Os Jogos Dos Semideuses escrita por Ana Paula Costa


Capítulo 71
Capítulo 71- Uma surpresa sonolenta


Notas iniciais do capítulo

Oi gente,esse cap. é espetacular.
Me senti J.K Rowling e Rick Riordan juntos.sqn.
Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/206145/chapter/71

Annabeth:


–Eu não vou entrar ai dentro

–Todos vamos ter que nos sacrificar

–Mais Foi você que derrubou!!!!!

–Me sacrifiquei de mais por hoje!-exclamei,eu já estava ficando nervosa.Se não fosse pela brincadeira sem graça de Clarisse eu não teria derrubado a chave naquele lugar.

–E se não fosse pela sua brincadeirinha,eu não teria derrubado a chave no meio desse...estrume todo.-continuei.

Clarisse bufou e xingou- Vou entrar,mas da próxima te derrubo junto com a chave.

Já era de tarde,nós havíamos parado para comer algumas caças que Clarisse conseguiu,depois de descansar e conversarmos sobre a chave,para quê ela serviria e porquê precisaríamos do colar,decidimos continuar nossa caminhada.

Como sempre,tudo aqui se resume em ANDAR.Mas se fosse apenas isso,seria muito fácil.Aqui você ANDA,LUTA,CORRE,ANDA,FICA COM FOME,ANDA,COME,ANDA,LUTA.Mas agora as coisas estavam ficando mais difíceis,porém,já sentíamos o prazer de saber que estávamos perto.

Durante o caminho- que tentávamos decifrar- encontramos uma coisa muito desagradável.Um montanha marrom e mal cheirosa.

–Isso é...

–Pertence ao Cérbero.

Clarisse decidiu então,me empurrar sobre aquela tal “montanha”.Mas para minha sorte,consegui me desviar,mas a chave em meu bolso pulou e foi sugada para dentro de todo aquele...

–Que nojo!!!

–Alguém vai ter que entrar.

Ficamos minutos decidindo quem entraria.Thalia,Percy,Nico e Sofy tiraram o corpo fora,dizendo que não tiveram nada haver com isso- e eles estavam certos- embora Clarisse tenha me empurrado,ela insistia que era eu que deveria entrar e resgatar a chave.

–Dá próxima?-perguntei,incrédula- Peso aos deuses para não ter próxima.-O colarinho de meu suéter cobria todo meu nariz para evitar o cheiro.Todos os outros faziam o mesmo.

–A chave estava com você,então eu acho que você deveria entrar,não é culpa minha se você foi irresponsável...

–IRRESPONSÁVEL?- Me virei para os outros,que aguardavam que a discussão acabasse- Vocês ouviram isso?

Muito deles abafaram os risos

–Olha, acho que você deveria para com isso e enfrentar logo esse... negócio.- disse Thalia para Clarisse,vermelha por causa dos risos.

Clarisse a encarou como pokerface.

Ela tomou fôlego,olhou para o monte e depois para nós.

–Me dêem licença.- Ela estava séria,parecia até arrependida.

Nós a deixamos sozinha,saímos juntos e nos afastamos,esperando que ela voltasse suja e cheirando mal para podermos tirar um bom sarro.

–Isso foi bem idiota- disse Nico,olhando para seus sapatos

–Estamos perdendo tempo- disse Sofy

–Vamos aproveitar esse tempo para nos localizar- disse eu,subindo na arvore mais próxima.Enquanto subia,senti uma diferença entre o casco da árvore e sua continuação.

A outra parte era lisa com muitos detalhes e entradas,ela estava coberta por muitas ramificações e folhas ainda nos talos.

–O que é isso?-perguntei.Puxei para baixo as coisas que a escondia,e para minha surpresa,não era o casco da árvore que encontrei.

Hermes Logios– Thalia se aproximou,me ajudando a retirar a folhagem.

A imagem de Hermes estava envolvida por vários cordões de ramos,fios de folhas,cabos e fios de madeira,além de estar com teias de aranhas.

–Mas o que faz uma estátua de Hermes aqui? –perguntou Percy

Neguei com a cabeça.

–Não sei,mas não foi por acaso- conclui.

–Tem razão,jovem Annabeth.

–Hermes?- Procuramos por toda a parte,o deus que falara.

–Aqui! A estátua!

