Quackmiau escrita por LaylaSan, miniminisan


Capítulo 2
Quack


Notas iniciais do capítulo

Mais um mais um *----*.
Boa leitura.
Oi! Aqui é Mini-san agora, essa cap é de autoria da linda Lissa-san! Aproveitem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/205654/chapter/2

Uruhazinho's POV

Quack, oi! Meu nome é Uruha. Uruhazinho.

Uruha por causa do homem da banda... Ahn, como é mesmo? Uruha, não é?

Ah, quack. E Uruhazinho porque minha dona, e do Aoi-chan acha mais fofinho me chamar assim.

Eu gostava da minha casa, mesmo escorregando no começo. Aoi-chan se mostrou bem legal comigo e me mostrou tudo. Tinha lugares quentinhos, outros frios, e o meu lugar favorito, o que chamam de banheiro.

Tinha uma coisa bem grande lá onde minha dona entrava e às vezes ficava muito tempo. Eu não sabia o que era, mas gostava de ficar olhando. Aoi-chan sempre fugia quando eu ia lá, mas era bom.

Bom porque tinha água. E eu gostava muito de água. Era quente às vezes, mas eu gostava de ficar nadando por bastante tempo. Parecia um lago, daqueles grandes que eu nadava com meus irmãos e meus papais. Só que sentia frio demais depois. Mas, nossa dona me colocava em cima de uma coisa bem fofinha, toalha, acho. E eu ficava com as minhas peninhas todas secas.

Eu queria que Aoi-chan nadasse comigo, mas ele dizia que só gostava de água para beber e ficava muito bravo quando a nossa dona dava nele aquela coisa chamada de banho. Ele podia ficar cheio de água e não gostava. Aoi-chan era bem diferente de mim nisso.

Mas, Aoi-chan era muito gentil comigo. Fazia alguns dias que tinha chegado e lembro que ele havia pulado no meu cantinho onde ficava na, loja? Sim, acho que é loja sim. Ele ficou me olhando e depois chegou bem pertinho.

E ele me cheirou, era estranho, diferente. Mas, ele parecia bonzinho. Muito bonzinho. E me disse que sua casa era muito legal. E eu achava isso principalmente por causa da coisa de água da nossa dona.

Mas, acho que aquele monte de água era só dela, por isso eu tinha uma coisinha redonda e vermelha que também tinha água, geladinha. Ficava na varanda, isso me lembro que Aoi-chan disse. E eu gostava muito de ficar lá dentro.

– Uruha, não. – Ouvi minha dona me chamar e abri os olhos. – Você não pode nadar aí.

Grasnei mas ela me tirou da água. E me colocou na toalha, mexendo até que eu ficasse seco.

– Não pode, aquela água é só para beber, tudo bem? – E mesmo parecendo brava ela fez um carinho na parte de baixo do meu bico.

Era bom, carinho, como Aoi-chan me disse.

Depois daquilo ela me colocou pra dormir, na caixinha que eu tinha vindo e tinha algo fofinho pra ficar e Aoi-chan ficou do meu ladinho.

Mas, eu sabia que ele ia levantar logo. Aoi-chan gostava de brincar de noite, mas de noite mamãe dizia que a gente tinha que dormir porque tinham bichos malvados que podiam pegar a gente, e que só ficando perto da mamãe e do papai a gente estava seguro.

E eu ficava tão cansadinho de ficar muito tempo acordado de noite, que era só deitar no ninho macio que nossa dona me deu que eu dormia bem rápido.

...

No dia seguinte Aoi-chan tinha colocado umas coisas passando naquela caixa bem grande, mas eu tava tão cansado, Aoi-chan queria brincar de noite e meus olhinhos queriam fechar. Ele nunca reclamava, mas eu queria ficar mais perto dele, brincar de pega-pega, ele era bem ligeiro.

No esconde-esconde eu conseguia entrar em alguns lugares porque era pequenininho e ele ficava miando porque não me achava. Aí eu aparecia, ele me cheirava, lambia e colocava na cabeça fofinha. Aoi-chan tinha pelos. Eram bons de ficar, mais gostoso que a caixinha.

