Do Outro Lado. escrita por Dearbiebs


Capítulo 38
Enterro... de muitas coisas.


Notas iniciais do capítulo

I hope you enjoy it!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/206326/chapter/38

"Quem põe ponto final numa paixão com o ódio, ou ainda ama, ou não consegue deixar de sofrer." - Ovídio

.

(...)

.

Já havia se passado bastante tempo, e eu não tinha ouvido nenhum barulho do andar de cima. Subi as escadas devagar, já eram quase dez horas e nós teríamos que ir pro funeral.

Abri uma brecha da porta do quarto e la estava ela. Linda, ajeitando a maquiagem leve e respirando fundo.

- Demi – ela me olhou rapidamente e depois se sentou na cama, guardando as coisas de volta dentro da bolsa – Agente pode conversar? – perguntei ainda de pé, perto da porta.

- Agente não tem nada pra conversar. – ela fechou a bolsa e colocou em cima da cama – Você escondeu coisas de mim, você mentiu pra mim...

- Você também não me contou que esta doente – respondi rápido, ela fechou os olhos.

- Eu não estou doente – já podia ver o brilho em seus olhos, ela estava prestes a chorar mais uma vez – Foi um momento, eu não queria te preocupar com coisas idiotas.

- Não era uma coisa idiota... eu queria ta do seu lado, te proteger, ficar com você. Você também mentiu pra mim. – cheguei perto e ela se afastou, pegou a bolsa e caminhou até a porta, desviando de mim.

- Nós dois mentimos, por isso que não da mais certo.

- O que você quer dizer? – perguntei aflito me aproximando, ela fechou os olhos e respirou fundo.

- Me leva embora... eu tenho que enterrar meu pai – e saiu me deixando desnorteado.

Desci as escadas correndo, assim que cheguei na sala vi ela e minha mãe abraçadas. Minha mãe sorriu de um jeito doce e eu assenti fraco.

[...]

Parei o carro em frente a grande capela que seria o funeral, antes que ela pudesse sair do carro a peguei pelo braço. Ela me olhou, já com os olhos marejados.

- Agente ainda tem que conversar.

- Hoje é um dia ruim, talvez amanha. – ela se livrou da minha mão, saindo do carro em seguida. Sai rapidamente do carro, travei o alarme e dei um pique até ficar do lado dela.

- Não precisa ficar. – falou sem nem olhar pro lado enquanto caminhávamos em direção a grande escada.

- Eu quero ficar do seu lado.

- Eu não quero você aqui – aquilo doeu, muito. Mas eu não iria desistir tão fácil, parei por alguns segundos, engolindo o bolo que se formou em minha garganta. Subi as escadas rapidamente, a alcançando e entrando ao lado dela na capela.

Os familiares dela já estavam ali, todos nos olharam e rapidamente Payton, tia de Demi correu e a abraçou.

- Sinto tanto querida – falou ainda a abraçando. Demi correspondeu o abraço, apertando o corpo da tia que ela tanto gostava.

 - Eu sei tia, obrigada – ela já derramava algumas lagrimas.

- E você, obrigada por estar do lado dela a protegendo – Payton falou pra mim e me abraçou. Demi me olhou e meneou a cabeça em sinal negativo, saindo dali em seguida.

[...]

Eu estava sentado bem atras, longe de Demi já que ela não me deixou ficar perto dela.

Eu sabia que isso poderia acontecer, mas pensei que ela pelo menos fosse me ouvir. Foi o momento errado claro, eu queria ter contado ao invés dela descobrir daquele jeito, mas aconteceu e agora eu teria que arcar com as conseqüências.

O padre terminou a pequena cerimônia, e logo todos se colocaram de pé. Foram de um em um até o caixão, ver o morto e dizer suas ultimas palavras. Eu não queria ver, estava com a imagem dele no hospital, ainda vivo, conversando e não queria de forma alguma ver a imagem dele morto.

Demi passou por mim, abraçando a mãe pelos ombros enquanto a mesma chorava de soluçar.

Nem consigo me imaginar perdendo alguém que eu amo. Ele era o pai das filhas dela, e mesmo que eles não estivessem mais juntos, mesmo depois de todos os erros dele ela ainda estava ali, sofrendo e chorando por ter perdido pra morte o único homem que ela amou realmente.

[...]

Finalmente o funeral acabou, agora Demi, Dianna, Madison e Payton iriam para a cremação, que elas preferiram que ninguém visse.

Fiquei do lado de fora do cemitério, esperando encostado no carro. Eu não sairia dali, eu ficaria e quando acabasse eu a levaria pra algum lugar pra que pudéssemos conversar.

Senti meu celular vibrar e olhei vendo uma mensagem de Chaz.

“E ai dude, como ta tudo? A gente fico sabendo da morte do pai da Demi, sentimos muito. Será que podemos ir visitá-la, as meninas querem vê-la. Chaz.”

