Os Cinco Marotos escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 89
Capítulo 2 - A Fadinha Quebrada e o Rato


Notas iniciais do capítulo

Agradecimentos especias à Samise, pela recomendação super fofa! Obrigada!



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Os meses passaram de uma forma surpreendentemente rápida. Outubro começava a se anunciar e nada realmente importante acontecera até então.

Pam, James, Sirius e Remus estavam reunidos na periferia de Londres, em baixo do que um dia devia ter sido uma ponte, esperando Peter. Depois de tanto tempo, haviam combinado de fazer uma reunião apenas entre os Marotos, querendo relembrar os velhos tempos antes que fosse perigoso demais saírem sozinhos na rua durante a noite. A intenção era ir de lá para algum pub e beber o quanto pudessem e se divertirem ao máximo, já que aquela era provavelmente a última vez o que o fariam.

Pelo menos com James junto a eles por causa de Harry. Já tinha sido um sacrifício convencê-lo a deixar Lily e Harry com Lene, Alice e Neville por uma noite. Repetir o feito seria impossível.

Mas isso não era importante no momento. O importante era que Peter estava quase uma hora atrasado.

– Aonde esse rato se meteu? – perguntou uma irritada Pam e impaciente.

– Não sei. – James continuou. – Mas não que ele já fazer grande diferença, não é? Quero dizer, ele nunca foi de muita utilidade. Normalmente só atrapalhava nossos planos em Hogwarts, lembram? Na verdade, ele era só mais um expectador burro que ficava nos aplaudindo o tempo todo.

Sirius e Pam sorriam, concordando com o amigo.

– Na verdade, - continuou Sirius. – ele tinha utilidade sim, James. Ele carregava meu material entre as aulas e você vai ter que admitir que muitas vezes conseguiu ficar com alguma garota só porque o Peter estava do lado e você ficou parecendo bonito por comparação.

Nesse ponto James e Pam riam as gargalhadas e até mesmo Remus sorriu, parecendo se controlar para não rir.

– Ah, sinceramente, se um rato sumisse ninguém sentiria falta. O mesmo do Rabicho. Não acho que ele faça lá muita diferença no grupo. – James disse. – Ele demorou um século para aprender a virar animago, não ajudou em nada para o Mapa, é tão gordo que não cabe mais embaixo da capa da invisibilidade…

– A verdade é que ele só serve para inflamar ainda mais o seu ego, James. – Pam ressaltou.

– O que é ruim também. – o de óculos continuou. – Já que foi por isso que a Lily não quis sair comigo por tanto tempo!

– Em suma – Sirius disse por fim – Quem se importa com um rato inútil?

O último ainda murmurou mais alguma coisa que só os três amigos entenderam e que os fez rir longamente.

O que eles não sabiam era que no chão escuro e no meio da sujeira que se fazia presente na antiga ponte, Rabicho estava ouvindo toda a conversa maldosa dos quatro.

Claro que ele ficou chateado com o que ouviu. E o pequeno rato saiu correndo para longe enquanto a risada cruel dos amigos ainda ecoava em seus ouvidos.

Ele estava pensando. O que ainda era uma possibilidade, tinha se tornado em uma decisão. Rabicho se decidira. Ele aceitaria a proposta que lhe tinha sido feita. Afinal, o outro tinha armas poderosas que podiam acabar com Rabicho em um momento, e nesse ponto os amigos estavam certos, nunca fora dos mais corajosos. E que o iria perder se aceitasse? A única coisa que o tinha feito pensar até então foram os amigos e agora ele descobrira que os eles pouco se importavam com ele. Então, o que Rabicho tinha a perder?

Além disso, assumindo o poder em toda a parte e em pouco acabaria tomando o controle definitivo do mundo mágico. O que tinha a ganhar recusando sua proposta?

E Rabicho continuou pela rua, pronto para dizer sim, pronto para mudar tudo de uma vez por todas, pronto para finalmente ser mais importante do que os amigos.

Assim que as risadas cessaram entre James, Pam, Sirius e Remus, eles retomaram o assunto, parando de brincar e a garota finalmente falou a sério.

– Vocês sabem que nada disso é completamente verdade, não? – perguntou. – O Rabicho faz parte dos Marotos tanto quanto nós e todos os Marotos são importantes. Se não fosse o Peter, quem apertaria o nó do Salgueiro Lutador toda a vez que nós íamos até o Salgueiro Lutador, quem encobriria nossas saídas? Além disso, ele sempre foi fiel ao grupo, ele pode ter mais dificuldade do que a gente, mas mesmo assim se transformou em animago para ajudar o Remus, não foi?