Ele tinha um rabo bem travesso, que ficava balançando, era legal. Eu sempre tentava pegar com o bico, mas ele se mexia muito rápido e Aoi-chan sempre achava graça e também tentava brincar, correndo atrás do próprio rabo.

Eu gostava muito do Aoi-chan, ele sempre cuidava de mim. Mas, acabei dormindo enquanto olhava aqueles humanos grandes e alguns ameaçadores. O sofá era tão macio e fofinho, toda a casa parecia ser.

E eu tava sonhando com Aoi-chan. A gente brincava, eu deitava na cabeça dele, conversávamos, eu nadava e ele ficava bem longe, depois a gente achava graça, eu ficava seco depois de um tempo a gente brincava de novo.

Eu até podia ouvir Aoi-chan me chamar. Era esquisito, parecia diferente do sonho.

Depois que eu acordei era ele que dormia. Então eu fui para a varanda tomar água, e quase acabei nadando de novo, mas lembrei que minha dona não deixava.

Logo depois Aoi-chan apareceu e se deitou do meu lado. Era tão fofinho ficar em cima dele, mesmo que eu não tenha parado de tomar água.

– Uruha – Ele me chamou deitando com a cabeça em cima das patinhas.

– Sim? – Perguntei, virando para ele.

– Neh... você gosta de mim? – Ele me perguntou.

– Gosto – E eu assenti. Adorava Aoi-chan. Mas...

– Então a gente podia ser um casal, não acha? Ser parceiros... – Ele começou e parecia bem nervoso com alguma coisa. – a gente podia se beijar e... você aceita?

Beijar? Aoi-chan queria me beijar?

Mas ele era um gato, e eu um pato, a gente não podia se beijar, mamãe disse que nós patinhos temos que casar com as patinhas e ter patinhos. O que eu teria com Aoi-chan?

E ele era um menino, igual eu. Não podia. Mas, não sabia o que fazer, não queria deixar Aoi-chan triste.

Fiquei parado olhando para aqueles olhinhos grandes que me encaravam. Aoi-chan começou a bater com a patinha no chão, eu tava com medo.

– Hei Uruha, me diz, me diz, você aceita?

Eu não tinha o que dizer para ele. Então comecei a correr, igual a mamãe disse para a gente fazer quando sentisse medo. Correr e não olhar para trás. E ela também dizia que nadar era melhor, e eu queria que tivesse uma coisa bem grande de água para eu nadar bem rápido, como os lagos aonde mamãe cuidou de mim.

Mas, correr naquela coisa que escorregava, não dava, eu não podia ir rápido e logo senti minhas patinhas se desequilibrando.

E eu quase bati o meu bico na coisa escorregadia que minha dona chamava de chão. Mas, a patinha fofinha de Aoi-chan não deixou eu me machucar. Ele sempre colocava a patinha pra eu não bater meu bico.

– Aoi-chan me salvou, Aoi-chan me salvou.

– Salvei Uruha-chan. Eu gosto de você Uruha, você é fofinho, é legal, a gente se diverte e eu quero te proteger, deixa eu te proteger. – Ele dizia bem nervoso, Aoi-chan queria ser meu companheiro, meu parceiro.

– Aoi-chan pode me proteger, mas nós somos menininhos, e diferentes. – Eu disse.

– Eu sei, mas a nossa dona vive falando com as outras humanas amigas dela que isso não é importante, a gente só tem que se importar com o que tem dentro. – Ele rebateu, parecia querer muito ser meu parceiro.

– O que tem dentro? – Perguntei já sentado com Aoi-chan na minha frente.

– Eu não sei. – Ele disse, miou fraquinho. – Mas, ela diz que isso que importa, só isso, naquela caixa preta, tinha bichinhos como a gente que se amavam, passou agorinha.

– Hum... então a gente pode? Desculpe, eu fui malvado com Aoi-chan. Disse que a gente era menininho e diferente e isso não podia. Você me desculpa Aoi-chan?

– Desculpo, desculpo. – Ele se levantou bem depressa e começou a pular pela cozinha miando mais forte, quase subindo na mesa. Era legal, Aoi-chan podia pular nas coisas, às vezes ficava bem no alto e eu não conseguia ver. Tinha medo que ele se machucasse, mas ele sabia fazer aquilo bem fácil e nunca caía.