“Ta sendo uma barra mesmo, o enterro foi agora pela manhã. Eu vou sair com ela e mais tarde agente se encontra na casa da Bru, pode ser? Justin.”

“Claro dude, as meninas estão todas mandando beijo e força pra todos ai. Então vamos esperar vocês as três na casa da Bru. Chaz”

Coloquei o celular no bolso assim que vi elas saindo do cemitério. Caminhei rapidamente até elas. Madison me olhou sorrindo fraco, retribui o sorriso.

- Almoça comigo? – perguntei pra Demi que assentiu depois de olhar pra sua mãe.

- Obrigada por tudo Justin – Dianna falou e seguiu junto de Madison e Payton até um carro que estava ali perto.

Demi caminhou até meu carro e entrou no mesmo antes mesmo de eu chegar perto. Entrei também e dirigi até um restaurante italiano que tinha perto dali. Assim que estacionei o carro em frente ela saiu e entrou no restaurante sem nem ao menos me esperar. Entreguei a chave ao manobrista e aprecei o passo. Quando entrei ela já estava sentada em uma mesa, falando com o garçom. Fiz sinal pra recepcionista e caminhei até a mesa me sentando de frente a Demi em seguida.

- Então é isso, obrigada. – ela finalizou o pedido e o garçom me olhou.

- O que o senhor vai querer? – nem peguei o cardápio, ainda estava meio confuso pelo jeito como ela me ignorou.

- Traz o prato do dia, qualquer coisa – falei rápido e o garçom logo saiu pra agitar nossos pedidos.

Demi encarava o nada, olhando pro lado. Toquei sua mão sobre a mesa e ela puxou a mesma. Suspirei cansado e fechei os olhos.

- Você pode pelo menos falar comigo?

- Só palavras não vão resolver.

- Me desculpa.

- São só palavras. – eu estava angustiado e não sabia o que fazer. O garçom trouxe nossos pratos e ela comeu em silencio, sem nem ao menos me olhar.

- Eu quero explicar o que aconteceu. – falei assim que o garçom saiu, levando nossos pratos. Ela suspirou e me encarou com o rosto sério.

- Você já explicou. – falou sem esboçar nenhum tipo de reação.

- Eu só quero dizer que eu não fiz por mal, eu não sei por que eu escondi esse tempo todo, mas sei la sabe, foi tudo muito difícil.

- Foi difícil mentir esse tempo todo? – ela riu sem humor, debochando.

- Foi difícil sim, eu não gosto de mentir pra você. – ela meneou a cabeça em sinal negativo.

- Eu também menti... ou melhor escondi.

- E porque escondeu isso de mim? – ela fechou os olhos e respirou fundo, como se evitasse que as lagrimas que se formaram em seus olhos saíssem.

- Eu tive vergonha... medo de você não gostar.

- Você pensou que eu ia te abandonar? – fez-se silencio – Parece até que não me conhece... eu nunca te deixaria. A prova esta ai... acontecendo tudo isso na sua vida e eu aqui, do seu lado junto contigo. Ainda não acredito que você me escondeu algo tão grave.

- E eu ainda não acredito que você mentiu pra mim... duas vezes. Como Kidrauhl e como Justin. – mais uma vez se fez silencio.

- Eu quero que tudo melhore... agora que agente já sabe de tudo, que ta tudo esclarecido, agente pode superar... juntos. – toquei sua mão sobre a mesa. Ela olhou nossas mãos por alguns segundos, e devagar afastou a dela me deixando angustiado.

- Eu não consigo – falou fechando os olhos, deixando as lagrimas caírem – Eu sou madura o suficiente pra te perdoar, mas não sei se consigo confiar de novo.

- Você não pode fazer isso comigo... com agente. – eu já sentia meu nariz arder. Minha respiração estava pesada, eu sabia o que veria em seguida.

- Acabou Justin – deixei as lagrimas caírem, não me importando com as pessoas em volta.

- Não... você não pode fazer isso... me perdoa... Demi, minha princesa me perdoa. – segurei sua mão e dei diversos beijos na mesma, deixando lagrimas e mais lagrimas molharem meu rosto.

- Para – falou com a voz fraca, puxando a mão e logo depois limpando o rosto – Eu vou ao banheiro, pede a conta por favor. – se levantou e caminhou rapidamente até o banheiro. Apoiei o cotovelo na mesa, escondendo o rosto entre as mãos. Deixei que as lagrimas caíssem, junto com os soluços que cortavam minha garganta. Dei um murro na mesa enquanto chorava feito um bebe sem me importar com as pessoas em volta.

- Senhor, esta tudo bem? – o garçom perguntou colocando a mão em meu ombro.

- Não – respondi fechando os olhos e secando o rosto – Pode me trazer a conta – permaneci de olhos fechados. Eu sentia uma vontade enorme de bater em alguma coisa, só pra descontar a raiva que eu sentia, mas sabia que não poderia fazer isso.

- Senhor, a mulher que estava aqui com o senhor mandou avisar que ela lhe espera no carro. – assenti colocando o dinheiro sobre a mesa e saindo.

Meu carro já estava la, e Demi já estava dentro dele de olhos fechados. Entrei e dirigi devagar até a casa de Bru.

- O que estamos fazendo aqui? – ela perguntou com a voz falha.

- Seus amigos querem te ver, pediram que eu te trouxesse. – desliguei o carro e esperei que ela saísse. Assim que ela deixou o carro, apoiei o rosto no volante, deixando mais algumas lagrimas caírem.

Sai do carro e travei o alarme. Assim que entrei na casa de Bruna vi ela abraçada as amigas. Os caras também estavam la e vieram rapidamente me cumprimentar. Caminhei até a cozinha e pedi um suco as empregadas que rapidamente trouxeram suco pra mim e pros caras, saindo da cozinha em seguida.

- Cara, você ta péssimo, aconteceu alguma coisa? – Ryan perguntou tocando meu ombro.

- Agente terminou. – falei fechando os olhos.

- Como assim? – Chaz perguntou um pouco exaltado.

- Aconteceu umas coisas e agente acabo terminando, ou melhor ela terminou comigo.

- O que você fez? – Joe falou com a voz um pouco nervosa, o encarei raivoso e ajeitei a postura chegando mais perto dele.

- Não te interessa – respondi no mesmo tom.

- Se você a magoou, me interessa sim.

- Se afasta dela, ela é minha.

- Pelo que você acabou de dizer, não é mais. – respondeu debochado me peitando.

- Se você tentar alguma coisa com ela eu te arrebento. – estávamos quase caindo na porrada, mais um pouco e eu arrebentava aquela cara de viado dele.

- E se eu souber que você a magoou eu arrebento a sua seu merda – ele me empurrou e eu voei em cima dele, acertando um soco em seu nariz.

- Não chega perto da Demi, ela é minha. – ele revidou o soco me acertando em cheio no olho, o que me fez tontear um pouco.

- Você não merece ela, nunca mereceu seu merda. – revidei o soco e logo já estávamos nos socando.

Eu não conseguia ouvir a voz de ninguém, os caras tentavam nos separar mais de nada adiantava. De repente eu ouvi aquela voz chorosa e triste gritar meu nome. Parei na mesma hora, junto com Joe que encarou algo atras de mim.

- Vai embora Justin – fechei os olhos e respirei fundo pra não chorar – Eu não quero te ver... nunca mais – ouvir ela falando aquilo me deixou sem chão. Ryan e Chaz me arrastaram pro lado de fora da casa, pela porta dos fundos, sem nem ao menos me deixar falar com ela.

- Cara, que merda – ouvi Chaz falar. Me joguei no chão do quintal, fechei os olhos e deixei que as lagrimas caíssem.

- Irmão...

- Me deixa um pouco sozinho – falei interrompendo Ryan, logo percebi que eles haviam me deixado sozinho.

Me deitei na grama e deixei que as lagrimas caíssem. Minha vida tava acabada, eu nunca imaginei que ela reagiria assim. Senti alguém tocar meu braço e olhei pro lado, vendo a Bruna sentada do meu lado.

- Ela me contou tudo – fiquei esperando que ela me criticasse como todos os outros – Não vou te criticar – sorri fraco e voltei a fechar o olhos.

- Levanta dessa grama Justin, vai conversar com ela.

- Ela não quer conversar comigo.

- Da um tempo, daqui a pouco tudo volta ao normal – segurei sua mão e ela me ajudou a ficar de pé. A abracei rápido e sorri fraco.

Passei pela sala e senti um aperto no coração, vendo Demi chorando deitada no colo de Joe. Os caras rapidamente ficaram de pé, mas eu acenei e sai de la antes que eu chorasse na frente de todo mundo de novo.

Entrei no carro já sentindo meu nariz arder, eu sabia que ainda choraria muito por causa disso. Dirigi rápido até um bar por perto, fazia um tempo que eu não bebia, mas era um jeito de esquecer um pouco das coisas. Comprei uma garrafa de vodka e me sentei em uma mesa sozinho.

Aquele lugar era escuro, feio e as pessoas eram estranhas mas eu não tava nem ai, eu com certeza não estava muito melhor que ninguém ali.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu sei que não ta la essas coisas, mas eu to me esforçando, tenho passado por uma fase meio sem criatividade =/
Desculpa!
E ai, o que acham que vai acontecer agora?
Quem me seguiu no twitter? Eu vi la um tweet sobre minha fic e segui de volta a pessoinha linda =D
Quem ainda não seguiu, segue la: @dearbiebsbr ou @maisumameninafr
Olha eu usando minha fic pra promover o twitter... que vergonha .-. sahusauhuashau'
.
Que tal vocês darem uma passadinha na minha outra fic? O nome é Carioca, to me dedicando nela tambem agora, ela promete fortes emoções!
xoxo ;*