Nesse ponto todos tiveram que concordar. Peter era tão importante quanto qualquer um deles, mesmo que fosse mais fácil fazer brincadeiras com ele.

Se Rabicho tivesse esperado mais alguns minutos, se ele não estivesse tão longe ou tão surdo pela raiva… Ele provavelmente teria ouvido o final da conversar e não teria corrido para o lado negro naquela noite.

*~~*~~*~~*~~*

– Por que a demora, Gabby? – reclamou Lucinda impacientemente. – Estava fabricando uma roupa nova? – ela perguntou, visto que a outra dissera que iria apenas se arrumar e chegaria em pouco.

A mais nova sorriu.

– Talvez. – disse. – Ou quem sabe eu não tenha ficado com o Sirius mais uma vez?

Lucinda comprimiu os lábios. Por mais que não gostasse de admitir, odiava quando a irmã mais nova insistia em sair com os homens com quem ela saíra primeiro.

– Vaca. – murmurou, quase que inaudível.

Gabrielle Prydein e Lucinda Talkalot eram meias-irmãs por parte de mãe. Mas fazia pouco tempo que elas tinham começado a conviver em tempo integral, já que antes Lucinda vivia com o pai e a madrasta na Escócia e Gabrielle com os pais no norte da Europa. Elas até mesmo estudaram em escolas diferentes! Enquanto Lucinda estudara em Hogwarts, Gabrielle estudara em Durmstrang. Mas, com o poder em ascensão do Lorde das Trevas, as irmãs tinham se unido em Londres.

E, logo nas primeiras semanas que as duas tinham se mudado para lá, Gabrielle saíra e voltara acompanhada por um desconhecido. Ou melhor, desconhecido para ela, pois Lucinda conhecia muito bem aquele homem. Sirius Black podia estar bêbado e trôpego quando chegou ao apartamento das irmãs, mas Lucinda o teria reconhecido de qualquer jeito em qualquer lugar.

Mas mesmo que Lucinda o conhecesse tão bem, Gabrielle não o fazia. Já que os pais já eram divorciados quando a mais velha visitava os Black quando menor e a irmã já morava com a mãe e o novo marido longe de Londres. E Gabrielle só foi descobrir mais tarde que o homem com quem dormira se tratava do sedutor tão famoso de Hogwarts.

Claro que quando o Lorde das Trevas quis invadir a Ordem da Fênix e para isso precisava entrar na casa de um dos membros para descobrir o máximo que pudessem sobre a localização do local, Lucinda foi de pouca utilidade. Na verdade, foi Gabrielle que mencionou que conhecia Sirius e que talvez pudesse entrar na casa dele e conseguir deixar uma bomba explosiva na porta para o momento em que eles precisassem invadir o lugar e a ideia foi bem aceita.

É claro que Gabrielle não precisava dormir mais uma vez com Sirius. Claro que ela não precisava acompanhá-lo até seu quarto e tirar suas roupas. Mas mesmo assim ela o fez, o que deixou Lucinda fervilhando de raiva. A vontade que tinha era de pegar o pescoço da irmã, onde estava desenhada aquela tatuagem de cobra tão bonita, e apertá-lo até que a cabeça e corpo se separassem.

Eles acabaram tendo sucesso em invadir o duplex é claro e não precisaram de muito para que descobrissem a localização da sede da Ordem da Fênix. Acabaram tendo que invadir outras casas também, mas no fim conseguiram o que queriam e se não fosse por Dumbledore, teriam matado todos os integrantes da organização, apesar de mesmo assim terem matado vários membros preciosos da Ordem.

– Vamos. – Disse Lucinda por fim. – Ou vamos nos atrasar. E você saber que o Lorde das Trevas não espera.

– Claro, Lucy – a mais nova disse, com um sorriso enigmático nos lábios. – É melhor irmos mesmo.

E assim as duas andaram mais alguns passos juntas no beco escuro, antes de pegarem as mãos, e aparatarem para o local do encontro no qual apenas alguns comensais tinham sido convocados, para uma nova iniciação, já que nem mesmo entre eles próprios sabiam quem eram todos os seguidores de Voldemort.

