Safe And Sound escrita por chasseresse b


Capítulo 3
Charlotte


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos reviews Tani_2, BeautifulRedBird, paula1 e, claro, Marcela-Neko. Espero que gostem do capítulo,fiz ele durante a aula de hoje, e por isso não está lá grandes coisas. Próximo capítulo, coisas interessantes vão começar a surgir ^^ Boa leitura.



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Capítulo 2.


Parecia que a aula nunca chegava ao fim. Cada segundo se arrastava como se fosse um minuto, e cada minuto se arrastava por horas.

Quando o professor finalmente liberou a turma, peguei a ficha de Mellione e fui até sua mesa.

– Senhorita Clark, sente-se. Há algo que desejo lhe falar. – Me sentei, um pouco trêmula, diante da mesa dele.

– Professor – comecei –, eu não sei se estou preparada para pegar um caso de esquizofrenia.

– Eu sei que está. Agora, deixe-me falar, sim? – Sr. Muñoz me interrompeu, pegando a ficha de Mellione de minhas mãos. – Como eu tentava dizer, a sua paciente exigirá um pouco mais da sua parte. Estou pensando em dar a você um atestado que irá liberá-la de algumas avaliações de outras cadeiras. Claro que isso exigirá que você use matérias das outras cadeiras em seu trabalho. Mas penso que não será um problema.

Sr. Muñoz voltou a me entregar a ficha, e começou a escrever em um papel.

– Professor... – Falei, baixinho. – Não é isso. Aceitaria de bom grado trabalhar com um esquizofrênico. O problema é a pessoa, o paciente que me foi designado.

– Não consta em sua ficha que você conhece alguém que esteja no sanatório. – Sr. Muñoz falou com um tom de censura, me lembrando de que, para entrar no curso, eu não poderia ter ninguém próximo a mim com alguma psicose.

Pensei por alguns segundos em uma desculpa tangível, mas não foi preciso.

– Talvez seja o nome dela que está a incomodando. Devo confessar que também me incomodou um pouco. Seus nomes são bastante idênticos, e qualquer pessoa ficaria assustada com isso. Mas não se preocupe, isso já servirá de teste. E caso você não consiga, peça para mudar de paciente. Não farei objeções.

Peguei o novo papel que ele me entregava.

– Este é o endereço da família da garota. Pensei que talvez você quisesse conhecê-los e conversar sobre Mellione Park antes de conhecê-la.

•••

A casa dos Parks ficava duas ruas de distância da minha, portanto resolvi ir a pé até lá.

Durante todo o caminho, pensei nas diversas vezes que havia passado por essa mesma calçada ao lado de Mellione, e fiz cálculos rápidos, percebendo que não visitava os Parks há quase quatro anos.




Parei diante da casa rosa bebê, com cercas brancas e gramado por aparar. As flores haviam sido descuidadas, e se encontravam espalhadas de forma selvagem pelo quintal da frente. O lixo não havia sido retirado de dentro do pátio, e emanava um cheiro forte, atraindo moscas.

Uma janela da frente estava quebrada, e a casa, escura. Adentrei o pátio, percebendo as pedras soltas no caminho que levava até a porta branca.

Bati na porta, percebendo os estranhos arranhões na pintura rosa, e o estado de abandono da casa. Ouvi estalos dentro da casa, e logo a porta se abriu o suficiente para alguém espiar.

– Quem é você? – Perguntou o dono do olho castanho rispidamente.

– Boa tarde, sou Mellione Clark, estudante de...

– A psiquiatra? – Ele perguntou.

– Estudante de psiquiatria. – O corrigi.

– Entre logo. – Ele abriu a porta, me puxando para dentro. – Desculpe por tudo isso. É que... Espere. Eu a conheço. Mellione Clark... Você era amiga de Melli. – Ele afirmou. Olhei para o senhor, e pude apenas o reconhecer pelos seus olhos.

– Eu mesma, Sr. Park. – Falei, cumprimentando o pai de Mellione. Ele estava muito mais velho do que conseguia me lembrar; seus cabelos antes grisalhos agora eram completamente brancos e ralos. Ele havia emagrecido mais quilos do que deveria se dar ao luxo; a pele estava enrugada em excesso, e sua voz tinha um tom de cansaço.

– Fico feliz que ao menos seja uma pessoa conhecida a cuidar de minha filha. Como você está, querida? – Ele perguntou, me conduzindo até a cozinha. – Judith está descansando um pouco, junto com Charlotte. – Sorri ao me lembrar de Charlotte, a irmã mais jovem de Mellione. Da última vez que havia visto-a, ela era apenas um bebê de colo.

– Estou bem, tio Jared. – Falei, o fazendo sorrir.

– Velhos hábitos nunca se perdem, não é, filha?

Balancei a cabeça, pegando um cookie que ele havia me oferecido.

– Como está a tia Judith? E Charlotte? – Perguntei assim que ele se sentou.

– Judith está morrendo de preocupação com Charlotte. Charlotte está uma linda menina. Já está com praticamente quatro anos. Mas há coisas que ela fala que nos assusta um pouco, e...

– Melli? – Uma voz doce chamou do corredor.

– É ela. – Tio Jared sorriu, e a chamou. – Charlotte, estamos aqui na cozinha, amor.

Uma menina apareceu na porta da cozinha. Ela tinha cabelos longos, negros e encaracolados. Seu rosto pálido possuía alguns hematomas. Ela andou até ficar a poucos centímetros de minhas pernas.

– Oi, Mellione. Sou Charlotte. – Ela me estendeu sua mão rechonchuda, e a peguei entre as minhas. Nossas peles eram do mesmo tom pálido, mas a dela estava cheia de marcas.

– Oi Charlotte, como você sabe o meu nome?

– Tem fotos suas com minha irmã por toda a casa. – Ela respondeu simplesmente, pegando três cookies e subindo para o andar superior.

– Não ligue para o jeito dela. Desde que Melli piorou, ela tem estado assim. Agressiva, sempre na defensiva. E de vez em quando tem ataques...

– Ataques? – Repeti.

– Sim. Acho que você não vai gostar de saber disso. Mas então, você veio aqui falar sobre Mellione, certo?

Assenti, mas não tirei de minha mente a visão da criança machucada.



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Notas finais do capítulo

Reviews? *-* Até o capítulo 3!



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