It Always Comes Back To You escrita por Sweet Seddie


Capítulo 10
Prometer


Notas iniciais do capítulo

Após um capítulo vergonhosamente pequeno, um capítulo que eu simplesmente amei escrever.



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Flashback On

– O que você está fazendo aqui? – Arregalei os olhos.

– Não era eu que devia estar perguntando isso? – Sorriu. Ela usava um jaleco branco, com o símbolo do hospital costurado. Estava de cabelos presos e com uma prancheta. – Repetindo a pergunta, está procurando alguma coisa?

– Olha Madisen… Tem uma garota.

– Sempre tem. E era a noiva do Zac, né? Era, por que agora estão casados. – Cerrei os dentes.

– Sim, era ela. Ainda é. Eles sofreram um acidente de carro e ela está internada aqui. – Sua prancheta caiu, pelo modo frio que proferi as palavras.

– Nossa, eu acabei de chegar… como ela está?! E o Zac?!

– Ele não se machucou muito. Eu simplesmente não entendo como isso aconteceu. Eles saíram da festa e logo em seguida já estavam a caminho daqui. Preciso de explicações e a única que pode me dá-las é a Sam.

– Oh Freddie, eu sinto muito. – Levantei da cadeira e peguei sua prancheta, onde havia uma folha em branco, enquanto a garota me fitava, mordendo o lábio – Não devia autorizá-lo a isso… – Ela tirou uma caneta do bolso e pegou um crachá com um colar, em uma gaveta cinza. – Esse crachá, te dá acesso a qualquer sala nesse hospital. Mas me prometa que se perguntarem aonde conseguiu, – colocou delicadamente em meu pescoço, ajeitando a gola de minha camisa. – Vai omitir meu nome. E dizer que seu nome verdadeiro é Orento Nublem.

Tentei rir com aquilo, mas a única coisa que saiu foi um som plangente. Estava triste, precisando de consolo que só a Sra. Benson sabia dar. Por falta dela, só recebi um afago no cabelo, de uma garota que eu mal conhecia. Dei uma piscadela a ela e fui em direção a porta, sem hesitar, abrindo-a. Olhei para os lados, me certificando de que não houvesse ninguém que pudesse me impedir de chegar até meu destino. Até nosso último momento. A enfermeira malvada já devia ter ido embora e Zac não precisava tomar tantos pontos, portanto eles não eram perigo. Mas e se Pamela tivesse voltado? Encontrei as escadas e subi pulando degraus. Uma placa avisava que os quartos de 803-808 estavam a minha esquerda. Meu amor me esperava no fim do corredor, e por mais que eu corresse mais que meu corpo podia, mais do que eu aguentava, aquele corredor não tinha fim.

O quarto 808. Era doloroso imaginar o que eu veria a seguir. Respirei fundo, toquei a maçaneta gelada, fechei os olhos e abri. Nem em um milhão de anos imaginaria minha loira daquele jeito. Estava com hematomas por todo seu rosto angelical. Um curativo na testa, um arranhão perto do lábio superior, os dois olhos roxos. Caminhei até a cama, quase sem forças, caí de joelhos ao seu lado. Chorei por minutos intermináveis, mas sem perder a esperança de que ela acordasse naquele momento. Mas se acordasse o que eu lhe diria? Perdoe-me por minhas palavras não terem sido boas o suficiente? Eu queria que ela estivesse ciente de que eu só não sabia o que fazer. Eu nunca havia perdido o sono por ela estar com outro homem, por que tinha um plano. Mas meu plano não incluía saber que não só me escondia os sentimentos, como estava escondendo uma filha, que possivelmente seria minha. Não que isso fosse ruim. Desde que descobrira meus sentimentos pela demônia de cabelo loiro, não parava de tentar criar situações como a de descobrir sua gravidez, acordar de madrugada, ver o sol nascer com o bebê nos braços, dizer o quanto estava linda todos os dias, mesmo insistindo em achar defeitos em seu corpo, prometer que um filho estaria bom, descobrir a nova gravidez, escolher o nome… meio precipitado, eu sei. E foi errado como naquela noite, pela empolgação, esquecermos de nos proteger. Mais errado ainda é que eu não pude ter a surpresa da descoberta ou de acordar à aurora. De dizer o quanto ela é linda. E se, meu Deus, ela não acordar mais, nunca poderei nem dizer que apesar de tudo, eu sacrificaria tudo o que tenho para viver essas experiências. Ser um bom pai. Descobrir o nome da minha filha, contar histórias para ela… e chamá-la de princesinha, mesmo que ela já esteja a pouco tempo da adolescência. Mas enfim, eu sabia que a Sam seria a garota que estaria comigo no fim da história. Ela era o fogo e eu o gelo. Éramos peças opostas de um quebra cabeça. Porém, era essa combinação mais imperfeita que faria com que tudo ficasse perfeito. Levantei o rosto, lentamente, para finalmente olhar seus machucados de perto. Para minha surpresa, ela estava acordada, parecendo confusa. Franziu a testa.

