It Always Comes Back To You escrita por Sweet Seddie


Capítulo 16
Causar


Notas iniciais do capítulo

Olha quem atualizou as duas fics ao mesmo tempo! Que pessoa esforçada eu sou, fala aí. Eu, pessoalmente, fiquei orgulhosa de ter conseguido escrever mais de mil palavras. Mas a sua opinião é mais importante, lê logo aí e me fala o que achou, pelo amor de Deus!



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Flashback On

Quando estávamos juntos, Sam sempre me fazia prometer que quando ela falecesse, eu iria enterrá-la em uma banheira cheia de lasanha do Pini’s. Eu ria e dizia que talvez aquilo não fosse ser possível e que com certeza não deixaria que ela fosse embora antes de mim. Ela cruzava os braços e resmungava que eu era o pior namorado do mundo, que eu era cafona e que ela não queria mais falar comigo. Cinco minutos depois ela estava bagunçando meu topete e falando que nunca havia conseguido ficar com raiva de mim.

Eu sempre admirei muito a minha namorada por tudo o que ela era. Por várias vezes vi que ela tentava mudar para se encaixar no estereótipo das garotas do Ridgeway ou das garotas – extremamente ridículas-, que ela via na televisão. Cansei de dizer o quanto preferia seus cachos a fios lisos ou que a achava linda mesmo sem maquiagem. Eu amava a minha garota violenta e atrevida.

E vê-la daquele jeito, em cima de uma cama de hospital, pálida e me contando que se sentia tonta... Vê-la daquele jeito me fez pensar na possibilidade horrível de perdê-la. Perder minha pequena de cachos dourados. Minha outra pequena. Agora eu tinha Sadie. Não mudaria nada do que aconteceu muito pelo contrário, eu sou o homem mais feliz do mundo por saber que temos algo nosso. Uma pessoa. Que se parece exatamente com Sam, com exceção de seus olhos profundos que me lembram de que eu também sou parte dela. Que para sempre vai me lembrar de que eu sou, imagine só, pai da filha de Samantha Puckett!

– E então o Zac começou a falar que você me largou e todo o bruhaha, como se eu fosse te deixar de novo! – Sam deu seu sorrisinho – E aí sangrou, - mais uma risada – legal né?

– Sam... Eu não tenho certeza se...

– Ah não, Freddork! – Ela me interrompeu, relembrando um apelido. – Vai começar com o draminha de filmes que a Carly nos fazia assistir?

Eu bufei. – Não é draminha, Sam. Isso pode ser sério.

– Mas não é! Não está vendo que eu estou aqui conversando com você?

– Sim, eu estou vendo, Sam. Mas há alguns segundos atrás você estava tonta e morrendo de sede...

– Mas olha só, Frednerd, vou te contar um segredo... – Ela me chamou com o dedo indicador, mas eu não me aproximei e ela levantou as sobrancelhas. – Tudo bem, pode adivinhar.

– O quê? – Eu cruzei os braços, sem intenção de entrar... Bom, de entrar mais uma vez no joguinho dela.

– O Zac já foi cuidar disso. Ele é o médico nessa parada. – Ela revirou os olhos.

– Você quer mesmo começar a discutir?– Eu disse, ignorando o olhar de desprezo dela.

– Não é isso que nos estamos fazendo há... – Ela fingiu contar nos dedos.

– Dez horas?

– Substitua pela palavra anos. Sem contar os que ficamos separados. Mas acho que eu discutia com o Zac fingindo que era você. Machucar o Freddie é sempre mais prazeroso do que machucar outras pessoas. – A loira mordeu o lábio esperando a minha reação; mas a dela veio primeiro. – Estamos aqui há dez horas?!

– Você está. Mas como disse, as nossas brigas parecem intermináveis. – Eu pressionei os lábios, um pouco magoado. Poxa, nós não brigávamos sempre. Tínhamos momentos bons... Não é?

– Sam eu... Ah, você tem companhia. – Zac entrou no quarto e olhou pra mim, igualmente cruzando os braços. – Olá, Fredward. É sempre bom revê-lo.

– Por favor, sem cerimônias. Ambos sabemos que só temos uma coisa em comum. – Olhei para Sam rapidamente e depois voltei a ele. – O que o médico falou?