E foi engraçado ele ficar feliz porque a nossa dona achou que ele queria comer e colocou aquela comidinha especial dele. Quando ela saiu a gente começou a brincar mais. Eu também gostava de Aoi-chan e queria que ele fosse meu parceiro.

– Aoi-chan não se importa que a gente não vai ter patinho e nem gatinho?

– Não. – Ele disse. – Eu me importo só com você Uruha, só com você.

– E como a gente vai se... Como é? Beijar?

– Sim, beijar, igual o humano disse.

– Então como a gente vai se beijar?

Ele ficou parado me olhando, eu nunca sabia o que Aoi-chan fazia tanto quando ficava parado assim, até naquela caixinha com areia ele ficava paradinho e dizia que eu não podia ir lá, porque não cheirava bem.

Era engraçado ver ele paradinho, mas se eu não podia ver de perto, podia rir de longe.

– Eu vi naquela caixa grande, os eles colocam as bocas perto e pronto. – Ele disse como se fosse bem fácil.

– É só isso?

– É só isso. – Ele miou bem bonitinho. – Deixa eu fazer isso Uruha, deixa.

– Mas, tem que ir devagar, Aoi-chan. Você é bem grande e eu sou pequenininho.

– Eu não vou te machucar, eu prometo.

– Então ta bom.

Eu coloquei o meu bico bem pertinho do Aoi-chan. Ele ficou abaixadinho pertinho de mim e colocou a boquinha cheia de pêlos no meu bico. Era engraçado, os bigodes faziam cócegas, mas eu não saí de perto dele.

Aoi-chan me protegia de tudo. Ele era muito bonzinho. Cuidava de mim, não me deixava ir na areia fedida, não brigava quando eu dormia de noite no meio da nossa brincadeira e me colocava no meu ninho na caixinha.

Ele me pegava com a boca e nunca me machucou. Aoi-chan era legal, era bonzinho, eu gostava dele, e agora ele meu parceiro. Os dois menininhos da nossa dona, que sempre cuidava muito bem da gente e fazia aqueles carinhos bons no meu bico e na barriga do Aoi-chan.

Só me assustei quando ele passou a língua no meu bico. Mas, era engraçado também, então eu fiquei bem pertinho dele de novo e subi em sua cabeça. Ele tinha uma caminha vermelha e bem confortável, e lá ele deixava eu deitar.

Desci com cuidado pra não machucar e quando Aoi-chan se deitou, eu deitei com ele, e ele colocou uma das patinhas em volta do meu corpo e eu fiquei bem pertinho dos pêlos branquinhos da barriga dele. Mas, era de noite, e:

– Aoi-chan não vai brincar hoje?

– Não, hoje eu vou ficar com você. – Ele disse colocando a cabeça bem perto de mim. – Eu quero ficar com você hoje, então não tem brincadeira.

– Aoi-chan vai cuidar de mim de noite igual mamãe fazia? – Eu perguntei, encostando meu bico no nariz dele. Ele fechou os olhos bem rápido e depois abriu de novo, me olhando.

– Eu vou, vou te proteger até a gente crescer, ficar bem grandão e você não conseguir se esconder de mim no esconde-esconde.

Grasnei. Aoi-chan era muito bom pra mim, e eu tava bem feliz com isso. Ele me protegia enquanto era maior e quando eu crescesse e ficasse igual o papai ia cuidar dele também.

Ia ficar com ele pra sempre, igual o papai e a mamãe, a gente não ia ter patinhos e nem gatinhos, mas ia brincar todo dia de pega-pega e esconde-esconde, eu ia ver ele escalar aquelas coisas bem grandes da nossa dona e ia grasnar quando entrasse no lago dela e ele saísse correndo do banheiro.

Eu queria ele como meu parceiro, a gente ia sempre cuidar um do outro e não deixar ninguém fazer mal, e nem íamos fugir. Eu ia ficar na varanda de dia e dormir durante as nossas brincadeiras de noite, e ele ia fazer cócegas em mim com o bigode, ia brincar com o próprio rabo e depois a gente ia dormir num ninho bem grande igual o do papai e da mamãe.

Porque era assim que a gente dizia para os outros quem eram os nossos parceiros.

E o Aoi-chan era o meu.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!