Os Jogos Dos Semideuses escrita por Ana Paula Costa


Capítulo 27
Capítulo 27-Coloco fogo no ferro velho dos deuses


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem desse capítulo.
Nico é mesmo muito esperto kkkk
Boa leitura.



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Nico:

Eu estava sozinho,assustado e mexido com a lembrança 'viva' de minha irmã,mas o pior de tudo é que estive frente á frente com o colar de Afrodite, e perdi a oportunidade de escapar- e ainda com vida.

Não sabia se morreria de verdade,já que tecnicamente não estou aqui,e ninguém podia me ver- cheguei a pensar que só minha mente estivera nesse ferro velho mas cheguei a conclusão que na realidade estou aqui,mas "invisível".Mas pelo visto logo encontraria a resposta,já que esse monstro chamado Quimera pode me ver.

De onde saiu essa coisa? pensei enquanto corria para longe do animal.

Até hoje só ouvi uma história sobre um herói que já matara Quimera.UM HERÓI para um mostro que existe há milênios. Como eu poderia matar um monstro desse sem ajuda?

Por isso recorri ao meu pai -que muito provavelmente está assistindo a tudo de camarote comendo pipoca.-para quem sabe me ajudar a sair dessa.Ou não.

E aqui estou eu.Frente á Frente com um monstro de três cabeças e uma delas- a do meio- cospe fogo.

Enquanto corria para o mais longe possível de Quimera,tive a sensação de não sair do lugar,já que onde eu pisava escorregava para dentro de toda a sucata do ferro velho.O vapor do fogo queimava minhas costas protegidas pela armadura, que agora cheirava a ferro derretido.

Eu ofegava ligeiramente,pensando em como escaparia,por que minha armadura não aguentaria a mais uma baforada do monstro que me perseguia.

Arrisquei-me a olhar para trás.Quimera dava voltas no céu,e com rasantes próximos a minha cabeça e lançava  fogo. 

Abaixei-me para me esquivar de um ataque de Quimera.Ela passou rente a minha cabeça cuspindo fogo pelas ventas,mas fui lançado a dez metros para o lado depois de ser atingido por sua cauda.

Caí sobre uma pilha de armaduras rachadas e quebradas.Senti algo molhar minha mão;sangue escorria por meu braço manchando minhas vestes. Há um palmo abaixo de meu ombro havia um espinho grosso e longo encravado onde devia estar a marca de vacina.Puxei para retirar o espinho.

Quimera ainda não havia me visto.

-AAAI!!!!- bufei de dor enquanto massageava o lugar com a mão limpa.

Rasguei um pedaço de minha camisa para estancar o sangue que escorria de meu braço,amarrei-o bem firme e apertado onde estivera o espinho.

Levantei-me vagarosamente esperando algum barulho vindo do monstro.Apurei os ouvidos enquanto olhava para o céu procurando algum simples sinal de que Quimera estivera por perto.

Continuei a andar,ainda olhando para cima e momentaneamente para meu braço enfaixado com um pedaço de minha camisa.

Então eu ouvi,não muito longe da li,os passos de Quimera,grossos e pesados se arrastando para mais perto de onde eu estava.Pude ver sua respiração,pois onde Quimera soltava suas baforadas quentes e argilosas criava-se nuvens de vapor.

Corri para a direção oposta,com Quimera no meu cangote.Agora   brincava -mos de gato e rato no ferro velho dos deuses.

Pensei no que meus amigos diriam em uma situação dessa:

Clarisse:"Fácil,basta dar uma boa surra nesse monstro!"

Thalia:"Tente não ser morto,mas faça o possível para dete -lo"

Percy:"Er... faça o quer der na telha!Improvise! "

Annabeth:"Use a lógica!Não deve ser tão difícil matar um monstro desses...afinal,ele já foi morto uma vez,não foi?! Faça o mesmo!"

E como sempre,usaríamos as ideias de Annabeth.Fazer o mesmo que o herói que matou Quimera.Mas dessa vez  não tinha Annabeth para contar a história.

Corri para baixo de um carro,Quimera lançava fogo por de baixo dele queimando as laterais de minhas vestes e minha armadura.Rolei para o outro lado,esquivando-me das chamas.

Parei para pensar no que Beloronte fez para matar Quimera.

Ele...Ele usou uma lança.E interou na cabeça do meio enquanto as duas outras pegavam fogo.

Agora tudo o que eu precisava era de uma lança,coragem e muita sorte.

O teto do carro abaixou-se amassado,agora Quimera esmagava e rasgava o teto com suas garras afiadas.Era a oportunidade que eu esperava para sair de  baixo do carro e procurar a lança.

Puxei uma pedra da pilha ao lado do carro e a lancei do lado oposto para distrair Quimera.

