October escrita por xDropDeadx


Capítulo 20
The girl of Liverpool II


Notas iniciais do capítulo

Hello my girls
cap saiu fofo, cara. Ameei ele, sinceramente. kk
- avisinho básico.
O Nyah está com uma mania feia agora de duplicar os posts, e quando isto acontece e eu vou excluir um... Pelo menos um review é apagado.
Sim, podem matar o nyah... De novo. haha
ps: Hanna o seu que foi apagado. ):
Enfim,
boa leitura amores :B



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#20

Parte II - Where the streets have no name.

As mãos de Ally ainda seguravam firmemente as minhas, enquanto tentávamos atravessar aquela rua movimentada ao extremo. Afinal, não era só eu quem sonhava com aquela roda gigante. E só de pensar que daquela rua íngreme eu já podia enxergar suas luzes, uma empolgação, talvez, sem tamanho tomava conta de mim. Apertei ainda mais as mãos congeladas daquela menina que eu havia acabado de conhecer, contra as minhas, tentando esvair um pouco todo aquele fervor. Eu, sinceramente, não estava me importando de estar parecendo uma criança indo ao seu primeiro parque de diversão.

– Você nunca veio aqui né? – perguntou-me quando enfim conseguimos passar para o outro lado. O som de risos, misturado a zumbidos do horizonte aproximavam-se cada vez mais, e para que eu me concertasse para respondê-la finalmente, um tempo significativo rolou. Ela não tirou os olhos da minha face por um segundo, e ria para si tanto quanto determinante. Talvez fosse digna de uma foto. Foto! Não posso me esquecer de tirar uma foto para meu caderno. October! Por pouco você se esquece.

– Você acha que irá agüentar mais um pouco? Estamos quase chegando. – se manifestou, despertando-me então. – Ou prefere correr? – perguntou simplesmente, observando cada milímetro de minha face. Eu bem que tentei, mas ignorar ou, sequer, evitar aquele sorriso que pairou sobre os meus lábios, fora simplesmente impossível. Sim, eu sou uma criança do campo.

Sem pensar duas vezes, agarrei novamente as mãos daquela garota e a puxei rua abaixo, imaginando perfeitamente a cena de nós duas correndo feito loucas, enquanto ríamos de nossa própria proeza. As pessoas que passavam por nós também tinham interesse, e sorriam para gente, como se fossemos o centro das atenções. Definitivamente estávamos sendo. E olha só as nossas caras de preocupadas? Corríamos mais que nossos pés e fôlegos agüentavam, e a London Eye parecia cada vez mais próxima, nos dando mais combustível. Estava sendo mágico.

– Espera October! – Ally pediu, parando para recuperar o ar enquanto apoiava suas mãos aos joelhos.

– Credo! Está parecendo o Craig.

– Hey! Eu não sou esquisita! – praguejou, mas rindo logo após, junto comigo.

Desistimos da corrida enfim, de fato, não tínhamos mais forças. Qual é! A rua era longa demais. Enxerguei a London Eye ainda mais gigante diante de meus olhos agora, e tratei de andar apressada em sua direção, me enfiando entre aquele monte de gente que também esperavam ansiosos para adentrá-la e se deleitar com aquela vista maravilhosa, que com certeza, ela podia ceder.

– Enquanto não é a nossa vez, me conte. – respirei fundo, me virando para ela que se surpreendeu. – Porque parece que nos conhecemos a dois mil anos?

Era fato.

– Não sei... – respondeu aos risos, olhando o seu redor. – Sou só uma garota que mora em Liverpool... E você, bem você é a October Gray, cara! Como me pergunta uma coisa dessas?

– Já encontrei minha resposta! – desesperei, vendo-a franzir o cenho. Ri para mim mesma, achando graça particularmente de sua feição confusa; Estava costumada com essas por perto de mim. – Quer dizer, eu sempre quis ir a Liverpool!

– Não me surpreendo... Você correu o quê? Dois quilômetros até chegar nessa joça?! Talvez corra mais algumas dezenas para chegar até lá.

– E o que está fazendo aqui, aliás?!

– Qual é menina! Amanhã é show do Slipknot! – explicou-se então, em tom de obviedade. Como se realmente fosse – quer dizer, era... Para ela. Também seria para mim, se eu tivesse em condições de pensar direito com aquela gaiola aberta para nós, bem a minha frente.

Adentramos enfim, comigo sentindo os pelos de minha nuca se eriçar em euforia. Não demorou muito para que a roda-gigante partisse para cima, e foi à hora perfeita para que eu apanhasse a câmera fotográfica de algum lugar do passado daquela jaqueta que eu vestia. Pulei para frente, ao banco onde ela se encontrava, tão vidrada quanto eu na altura que, cada vez mais, nos surpreendia. Não demorou muito para que o flash disparasse frenético sobre nossos rostos, batendo então várias fotos, quais eu com certeza não demoraria muito para revelar.

