Os Jogos Dos Semideuses escrita por Ana Paula Costa


Capítulo 63
Capítulo 63-A Górgona


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal,desculpe a demora.
Bom,esse cap. é muito legal,espero que gostem.
Boa leitura.



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Annabeth:


A cada minuto,a noite ficava mais escura,o vem to na mata ficara mais forte,mas não insuportável.

Os animais noturnos finamente saíram para caçar,e isso significava perigo.

Ouvimos um relincho alto enquanto andávamos.Alana galopou ligeira até nós,com o vagalume á seguindo.

–Você não perdeu nada- reclamou Percy.

Alana relinchou mais uma vez.

Percy deu de ombros.

Eu estava pronta para encurralar Sofy e perguntar qual era a dela,e por que ela me encarava tanto.

Sofy parecia assustada,e sua expressão franzida indicava dúvida.Tantas vezes eu já ficara dessa forma que ao vê-la assim,achei melhor conversar com a garota quando estivermos á sós.

Seguimos o vagalume.A voz de Euterpe voltou a cantar.

♪ Não seguiram meu conselho,a luz seguiu o vento,vou recomeçar a cantar,mas dessa vez vão ter que me escutar... ♪

O vagalume voou mais rápido,tivemos que acelerar nossos passos.

–Como seguiríamos o vagalume se estávamos presos?-indagou Thalia,de cara feia.

–Vai ver ela não sabe.- respondeu Sofy de prontidão.

–Como você...

–Silêncio!-sibilei.-escutem

A voz recomeçou:

♪ próximos estão,um de vocês podem sentir, a força por seus pés subir,encontraram a musa que lhe explicaram,ouçam a canção ♪

–vamos segui-la- disse eu,baixinho.

♪ venham meus queridos,não quero machucar,mais vai depender,se pela prova passar... ♪

–Prova?

–Shiu!

O vagalume parou,Alana logo atrás.Eles se viraram apontando para o lado esquerdo e o vagalume parou de brilhar.

–água -disse Percy.-Há água por aqui.

Alcançamos Alana e o vagalume, e caminhamos juntos até a margem de uma pequena lagoa no centro.

Dentro da lagoa haviam luzes e refletores azuis,que deixavam sua margem iluminada por um brilho azulado como lanternas subaquáticas.Como luzes de uma piscina.

Chegamos perto da beirada da lagoa,e no centro,uma mulher surgiu das águas claras vestida inteiramente de azul,suas joias cintilavam ao luar,deixando a garota de cabelos dourados,mais bela que Afrodite.

–Puxa...-exclamou Nico

♪Das águas eu vim lhe trazeres boas novas,perto estão, mas para o caminho eu guiar,meu colar vão ter que encontrar ♪

♪Afrodite me roubou,por inveja ela ter,aqui ela jogou,mas da água não posso me mover... ♪

–Iremos ajuda-la- disse eu á bela moça- Se você disser por onde começar.

♪ Chame-me de Haíade,pois Enfridríades eu sou,uma híade sozinha e ameaçada,pela floresta começar,terão que se separar ♪

Haíade falava cantando,uma bela voz melodiosa e alta,potente.

–Ela é filha de Apolo.-Comentou Clarisse.De olhos vidrados em Haíade.

♪ Comecem á procurar,antes do sol nascer meu colar tem que aparecer... ♪

–Vamos.-Percy nos guiou de volta para a floresta,se virou para ficar de frente para o grupo e disse:

–Vamos nos separar.Alana por favor fique aqui para nos localizarmos.-Ele se virou para Nico,Thalia e Clarisse- Vocês três sigam para a direita.Eu e Annabeth iremos para a esquerda.

–E quanto a mim? –perguntou Sofy,sentindo-se excluída.

–Você vem conosco...- respondi.

–Mas...-indagou Percy.Lhe lancei um olhar de “depois”.