–Parem de ficar procurando o caminho- continuou ele- eu sou o deus dos viajantes,bastasse queimar alguma coisa e eu lhe mostraria o caminho,mas esse negócio de subir em árvore é... entediante.

–O que o senhor pretende fazer?-perguntou Nico

–Vim lhes fazer uma oferta,farei com que o mapa de vocês aponte na direção certa,mas para isso,terão que me dar em troca,algo muito valioso e especial para vocês.

–Quando o senhor diz valioso,quer dizer caro ou raro?-perguntei

–digamos que sentimental

–Pode nos dar exemplos?- perguntou Percy.Sua expressão era de quem pensava em alguma coisa.

–Não sei....alguma chave...espada....

–Se estiver falando da minha espada,você perdeu tempo- respondeu ele ríspido.

–Você costumava ser mais simpático

–E o senhor mais objetivo

–Muito bem- interrompi,antes que uma tragédia acontecesse- Vamos pensar no assunto.Onde podemos encontrar o senhor?

–Estou sempre de olho pela Tv Hefesto,é só me chamar.Meu tempo está se esgotando,continuem discutindo e matando vários monstros para minha diversão.

–Espere!- chamei- como vai minha mãe?

–Atena?-Hermes riu- Cabeça dura como sempre,turrona e muitíssimo responsável.

–Quero dizer,depois que descobriram que...

–ELA TRAPACEOU?- Hermes disse alto,como se quisesse fazer Atena escutá-lo do Olimpo.- Ninguém além de mim e Poseidon tem a coragem de lembrar Atena do acontecimento,e como nosso pai,Zeus,é um babão meloso para Atena,ele já a perdoou.

Suspirei de Alívio

–Pois bem,Poseidon mandou dizer que você está sumido.Apareça- Hermes se dirigia á Percy- Adeus crianças.

Hermes disse adeus e a estátua ficou muda.

–Estou sumido?Deuses!

–Deixa isso pra lá,todos nós levamos alguma bronca durante os jogos.

–A chave- Clarisse voltou com as chaves nas mãos,mas suas calças e todo o resto encontrava-se limpo,sem sombra de que esteve em contato com um monte de fezes.

–Você recuperou a chave?- perguntou Sofy,olhando-a dos pés há cabeça.

–Com algum custo,foi difícil convencer aquela Ninfa do ar.

–Ninfa do ar? Pode nos mostra-la?

Clarisse assentiu.

Voltamos até onde estava o monte,esperamos que Clarisse nos mostrasse a tal Ninfa,mas ela não a encontrou.

Queria que a Ninfa nos prestasse um favor,como Ninfa do ar,ela conseguiria nos mostrar a direção certa,ao até nos guiar pela floresta.

–E então...

–Ela estava aqui agora mesmo!!!!

–Mas para quê precisamos da Ninfa?- perguntou Percy

–Ia pedir para ela nos ajudar a nos localizarmos

–Não precisamos de Ninfas,nós temos...-Percy colocou a mão no bolso- nosso vagalume!-ele tirou o controle banana do bolso e apertou o botão do vaga-lume.Dele saiu um pequeno inseto,ele não brilhava como antes,tão pouco diferenciava-se de uma mosca.

–Percy,os vaga-lumes só brilham de noite

Ele não respondeu,fez sua velha cara de quando alguém o corrigia ou quando havia dito algo muito idiota.

–Mas e a Dorot?Ela não voa?- perguntou Nico,procurando pela Fênix.

–Tem razão!-exclamou Thalia- Dorot!!- chamou ela

–Dorot!

Dorot e Alana não estavam longe,voltaram assim que chamamos.

–Sobrevoe a floresta e nos diga se estamos perto da praia.

Dorot obedeceu,levantou vôo e planou sobre as arvores.Ela riscou o céu como um belo pássaro livre,como fogos de artifício,suas assas pegaram fogo,chamas vermelhas faziam desenhos sob onde a Fênix passava.

Então ela desceu,pousou elegantemente e suave em frente de Thalia.

–Estamos na trilha certa- disse Sofy,respondendo aos pensamentos de Dorot.-Mas falta... o que?Mas de vagar!Não quero saber sobre os jaquiriris!

–O que são jaquiriris? –perguntou Percy

–Comida de Fênix.

–ah

–Repita por favor.

–Eu só disse “ah”- Percy parecia confuso

–Não você- Sofy abanou o ar- a Fênix.Ela disse alguma coisa sobre alguma construção grega.