Enquanto ela ocorria em direção de onde viera o barulho,corri para uma grande pilha de carros empilhados e me escondi.Engatinhei para longe,tateando o chão e procurando uma lança,Mas tudo o que encontrei foi um cano de ferro grosso e pontudo.

Serve – Pensei.

Então era só matar Quimera do mesmo modo que Beloronte.Mas a questão é: Como ele fez isso?

Era uma coisa que eu teria que descobrir na prática.Não sabia quantas chances teria antes que ela mesma me matasse.

Comecei a correr,pulei sobre uma pilha de carros e agachando-me para que Quimera não me visse tentei  acertar sua cabeça com o lado pontudo do cano.Sem sucesso.

Tudo que fiz foi atrair a atenção do monstro.Comecei a correr aterrorizado,meu coração pulsava loucamente em meu peito.O vento em meu rosto balançava meus cabelos atrapalhando minha visão.

-Droga- murmurei ofegante, enquanto corria de volta á sala de onde saí quando cheguei ao ferro velho.

Estava tão desesperado que nem percebi as coisas em meu redor.Quimera não me seguia mais,e provavelmente tinha dado a volta para me alcançar de outra maneira.Mais sinais que eu já passara por ali eram visíveis.Tudo o que devia ser reciclado ou reutilizado no ferro velho fora derretido com o calor do fogo que Quimera soltava.

Parei para respirar e aproveitar que não estava sendo perseguido no momento.Minha cabeça girava e meu braço machucado latejava,mas embora o medo tivesse pose de todo meu ser,o que me intrigava mais era o fato de eu já ter encontrado o colar de Afrodite- Que no caso desaparecera.Então acrescentei em minha lista de coisas á fazer,procurar o colar enquanto tentava me livrar do mostro.-Eu sabia que não seria uma coisa fácil de se fazer,além de que,o único herói que já matara Quimera estava há sete palmos sob a terra.

Então um urro algo e extravagante soou alto a minhas costas. Virei- me para fitar Quimera- que finalmente percebera que mudar o caminho nem sempre te levará mais rápido- ela bufou pelas ventas expelindo uma densa fumaça de suas narinas.Seus olhos tinham um brilho mortal que diziam “Já-chega-de-ser-boazinha”.Ela chacoalhou a cauda espinhosa de um lado para o outro,detonando tudo que estava em sua volta.

-Er... Poderíamos entrar num acordo se possível,minha deusa...-já estava apelando para os deuses.Quem sabe Hera não se sensibilizaria com um pobre garoto sem ação num momento como esse?

Quimera urrou,”não meu caro” imaginei que ela estivesse pensando.

Ela estava muito próxima,mesmo se eu tentasse correr ela me alcançaria e me transformaria em adubo de Nico.

Foi quando algo surpreendente aconteceu.A terra começou a tremer,carros caíam das pilhas fazendo um grande rebuliço no ferro velho,além de vários outros equipamentos eletrônicos que caíam no chão rachando ao meio.

Era minha chance.A cabine de controle do ferro velho estava a mais ou menos dez metros de distância nesse momento.Se eu corresse talvez conseguiria entrar e me esconder antes que o mostro sentisse minha falta.

No três...um...dois...três!

Corri sem olhar para trás,desviando momentaneamente de objetos caídos pelo caminho.A cabine não parecia muito longe quando senti um vendo forte vindo de trás atingindo minhas costas.O vento era forte e indiferente- não como os furacões,claro,mas era forte- Olhei para trás,patas do tamanho de rodas de caminhonetes 4x4 forçaram-me contra o chão.Suas patas escamosas contraíam meu peito para baixo com força largando seu peso sobre mim.

É o fim -pensei

Quimera ricocheteava os carros com o rabo cheio de espinhos,os afastando enquanto caía.Então ela ergueu a cabeça para tomar fôlego.

Eu tentava escapar do abraço maligno de Quimera,me debatia com toda a força que restava em meu ser.Mas eu já estava bem desgastado por  causa da correria e do ferimento no braço.No entanto,ainda podia sentir que entre mim e as patas grossas,feias,escamosas,pesadas,sujas,grosseiras de Quimera havia um espaço no qual podia  mover o braço bom.

Aproveitei a oportunidade.Consegui alcançar minha espada,com dificuldade trouxe-a  para o braço bom e enfiei-a até o punhal na pata de Quimera.Ela berrou e cuspiu fogo em direção ao céu.O fogo atingiu um guindaste que segurava com correntes podres e enferrujadas um carro- que ao meu ponto de vista era muito pesado-a corrente trincou,balançou e o calor fez com que o guindaste cedesse ao peso do carro,acrescentado ao balanço da terra- que acontecera inexplicavelmente.

Quimera ameaçou a levantar voo,enquanto ela tentava escapar do peso do carro,consegui escapar por entre seus largos dedos.O carro esmagou o corpo do monstro deixando apenas suas três cabeças para fora.

Peguei o cano,subi no capô do carro que prendia Quimera no chão.Com o lado pontudo do cano enterrei-o em sua cabeça pela parte de cima- a tampa do crânio- e o prendi no chão,deixando uma cabeça morta no meio entre as duas outras.

Faltavam duas e essas teriam que ser queimadas.

O tremor cessou.Isso me tranquilizou um pouco. Pelo menos não morreria esmagado por um carro voador.

Corri para a cabine de controle a procura de alguma coisa que pudesse atear fogo.

Estantes,prateleiras,livros e quadros caídos e espalhados por toda parte quando adentrei á cabine.Era difícil se locomover com o lugar nesse estado,mas não impossível.Cheguei a pensar em procurar um fósforo ou um isqueiro,mas não teria uma coisa dessas num ferro velho -era perigoso demais.

Gasolina serviria para atear fogo no animal antes que ele conseguisse escapar.Corri para a vidraça que dava para o pátio de empilhamento do ferro velho afim de dar uma espiada em Quimera.Ela ainda se debatia e cuspia fogo por toda parte.Então mais carros caíram por cima do monstro,soterrando-a por completo.

-Perfeito!-Exclamei.

Corri para fora e segui ao pátio de empilhamento.Abri um dos capôs dos carros e conferi se pelo menos um deles continha gasolina ou pelo menos álcool.Peguei a bateria de um dos carros e com os fios tentei fazer faíscas,mas sem sucesso.Sem o carro estar ligado era impossível.E esses carros estavam com a bateria esgotada.

Quimera ainda fazia muito barulho por baixo dos carros além de deixa-los quentes de vez em quando.

-Espera...Mas é claro!Como não tinha pensado nisso antes?!

Usaria as sobras de gasolina nos tanques dos carros sobre quimera e faria de seu próprio fogo uma arma para mata-la.

Esvaziei os tangues furando-os com minha espada,cutuquei Quimera por entre os buracos e frestas entre os carros.Ela se irritava e se debatia ainda mais.

-Vamos seu mostro burro!solta uma baforada ai!!

Corri para longe e comecei a jogar pedras sobre os carros para quem sabe assim irritar o monstro.

Quando achei que minhas tentativas tinham sido em vão,Quimera deu seu último urro seguido por uma cuspida enérgica de fogo-que pra minha sorte,levou o lugar pelos ares!-Tudo em volta pegou fogo.Eu estava em um local bom e longe da explosão.Mas infelizmente não tão bom.

A explosão me fez voar uns dois metros para trás.Bati minhas costas sobre um para-brisa de  um 1961 Pontiac Tempest  – um clássico norte americano.

-Eu não...não acredito- disse baixo para mim mesmo quando me virei para o para-brisa.

Preso em uma de suas hastes,um colar de ouro com pedras cintilantes brilhava a luz do sol.O colar de Afrodite.

Dessa vez não o perderia de vista.Até poderia chover bolas de fogo do céu que eu não me distrairia.

Agarrei o colar e o prendi entre os dedos.

-Pronto Fobos,Bia,Já estou com essa dro...

A última coisa que me lembro foi de estar caindo vagarosamente por um buraco que parecia estar vindo de cima.

Fechei os olhos miudamente por causa da luz que invadia meu campo de visão.Foi quando caí sentado sobre um campo com um gramado verde e arvores altas e coloridas por toda volta.

-Vejam só!Estão vendo isso no olimpo?!Meus Deuses...achei que ele seria o primeiro a morrer!-vivocerou Bia,mas logo abaixou o tom e disse mais calma.-Você meu jovem,foi o primeiro entre os cinco a voltar com o objeto selecionado.Meus sinceros Parabéns.

Aceitei seus parabéns por educação,ela parecia realmente decepcionada por eu não ter...digamos...batido as botas naquele ferro velho.

-Obrigado.-Agradeci sem jeito.-Onde está Fobos?

-Fobos?Ah não querido... Fobos teve que sair as pressas.Mais mandou dizer aos que voltassem parabéns por ele também.-Bia jogou os cabelos para trás de abriu um lindo sorriso vívido,porém falso.

-Ele disse o que ia fazer?-perguntei desconfiado.

-Não é da sua conta.-respondeu Bia ríspida.-Esqueça Fobos,sua participação por aqui foi ligeira.Agora vamos esperar os outros com uma longa conversa,que tal?

O unicórnio bateu os cascos dourados no chão e se sentou seguido por Bia,e sem ter o que fazer,eu.

Enquanto esperava os outros voltarem de suas missões,contei á Bia como foi o meu dia.


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Notas finais do capítulo

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