À Procura Da Felicidade escrita por Effy


Capítulo 29
The End


Notas iniciais do capítulo

Bem... Esse é o último. Obrigada, gente. Por tudo. Por todos os comentários e por todo o afeto que vocês deram a essa fic.



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Estacionei em frente ao enorme prédio branco e bonito.

Parecia uma mansão bem cuidada, com portões de ferro fundido e muros altos. Da já janela do carro eu conseguia ver um jardim bonito e enorme, com várias pessoas vestidas em branco andando de um lado para o outro, conversando entre si e pintando telas além de fazerem outras atividades semelhantes. Parecia um bom lugar. Estacionei o carro, respirei fundo e ajeitei a camisa, mesmo ela já estando ajeitada. Era uma espécie de mania eu acho.

Os guardas nos portões sorriram e abriram as portas para mim, e eu me vi no meio daquelas pessoas. Segui em frente, para o prédio, uma pessoa ou outra olhava para mim e faziam comentários como ‘ o príncipe veio até nós, ajoelhem-se’ um homem caiu de joelhos, eu o ajudei a levantar e disse que não era príncipe nenhum, mas ele não pareceu me entender.

Uma enfermeira simpática veio até mim no hall de entrada, ela era morena e tinha um sorriso afetuoso.

– Em que posso ajudá-lo, Sr...?

– Cullen – respondi, sorrindo.

– Sr. Cullen – ela sorriu.

– Estou procurando Victoria Evans.

– Ah, o senhor veio ver a Vicky. Faz algum tempo que ela não recebe visitas – e então me guiou pelos corredores iluminados até uma varanda ampla. Havia uma mulher com um enorme vestido branco sentada ali, ela era bonita, com cabelos longos, ruivos e ondulados. Eram bonitos cabelos, chamativos, me lembravam labaredas de fogo. Ela estava se preparando para desenhar algo, pois a mesa a frente dela estava cheia de lápis de diferentes cores e folhas de papel.

– Vou deixá-los a sós – disse a enfermeira e saiu. Eu me aproximei dela e sentei na cadeira vazia a sua frente, ela não notou minha presença por alguns segundos e então levantou seus olhos verdes para mim, me analisando.

– Você ainda tem os olhos dele – e suspirou. Ela tinha uma áurea estranha, como se não estivesse ali na minha frente e sim em algum universo paralelo.

– Você sabe quem eu sou? – perguntei, meu tom soou hesitante.

– Anthony, eu sempre vou saber quem você é – Victoria disse, como se aquilo fosse algo tão obvio que eu era um idiota em perguntar. O que, provavelmente, eu era – você cresceu e ficou igual a ele. Do mesmo jeito de quando eu o conheci, ah o meu menino... – ela sussurrou baixinho, como se estivesse me contando um segredo. Depois abaixou seus olhos para seu colo e ficou murmurando coisas desconexas.

– Desenhe comigo – pediu, e me estendeu uma folha de papel. Depois, simplesmente, virou-se para sua própria folha em branco como se eu não estivesse ali.

Eu sabia desenhar, e não sabia de quem tinha herdado aquele dom já que o máximo que papai fazia eram bonecos de palito, bem, eu não sabia até agora, porque era óbvio até pelo modo como ela segurava o lápis que era uma artista.

Olhei ao meu redor e decidi desenhar o vaso de girassóis da outra mesa, era algo bonito de se ver, a flor voltada para o sol, com a luz lançando um único fecho de luz que destacava o amarelo das pétalas. Ficamos vários minutos calados, nos concentrando em nossos desenhos até que ela levantou os olhos novamente para mim.

– Acabei – e levantou a folha para mim.

Era eu. Victoria tinha me desenhado enquanto eu fazia meu desenho. Meu cabelo parecia a mesma confusão, cada fio desarrumado, eu estava olhando para o meu próprio desenho, com a boca franzida, como eu sabia que fazia enquanto desenhava, porque Icarus gostava de chamar aquilo de ‘ momento Tony de concentração’, ela tinha feito até mesmo a folha de papel em que eu estava desenhando.

– Você desenha melhor que eu – foi a única coisa que eu fui capaz de dizer. Victoria sorriu.

– Eu tive treze anos para praticar – e suspirou – você é meu filho. Era melhor que não fosse, eu não fui uma boa mãe pra você. Você parece com ele... Parece tanto com ele... – sua voz tinha um tom de sofrimento, melancolia e dor. Ela parecia uma boneca de porcelana, quebrada, louca, confusa. Seus lábios estavam unidos em uma linha fina e seus olhos bonitos me encaravam. E apesar de tudo que ela fizera, de ter nos abandonado, ter estragado a vida de meu pai, o sequestrado... Edward não era a maior vítima dela. Ela era a maior vítima de si mesma. Aquela paixão louca a levara a ser essa sombra do que um dia foi alguém que eu via agora.

– Eu... Eu tenho que ir. – murmurei, olhando entorpecidamente para o relógio. Precisava buscar meus irmãos e bem... Tinha sido informação demais para um dia.

– Tudo bem... Até... – murmurou – Fique. É para você – e saiu. Me deixando sozinho com meu retrato e meu girassol que agora parecia um desenho daqueles que Icarus fazia quando pequeno e ficavam colados na geladeira.

**

Passei primeiro na escola de Icarus e Nate; estacionei na frente do portão e esperei até ele sair. Haviam varias crianças de diferentes tamanhos ali. Nathan estava no sétimo ano enquanto Icarus estava no quinto, mas aquilo não os impedia de estarem sempre juntos.

Ah sim, eu ainda não falei do meu irmão mais novo pra vocês.

Icarus era uma cópia fiel do papai, só isso definiria tudo. Os mesmos cabelos castanho cobre ( os de Ic – lê-se algo como Aike -eram mais claros, quase ruivos ), os mesmos olhos e até quase o mesmo modo de andar, ele ainda era baixinho e era possível uma diferença de pelo menos 10 centímetros ( baixo demais para seus onze anos ) entre ele e Nate.

Já Nathan tinha cabelos louros e encaracolados e grandes olhos azuis. Minha tia Alice tinha o colocado pra fazer diversos comercias infantis e propagandas quando ele era pequeno – eu ainda tenho as gravações em casa e em todos os feriados nós assistíamos aquilo em família, junto com todos os meus vergonhosos vídeos de bebê e o vídeo que absolutamente todos amamos: tia Alice quando pequena trocando a fralda do meu pai -.

Os dois saíram da escola lado a lado, Nathan carregando a mochila de Icarus enquanto o mesmo carregava uma maquete – que eu tinha o ajudado a fazer – e segurava a mão de Emme, filha de Ariane e Louis – grandes amigos de mamãe e papai e padrinhos de casamento – sua ‘namorada’. Sim, meu irmão de onze anos tinha uma namorada enquanto eu ainda estava apaixonado pela minha melhor amiga, Kathleen, mas iria negar aquilo sempre, eu nem sabia se ela sentia alguma coisa por mim e eu era idiota o suficiente a ponto de ter medo de estragar nossa amizade caso perguntasse, além do mais, ela era muita areia para o meu caminhãozinho.

Icarus se despediu de Emme e correu para o carro, quase caindo, mas Nate o segurou pela camiseta. É, meu irmãozinho tem dois pés esquerdos, como a mamãe.

Nate abriu a porta e os dois entraram no carro.

– Você não imagina o que aconteceu, Tony – disse Ic animado enquanto coloca o cinto de segurança.

– O que aconteceu, garoto? – perguntei, o incentivando a falar. Bem, agora ele não pararia até acabar seu fôlego.

– O professor gostou da nossa maquete e nós tiramos um A + - gritou ele, nossa maquete era uma pequena cópia da praia La Push – nosso lugar favorito de todos os nossos lugares favoritos -. E então, Icarus fez um relato sobre sua aula e de que Emme o tinha abraçado após ler a cartinha de amor que ele tinha feito para ela.

Nossa próxima parada foi a Forks High School (aquele colégio não era nem um pedaço da minha antiga escola em Nova York ), estacionei o carro na minha vaga de sempre e sai, me encostado no capô.

Angeline apareceu alguns minutos depois. Ela era linda e eu sofria – muito – com a quantidade de garotos que dava em cima dela (garotos, vocês não são o suficiente para a minha irmã, nem nunca vão ser, só por cima do meu cadáver), seus cabelos loiro-claros eram longos e lisos e os olhos eram azul-

marinho – como os da mamãe. Ao seu lado estava a menina mais bonita que eu já tinha visto na minha vida: Kathleen Walker, ela tinha uma beleza discreta e natural, cabelos pretos lisos com cachos grossos nas pontas que hoje estavam presos em um rabo de cavalo, sua pele era pálida e quase translucida, ela era baixinha, uns 20 centímetros menor que eu e usava óculos – uma armação discreta e charmosa – que deixavam seus olhos verdes ainda maiores.

– Olá irmãozinho – Angie disse, sorrindo e abrindo os braços para um abraço. Eu a abracei e a levantei um pouco do chão, ela riu.

– Olá Srta. Cullen – respondi, rindo.

– Oi Tony – Kathleen disse, corando. Ela sempre corava quando falava comigo e ela ficava ainda mais bonita assim – se possível.

– Oi – respondi, sorrindo para ela. Angeline nos fitou tipo ‘ parem com essa babaquice e beijem-se logo’ e entrou no carro.- Hm... Você quer ir ao cinema no domingo?

– Claro – Kath sorriu.

– Nos vemos as sete? Eu passo para te buscar.

– Claro – disse, novamente.

– Claro – murmurei.

– Eu preciso ir Anthony. Até as sete?

– Até as sete – eu disse e não pude evitar o sorriso idiota que apareceu em meu rosto enquanto ela caminhava para o carro de sua mãe.

**

– Anthony tem um encontro, Anthony tem um encontro – cantarolou Icarus, enquanto entrava na casa dos nossos avós. Nós sempre almoçávamos lá nas sextas feira, todos nós, até mesmo Annie – a Annie estudava em Seattle – mas tio Emm sempre ia buscá-la mais cedo nas sextas-feiras ‘em família’ – a família Cullen tinha esses negócios assim, tipo, amanhã a noite era o dia da ‘pizza e do filme’ quase tão sagrado quanto o dia de Ação de Graças.

– Eu só vou ao cinema com a Kathleen, Ic não é um encontro – resmunguei, revirando os olhos.

– Um encontro, Tony? Quando eu vou conhecer minha nora? – mamãe brincou, aparecendo na sala.

Minha mãe era bonita, mil vezes mais bonita que 90% das garotas da minha escola. Seus cabelos eram castanhos e cumpridos e ela tinha os olhos de Angeline ( na verdade, Angie tinha os olhos dela, mas tanto faz).

– Ela não é minha namorada, mamãe – falei. Olhando para Ic com meu melhor olhar ‘ é melhor você correr, porque eu vou te matar’.

– Como foi com a sua mãe, querido? – perguntou, suavemente, seus olhos tinham um brilho preocupado.

– Ela não é minha mãe. Você é minha mãe.

– Ah Tony, meu bebê... – Mamãe sorriu e ficou na ponta dos pés para me dar um abraço, passei meus braços ao redor de sua cintura e coloquei minha cabeça em seu ombro. Aquela fora a mulher que me criou, a mulher que ficava na minha cama e contava histórias quando eu tinha medo do escuro, ela era a minha mãe e nada mudaria isso.


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