– Eu morri? – Não pude deixar de sorrir. Cada vez mais confusa, ela olhava para os lados, tentando reconhecer se era o céu ou o inferno. Eu já gargalhava, divertindo-me com a situação. A loira, com seu jeito meigo de sempre, começou a dar tapas em meu braço. – Será que não me deixa em paz nem depois da morte?

– Sam, pare de besteira. Você não morreu.

– Mas pelo jeito, se eu tivesse morrido você estaria rindo. – Desmanchei o sorriso.

– Nunca mais diga isso.

– Não haverá uma próxima vez para eu dizer.

– Samantha, eu já disse pra você parar com isso.

Samantha, eu já disse pra você parar com isso. – Zombou, repetindo com a língua para fora.

– Você pode estar com todos esses machucados, fraca, mas não deixa de ser uma chata, não é?

– Eu posso ter me casado, ido embora, te dispensado, mas não deixou de me amar, não é? – Sorri de lado, olhando para sua mão, onde uma agulha estava espetada. Ela morre de medo de coisas pontudas.

– Como deixou que alguém colocasse isso na sua mão?

– Eu estava dormindo. Mas se estivesse acordada…

– Você com certeza teria mordido a mão da pobre enfermeira. – Ela riu.

– Me conhece bem demais.

– Mas não sei tudo, pelo visto.

– O que quer dizer? – Gaguejou um pouco no início da frase.

– Sam. Eu não queria te dizer tão diretamente. – Olhei em seus olhos que ainda tinham o brilho habitual. – Por que não me contou que tinha uma filha? – Ela virou o rosto para a parede. Coloquei minha mão sobre a sua, fazendo círculos com o polegar.

– Você ficou bem bonito de smoking.

– É verdade! – Dei uma risada sem som. – Uma garota me disse isso hoje.

– Quem? Espero que ela more perto de um hospital. – Virou o rosto, de olhos fechados, enquanto eu sorria devido a seus ciúmes.

– Está com alguma dor?

– Não, só não quero olhar pra você.

– Parece uma criança, Puckett. – Abriu o olho direito e logo em seguida, o esquerdo. – E não, acho que ela não mora perto de um hospital. Mas trabalha em um. Para ser mais exato, neste aqui.

– Ah, então quer dizer que é médica?

Enfermeira.

– Entendi tudo. Não há um homem que não tem uma quedinha por essas mulheres de roupas provocantes.

– Ciúmes?

– Não. Zac também é médico, esqueceu?

– A Maddie está no caminho.

– Ma-maddie?! Que intimidade toda é essa? Estamos falando daquela desmiolada que atrapalhou meu casamento?

– Ela não é desmiolada. É minha amiga.

– Pelo jeito que fala… parece que quer ser algo mais.

– Sam! Não seja boba. Você é a única garota pela qual eu sou louco. – Houve um silêncio cortante após a frase dita. A máquina que media os batimentos de seu coração era o único barulho, que me reconfortava. Sam fechou os olhos mais uma vez e eu me aproximei, beijando sua testa. Quando ia me afastar, ela passou a mão direita em minha nuca, puxando-me para sua boca. O medo de machucá-la era tremendo, mas não podia negar minha vontade de juntar nossos lábios mais uma vez. Delicadamente, beijei seu lábio inferior, levando minhas mãos a seus cabelos. Sabia que não poderia me empolgar tanto, mas minha língua invadiu sua boca sem ao menos eu perceber. Suas unhas arranhavam minha nuca, enquanto podia ouvir seus batimentos aumentando. Em alguns momentos, tão forte que ardia. Mas era a melhor dor do mundo.

Não importava o quanto eu tentasse me afastar, ela sempre me empurrava de volta. Abri os olhos um instante, para ver se de alguma forma não estava machucando-a. A única coisa que consegui ver foi que seus lábios estavam vermelhos e inchados, algo que de uma forma, fez com que eu me sentisse mal.

– Sam, você está bem?

– Oh Freddie… – Ela não me respondeu, mas seus olhos estavam com um azul profundo - Eu preciso de você. Eu vou contigo, eu prometo. Assim que eu me recuperar, eu peço ajuda a Carly e pego minha filha. E nós fugimos juntos.

– Meu amor, esse é meu sonho. Construiremos uma família longe daqui, seremos tão felizes. – Engoli um pouco da animação - Mas antes… precisa me contar como esse acidente aconteceu.

– Não podemos deixar isso pra lá? – Ela puxou-me mais uma vez, mas acabou beijando meu rosto. – Freddie!

– Esses lábios só tocarão esses, - toquei seu lábio inferior com o dedo – quando me contar tudo.

Ela bufou, derrotada.

– Me ajude a sentar e pode puxar a poltrona pra ficar mais confortável. Ou se preferir, a cama é bem quentinha. E de sobra, eu estou nela.

– Obrigado, mas prefiro confirmar se a cama é realmente boa. – Sorrimos, enquanto eu me acomodava ao seu lado. – Pode ir falando.

– Eu nunca o amei, Freddie. – Ela brincava com os dedos. - Eu tentei muito… tentei amar outro alguém desde o dia em que terminamos. Ele ficou louco com seu discurso, com a dança que tivemos depois… começamos a discutir. Ele dizia que eu já tinha vinte e oito anos, que um romance de escola não deveria permanecer na minha cabeça. Então, eu não conseguia dizer nada. Zac estava meio certo. – Ela apontou para o copo d’água, na cômoda ao lado da cama. Entreguei-lhe, ela deu um gole e prosseguiu. – No primeiro semáforo ele não prestou atenção e passou o sinal vermelho. A única coisa que me lembro é de um caminhão. – Abaixou a cabeça e resmungou – Eu estava sem cinto de segurança. Meu primeiro pensamento foi minha filha… Pam nunca fora muito responsável comigo, imagine com ela. Aí eu desmaiei.

– Sua mãe não quis me dizer o nome dela. Na verdade, nem como ela surgiu.

– Como se você não soubesse.

– Por acaso combinaram isso? Ela disse a mesma coisa.

– O nome dela é Sadie. – Disse baixo.

– Sadie?!

– Não. Pronuncia-se “Sâide”. – Devolveu o copo a cômoda. – Está achando que eu queria me lembrar de você pra sempre?

– Você costuma ser tão sádica?

– Nos conhecemos há bastante tempo. Devia saber que esse meu lado ainda existe. – Tentou fazer uma expressão séria, mas gargalhou logo em seguida.

– Sadie é… filha do Zac?

– Benson, você era o maior nerd que eu conhecia. Ainda é. Como pode achar que ela é filha dele?

– Ela é minha filha? – Por dentro, explodia de felicidade, sabendo a resposta. Só queria a confirmação.

– De todos os jeitos.


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Notas finais do capítulo

Ele está divido, porém, aposto que não perceberam. Por que realmente não era minha intenção inicial. Queria agradecer imensamente pela quantidade infinita de reviews e pelos mais novos três leitores! E também por mais dois lindos seres humanos terem clicado no botão mágico para botar nos favoritos :')
Responderei a todos os comentários o mais rápido o possível, em uma ocasião onde eu não esteja cansada e não sejam duas da manhã. O próximo capítulo já está quase pronto, confesso que eu mesma chorei enquanto escrevia. Espero que consiga emocionar a todos vocês!
Quanto a I Take Care Of You, decidi que como essa fic já está quase no fim, terminarei de postá-la e então poderei me dedicar a outra.
Estou cada dia mais feliz por saber que tantas pessoas apreciam algo que eu realmente me entrego! Obrigada por tudo, como sempre digo: Vocês estão fazendo com que essa história continue ♥
Ah, e se alguém estiver interessado, as provas foram ótimas!
Até os reviews (: