Kanto - A Jornada escrita por warick


Capítulo 3
Conhecendo o professor.


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas ta ai



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Capitulo 3 – Conhecendo o professor.

- Porque não vamos pela route? É um caminho muito mais fácil. – perguntou ela depois de alguns minutos caminhando.

- Por aqui é muito mais rápido, você tem que se acostumar em caminhar no meio da floresta, vai ter muito disso na jornada.

- É verdade, mas como você conhece a floresta?

- Cresci em um orfanato aqui perto, desde criança me acostumei a andar pela floresta mesmo de noite.

- Orfanato?

- Sim, aquele lugar onde mandam as crianças que foram abandonadas ou que os pais morrerem. – respondi sarcasticamente.

- Eu sei o que é um orfanato, mas eu não sabia que tinha algum por aqui.

- É que ele fica meio escondido na route 2. Por isso quase ninguém sabe dele e poucos são adotados. – falei me lembrando dos meus amigos do orfanato.

Ninguém falou depois disso, era legal ter alguém para conversar, mas de vez em quando era melhor ficar em silencio, se bem que na floresta onde estávamos era impossível ter silencio, pois sempre havia o som dos nossos passos, o bater de assas do pydgey, o caminhar do growlithe, um pio de um sperrow, barulhos de beedrills...

BARULHO DE BEEDRILL???

- CORRE!!!! – gritei puxando a minha companheira de viagem junto comigo.

Pelo jeito ela se assustou com a troca de velocidade.

- O QUE FOI?

- ALGUM IDIOTA MEXEU EM UM NINHO DE BEEDRILLS.

Corríamos o mais rápido possível, para qualquer direção.

O barulho das beedrills estava cada vez maior, olhei para trás e não consegui ver elas.

Continuamos correndo, um barulho novo apareceu, um som de correnteza um rio bem perto de onde estávamos.

Depois de correr mais alguns metros encontramos o rio, era um rio que passava perto de Palet, ele ia para o mar, se seguíssemos a correnteza chegaríamos em Palet em menos de meia hora andando. O único problema é que o destino não queria que fossemos andando.

As beedrils apareceram, elas estavam atrás de nós nos encurralando.

- O que vamos fazer?

- Pidgey se esconda. – o pássaro voo para o outro lado do rio e eu perdi ele de vista. – Growlithe fique perto de mim. – falei para o meu melhor amigo. – Desculpa. – falei para a garota.

Agarrei ela e saltei para o rio, não era a coisa mais legal de se fazer, mas era a única solução para o problema.

Depois de cair na agua fiquei segurando ela para não subir para a superfície, para não ser atacado por uma das abelhas assassinas, mas parece que ela não pensou nisso pois estava se debatendo para se soltar de mim.

Consegui fazer com que ela olhasse para mim, ela estava com os olhos arregalados, sorri para ela tentando acalmar, ela entendeu.

Depois de algum tempo debaixo da agua nenhum de nós tinha mais folego, entre morrer e enfrentar as beedrills eu escolhia as abelhas. Quando chegamos a superfície pudemos ver que o enxame já tinha passado pelo rio e já estava desaparecendo na mata do outro lado.

Ouvi um latido meio afogado do meu lado e pude ver o meu amigo nadando estilo cachorrinho do meu lado.

- Onde você estava?

Ele pareceu olhar para mim com um olhar de interrogação, e latiu olhando para um tronco de arvore que tinha perto da margem, pelo jeito ele tinha se escondido lá.

- Vai ficar ai muito tempo? – perguntou a minha “amiga” da margem do rio.

Nadei para perto de onde ela estava, sai da agua um pouco ofegante, sem me dar um momento para respirar ela me pegou pelo colarinho da camisa.

- Eu disse que era para ter ido pela route... – começou a dizer com a cara zangada.

- Se estivéssemos lá não teríamos para onde fugir delas. – interrompi.

Ela olhou para mim pensando um pouco e depois concordou com a cabeça e me soltou.

- E agora o que vamos fazer com a nossa roupa?

As nossas roupas provavelmente não secariam nesse sol de fim de tarde, como eu já tinha passado por uma situação parecida sabia como resolver.

Coloquei minha mochila impermeável (sempre é bom estar prevenido) encostada em uma arvore.

- Growlithe pode dar uma ajudinha aqui?

Ele olhou para mim e latiu, ele concentrou um pouco de chamas na boca dele e mandou uma rajada delas do meu lado, o calor não era tanto quanto nos ataques normais dele, mesmo assim isso iria secar a roupa rápido.

Eu sempre gostava quando o growlithe fazia isso, parecia que o fogo era parte de mim, o calor não me incomodava, parecia que eu era feito para o fogo.

Não demorou muito para eu estar seco, só faltava os meus tênis e as meias, que não eram alcançadas pelas chamas, tirei eles e coloquei no chão fazendo o meu pokémon se deitar em cima deles para se secar mais rápido.

Um barulho de assas e o Pidgey apareceu do meu lado.

- Não te encontraram? – perguntei.

Pidgey balançou a cabeça negativamente.

- Cachorrinho bonitinho. – falou a garota completamente molhada. – não poderia dar uma ajudinha para mim? – perguntou ela fazendo carinho na cabeça dela.

Growlithe parecia estar gostando muito do carinho, mas só isso não iria bastar para comprar ele.

- Podia secar as minhas roupas agora? – perguntou ela manhosamente.

Growlithe continuou deitado encima do meu tênis e não respondeu a pergunta dela.

- Acho que ele quer um petisco.

- Eu não tenho nenhuma comida para pokémons de fogo.

- Eu também não tenho, deixei para comprar em Palet.

Ela começou a procurar alguma coisa dentro da mochila dela, até que gritou em satisfação e me mostrou um pequeno embrulho azul.

- É uma tentativa de copia do Rare candy, pode não aumentar as habilidades do Pokémon, mas conservou o gosto, todo pokémon, não importa o tipo, gosta.

- Interessante. Quem está criando isso? – perguntei muito curioso.

- Meus pais são pesquisadores estão tentando recriar a antiga formula do rare candy, a ambrosia dos pokémons, pelo que os arqueólogos descobriram foi uma antiga civilização que criou essa formula que juntava todas as vitaminas e proteínas que o pokémon precisava com um sabor que qualquer tipo gostava, comercializando o doce eles ficaram muito ricos, até que um tipo de organização criminosa da época atacou a cidade em busca da formula, de algum jeito a formula foi perdida e a cidade destruída, mas os doces ainda existem, mesmo que passado tanto tempo os doces não tem validade, eles não perdem suas características nem seu sabor.

Pelo jeito ela gostava de falar das pesquisas dos pais.

- Obrigado pela informação, você sabe onde se pode achar esses rare candy?

- Em muitos lugares, principalmente em tuneis e ruinas antigas, que existem algum doces perdidos por ai, ou comprar em uma loja, que sai muito caro.

Caminhamos mais alguns minutos e vimos a entrada de Palet, não era uma cidade muito grande, mas era famosa por ser o lar de um dos mais famosos pesquisadores pokémons: o Professor Carvalho.

Passamos pela entrada da cidade, um policial pediu as nossas identificações como treinadores.

Eu disse que eu não era um treinador certificado, que eu estava indo para o laboratório para fazer o professor carvalho como o meu tutor.

- Eloise Delmont, não faz algumas horas que você saiu em jornada? – perguntou o policial.

Só agora eu percebi que nós não tínhamos nos apresentado, Eloise era um nome muito bonito mesmo, só não combinava com a personalidade da dona.

- Sim, mas tive que voltar para escoltar esse dali. – falou a minha companheira de viagem arrogantemente.

- Com certeza, quem foi derrotado sem conseguir atingir um golpe no inimigo fui eu. – falei com o maior sarcasmo possível.

Ela não respondeu nada, o policial deu uma pequena risada.

Continuamos o nosso caminho para o laboratório do professor.

As pessoas na rua me olhavam curiosas, não era todo dia que se via um treinador andando com um dos seus pokémons liberados, imagina dois.

O laboratório do professor era um prédio enorme e totalmente reto, como todo laboratório deve ser.

Dentro do laboratório tinha varias maquinas apitando, zunindo, vibrando... alguns cientistas estavam sentados na frente dos computadores enquanto outros mais novos, deviam ser estagiários, estavam andando de um lado para o outro entregando anotações e cafezinhos.

- O escritório do professor carvalho é logo ali. – falou Eloise.

Ninguém achou estranho duas crianças com dois pokémons entrarem no laboratório e estarem andando por ali.

O laboratório era mesmo interessante, em algumas maquinas tinham fósseis de pokémons que eu não reconhecia, outros tinham cascas de ovos, outras tinham escrituras antigas sendo scaneadas.

Antes de conseguir ver tudo já estávamos na porta do escritório.

Aquilo não parecia um escritório e sim uma replica em menor escala do laboratório de antes, tinha as mesmas maquinas alguns cientistas andando de um lado para o outro e uma mesa metálica com vários computadores embutidos nela, o senhor que estava sentado nela tinha cabelos grisalhos com alguns fios castanhos.

- Professor Carvalho. – chamou Eloise.

- Sim?

- Eu vim aqui há alguns dias atrás...

- Eloise Delmont certo? Pegou um pequeno Squirtle, tem algum problema com ele?

- Não, não tem nenhum problema com ele, só voltei aqui por causa dele. – disse apontando para mim. – ele quer ser um treinador pokémon, mas ainda não tem um tutor.

- Hmmm. – o professor começou a me analisar, depois passou a analisar o Growlithe e o Pidgey. – esse seu Growlithe tem quatro anos e esse Pidgey tem três, estou certo?

- Sim senhor. – como ele sabia disso?

- Eles parecem muito bem cuidados, você treina eles desde quando?

- O Growlithe ganhei quando ele tinha dois meses de vida, comecei a treinar ele quando ele completou um ano, o Pidgey eu brincava com ele desde criança treinei ele para algumas disputas territoriais que o bando dele tinha com um bando de spearows.

- Você treinou um pidgey selvagem? – perguntou Eloise incrédula.

- Sim.

- Na verdade, a partir que algum treinador treine um pokémon ele não é mais considerado selvagem – falou o professor dando uma palestra – não importa se ele foi capturado ou não.

- Você vai me aceitar como um treinador sobre a tua tutela ou não? – perguntei indo direto ao assunto.

- Vou aceitar, você tem pokebolas para guardar os teus pokémons? – neguei com a cabeça, ele apertou algum botão na mesa. – Troy trás seis pokebolas.

Nem deu um minuto e um cientista muito jovem apareceu com uma caixa com as pokebolas, ele deixou a caixa encima da mesa e já saiu.

- Pode pegar elas.

 Peguei duas pokebolas e apontei para os meus amigos.

- Vocês querem entrar?

Os dois assentiram e eu joguei as pokebolas neles, elas nem se mexeram indicando que não ouve resistência, logo depois de pegar elas do chão eu já soltei eles.

- Você não deve saber que quando se captura um pokémon com uma pokebola o mesmo pokémon  não pode ser capturado por outra pokebola mesmo que a primeira que capturou ele quebre, então seja cuidadoso.

Isso realmente era uma novidade para mim.

Ele apertou outro botão da mesa e um compartimento surgiu com varias pokedex, ele pegou uma e o compartimento sumiu.

Ele apontou a câmera da pokedex para mim e tirou uma foto.

- Qual é o seu nome?

- É Ken.

- Sobrenome?

- Não tenho, cresci em um orfanato, nunca me deram um sobrenome.

- Escolhe um então. – falou Eloise.

- Posso? – perguntei.

O professor assentiu.

- Ken Hadou.

- Hadou? Esse nome me é familiar... – falou o professor.

- Eu acho que você é o tutor do Ryu Hadou certo?

- É claro, como eu pude me esquecer dele?

- Ele é meu irmão de criação, sempre nos demos bem, ele saiu em jornada faz cinco anos. Você sabe onde ele está?

- As ultimas noticias que eu tive dele foi que ele iria investigar algumas ruinas em Hoen e que iria ficar muito tempo sem poder se comunicar, isso já faz um mês e meio, geralmente ele fica uns três sem dar noticia.

- Que pena, faz dois anos que eu não vejo ele.

Um apito estridente soou da mesa do professor.

- Desculpem meus jovens, mas eu tenho um compromisso agora. – falou se levantando.

- Obrigado por me aceitar professor.

- De nada, voltem sempre. – disse nos empurrando para fora da sala.

- Isso foi realmente uma expulsão da sala dele.

- Sim, mas conseguimos o que queríamos aqui.

- Sim, e agora você irá me mostrar o caminho mais rápido para Pewter não? – perguntou ela com uma cara de “não me contrarie”.


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