Deixei enfim de lado qualquer coisa que pudesse atrapalhar aquele meu foco a vista na minha frente. Era simplesmente maravilhosa. A coisa mais psicodélica que eu já havia visto, talvez. O rio curvado, os carros estacionados logo ao lado... O centro da cidade um tanto mais a frente. De fato, só um amante mesmo daquela cidade iria enxergar as luzes brilhantes sobre seus olhos. Era incrível.

– Cuidado! – ela gritou, assustando-me. Vendo que havia conseguido com sucesso, começou a rir. – Como você é boba October!

– Não me diga que não ficou assim na primeira vez também...

– Contando que a primeira vez eu estava dentro da barriga da minha mãe.

– Sério?

– Ela começou a vomitar em cima do meu pai, e ele ainda nem sabia que ela estava grávida! – contou aos risos, vendo-me encará-la perplexa. Não pude evitar e comecei a rir também, imaginando a cena como se estivesse ainda acontecendo, logo a minha frente.

Ao finalmente nos colocarmos em si, percebemos que a volta de trezentos e sessentas graus estava quase completa, e os sorrisos foram se apertando.

– De volta para a realidade. – resmunguei baixo.

– Eu não queria estar na sua pele. – começou, vendo-me arquear as sobrancelhas. – Quer dizer, nessa altura eles já devem até ter chamado a policia pra você! – lembrou-me, fazendo-me perceber meus olhos saírem de órbita. – Desculpa te lembrar... – disse então, erguendo as mãos em rendição quando se deparou com minha expressão nada das melhores.

De repente eu não queria estar mais dentro daquela roda-gigante, ou talvez, quisesse que ela brecasse naquele topo e não saísse mais de lá. Eu estava perdida, não sabia como voltar, e além do mais, meus pais deveriam estar arrancando os próprios cabelos naquele momento. Muitas coisas ruins, diga-se de passagem, principalmente para os maggots, iria acontecer se eu definitivamente não chegasse antes do amanhecer naquele hotel. Se vira nos trinta, October!

Ally me olhava com o cenho franzido, tentando não rir com os resmungos que eu dava comigo mesma. Mas era impossível, eu estava voltando para aquele agonizante desespero mais uma vez. Eu não devia ter saído daquela maldita Starbucks.

– Relaxa... – ela dizia calmamente, fazendo-me invejá-la. Joguei-me novamente ao banco, elevando as mãos à boca. Mania de roer unhas quando meus nervos estão à flor da pele. – Eles vão entender... Espera! – ela disse, indo até a frente da gaiola vidrada. – PORRA! – gritou histérica, assustando-me novamente. Desta eu não ri e muito menos a xinguei. Instintivamente corri até ali também, procurando algum ponto que houvesse a feito se paralisar daquele modo.

– Porra, porra, porra! – continuou freneticamente, arrancando-me atenção. Olhei enfim para baixo, poucos metros faltavam para que pudéssemos colocar os pés no chão. E lá estava meu pai com um celular ao ouvido, minha mãe com as mãos a boca – viram de quem eu peguei essa maldita mania? -, Chris tentando acalmar Craig, que tentava procurar-me meio aquela multidão, com certeza, já que não se mantinha quieto.

O ar que me passou pela garganta fora incrivelmente leve, tão perceptível quanto aquela euforia que tomava conta de Ally logo ao meu lado. Eu acho que ela iria saltar dali mesmo, a qualquer momento.

– Olha... Acalma-se, tá bom? – que patético. Agora era eu quem tentava a acalmar.

Ela desgrudou-se então, respirando fundo. Eu agarrei suas mãos, sentindo o freio da roda-gigante nos dizer que já havíamos chegado ao solo. A gaiola logo foi aberta, e sem eu precisar tomar atitude, Ally me puxou bruscamente para fora.

– October! – minha mãe gritou assim que me viu há alguns metros distantes. Ela deixou que as mãos caíssem de sua boca – dando-me a leve impressão que era pela primeira vez depois de muitas horas –, e correu até mim, como os outros. Ela me agarrou, abraçando-me surpreendentemente forte. Meu pai desligou o telefone no mesmo instante, sem se despedir de quem quer que fosse, e também veio agoniado ao meu encontro.

– Nunca mais faça isso comigo! – a mulher disse em tom rude, prendendo meu rosto entre suas mãos, enquanto olhava-me profundamente nos olhos.

– Eu vou te matar sua filha da mãe! – escutei a voz de Craig logo atrás de mim, e automaticamente senti-o puxar-me para ele instante depois. Ele me abraçou quase tão forte quanto minha mãe, elevando meus pés do chão.

– Proibido de chegar perto dela por um mês. – escutei enfim aquela voz. A de meu pai. Ele estava a pouca distancia de mim, encarando-me com os olhos cansados. – Você tem noção do quanto me deixou preocupado? Quer dizer, todo mundo! Estão todos loucos!

Abaixei a cabeça, escutando-o. Ally a pouca distancia ao meu lado, também o fez, por mais que não fosse dirigida a ela aquelas palavras. Quando se tratavam das de Paul Gray, era um fato inexplicável, ninguém conseguia contradizer.

