!!

– Tem nada a ver você falar “swag” e a propósito, tem uma barata em sua roupa!

– Onde? – ele continuou, mas depois se tocou – Ah, você me pegou!

– E Jack é o vencedor! – afirmou o professor

POV Luke

Cara, eu adoro Educação Física desde o meu primeiro dia na pré-escola. Mas sério, eu achei que seria mais legal na faculdade. Achei que não seria só aula teórica, mas como sempre eu estava errado. O professor se chama Gleeson Hedge e é muito frescurento.

Meu. Deus. Do. Céu como ele é chato! – pensei – O que será que Thalia está fazendo agora? Acho que a aula dela é bem mais legal que a minha. E o Nico? Ele deve estar abrindo algum cadáver. E a Bella? Será que a aula dela também é teórica, ou eles só ficam dançando? O que será que tem na cantina essa hora? Eu to morto de fome. Um bolinho com sorvete ia bem. Será que o Hedge pinta o cabelo? Porque parece que ele tem uns 50 anos e o cabelo dele não pode ser tão preto. E será que o Hedge é anão? Porque ele é muito baixinho para um homem de 50 anos. E a gente podia jogar futebol, ou beisebol, ou basquetebol, ou handebol... por que todos os nomes terminam com bol? Será que os caras que inventaram, chamavam Bol? Ou será que é por que todos eles precisam de bolas? “Bolas”...

Percebi que estava rindo e que minha mente é muito maliciosa.

– Castellan?

– Hum... o que? Quem me chama?

O pessoal da sala começou a rir.

– Sou eu seu professor. – disse Hedge – Infelizmente.

– Sim. É... o que foi?

– Cite e explique um dos efeitos benéficos do condicionamento físico, que eu acabei de falar.

Ishi, agora fudeu. Eu não prestei atenção, em uma palavra se quer que ele disse.

Um garoto que estava no outro canto da sala, chamou a atenção de Hedge, e uma garota que sentava atrás de mim, me passou um bilhete. Abri, mas nem pude ler, pois o professor me apressou:

– Vamos Castellan, diga.

– Hum... – dei uma olhadinho no papel – É... Diminuição da taxa de colesterol, gordura.

– Agora explique.

– Os exercícios usam a gordura como fonte de energia, diminuindo o peso corporal.

– Muito bem. – ele continuou – Agora vamos falar sobre efeitos maléficos do condicionamento físico.

Enquanto ele falava, me virei para a garota que se sentava atrás de mim.

– Obrigado. – agradeci

– Por nada. Percebi que você não prestou atenção em nada do que ele falou.

– É, esse cara é um mala.

– Concordo.

– Sou Luke.

– Rachel. Prazer.

– Prazer.

Me virei para a frente novamente e tentei prestar atenção na aula de Hedge. O que era praticamente impossível.

POV Nina

Cara, essa foi uma das aulas mais legais da minha vida. Tirando a parte que um monte de garotos ficaram dando em cima de mim. Qual o problema comigo, sempre foi assim, minha vida inteira, por isso eu namoro o Nick. Ele era o único cara que me deixava em paz.

Bem, você deve estar se perguntando: "Por que essa foi uma das melhores aulas da sua vida?" eu respondo, é porque o professor é muito show. Quando você tem uma dúvida, ele te ajuda. E deixou a gente livre pra tocar qualquer instumento. Bem, depois que o sinal para o almoço tocou, encontrei o pessoal em uma das mesas do refeitório. A comida era horrível, sério. Nós comemos porque estávamos morrendo de fome. Ainda tinha mais ou menos 30 minutos para o sexto tempo. Luke, Nico, Leo, Jason e Jack, foram jogar futebol. Annabeth, Thalia, Piper, Bella e Silena, foram fazer não sei o que. Chamei Percy:

– Vamos ligar pro Nick? - perguntei

– Melhor, vamos passar um trote pra ele.

– Ah Percy, que dó.

– Dó nada. Você não sabe o que ele faz comigo.

– Tá, você venceu.

Ele pegou o celular e colocou no viva voz:

– Alô?! - perguntou Nicolas atendendo o telefone

– Oi amor!! - disse Percy, fazendo uma voz de garota

– "Amor"? - perguntou Nick confuso

– É, gato! - continuou Percy, com aquela voz - Não lembra da noite de ontem?

– Na noite de ontem eu estava com meus pais!

– Na-na-ni-na-não. Você foi na minha festa, bebeu muito e nós passamos a noite juntos. Não se lembra?

– Eu tenho quase certeza que eu fiquei com meus pais ontem a noite.

– Deve ser efeito do remédio que você tomou!

– Que remédio? - percebi que Nick estava ficando desesperado

– Nossa cara. Você é muito besta! - Percy voltou para sua voz normal

– Quem é que tá falando?

– Seu irmãozinho lindo do coração!

– Percy seu idiota, vagabundo, tonto, nojento, porco, viado, boiola de merda... - tinha certeza que vinha coisa pior pela frente. Percy deixou o celular mudo e depois de uns 10 segundos colocou no viva voz de novo.

– Já terminou? – perguntou Percy, quando Nick terminou de falar

–Sim, mas você continua sendo tudo aquilo que eu acabei de dizer!

– E você é um mentiroso! Mas se fudeu!

– Por quê?

– Porque sua namorada, estuda e mora junto comigo.

– A Nina?

– Tem outra?

– Não.

– Por que tu não me contou?

– Alguma vez você me contou sobre suas namoradas?

– Você nunca perguntou!

– Nem você!

– Ok, então agora explica isso pra Nina.

Ele me deu o celular

– Oi Nick! - disse

– Oi amor!

– Humpf... – bufou Percy – “Oi amor” – ele disse imitando a voz de Nicolas – Você nem é falso, né cara?

– Nina, desliga o viva voz, para não sermos interrompidos por alguns viados que estão perto de você.

Percebi que Nick deu ênfase em “viados”

– Ah vai se fuder, seu idiota! – gritou Percy, no momento em que tirei o viva voz

– Bem, então por que você nunca me falou que tinha um irmão, mesmo?

– Nem sei Nina. Quando to perto de você, não lembro de mais nada!

– Own que bonitinho! – disse – Mas eu ainda estou brava com você.

– Ó, prometo que daqui pra frente conto tudo que acontecer na minha vida. Ok?

– Tudinho?

– Tudinho!

– Então eu te perdôo!

– O quê? – gritou Percy – Você vai perdoar esse bosta? Ele vai te enganar de novo.

– Manda esse viado se fuder, por favor querida?

– Percy, o Nick está mandando você se fuder.

– Ah, manda ele dar o c... – percebi que Percy mordeu a língua – Manda ele ir rodar bolsinha, lá na praçinha, perto da casinha, da vovózinha que ele ganha mais graninha. Que porra de irmão, viu!

E saiu batendo o pé.

– Acho que você ouviu a resposta dele, né?

– Ouvi e acho que a Califórnia inteira, também.

Dei uma risada. Mas o sinal tocou.

– Nick, vou ter que desligar.

– Tá bom. Volta lá pra sua aula de música. Um beijo bem gostoso nessa boquinha linda!

– Para de ser pervertido muleque!

– Gostosa!

– Tonto!

– Linda!

– Tá bom... beijos lindo!

Ele riu e eu desliguei. Depois voltei pra minha aula.