Narração autora:

http://weheartit.com/entry/17279789 (imagem da mesa do café)

As palavras eram insuficientes, os sentimentos eram confusos, uma mistura de felicidade com ansiedade. Um muro de segredos tinha-se formado entre estes três jovens, andavam juntos porém separados ao longo das ruas londrinas, pareciam estranhos, cada um no seu mundo, quem os visse diria mesmo que eram máquinas e não seres humanos.

O boné cobria parte da cara do misterioso moreno, sem ele provavelmente metade daquelas pessoas, desconhecidas, que lhe cruzavam o caminho saberiam de quem se tratava. Para se sentir ainda mais seguro, o Louis baixava um pouco a cabeça dando-lhe apenas a visão do chão degastado e das suas sapatilhas novas em folha, agora mais usadas devido a recente corrida, a sua cabeça trabalhava de um modo frenético, ele tinha que arranjar uma maneira de dizer a Maria e a Filipa quem é que ele era, facto de que elas não faziam a mínima ideia e isso deixava-o mais confortável.

A Filipa transportava um olhar de saudade, sentia agonia dentro de si, notava-se no rosto contorcido, no sorriso descaído e nos olhos brilhantes pelas lágrimas que insistiam em sair. Sentiria falta de algo? Provavelmente não, a sua testa estava franzida o que demonstrava incerteza e normalmente não se sente falta se não tivermos certeza do que nos provoca ou de quem nos provoca esse sentimento.

Parecia que já andavam á horas, mas apenas tinham andado alguns metros, o suficiente para terem saído daquela rua escura e estarem de frente para o café destinado a verdade de uma conversa, sentiu-se a respiração funda dos três antes de decidirem entrar no “Home place”.

Filipa narração:

O local era pequeno e acolhedor, o cheiro a chocolate quente e a bolos acabados de sair do forno pairava no ar. Havia dentro cinco mesas o resto situava-se na esplanada fria, o Louis escolheu uma das mesas do fundo, a mais recatada o que me deixo mais intrigada ainda, no fim de se certificar que ninguém olhava para ele tirou o boné e os óculos que usava a pouco, tossiu demonstrado o seu desconforto, respirou fundo e olhou diretamente para a Maria.

– Ok, por onde é que eu vou começar? – Não o deixei continuar.

– Pelo início talvez? – Disse rude.

– Está bem, eu sei que já não gostas muito de mim, mas tenta pelo menos ouvir o que tenho para te dizer e depois sim, julga-me. Bom, eu adoro cantar e sempre quis fazer disso a minha profissão, então há dois anos eu participei num programa que se chama X-factor, não sei se vocês conhecem?- ambas abanamos a cabeça como forma de aprovação, encorajando-o a continuar- Eu no início participei sozinho, mas acabei por formar um grupo dentro daquele programa, ideia do júri, ficamos em terceiro lugar e hoje somos os one direction, uma das bandas mais conhecidas. Por isso é que a pouco estava a usar o boné. Nunca ouviram falar da nossa banda? – Perguntou um pouco surpreendido.

– Agora que falas nisso, sim, ouvi falar dessa banda, uma amiga minha contou-me mas nunca tinha visto nada sobre vocês. – Disse a Maria sorridente.

– Desculpa Louis, fui um pouco bruta contigo, mas eu costumo ser muito protetora com a Maria e quando sinto perigo ninguém me atura.

– Eu percebo, eu sou o mesmo com o Harry, o meu melhor amigo, ele também é da banda.

Quando olhei para o relógio saltei de surpresa, o meu irmão ia-me matar! Tinha-lhe prometido que tratava do jantar, tínhamos passado o dia todo nisto e nem tínhamos almoçado, o tempo passava a voar. Comecei apressadamente a vestir o casaco e mostrei o relógio a Maria para ela fazer o mesmo.

– Bom Louis, desculpa mas nós temos que ir.

– Gostei muito de te conhecer e estás-me a dever uma camisola as riscas. – Disse a Maria.

– Espera! Quando é que te volto a ver? – Sim, o Louis parecia que tinha gostado da companhia da minha amiga. A Maria abaixou a cabeça e corou, cruzou os braços e olhou-o nos olhos.

– Em breve, Louis! – Virou-lhe costas e sussurrou-me ao ouvido “vamos, rápido!” e ele ficou na mesma posição, espantado a olhar, afastar-nos.