Vi a oportunidade de falar com Sofy,embora não estivéssemos sozinhas,Percy poderia saber caso fosse alguma coisa grave.Eu acho.

Fitei Sofy com intensidade.Ela pareceu perceber quais eram minhas intenções,pois ela assentiu.

Clarisse resmungou,enquanto Nico lançava olhares á Thalia.A caçadora ameaçou-o,então eles se foram.

Percy e eu de mãos dadas,seguimos entre as arvores largas e espaçosas da floresta.Sofy nos seguiu,acanhada.

–Então...-começou ela- Onde é que vamos procurar?

Olhei-a por cima do ombro- Ela disse que Afrodite a roubara.Afrodite não faria isso a toa,com certeza o colar deve fazer algo de especial.Talvez seja a nossa ajuda.- Percy apontou para um brilho entre as flores de um arbusto- Afrodite deve ter escondido bem esse colar,com um monstro talvez.

–Quando é que você pensou nisso?-perguntou ela,ficando ao meu lado.

–Agora.Por quê?

–Bom...eu...

Percy soltou minha mão e foi checar o arbusto.Fiquei de frente para Sofy,esperando que ela continuasse.

Ela encarava meus olhos,assustada,como se eu fosse lhe dar um soco a qualquer momento.

–Pode dizer,não vou fazer nada.

Sofy respirou fundo.

–Consegue se lembrar do que eu disse quando estávamos na casa da arvore?

Assenti

–Que eu podia...

–Alarme falso- disse Percy,interrompendo Sofy.- Seria muito bom se estivesse ali.Fácil e rápido.Mas Afrodite é mais esperta que isso...Vamos?

Eu ainda observava Sofy e ela fazia o mesmo.Com dificuldade para prestar atenão,assenti,de mal agrado.

Percy pegou minha mão mais uma vez,enquanto Sofy preferiu ficar em nossas costas.

Sofy passava as mãos sobre os arbustos ao passar por eles;ela tentava se distrair.

Ela está com algum problema– pensei

–Não estou.-disse ela,de repente.

Parei em meu lugar e virei para encara-la.

Ela acabara de responder ao meu pensamento.Sofy tinha uma expressão de puro pavor e pêsame. Seus olhos violetas franzidos,clamavam por favor.

–Olha eu posso explicar...-choramingou ela.

–Você já nos contou.Você conseguia ouvir os pensamentos dos outros....mas você está conseguindo não é?

–Eu não queria!Foi de repente!Por favor...não se afaste de mim como se eu fosse um monstro.

Percy limpou a garganta

–Desde quando você...

–Quando as Ninfas nos pegaram.Respondi a charada com a resposta de Annabeth.

Olhei-a com atenção.Eu teria que evitar meus pensamentos involuntários para que Sofy não escutasse.Os outros também teriam que saber,mas o mais difícil era evitar,todos no acampamento teriam que ter cuidado.

–Você pode controlar ?-perguntei

–Eu ainda não sei,faz muito pouco tempo que...

Passos sorrateiros quebravam galhos e folhas secas perto de nós.Sofy parara e se contraíra.Percy puxou contracorrente silenciosamente e caminhou,devagar, até a fonte do barulho.

Ele adentrou pela escuridão da mata,puxei minha espata e segui atrás dele.Nem nos céus,nem no submundo deixaria que ele enfrentasse algo perigoso sem mim.

O barulho continuou;ele cessou e continuou mais rápido do que antes,depois um barulho de galhos e batidas na madeira.

–Percy...- chamei

–Procurando Alguém, querida?- perguntou uma voz rouca,mas feminina.

Não respondi.Sobre a arvore a criatura rastejou, e sentou-se sobre um galho, e disse:

–Minhas irmãs estão cuidando de seu namorado,não se preocupe.-O monstro riu.

O monstro escorregou pela arvore.Ela me rodeou e acariciou meu rosto.

–Bela garota...será um desperdício.-rosnou ela.Sobre a luz da lua,a criatura revelou-se.

Seu rosto era delicado com belos olhos cinzentos,embora seus cabelos sejam pequenas cobras verdes e marrons.Seu corpo era de uma mulher normal,mas ela tinha horríveis cicatrizes.

A górgona puxou sua adaga da bainha,e eu minha espada.

Me afastei rápida,e disse:

–O que fez com ele?

–O filho de Poseindon foi dar um passeio.-a górgona riu.-Que mal educada sou,meu nome é Esteno,a impetuosa.

–Filha de Medusa.

Esteno assentiu.Ela passou seus dedos delicados por seu cinto coberto por desenhos de serpentes.

–Não é bom saber demais.Os outros te acharam perigosa.

–Vejo que você leva isso bem a sério.

A górgona rosnou e cuspiu.

–Arrogante feito há mãe.-Esteno deu um passo á frente- Metida.

Esteno se lançou para frente, não consegui me esquivar e ela caiu sobre mim no chão frio e coberto por folhas.

–Vingarei minha mãe matando a filha preferida dela.

–Ela se exibia demais.Teve o que mereceu.- segurei a mão de Esteno.Ela queria acertar meu rosto com sua faca.Nas laterais dos punhos lia-se Γοργών (Gorgón) e sua adaga ainda continha o sangue da vitima anterior.

Ela segurava meu braço livre contra as folhas úmidas,eu não conseguia levantar minha mão para golpea-la com a espada,nem Esteno conseguia mover sua mão que empunhava a adaga.

Chutei suas pernas com força.As pernas de Esteno se ergueram,mas ela continuou sobre mim.

Ela rolou para o lado.Pude me soltar e me levantar,mas ela me agarrou por trás e colocou a adaga sobre meu pescoço.

Chutei seu estomago e ela se contraiu.

Tentei puxar sua adaga,mas ela fora mais rápida.Esteno me passara uma rasteira e eu cai de frente para o chão.

Esteno tentou me acertar por trás,mas rolei para o lado e chutei seu rosto.

–Annabeth?-gritou uma voz conhecida.

–Sofy!- gritei em resposta.

–Chame por sua amiga,vou adorar que ela assista sua morte.-Esteno rosnou,recolocando seu queixo no lugar.

Rolei mais uma vez e me levantei.

Empunhei minha espada e corri em direção á Esteno.A górgona não se esquivou.Ela empunhou sua arma e correu.

Ela cruzou o ar com a adaga apontada,me abaixei e rolei por baixo de suas pernas.Chutei suas costas e ela cambaleou,ela caiu de joelhos e derrubou sua adaga.

Sofy chutou-a longe.

Isso– pensei,agradecendo Sofy.

Sofy entrara sorrateira e agora me ajudava a me livrar de Esteno.

Precisamos de cordas–pensei,enquanto deitava sobre Esteno e prendia suas mãos para trás.

Sofy assentiu e voltou para a mata.

–Ajna!- gritou Esteno.-Eu sou a Ajna de Medusa.

–Era.-eu ri

Esteno pulava ainda deitada no chão.Minhas mãos não iam aguentar tanto alvoroço e eu ia ter que soltá-la.

Sofy,se apresse!

–Já estou aqui- respondeu ela,entrando em meu campo de visão.

–O que você tem ai?-perguntei,olhando para as fitas fibrosas que Sofy trazia nas mãos.

–Fibra de eucalipto.

Eucalyptus globulus ou...

–Eucalipto comum.-terminou Sofy.

Sorri para ela,contente.

Eu e Sofy amarramos os braços e pernas de Esteno.Ela berrava e chamava por suas irmãs.

Sofy amarrou sua boca com um pedaço de seu vestido e amordaçou-a bem apertado.

–Qual é o próximo passo?-perguntou ela,feliz.

–Salvar o cabeça de alga.




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Notas finais do capítulo

Ajna ou Ājña/a:ɟɲʌ : Terceiro olho



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