It Always Comes Back To You escrita por Sweet Seddie


Capítulo 8
Deixar


Notas iniciais do capítulo

Eu sei lá. Sinto falta de muita gente. Obrigada a Wendy, sempre me mandando reviews, seja me deixando aflita ou me deixando feliz. E a DeessaCoelho sempre meiga em seus reviews... Talvez, lendo esse capítulo, imaginem algumas coisas. Sinto dizer que nem tudo o que parece, é. Boa leitura (:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/205584/chapter/8

– Deixe-me ver... Samantha Puckett? Ela chegou há cerca de uma hora. Acidente de carro, certo?

– Sim, é ela. Por acaso Zachary Kress também está aqui?

– Zachary? Hum… ele não se machucou muito, está levando pontos.

– Como assim não se machucou muito?

– Não posso informar isso corretamente. Se quiser, pode seguir a linha vermelha, leva até a ala em que dão os pontos.

– Obrigada.

Acordei atordoado. Estava sentado no meio de uma mulher com um bebê no colo e uma velhinha com um sorriso sem dentes. Mesmo desacordado, pude ouvir a Sra. Puckett falando com a recepcionista. Infelizmente, ela se esqueceu de perguntar onde Sam estava. Às pressas, me dirigi à baixinha com óculos vermelhos.

– Por favor, em que quarto Sam Puckett está?

– O senhor é parente dela? – Mordi a língua. Pensei em dizer que era seu marido, mas ela com certeza não acreditaria. Ela havia chegado aqui de vestido, saindo da festa, então porque não haveria me machucado?

– Sou amigo dela.

– Sinto muito, mas não posso autorizá-lo a isso.

– Mas…

– Com licença, tenho muito a fazer. - Abaixei a cabeça e me afastei. Observei a porta, criando um plano de entrar escondido. O vaivém dos médicos não cessava. Até que percebi a daminha de honra chorando silenciosamente em meio de várias cadeiras vazias. Aquela cena realmente me magoou. Por impulso fui até lá.

– Oi… por que está chorando? – Levantou o rostinho e me fitou com os olhos vermelhos.

– Não posso… falar com estranhos. – Conseguiu dizer entre soluços.

– Quem está cuidando de você?

– Que parte não entendeu? Minha mãe não me deixa falar com estranhos!

– Mas então como vai fazer amigos? – Me olhou de novo, já engolindo o choro.

– Tem razão. Minha avó está cuidando de mim.

– E quem é sua avó? – Ela desviou o olhar e exibiu uma expressão surpresa, olhando para algo atrás de mim.

– Vovó! Onde está o papai? – Levantou-se e correu até Pam. Aquela era sua avó? Seria ela filha de Melanie ou de alguma filha que eu não conheço? Pai?

– Freddie… você falou com ela? – Ela exibiu os olhos arregalados.

– Por que nunca me contaram que você tinha uma neta? – Uni as sobrancelhas – E que Melanie tinha uma filha.

– Porque isso não diz direito algum a você.

– Me desculpe, achei que… posso saber pelo menos o nome dela?

– Não, não pode. E a garota não é filha da Melanie. Ela é filha da Samantha. E se quiser olhar para ela de novo, peça permissão antes.

– Da Sam?! – Aumentei a voz. A mesma enfermeira que me proibiu de adentrar entre os corredores dos quartos chiou mostrando o dedo entre os lábios. Eu não tinha mais chão. – Grávida? Mas como que… quando que… – Ainda não havia superado a ideia de que Sam havia se entregado a outro. Que havia tido essa experiência maravilhosa de ser mãe e nunca ter mencionado. Mas a mãe dela não poupou sua insensibilidade.

– Pretende terminar alguma dessas frases? Olha, ela não precisa que você a ajude agora. Nunca precisou. Portanto mantenha distância.

– Mas como? Pamela, eu preciso saber.

– Mas você já sabe. – Ela segurou na mão da loirinha e praticamente a arrastou para o elevador. Eu já sei? Não, isso não é possível. Eu nunca havia escutado um sussurro sobre minha loira tendo uma filha. Quanto menos estar tentando ter uma. Eu precisava apenas de uma resposta. Aí conseguiria todas as outras. Corri até o elevador e antes que a porta se fechasse, coloquei a mão impedindo.

