Veronica's POV

Os dias passaram rápidos. Como eu fui uma aluna exemplar o ano todo, faltei as ultimas aulas. E os pesadelos pararam de me atormenta tanto. No dia seguinte que o Harry e os garotos nos deixaram, surgiu mais e mais polemicas sobre nós duas, se éramos namoradas de algum dele e coisas parecidas, nós ficamos dizendo que a gente só era boas amigas deles.

Comecei a passear com o Sansão frequentemente pelo parque. E graças ao Niall e ao Harry, eu me senti mais segura de mim mesma. Mas no meio da semana, Harry acabou descobrindo que eu me cortava e ficou com tanta raiva que atravesso a cidade inteira só pra me da uma bronca.

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Ouvi o barulho do pneu do carro cantando na frente de casa as 11h da manha, seguido de batidas fortes na porta. Desci correndo os degraus preocupada com o que poderia ser, porque o Henry faz isso quando fica ou bebado ou irritado.

– Oi Ha... - falei quando abri a porta, mas ele estava vermelho de raiva e não me deixo completar.

– CADE? - ele entrou explodindo correndo pro meu quarto.

– O que?

– TU SABE O QUE!

– Não, não sei - coloquei as mãos na cintura plantada no meio do corredor/sala. Ele tava na metade das escadas quando se virou e correu feito um touro em minha direção

– ISSO! - ele pegou meu braço direito e levantou, deixando a mostra os cortes cicatrizados que eu não cobri com mascara - PORQUE TU FEZ ISSO? PORQUE?

– NAO É DA SUA CONTA! - puxei o braço segurando meu pulso.

– TU É A MINHA MELHOR AMIGA VERONICA - ele berrou, com a veia do pescoço saltada - EU ACHO QUE EU MEREÇO SABE.

– NINGUEM LIGA PRO QUE ACONTECEU, E EU NAO ME IMPORTO TAMBEM.

– AH, NAO SE IMPORTA! - falou em tom de ironia - TANTO QUE FOI ATÉ UMA FARMACIA, COMPRO UMA NAVALHA E SE CORTO!

– NAO É TAO SIMPLES ASSIM, IDIOTA! - comecei a soluçar e lagrimas escorriam rápidas pelas minhas bochechas,abracei a minha barrinha na esperança de elas só irem embora.

– O que aconteceu pequena? - Harry me abraçou forte, um legitimo abraço de urso, me colocou no sofá e me fez sentar no seu colo

– São os pesadelos Harry, os pesadelos! - falei tremendo com a cabeça enterrada no pescoço dele - e a minha mãe e o meu pai, TUDO!

– Pode desabafa Vevi. Começando com os teus pais - ele falou me balançando.

Eu obedeci e desabei tudo encima dele.

Quando eu tinha 9 anos, minha mãe começo a me bate, me xingar de vadia e dizer que eu era uma inútil. E meu pai era o único que me apoiava. Na época eu era muito inocente para conhecer a navalha, então só vivia chorando pelos cantos e me esforçando para ser a melhor pessoa possível. Mas eu era muito gorda e os outros me chamavam de CDF toda hora, atiravam bolinhas de papel e riram da minha cara. Foi assim até os 14 anos, quando meu pai se separou da minha mãe e tive que morar com ela. E eu conheci um cara chamado Benjamim. Ele tinha recem-entrado na escola e era super simpático e legal comigo, dizia que nunca iria me abandona. Mas com tempo, ele virou amigo dos que riram de mim, e me abandonou completamente. Eu fiquei cada vez mais fria, e parei de ir na escola. Meu pai pagou as aulas particulares que eu tinha enquanto a minha mãe ficava fora bebendo. Aos 16, ele me ajudou a fugir de casa e me colocar num avião para Londres, já que eu sonhava em mora aqui. Falei pra Zoe isso, e ela disse que vinha de intercambio pra cá também.

Tudo tava bem até mês passado, quando a agencia do meu pai, ligou pra mim dizem que ele tinha falecido. Eu entrei em estado de choque e não comi por dias a fio. Minha mãe descobriu meu telefone e começou a ligar toda hora bêbada me chamando de tudo quanto é coisa. Os pesadelos começaram uma semana depois. Pesadelos muito vividos de minha mãe me perseguindo com uma faca, ou eu numa casa escura com meu pai morto no meio da sala, ou eu presenciando sua morte.

Quando eu terminei de conta, senti um alivio nos ombro e parei de chorar, só tremia ainda. Senti uma gota cair no meu rosto.

– Ah qual é, tu ta chorando Haz? - perguntei com a voz ainda rouca - aconteceu comigo não contigo.

– É meio triste, não sabia do teu pai. E a Zoe também não nos conto - ele secou uma lagrima

– Ela não sabe. E nem vai saber.

– Porque?

– Ela não sabe como reagi com essas coisas.

– Aaah

Ficamos ali um bom tempo, já era metade da tarde e o Louis ligou pro Harry dizendo que eles tinham um compromisso e ele teve que ir embora. Mas não antes de me forçar a dar pra ele minha navalha e prometer que eu nunca mais iria me corta. Quando ele foi embora, aproveitei pra sair com o Sansão pro parque, precisava de um momento sozinha.

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Harry's POV

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Assim que cheguei no camarim de estúdio de uma rádio que eu não lembro o nome, fui assediado por uma manada de bois cheio de perguntas.

– O que aconteceu Hazza? - Louis foi o primeiro a pergunta

– Porque tu saiu correndo porta a fora vermelho de raiva e só volto agora? - Zayn falou depois dele

– Deu algum problema com a Ve? - Niall perguntou preocupado.

– Não, agora ta tudo bem – falei, jogando a navalha manchada na mesinha de centro - mas se livrem disso pra mim enquanto eu troco de roupa.

Me troquei no meio das araras de roupa que a nossa assistente Loreline tinha trazido pra mim. Os caras já tão acostumados a me ver passeando por ai pelado mesmo.

– OH Curls - Zayn falou depois de eu ouvi um barulho de 'créck' e alguma coisa caindo na lixeira.

– Que Zayn?

– A gente convidou a Zoe e as garotas do estúdio dela pra i no cinema com a gente sábado. Topa i junto? Já que o Niall não que i.

– Ta, pode se.

Terminei de me troca e fomos pra entrevista.