– Quer que eu procure a sua mãe, florzinha? – Ele me perguntou e eu assenti.

– Precisa não. – Eu disse e ele assentiu.

– Então tá. – Ele disse e eu assenti. Caminhei até o sorveteiro, onde estava Rebecca.

– Onde você estava Charlie? – Ela me perguntou colocando as mãos na cintura.

– É... Eu estava indo ver minha mãe, mas deixa. – Eu disse e ela assentiu.

– Dois sorvetes de morango, senhor. – Ela disse dando o dinheiro na mão do senhor. Eu peguei os dois sorvetes e dei um na mão dela.

– Vamos nos sentar ali. – Eu disse apontando para uma cadeira vermelha. Andamos até lá e nos sentamos.

– Rolling in the deep... – Cantarolou Rebecca.

– Dá para parar de cantar? – Eu perguntei e ela riu.

– Tá bom, Charlie. – Ela disse e eu sorri.

– Obrigada. – Eu disse. – Eu vou ir em casa, tá bom? – Eu perguntei e ela concordou. – Te vejo em breve. – Eu disse me levantando e indo em direção à minha casa.

No Dia Seguinte.

Acordei, sem a minha mãe por perto, me levantei devagar e andei em direção ao quarto dela. Havia uma caixa azul em cima da cama, escrito Para Charlotte. Eu me sentei ao lado e abri devagar. Havia uma carta azul, era a minha cor preferida. Eu li o que tinha dentro.

Charlotte,

Se você está lendo isso agora, é porque eu não posso estar com você agora, mas

Se você está lendo e eu estou na sala, ou em qualquer cômodo, você mecheu nas

Minhas coisas, mas creio que você não é disso, não é?

Então. Como eu não posso estar com você agora, me prometa duas coisas. Não pare de usar em qualquer momento o colar que está em seu pescoço agora, e confie em apenas uma pessoa, é o seu amiguinho... Apolo.

Com Amor,

Caroline.

Eu guardei a carta dentro da caixa, e havia um livro sobre mitologia grega – Mas, por quê? Peguei o livro e andei até meu quarto, coloquei-o dentro de uma mochila azul, junto com algumas roupas e deixei a mochila ao lado da minha penteadeira azul, andei até lá fora. Me sentei no banco vermelho e suspirei.

– Cadê você mãe? – Eu me perguntei.

9 Anos Depois.

Agora que eu estava com quinze anos, as coisas estavam bem melhores. Mas, sem minha mãe, ainda tudo ficava abalado de vez em quando. Eu já havia repetido algumas vezes de série, e agora eu estou no primeiro ano do segundo grau, mas isso realmente não importa. Eu uso todos os dias o colar dourado, que minha mãe me pediu hà nove anos. E também já li o livro sobre mitologia todo, e mais uns sessentas livros, ou mais. Rebekah, havia sumido, um ano atrás, e sinto muita saudade dela todos os dias – Ela era a única que me entendia e era minha melhor amiga. Muitos diziam que ela havia morrido, e outros disseram que havia se mudado para o Brasil.

Eu estava sentada na penteadeira azul do meu quarto, escovando meu cabelo longo e loiro. Ouvi alguém bater na porta, então parei de escovar e prendi meu cabelo em um rabo-de-cavalo. Andei até a porta e abri, era Apolo.

– Oi Charlotte. – Ele disse.

– É Charlie... Entra. – Eu disse e ele entrou. – O quê foi? – Eu disse. Se bem que Apolo, é um nome de um deus grego, e a mãe dele deveria ser muito fã.

– Só vim te pertubar, sabia? – Ele disse se sentando no sofá e pegando um travesseiro e jogando contra mim, mas eu agarrei e sorri com deboche.

– Sabia que em cinco... Droga. Desculpe mais eu tenho aula. – Eu disse correndo para meu quartoe pegando um mochila azul, voltei à sala onde Apolo estava em pé.

– Quer que eu te leve até a escola? – Ele perguntou e eu neguei.

– Não, obrigada. – Eu disse e ele assentiu.