– Quantos anos ela tem? – Pam bufou.

– Ela tem dez.

– Vovó, quem é esse?

– Não é ninguém querida. Ninguém importante. – Retirei a mão devagar. A garotinha tinha olhos castanhos e cachos loiros. O modo como Sam mexia no cabelo e por alguma coincidência a mesma mania que eu tinha em olhar para baixo e sorrir. Ela não tinha nada de Zac. Foi quando a resposta me atingiu como uma meia de manteiga. Ela não era filha dele.

10 anos atrás.

– Em cinco, quatro, três, dois e…

– Eu sou Carly.

– E eu sou Sam. – Elas suspiraram. - E esse é o último iCarly.

– É triste, mas é verdade. Por uma razão pessoal a Sam vai precisar ir para Londres. E sabemos que é impossível fazer um webshow desse jeito.

– Às vezes sinto que é minha culpa pela qual estamos andando muito triste esses dias. Carly me tranquilizou, mas ainda sinto tanto por isso. Eu queria pedir infinitas desculpas. Os momentos que passamos aqui vão ficar para sempre em minha memória e em meu coração. Espero que entendam que nessa história não há nenhum arrependido. Todos sabiam as consequências de alguns atos. Por isso, eu tenho que pagar as minhas. Enfim, vou sentir muita falta de tudo isso. – As lágrimas rolaram em seu rosto.

– Para simbolizar o fim de algo que foi tão especial para nós, nosso produtor técnico que, infelizmente, não está aqui hoje, fez um vídeo com os melhores momentos. O site saíra do ar em alguns dias, portanto, aproveitem enquanto está aí. Eu só queria agradecer, mesmo que isso soe estranho, a Srta. Francine Briggs. Isso foi tudo culpa dela. – Pela última vez, Sam apertou o botão de aplausos em seu controle. A tela de repente voltou ao primeiro vídeo que postei acidentalmente. Sam e Carly riam e zoavam com os peitos pontudos de nossa professora de inglês. Não pude conter minhas lágrimas também. Era só atravessar um pequeno corredor, que eu poderia estar abraçando minhas duas melhores amigas, afagando suas cabeças e lamentando por isso estar terminando desse jeito. O vídeo não era de longa duração, logo ele já havia chegado ao fim. Na tela, apareceu Brad, Carly, Sam, Spencer, Gibby, Guppy e T-Bo, nessa ordem – Freddie, onde quer que esteja, queríamos que estivesse aqui.

– Não importa agora. – Sam se revoltou.

– Claro que importa! Freddie, eu sei que você está vendo. Venha. É sua última chance.

– Carly!

– Sam! Quem ficou conosco desde o início?

– Lembra quando ele nos abandonou pela Valerie?

– E lembra como você morreu de ciúmes?

– Estou chegando em uma hora errada?

– Freddie! – Todos disseram.

– Ah ótimo. – A loira revirou os olhos.

– Eu posso ir embora se quiser.

– Não! Por favor, só hoje, não briguem. A minha melhor amiga vai pro outro lado do oceano, meu irmão será obrigado a entrar na faculdade e nosso webshow está acabando. Não entendem que estou mais chateada do que quando os Jonas Brothers acabaram? – Não pudemos conter as gargalhadas.

– Foi um dia muito triste mesmo. – Sam voltara a ser sarcástica.

– Obrigada. Freddie, quer dizer alguma coisa?

– Quero. – Limpei a garganta e fiquei na frente da câmera – Hey, sou eu. O cara que ficava atrás da câmera. Sinceramente, não considero isso o fim. Tudo isso vai continuar. Vamos continuar em Seattle. Se formos embora, sei que um dia vamos voltar. Aqui é a nossa casa. Fazendo o iCarly, estávamos em nosso lar. O iCarly nunca vai acabar. Vai continuar nos corações de todos nós, de todos vocês. Foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Eu não consigo imaginar vida melhor. Às vezes nem acredito que isso realmente aconteceu comigo. Eu ganhei um irmão mais velho, uma melhor amiga maluca, uma “eu te odeio, mas te amo” melhor amiga, ganhei amigos que usam sala de edição, ganhei um amiguinho que adora aniversários, ganhei um amigo que vende coisas em um espeto, ganhei um… Gibby. Ganhei Seddiers e Creddiers. – Dei um sorriso de lado e umedeci os lábios. - E não poderia estar mais feliz. Obrigado, obrigado pelos quatro milhões de espectadores que estamos tendo hoje. Mas infelizmente, nosso tempo acabou. – Fiquei entre Carly e Sam. Seguramos nossas mãos e as levantamos - E esse foi o iCarly.