Zac olhou para o chão. O mesmo silêncio que Sam fazia. O mesmo que me matava, mas dessa vez, de um modo ruim. Ele caminhou até a cama e acariciou o queixo dela, e Sam, sem entender, fechou os olhos para demonstrar que gostava do carinho.

Não pude evitar sentir ciúmes e raiva. Primeiro que só eu poderia tocá-la daquele jeito. Segundo, era muito difícil revelar o que o médico havia dito? Senti o pigarro na garganta. Pedi licença para sair do quarto, mas tenho certeza de que não me ouviriam. Mas que droga por que eu estava saindo? Ele que deveria sair. Sam me ama! Caminhei até o bebedouro e enchi um copo, fechando os olhos ao sentir a água gelada na garganta. Deixei-me filosofar novamente.

Por que eu fazia aquilo? Por que eu saía, sempre, quando brigávamos? Por que eu ia embora, deixava coisas mal resolvidas e depois me desculpava, acumulando todos os problemas; para depois trazê-los de volta em uma briga ainda mais séria?

Por que eu a deixava? Várias e várias vezes seguidas? E por que quando ela ia, tentava ser feliz, eu continuava a persegui-la, trazendo tudo de volta? Por que eu só não aceitava o fato de que ela tinha ido e nunca mais iria voltar?

Não controlei as lágrimas que desciam por minha bochecha. Eu a amava, sim, mais uma vez repito isso. Eu a amo. Porém, eu sei que continuo o mesmo Freddie, mas ela, talvez, não seja mais a mesma Sam. Talvez ela tenha mesmo amadurecido e começado uma família perfeita com seu marido, sua filha, sua mãe. Ela tem seu próprio restaurante, é uma famosa chef, além de continuar sendo a pessoa mais inteligente que conheço. Além de continuar sendo a mulher mais bonita do mundo. Droga, e ela faz isso tudo... Sem mim. Nunca precisou de mim. Nunca me procurou. Eu, com uma maldita empresa que produz máquinas que curam doenças de visão, que ganho milhões de malditos dólares... Que não serviam para nada até que eu me encontrei trocando beijos apaixonados com Sam.

E tudo o que não fazia sentido de repente começou a fazer.

Ou pelo menos quase tudo.

Afinal ainda tínhamos que considerar o fato de que ela estava doente. Isso era algo que eu vinha tentando evitar durante essas horas que passamos juntos, mas se tornou realmente impossível não pensar todas as vezes que eu olhei para ela. Meu Deus, ela havia sofrido um acidente de carro. Poderia ter sido algo muito pior, eu sei. Mas ter uma possibilidade de coisas ruins acontecerem é muito pior.

Era assim que eu evitava perder outra pessoa. Minha mãe sempre me dizia que sentir medo era uma besteira – logo ela, tão neurótica por limpeza, com um medo interminável de saber que seu querido filho estava exposto a tantos “perigos” -, que eu deveria apenas ignorá-lo e seguir em frente. Não era isso que ela havia feito? Não era ela que havia abandonado o medo de criar um filho, sozinha, e deixar o marido se embrenhar na selva amazônica?

Mas eu não era a minha mãe. E eu não era forte o suficiente sozinho. Era uma vergonha ter que admitir, mas eu era medroso, era sim; Sam tinha razão quando jogava na minha cara.

E a questão poderia ser simples para qualquer outro. Tratava-se de mais uma pessoa, amanhã todos previam que aconteceria de novo. Mas... Sam poderia morrer. Deixar-me... Definitivamente. Sem segunda chance, sem desculpas. Nada consertaria isso.

Abri os olhos, espantando os pensamentos que me levavam a mais lágrimas e mais dor no peito. O copo ainda estava cheio, o gole ainda preso na garganta. Olhei para o relógio. Quase três da manhã. O espaço fechado fez com que eu não notasse o cair da madrugada, e meu primeiro pensamento foi minha mãe. Eu ainda não tinha certeza de como havia parado ali naquela cadeira, a hipótese de Pam ter me carregado era completamente descartável.

Foi quando lembrei que os hospitais tinham essas “ligações” e o em que minha mãe trabalhava, ficava a poucas quadras dali. Pensei em pedir mais um favor de Madisen, mas Sam não gostava dela e achei estar colocando muito peso nas costas da pobre enfermeira. Além do mais, a esta altura ela já devia ter ido embora.

– Freddie? – Mas eu estava errado. – Precisa de alguma coisa?

Madisen, vestida com roupas normais e cabelo preso em um rabo-de-cavalo, me fitou com os lábios pressionados.

– Pode me perdoar? Por ter gritado com você? – Eu olhei para ela e acho que meus olhos vermelhos despertaram algo na garota, porque ela uniu as sobrancelhas e tocou meu ombro. Tive que morder a língua para não dizer que ela tinha que tirar a mão.

– Tudo bem... Com a situação que ela está eu também não ficaria... – Ela continuou a falar, mas eu não prestei muita atenção. Era algo sobre tristeza e maus bocados. Deixei o copo cair no chão e segurei nos ombros dela, ofegando.

– Que situação, Madisen?!

Ela gaguejou um pouco e piscou descontroladamente. Apertei as mãos e repeti a pergunta. – Você... Você não soube?

– Vou saber se você me contar! – Olhei nos olhos dela, quase implorando. Mas ela, porém, estava mais atenta a algo atrás de mim.

– Freddinho... O que está fazendo? – A voz doce e trêmula me fez virar pra trás em um baque.

– Mãe! – Corri até ela e a abracei, com a cabeça em seu ombro. Não teve como não chorar novamente. Todas as emoções se misturaram. O medo, a raiva, a incerteza. Minha mãe acariciou meus cabelos e sussurrou que ficaria tudo bem. – Onde a senhora esteve?

– Eu estava em casa, arrumando as coisas para você passar a noite aqui, quando recebi uma ligação do hospital, procurando a melhor anestesista de Seattle e eu não pude recusar. Desculpe a mamãe, meu Fredbear, eu queria ter vindo antes. A ligação dessa moça foi quem ativou meu instinto de mãe. – Naquele momento eu não me importei que ela estivesse me tratando como se eu ainda fosse da idade da minha filha. Opa tenho que falar isso pra ela.

– Mãe... Pode ser um choque no início, mas... Agora que você e a Sam estão em paz, bom...

– Pode falar querido! Já está me deixando preocupada. – Ela riu baixinho, segurando meus cabelos.

– Eu e a Sam... Nós temos uma filha. – Eu fechei os olhos, com medo da reação dela. Minha mãe nunca havia pensado em punir-me fisicamente, mas a esta altura eu já esperava reviravoltas malucas. Felizmente ela apenas me abraçou de novo e eu a senti engasgando as palavras. – Ela tem dez anos, - continuei – meus olhos são a única coisa que ela herdou. Bom, isso e o sorrisinho de lado.

– Filho... Eu estou tão feliz por você e por Samantha. Eu... Eu nunca pensei que eu teria essa reação...

– Acredite, nem eu. – Eu ri a interrompendo por um instante.

– Mas... Acho que não há palavras que descrevam o quanto eu espero que vocês fiquem juntos! – Ela me surpreendeu, dando-me um beijo na testa.

– Mamãe, até você é uma Sed... – Marissa espremeu minhas bochechas para ficarem juntas com as duas mãos.

– Não, filhinho, a única coisa que eu quero... – Ela curvou os lábios para cima, em um sorriso suave. - É que você seja feliz. E se essa ex-delinquente – Eu não pude deixar de sorrir também. –, causa mesmo todas essas coisas boas em você, é com ela que eu espero que você termine. Meu Freddie, todos merecem ser felizes. E ser feliz pode ter um preço alto... Sentir medo é normal. – Minha mãe agora lia mentes. – Mas Freddie, você tem que se lembrar de que sempre há algo maior que o medo. E essa coisa é a esperança. Se uma coisa pertence a você, ela vai voltar.

– Obrigado, mãe. – Eu disse assim que ela me libertou do aperto. Para logo em seguida, apertá-la novamente em um abraço demorado.

– Mas, me diga, por que você está aqui? Não deveria estar lá dentro com ela?

– Deveria. Mas o Zac está lá. Ele havia ido antes, e Sam acabou tendo um sangramento no nariz e ele foi falar com o médico.

– E o que o médico disse? – Minha mãe questionou com um olhar preocupado.

– Não sei... Eu saí antes que me descontrolasse. Estava tentando saber com Madisen. – Coloquei o polegar para trás, sabendo que ela ainda estava lá.

– Pode falar?