Todos olharam para mim.

–O que faz uma construção grega no meio da floresta?

–Pelo mesmo motivos que encontramos unicórnios alados,cachorros e fezes gigantes,uma Fênix,um velho maluco e uma estátua que fala.- respondi.- Ela disse detalhes sobre a Ordem Arquitetônica Clássica Grega?

Sofy arregalou os olhos- er... ordem arquitetônica clássica grega?

–Coisa de Nerd- Disse Nico,malvado

Olhei feio para ele- Coisa de gente com futuro.Ela disse algo sobre a construção?

Sofy se aproximou de Dorot e ouviu com atenção.

–Pertence há algum deus Grego,e pelo visto ele gosta de paz.Pois há um belo jardim ao redor.

–Um templo.Fica muito longe daqui?

–Ela disse que estamos próximos.Chegaremos com apenas meia hora de caminhada.

Não perdemos tempo.Seja o que for eu sentia que deveríamos seguir até esse templo,tudo nos jogos é bem raciocinado e esquematizado para que encontrássemos.O deus poderia estar interessado em nos ajudar,assim como Hermes ou Nike.Se déssemos sorte,ele poderia nos levar para praia.

Contamos á Clarisse como fora nosso encontro com Hermes e como ele nos ofereceu ajuda,se trocássemos algo valioso,ele faria nosso mapa indicar a direção certa.

–Vocês não trocaram nada,não é?

–Ele quis minha espada,mas não vou entregar Contracorrente.

Os trinta minutos passaram-se rápidos,conversando,tudo parecia mais normal e agradável.Só notei o passar do tempo quando finalmente encontramos o jardim.

Não era um jardim comum,nele haviam muitas flores coloridas e de espécies diferentes.Mariposas e borboletas voavam entre elas,enfeitando aquele pequeno pedaço do paraíso.

Nos bancos de madeira pintados de branco,haviam Ninfas bizarras e risonhas.Elas olharam e acenaram.

Caminhos de pedras coloridas nos guiavam até uma fonte redonda com detalhes dourados nas bordas.A água caia em três níveis,vindos da boca de uma musa vestida em lenços que deixavam partes de seu corpo há mostra.

O caminho contornava a fonte e se juntava,levando até um grande templo.

–Esse cara gosta de conforto- comentou Percy,deslumbrado.

Seguimos o caminho,mas nossos olhos faziam um muito diferente.

A grama era milimetricamente cortada em partes iguais.Haviam esculturas de anjos tocando harpa entre as flores,as pequenas cercas de ferro que formavam desenhos,contornavam todo o jardim,ela fora pintada delicadamente de azul turquesa.

O chão da entrada do templo era de mármore espelhado na cor branca,era frio e nada aconchegante.As colunas eram brancas e redondas,eram do tipo jônico,com muitas voltas e detalhes.

No Friso haviam desenhos,muito deles não agradáveis.Desenhos de pessoas deitadas em suas camas e outras encostados em paredes.Eles poderiam estar dormindo,se não fosse pela figura encapuzada atrás deles.Aquela era a personificação da morte,Tânatos.

Como uma boa interessada e futura estudante de arquitetura,não pude deixar de me maravilhar com os detalhes da construção.As bases- peredes- eram feitas de gesso polido,Volutas e Fustes decorados pelo melhor dos engenheiros da Grécia antiga.O Arquitrave fora bem desenhado e esculpido,trabalhado com precisão e calma.

–Tudo aqui é perfeito- disse eu,maravilhada.passei minhas mãos pelas altas colunas para sentir a textura,não muito grossa,nem muito fina.Perfeita.

As lacunas e Supremacias eram de fazer o queixo de qualquer arquiteto descer até o nível dos pés.

–Encantador- Havia um homem de pele clara e belos cabelos negros na entrada do templo.A porta era decorada com desenhos curvados que davam voltas e se entrelaçavam.Quase não prestei atenção no homem.

Ele pigarreou –Dédalo e mais dois arquitetos construíram o templo,em troca de boas noites de sono.

O homem se aproximou e estendeu a mão,para nos cumprimentar.

–Fico feliz em vê-los- disse o homem- Sou Hipnos.Por favor não se apresentem- ele apertou a mão de Percy- Conheço vocês.

Ele apertou minha mão,senti todos os músculos de meu corpo relaxando.