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A iniciação de um comensal é um ritual sombrio, um tanto doloroso e completamente secreto. Mas, de uma coisa todos sabem, não existe uma volta. O único jeito de deixar de ser um é a morte. E Rabicho estava nervoso quando entrou na sala mal iluminada e ficou no meio daqueles comensais com os rostos escondidos por mascaras de escuridão completa.

Por um momento hesitou. Pensou em desistir no último momento e correr o mais rápido que conseguisse, mesmo sabendo que não iria muito longe.

Viu o Lorde das Trevas bem a sua frente, com seu rosto ofídico e sorriso cruel, encarando-o com seus olhos vermelhos e frios.

Não conseguiria fazer aquilo. Não podia, tinha que sair daquele lugar mofado e tenebroso. Era demais para Peter, mais do que ele jamais poderia aguentar.

Sentiu toda a determinação de antes deixando seu corpo com a velocidade incontrolável que a água cai em uma cachoeira.

Porém, próximo do segundo que estava pronto para pegar a varinha com as mãos trementes e fazer alguma coisa, ele identificou um rosto sem mascara ao lado de Voldemort.

Aquele rosto conhecido que o encheu de um calor reconfortante imediatamente, correndo por suas veias e o acalmando.

Fazia anos que não via aquele rosto e por algum tempo pensou que poderia esquecê-lo para sempre, principalmente quando percebeu que Hestia o olhava com certa cobiça, mas fora tudo em vão. Lá estava o rosto delicado e o corpo bonito e frágil que praticamente implorava para que Peter a abraçasse e protegesse.

Achou que nunca mais a veria, mas lá estava ela. Lá estava a fadinha verde que invadia seus sonhos durante a noite…

O mesmo cabelo preto chanel, o mesmo ar de superioridade, a mesma beleza…

Lucinda Talkalot continuava exatamente do mesmo jeito que ele se lembrava.

Pensou uma última vez nos amigos. Quantas vezes Sirius, James, Remus e Pam não tinham o trocado por alguma garota ou garoto?

Finalmente, e influenciado pela presença de sua fadinha verde, ele jurou fidelidade e se transformou em um Comensal da Morte.

*~~*~~*~~*~~*~~*~~*

Com o duplex destruído e sendo perigoso demais voltar lá por um tempo, Sirius e Pam estavam morando temporariamente com os Tonks. Já que Lily e James tinham Harry, Alice e Frank tinham Neville, as casas de Lene e Peter eram pequenas demais para eles e Remus tinha inventado todo o tipo de desculpa para que os amigos não fossem até sua casa.

Porém, com o passar do tempo, ficava cada vez mais próxima à data em voltariam para seu próprio duplex e agora os amigos estavam em sua última semana na casa da prima de Sirius.

– Obrigada mais uma vez por ter nos deixado ficar aqui. – agradeceu Pam mais uma vez, enquanto Andie a ajudava a arrumar as malas. – Não sabe o quanto foi importante para nós.

– Ah, Pam, foi um prazer receber vocês aqui. Venham sempre que precisarem. Sem contar que a Dora ama vocês. – e a mulher lançou um olhar sobre o ombro, voltando-se para o lugar onde Sirius brincava pacientemente com a menininha de seis anos e suas bonecas, os cabelos de Dora mudando de cor o tempo todo, sem que ela controlasse muito bem ainda.

– Dora é uma garota adorável. – Pam disse em resposta. E ela não mentia. Na verdade, era impressionante como ela e Sirius tinham se dado bem com a garotinha. E não só com ela. Aparentemente os dois tinham uma habilidade que antes desconheciam com crianças. Na verdade, não era nada estranho que Alice ou Lily pedisse que eles cuidassem dos bebês vez ou outra.

O fato curioso era que, mesmo que antes tanto Sirius quanto Pam tinham se recusado terminantemente a sequer chegar perto de Harry ou Neville, no final eles simplesmente não conseguiram dizer não quando Lily lhes pedira para serem os padrinhos de Harry.

Pam simplesmente não conseguia esquecer o dia em que Lily, com lágrimas nos olhos, lhe dissera que tinha combinado com Dory que ela seria a madrinha, mas depois do que acontecera, se Pam não podia assumir a posição da outra.

Era claro que a garota dissera sim. Como poderia ter recusado principalmente depois que conhecera Harry e se apaixonara pelo garoto com os cabelos pretos de James caindo sobre os olhos verdes de Lily.