Depois de várias lágrimas, Sam soltando minha mão rapidamente e o Teebs nos trazendo comida em espetos, surpreenderam-na com uma festa de despedida surpresa. Mais lágrimas.

– E foi assim que eu conheci a Sam! – Carly, como tradição em toda festa, contou nossa história desde que nossos pais descobriram que iríamos vir ao mundo. – Quem é o próximo? – Os olhos se viraram para mim. Até Nevel havia dito algo. E é impressão minha ou ele está flertando com Melanie?

– Vai lá cara! – Brad e Gibby me deram socos no braço. Massageei o lugar enquanto caminhava até lá. Tive uma tremenda lembrança do aniversário da loirinha.

Sammy

– Olha a intimidade hein, Fredward.

– Isso nós temos. – Ela corou. – Bom, não há muito a dizer. Só me resta falar que eu vou sentir sua falta. Que você é linda, a garota mais linda que eu já vi. Às vezes me pego perguntando a mim mesmo, será que não percebe o quanto é perfeita garota? – Ainda corada, sorriu instantaneamente. Aproximei-me da cadeira onde estava sentada e toquei seu queixo com o polegar. – Eu só espero que consiga deixar de pensar em ti.

Na verdade, o que eu esperava era exatamente o que aconteceu depois. As luzes diminuíram, a música aumentou e os adultos saíram para comemorar em um jantar fino. Com adultos, eu digo Spencer, Socko e Teebs foram ao Groovy Smoothie por conta do barulho. Como disse, não ocorreu tudo do jeitinho que eu queria. Foi bem melhor. Depois de provocá-la, dar algumas cantadas e puxá-la para dançar, estamos nos beijando em meu sofá. Minha mãe não volta hoje, dei sorte. Separamo-nos por um instante. Ela sorriu.

– Mas o que estamos fazendo?

– Ainda não fizemos.

– Freddie, você tem certeza?

– Você ainda não? Eu até te daria um tempo pra pensar, mas não temos muito. Por favor, não ache que estou te forçando. Isso é a coisa menos importante para mim. Meu amor, só de estar aqui, com você

– Ei. Eu nunca estive tão certa de algo na minha vida. – Tentei dizer alguma coisa, mas ela me impedia com beijos estalados - Não fala nada. Só vem… – Colocou o dedo indicador em meu queixo e deslizou-o até meu pescoço. Segurou na gola de minha camisa e puxou-me. Estava totalmente dominado por ela.

Minha cama nunca me pareceu tão confortável. Assim que havíamos chegado ao quarto, ela me jogou no colchão e deitou-se sobre mim. Tirou a roupa lentamente, fazendo-me admirar tal cena. Sam era linda.

– Você é… indescritível.

– Freddie! Assim vai me fazer ficar tímida… – Suas bochechas ficaram rosadas por um instante. Desligou o único abajur no criado mudo ao lado da cama e voltou a meus lábios. Desabotoou minha camisa em uma velocidade recorde, enquanto ajudava-a com o resto do tecido que me cobria. Não tínhamos vergonha alguma. Eu confiava nela e ela em mim. Não havia o que temer. Quando ela finalmente tirou tudo, confesso que passei alguns minutos só observando cada parte. Ela me fitava de um modo que era irresistível. Não demorou muito para que eu recomeçasse as carícias sobre seu corpo.

Distribui beijos por todo seu corpo, apreciando cada espaço de pele.