O homem sorriu- Gostou do templo?É uma das mais belas construções primordiais da Grécia.Fiz um igualzinho nesta ilha.

Assenti- É perfeita,não há erros com as pilastras e isso é realmente bom,é difícil de se encontrar tanta perfeição.

O sorriso de Hipnos dobrou de tamanho- Você notou a supremacia?Diferente não acha?

–Sim senhor,uma tecnologia totalmente nova

–Tive que consultar Dédalo,os Romanos roubaram toda nossa criatividade.

–No friso,não é o senhor com o capuz,certo?

O sorriso no rosto de porcelana do deus Hipnos desapareceu- Você notou.O único grande erro de minha obra prima.Dédalo não pode comparecer durante a decoração,então deixou os desenhos do Friso por conta de outro arquiteto,e quando voltou,ele havia desenhado Tânatos.- Hipnos estava desapontado.

–Mas você e Tânatos não são Gêmeos?- perguntou Nico,coçando a cabeça.

–Nunca!-bufou Hipnos- Somos filhos de Nix,somos muito parecidos também,mas nunca aceitarei que nos chamem de gêmeos.

Nico calou-se

–Entrem por favor,quero lhe mostrar meu palacete!-Hipnos abriu a enorme porta do templo para que passássemos,gentil.Ele entrou na frente e parou olhando para nós,de braços abertos.

–Contemplem- disse ele- meu mais maravilhoso e divino local de descanso!

O chão de mármore continuava,porém,nele haviam contornos de pedras da cor lilás,que davam ao local,uma enorme sensação de paz e tranqüilidade.

Haviam quadros nas paredes,as pinturas eram como as do Friso,mas dessa vez não haviam figuras encapuzadas,as pessoas dormiam tranqüilas e sonhadoras em suas camas.Em um deles,uma garotinha loira com seu cabelo prezo aos dois lados de sua cabeça,rezava para algum deus,muito provavelmente,Hipnos.

–Estes foram pintados por Apeles– Hipnos correu levantando sua enorme capa dourada do chão.- São os meus preferidos.

–Apeles?O filho de Apolo?- perguntou Thalia,de repente sentindo-se interessada.

Thalia se juntou a Hipnos,que lhe contou histórias de como conhecera Apeles e como o pediu para trabalhar em seus quadros.

Enquanto isso,o resto de nós se espalhou pela sala do trono,encostado na parede do fundo,havia um enorme acento de ouro,forjado por mãos cuidadosas e inteligentes.

Pouco á frente do trono,haviam duas bacias de ouro em pedestais.Usávamos várias delas no Acampamento para fazer oferendas aos nossos pais durante o jantar.

–Esse trono.Me lembro da história- disse Percy,calmo como nunca antes.Nós estávamos de frente para o grande trono de ouro,ele falava baixo e devagar- Na época das guerras,as pessoas não dormiam direito com medo de serem atacadas durante á noite,Hipnos foi vangloriado por todo esse tempo.As pessoas iam se deitar pedindo proteção e uma boa noite de sono.Elas queimavam alimentos durante suas refeições noturnas.

–Por isso Hipnos foi tão bem tratado por Dédalo e Apeles.

Percy assentiu- Época difícil,mas ele não se lembra de ter sido um dos vinte e quatro deuses que os mortais pediram refúgio.

Nos entreolhamos- Não diga nada á ele.

Percy fez que sim- Eu tenho amor á vida,sabidinha.

–Só á vida?

–Minha nossa!- exclamou Hipnos,eufórico.-Já são duas da tarde!Venham,vou levá-los para provar dos pratos nunca comidos por mortais e humanos.

Hipnos sinalizou,seguimos o deus por um corredor de tamanho normal comparado com os outros.Nele havia um extenso tapete imperial vermelho,quadro de mais pessoas dormindo em camas,outras de pé,encostadas em paredes e poltronas.

–Peles?-perguntou Thalia

–Peles.

Hipnos balançou suas mãos no ar,agitadas,e as portas de uma segunda sala se abriram,revelando a enorme mesa,coberta por comida de vários tipos.o cheiro era tão bom que tive que me conter para não sair correndo em direção á sala.





Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

As partes das colunas são todas jurídicas,podem confiar.Não inventei nada.
Hipnos e Tânatos SÃO GÊMEOS.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os Jogos Dos Semideuses" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.