O menino era lindo e ela não podia negar. Igual à Neville, mas os padrinhos deste tinham sido Lene e um primo de Alice.

Porém, nesse momento, e tirando-a de seus pensamentos, alguém bateu na porta.

Andie correu ansiosa em direção a ela, esperando que fosse Ted, que estava trabalhando e que normalmente voltava perto daquele horário.

A mulher perguntou quem era, já que não podia simplesmente abrir a porta, correndo o risco de não ser Ted e sim algum comensal.

– Remus John Lupin, lobisomem, também conhecido como Aluado, e Remmy pela Pammy, um dos cinco Marotos, ex-namorado de Emmeline e Dorcas, recentemente falecida por um ataque à Ordem da Fênix. E você, Andie, é a prima do Sirius e me pediu para passar aqui se houvesse uma emergência.

Andie abriu a porta de uma vez, deixando um Remus todo molhado por causa da chova entrar. Pam correu abraçar o amigo, preocupado com o que quer que pudesse ter acontecido.

– Meu Merlin, você está encharcado! – Ela exclamou, preocupada e agora também molhada. – Aconteceu alguma coisa?

– Estou bem. – ele disse. – Mas temo trazer más notícias. Caradoc foi dado como desaparecido e uma pequena cidade trouxa foi atacada. Dumbledore convocou uma reunião de emergência.

Nesse ponto, Sirius ainda sentado no chão, levantou-se o mais rápido que pôde e andou em direção aos amigos.

– Sinto muito, Pam… - ele murmurou, imaginando que ela estaria triste pelo desaparecimento do ex-namorado.

– Está tudo bem. – a garota disse. – Ele já estava saindo com uma trouxa… Ouvi dizer que eles até tiveram um bebê…

– Bom, qualquer maneira. – Remus continuou. – Acho melhor nós nos apresarmos.

Sirius assentiu, deu tchau para a prima, falando para Remus que o encontrava lá e ele e Pam passaram pela porta, pegando a moto dele escondida no jardim e decolando para o céu chuvoso.

Remus não foi tão rápido quanto os amigos. Ele demorou um pouco antes de dizer que fora um prazer encontrar Andie e se despedir da mesma, mas quando chegou a porta, ouviu o choro baixo de Dora e teve que voltar.

Sirius não percebera, mas ao se levantar, acabara quebrando uma das bonecas de Dora. Remus olhou para a garotinha sentada no chão e depois para Andie, que assentiu.

Por fim ele se aproximou de Dora, pedindo que ela não chorasse.

– Está tudo bem. – disse. – Olhe só. – e pegou a boneca quebrada, murmurando “Reparo” e ela se concertou magicamente.

Dora sorriu para ele, os cabelos assumindo uma cor rosa de chiclete, tomando a boneca nos braços e vendo que ela estava de fato concertada. Então se virou para Remus e disse, encarando-o com seus grandes olhos infantis:

– Você é legal. – disse, a voz aguda de criança. – Um dia, eu quero casar com você.

Por um momento, Remus não soube o que fazer. Ficou simplesmente parado, encarando Dora sem reação. Por fim, esboçou um sorriso sincero.

– Tudo bem… - disse inseguro e incerto do que fazer.

Ele se levantou e viu quando a menina também o fez, estendendo seus braços pequenos para ele. O homem virou-se para uma divertida Andie, que assentiu mais uma vez. Remus acabou por pegá-la no colo, levando para os braços protetores da mãe.

– Você já vai? – perguntou uma Dora tristona.

– Sim. – e quando ela ameaçou começar a chorar, Remus a tranquilizou. – Mas eu juro que vou voltar.

Dora sorriu alegremente enquanto Remus deixava a casa dos Tonks, partindo para a chuva e pegando sua vassoura para seguir o mesmo caminho que Pam e Sirius.


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Notas finais do capítulo

PS¹: Apesar de no filme mostrar como uma escola apenas para meninos, Durmstrang é uma escola mista, como Beauxbatons.
PS²: Se vocês pesquisarem pela história do Dean (Dino) Thomas, vão perceber que eu fiz o Caradoc se encaixar como o pai desconhecido dele. Não sei se a J.K. teve a mesma ideia que eu, mas quando eu li o quinto livro em que o Olho-Tonto menciona que havia um tal de Caradoc que desapareça e seu corpo nunca foi encontrado, me veio na hora a história do Dean e fiquei com essa ideia desde então.



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