– Me desculpa... – soltei minimamente. – Eu já estava indo embora, Ally ia me levar até o hotel. – apontei para a garota, e ela sorriu. Todos voltaram à atenção para ela. – Aliás, ela é uma maggot. – falei rapidamente, apontando-a. Seu olhar brilhou no mesmo instante.

– Vamos embora... A gente leva a Ally também. – Chris resolveu intervir então, quebrando toda aquela bolha feita por tensão. Fiquei para trás, junto a ela e Craig, que segurava firmemente minha mão.

– Da próxima eu raspo sua cabeça, capeta. – sussurrou pra mim.


°°°

– É aqui. – Ally pronunciou-se depois de sentir que poderia cortar o assunto empolgante que havia desenvolvido com Chris e Craig. Virei-me para ela quando o carro enfim parou em frente à casa de gramado verde. – Então é isso... – começou cabisbaixa, abrindo a porta.

– Passa lá no backstage amanhã pra você conhecer os outros caras. – meu pai disse, rindo logo após com os olhos fora de órbita da menina. Ela assentiu freneticamente, abraçando-me antes de sair enfim do carro. Acho que iria sentir falta de Ally. A porta vermelha da casa londrina fechou-se enfim, ainda a tempo de eu ver a palma da mão da garota acenar para nós empolgadamente.

– Ela é uma boa menina. – minha mãe descontraiu-se.

Depois disto eu só conseguia ver os borrões que havia se tornado as luzes dos postes da avenida, qual atravessávamos em velocidade. Ninguém havia dito demais, apenas algumas palavras ou outras a respeito do show do dia seguinte. Estavam tão empolgados quanto os maggots britânicos.

A casa de Ally era um tanto distante do hotel onde estávamos hospedados, porém, parecia que a rapidez havia sido dilema para meu pai. Aquela fachada luxuosa incendiou-nos instantes depois.

Ao hall estavam todos em pé, conversando agoniados entre si – por minha causa. Senti um calafrio passar perceptivelmente por mim. É, hoje seria a noite especial dedicada a xingos.

– Eu não acredito! – Sid praticamente gritou, arrancando a atenção de todos. Coloquei minhas mãos sobre o rosto, a fim de fingir camuflagem. Sid andou apressado até mim, dando um tapa nelas para que enfim abaixassem. – Eu estava quase me prendendo na cruz por remorso Gray! – disse irado. Arqueei minhas sobrancelhas, um tanto confusa. – Quer dizer, porque eu não fui ir comprar travesseiro com vocês?! É claro que o cabaço do Craig iria se perder... Nunca sai pra lugar nenhum! – continuou, fazendo-me lhe dar um soco na barriga.

– Eu estou viva, cara, que drama.

Logo após todos estavam a minha volta. James puxou meu cabelo, Corey havia gozado da cara de todos eles, logo após, dizendo que eu era esperta demais para simplesmente sumir.

– Por isto que eu vou me casar com esse cara. – falei debochada, jogando-me ao lado dele enquanto ria.

– Vai porra nenhuma sua anã, eu atravessei a cidade pra ir te procurar! – só fui dar conta de que Joey existia, quando ele chegou esbravejando naquele hall, caminhando ferozmente na minha direção. – Você tem noção do quão...

– Preocupado você ficou e blábláblá. Vão pro inferno vocês, eu estou bem, ok? Até conheci uma fã sua.

– Não quero sab... O quê?

– Ela quer sua cueca. – falei enfim, levantando-me. – A propósito Joey... Quem você pensa que é pra me chamar de anã? Olha pra você.


...

Depois que todos estavam em perfeitas condições, com os nervos nos seus lugares, havíamos jantados todos juntos ao restaurante do hotel. Antes que as luzes fossem apagadas, fiz questão de apanhar meu travesseiro e ir até o quarto ao lado. Qual é! Ele podia ser cabaço, mas por minha culpa ele não comprou seu travesseiro de penas sofisticadas. Sim, eu sou a pessoa mais boazinha do mundo.

– Pode ficar com ele. – falei, adentrando seu quarto e tacando o objeto confortável em seu rosto.

– Um pouco de delicadeza não afetaria sua personalidade, October.

– Vai se fuder seu gordo.

– Boa noite.

Sorri para ele então, voltando para o quarto. Meu pai e minha mãe já estavam deitados, e não vendo mais alternativas, me enfiei ao meio deles. Não tinha mais travesseiros confortáveis ali, só a barriga do meu pai.

– O que foi? – escutei-o dizer baixo, enquanto abria os olhos lentamente para encarar os meus, a milímetros de distancia.

– Estou sem travesseiro.

– Pode ficar com o me...

– Não pai. Quero ficar aqui.

Ele sorriu de lado, tirando sua mão de baixo do travesseiro. Colocou-à frente ao corpo, esperando que eu a pegasse.

– Nunca mais faça isso comigo, Tober...

– Eu sei Dedrick. – respondi falha, fechando meus olhos sem evitar sorrir. – Boa noite.

E depois disso tive tempo apenas de sentir seus lábios virem de encontro com minha testa, e o sono me dominar finalmente.



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