– Senhora, eu sei que também é enfermeira e enfrenta muitas mortes por dia. – Madisen fez gestos com a mão, usando a palavra proibida. – E sabendo disso, eu prefiro conversar em particular, talvez depois você conte com mais calma para o Freddie?

Eu me senti novamente uma criança. A situação, pelo visto, não era nada boa. E elas estavam me escondendo. Como Pam me escondeu. Como Carly me escondeu. Como, droga, assim como Sam me escondeu. Estava cansado de ser o último a saber de tudo... De não poder fazer nada para impedir que algo ruim acontecesse.

– Não! Vocês vão me contar o que está acontecendo, e agora!

– Freddie! – Ambas gemeram, assustadas por meu olhar, que deveria estar sombrio.

– Ou vocês me contam ou eu vou ter que descobrir sozinho e da pior maneira! – Eu mordi os lábios, ao mesmo tempo aflito de que talvez eu tivesse que ouvir a notícia da boca de Zac, algo que não ajudaria em nada. – Por favor...

Minha mãe se aproximou, mas eu a impedi com um gesto. Madisen se aproximou também, mas achei que não tínhamos intimidade o suficiente para não deixá-la me abraçar. Senti seus braços hesitantes enlaçarem meu corpo.

– Vai ficar tudo bem. Confia em mim. Não surta... Pela Sadie, pela Sam. Elas precisam que você se mantenha forte. Você consegue? – Ela sussurrou. Aquilo era uma metáfora ou o quê? Afinal ela havia usado meus dois pontos fracos...

Eu sorri, mesmo assim, e confiando que tudo ia terminar bem, deixei as damas conversarem em particular, no banheiro feminino.

Foi quando avistei Zachary sair do quarto de Sam. De cabeça baixa, mal pude ver sua expressão. Por mais que todos os meus princípios fossem contra este momento, por mais que eu houvesse prometido, nem que para mim mesmo que eu esperaria tudo acabar bem... Eu gritei o nome dele.

Não soube dizer o porquê, mas eu ainda sentia que apesar de tudo, poderíamos ter sido bons amigos. Ele poderia ter namorado com Melanie. Não era a cópia exata de Sam? Eu quase ri. Sabia que ele havia se apaixonado pela mesma garota que eu.

– Achei que quando estivéssemos longe da minha esposa, - Ele colocou uma ênfase especial em suas últimas palavras, como sempre fazia. – não tínhamos nada em comum.

– Mas ela não está aqui. E longe dela, eu não preciso fingir que eu gosto de você.

– Por que continua esse teatro todo se me odeia?

– Porque de uma forma doentia, eu acho que você faz a Sam feliz. E se não ficarmos juntos, algo para qual eu não torceria tanto, você vai cuidar bem dela.

– Me fazendo ameaças, nerd?

– Ah, como você é infantil! – Gargalhei falsamente, relembrando para mim mesmo que só Sam poderia me dar apelidos e ainda parecer perfeita. – Nós podemos agir como adultos aqui, só por um instante?

– Mas que droga, o que você quer de mim? Chamou-me aqui para discutir? Eu tenho mais o que fazer!

– Não perderia tempo contigo, Zachary. Nosso único assunto foi e sempre será a Sam.

– Ótimo Fredward. O que quer saber?

– Quero saber o que o médico dela disse. – Ele franziu o rosto e algumas lágrimas surgiram em seus olhos.

– Quer saber?! Quer saber o que esse amor idiota de vocês causou?!

– Não é isso que eu estou perguntando, caramba?! – Também me exaltei e fechei as mãos, pronto para dar um soco bem no olho esquerdo dele. Mas me contive ao ver Zachary se ajoelhar com as mãos na nuca, soluçando. Como eu nunca mais o havia visto, desde a noite em que... Desde a noite em que Sam foi embora.



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Notas finais do capítulo

Hum, mas sabe o que eu acho? Que esse capítulo poderia ter se saído melhor. O que vocês acham? Não tô gostando... Deus, será que essa criatividade vai demorar pra voltar? Porque como vocês estão vendo, estamos chegando na reta final da fic... Pretendo terminá-la antes do fim desse ano haha
Acabei de colocar Andrew Garfield como Zac, aliás. Um dos meus atores favoritos... (E uma das minhas paixões também). Decidi isso ontem quando estava discutindo com a minha irmã os possíveis maridos para a Sam/Jennette hahaha.