Edição 74 De Jogos Vorazes Pela Clove escrita por Sadie


Capítulo 29
Algum tempo depois...




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Pego um livro na estante e desço. Sento no sofá ao lado de meu pai, que estava vendo uma entrevista de Caesar. Paro de ler.

“É isso aí. Esse ano será o aniversário de 75 anos de Jogos Vorazes, e isso significa que é o ano de nosso terceiro Massacre Quartenário!” Caesar diz alegremente. Olho para o meu pai em dúvida.

–Deve ser a leitura do cartão. –Meu pai diz. Minha mãe chega e senta no sofá. O hino é tocado e presidente Snow sobe ao palco. Ele é seguido por um garoto vestido de terno branco, segurando uma caixa de madeira comum. O hino acaba e presidente Snow começa a falar, para lembrar a todos dos Dias Escuros, dos quais nasceram os Jogos Vorazes. Quando as leis relacionadas aos Jogos foram elaboradas, elas ditaram que, a cada 25 anos o aniversário seria marcado por um Massacre Quartenário. Elas convocariam uma versão glorificada dos Jogos com o intuito de refrescar a memória daqueles que foram mortos pela rebelião dos distritos. O presidente Snow continua nos contando o que aconteceu nas últimas edições do Massacre Quartenário.

“No aniversário de 25 anos, para que os rebeldes se lembrassem que seus filhos estavam morrendo por seus pais terem escolhido iniciar a violência, cada distrito fez uma votação para escolher os tributos que o representariam. No aniversário de 50 anos, para que ninguém esquecesse de que dois rebeldes haviam morrido para cada cidadão da Capital, cada distrito teve que enviar duas vezes o número de tributos.” Esse deve ter sido tenso.

–E agora nós temos a honra de realizar o terceiro Massacre Quartenário - diz o presidente. O garotinho de branco dá alguns passos à frente, estendendo a caixa enquanto abre. Vejo as fileiras muito bem-arrumadas de envelopes amarelados. O presidente retira um envelope visivelmente marcado com o número 75. Ele passa um dedo embaixo da aba e puxa um pedacinho do papel quadrado. Sem hesitar, ele lê:

–No aniversário de setenta e cinco anos, para que os rebeldes não se esqueçam de que até mesmo o mais forte entre eles não pode superar o pode da Capital, o tributo masculino e o tributo feminino serão coletados a partir do rol de vitoriosos vivos.

O hino toca e meu pai desliga a TV. Olho para o meu pai e minha mãe. Estou desesperada. Para nós do distrito 2, pode até ser uma honra ir para os Jogos. Mas eu não quero ir para lá de novo!

–Pode ser que você não tenha que voltar. –minha mãe diz com esperança. –Temos muitos outros vencedores... Você sabe.

Muito bom. Minha mãe sabe que isso pode acontecer. Do jeito que presidente Snow é doido e quer manipular, eu posso ser sorteada. E Cato. Cato também pode ser sorteado. Cato! Saio da sala correndo e ando até a casa dele. No meio do caminho nos encontramos e nos abraçamos. Vejo uma vencedora saindo de sua casa com a expressão séria. Seu marido estava do seu lado, segurando sua mão.

–Nós podemos não ser escolhidos, você sabe. –Cato diz.

–Do jeito que presidente Snow é controlador, ele pode manipular os papéis na Colheita. –Sussurro. Aqui qualquer um pode te ouvir, mesmo sussurrando. Então uma dúvida surge na minha cabeça.

–Cato.

–Hum?

–Se eu matei a garota do distrito 12, e os vencedores esse ano terão que voltar para a arena, como eles terão o tributo feminino do distrito 12? E como eles terão um mentor? –pergunto.

–Talvez eles sorteiem uma menina. O mentor... Talvez eles não tenham mentor.

–Coitados. –digo.

***

O dia da Colheita é nublado e quente. As pessoas estavam nervosas. Kate sobe no palco. Dava para ver, Kate estava nervosa.

–Primeiro as damas! –Kate diz. Ela vai até a bola com vários papeis dos vencedores femininos e tira um. Não sou eu, não sou eu, por favor, que não seja eu!

–Enobaria! –Kate diz. Não sou eu. Minha face e meus ombros se relaxam. Talvez ainda haja esperança. Talvez Cato não seja sorteado. Kate anda até a bola dos vencedores masculinos e tira um.

–Cato... –No momento que ouço “Cato” tudo fica preto. Desmaio.

***

Acordo no meu quarto. Minha mãe estava do meu lado com a expressão séria.

–Visitas. –ela diz. Quem? Meus tios? Nada importa mais. Cato foi sorteado. Nesse momento ele está indo em direção a morte. Então o próprio entra.

–Você ta fugindo da Capital?! –pergunto. Ele senta na beirada da minha cama de casal.

–Não fui sorteado. Brutus quando viu você desmaiando, se ofereceu no meu lugar. –ele estava sorrindo. Começo a chorar.

–Por que você ta chorando? Tá bom, eu vou para a arena. Acho que ainda dá tempo... –antes de ele acabar a frase, o abraço. Continuo chorando feito uma idiota igual quando quase morri na arena. Caio no sono nos braços dele.



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