Era tão bom ouvir que ela estava gostando. O toque era maravilhoso. Eu mal poderia descrever a sensação que era ouvir o amor da minha vida sussurrando meu nome, pedindo para que eu fizesse parte dela. Não haveria gestos, palavras ou sons que descreveriam o prazer que era de saber que aquela ali era Samantha Puckett.

Eu… poderia dizer o que todo mundo diz. É estranho e você se sente meio culpado quando sua parceira reclama que está doendo um pouco. Mas não é como dizem. Depois de ela dizer que já não aguentava mais esperar e que eu havia dado tempo suficiente para ter certeza, não hesitei em atender seu desejo. Queria causar uma sensação que ela nunca esquecesse. Para que nunca deixasse de pensar eu essa foi a melhor noite de sua vida. Além de mim, é claro, que pensaria a todo o segundo. Contornei com as mãos cada curva de seu corpo, ouvi-la gemer era o que me deixava louco. Eu queria muito, mas muito poder dizer que seria rápido assim. Mas como disse, ela terá que se lembrar disso até que tivéssemos três filhos.

Finalmente havia chegado a hora. Como contaria para minha mãe? Para Spencer, que sempre me dizia para esperar? Para Brad, meu novo melhor amigo? Zac não precisaria saber. Com cuidado, me uni a ela. Conforme ela dizia que estava tudo bem, fui aumentando a velocidade. Seus gemidos se misturavam aos meus, coisa que me fazia ter sentimentos variados. Puxava-a para meu corpo com as mãos em suas coxas, enquanto ela revelava em meu ouvido o quanto sentiu minha falta. Poderia ter dito algo também, mas a única coisa que saía de meus lábios eram gemidos prazerosos. Soando meio machista, eu faria isso com ela pelo resto da minha vida.

Não demorou muito para que ambos chegássemos ao maravilhoso ápice. Beijei seus lábios demoradamente antes de deitar em seu peito e informá-la de que havia sido perfeito. Ou até além disso. Mas não fora preciso ter dito tudo aquilo. Além de ela já saber, a loirinha caiu no sono logo em seguida. Fazendo-me sorrir feito bobo e ir até seu lado, me encaixando como se pertencesse a seu corpo.

– Fredbag. Acorda. Eu preciso ir e seria horrível se eu fosse sem me despedir. – Com os olhos entreabertos, percebo que ela já está pronta.

– Ir? Ir pra onde?

Londres? – Disse como se fosse óbvio.

– Você não pode ir.

– Eu preciso ir.

– Por que Sam? Eu te amo! – Levantei desesperado.

– Freddie, eu não quero que coloquemos sentimentos nisso.

– Ah, você não quer. Fizemos amor a noite toda e você “não quer sentimentos nisso”?

– Eu não sei o que responder.

– Então não responda. Só fique. Isso já valerá mais que qualquer palavra. – Segurei seus dois braços e a chacoalhei levemente.

– Oh Freddie, não faça isso. Por favor, me deixe ir.

– Se eu te deixar ir… você não vai voltar.

– Meu amor… Freddie… Eu vou perder o avião. – Como sempre, a mais forte venceu. Soltou-se de minhas mãos e caminhou até a porta, suspirando e abrindo numa lentidão que me matava. Aquilo só me confirmava que eu não iria mais atrás. E que mais uma vez eu estava mentindo pra mim mesmo.

Dias atuais.

Relembrar essa história não me ajudou nem um pouco a chegar a uma conclusão. Mas eu gosto de pensar. Gosto muito. Ainda bem que já consigo controlar tais pensamentos. Não que depois daquele dia eu tenha, digamos praticado. Nenhuma vez.

De tanto me distrair entre meus devaneios, nem acabei percebendo que não havia quase ninguém ali. A mulher com o bebê e a velhinha havia sumido. A enfermeira mal-humorada já não estava mais lá. Era minha chance. Corri até a mesa de trabalho dela e revirei seu computador, quando a lista de pessoas internadas estava a minha frente. Puckett, Samantha. Quarto 808. Segundo andar.

– Procurando alguma coisa? – A voz familiar me surpreendeu. Não era da baixinha dos óculos.

Era Madisen.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Poxa Wendy, o Zac não morreu! kkkkkk Ai, ai me divertindo com as únicas leitoras que me restam... Reviews? D: