Os Cinco Marotos escrita por Cassandra_Liars


Capítulo 7
Capítulo 7 - Lufa-Lufa X Corvinal


Notas iniciais do capítulo

Estou decepcionada com vocês! Ninguém reconheceu o Bicuço não?
Mas tudo bem. Quanto ao segredo da Pam... Bom, é segredo! rsrsrs



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Na manhã seguinte Pam, surpreendentemente foi a primeira a acordar. Certo, seria o primeiro jogo do ano e ela não podia perdê-lo por nada.

            Mas esse não era o único motivo pelo qual ela tinha acordado mais cedo. Na verdade, os motivos eram três.

            O segundo motivo era que tinha combinado com os garotos que eles iriam pregar uma peça para comemorar o primeiro jogo do ano. Iam colocar fogos de artifício embaixo das mesas da Corvinal e Lufa-lufa.

            O terceiro era que tinha uma coisa que queria muito fazer.

           Pam se levantou e olhou em volta, se certificando de que as outras ainda dormiam, ela lançou o contra feitiço no malão, que se abriu de imediato.

            Pam pegou a capa com a qual Dorcas tanto tinha implicado na noite anterior. Mal ela sabia que estava certa. A capa realmente pertencia a um menino.

            E esse menino era ninguém mais ninguém menos do que o lindo Sirius Black. Sim, ela o achava lindo. Mas a garota tinha ser muito obtusa para não achar. E Pam não era obtusa.

            Não. Ela não gostava dele. Ela não o amava de verdade. Só como um amigo. Só desse jeito.

            Sirius era um amigo muito querido, sim. Igual a James, Lupin e Peter.

            Mesmo assim, Pam enfiou a cara na capa do amigo e inalou fundo.

            A capa tinha o cheiro mais gostoso do mundo.

           Era algo entre suco de abóbora, grama e explosivos.

            Era um cheio gozado, que fazia cócegas no nariz da gente e com que algumas pessoas espirrem, mas Pam gostava.

            Pam dobrou aquela capa e colocou uma própria, antes de descer e encontrar James, Peter e Sirius a esperando.

            Ela sorriu para os amigos.

            _Estão prontos? – ela perguntou.

            Sirius assentiu.

            _Tudo pronto. Já dei uma corridinha até a Zonko’s e está tudo certo.

            _Ótimo.

            Ela então, entregou a capa para o amigo e lembrou o motivo que a tinha feito ir para o quarto usando ela.

            Ainda estava tremendo quando chegou na Sala Comunal e Sirius insistiu que ela tinha que usá-la até o dormitório.

            _Obrigado. – o garoto agradeceu.

            _Obrigada eu.

            Sirius sorriu, maroto para ela antes de colocar a capa.

            _Pronto. Podemos ir.

            _Certo. – disse James, sorrindo. - Vamos. Isso vai ser demais. Seremos imortalizados!

            Pam sorriu mais ainda com essa idéia.

            Eles passaram pelo quadro da Mulher Gorda, tentando ao máximo não fazer barulho, o que foi bastante difícil, já que Pam bocejava a cada dez minutos.

            _Shh! – exclamou James pela quinta vez.

            _A culpa não é minha! – ela brigou. – Eu fui dormir tarde e acordei cedo!

            _Então talvez você não devesse ter vindo! – retrucou o garoto, bravo.

            _Se eu não tivesse vindo, vocês não viriam. – ela teimou.

            _Eu não preciso…

            _Certo, gente. Vamos parar com isso. Vamos logo para o Salão Principal ou nós vamos ter problemas. – Sirius interrompeu a briga, prevendo uma catástrofe.

            Pam cruzou os braços e começou a olhar para James com um ar de superioridade que o deixava irritado, mas ele tentou ignorar a amiga.

           Quando finalmente chegaram ao Salão Principal, eles colaram embaixo das mesas os explosivos. Tudo o que precisariam fazer depois era provocar uma pequena chama e o plano daria certo. Mas eles ainda não pretendiam fazer isso agora. Não tinham preocupações em machucar ninguém, já o fogo era mágico e desviaria de todo o tipo de coisa viva que estivesse perto.

            _Ótimo, conseguimos. – sussurrou Pam, sorrindo, feliz.

            _E o melhor de tudo é que ninguém percebeu…

            _Eu não estaria muito certo disso, Sr. Black.

         Os três gelaram no momento em que viram que Dumbledore os estivera observando o tempo todo, sentado em sua cadeira na mesa dos professores.

            _Sabe como é, professor… É que nós… - tentou começar Pam, mas, como da última vez, nenhuma idéia lhe veio a cabeça.

            _Eu entendo perfeitamente, Srta. Porter. Vocês estavam apenas colocando explosivos embaixo das mesas da Corvinal e Lufa-Lufa. Isso renderia mais uma detenção para os senhores.

            Droga!, pensou Pam, como eles podiam ter tanto azar?

            _Mas…

            _Mas? – repetiu James, esperançoso.

           _Mas eu sei que é por causa do jogo hoje, então se vocês forem direto para o dormitório de vocês, eu vou fingir que não vi isso.

            Dumbledore sorriu bondosos, para os garotos, que se entreolharam uma vez antes de saírem correndo em direção ao Salão Principal.

            Após subirem sete lances de escada correndo, eles estavam ofegantes.

            _Bom, - disse Pam, após ter recuperado parte do fôlego. – Eu vou para o meu dormitório, dormir mais um pouco. A gente se vê no café da manhã. – e dizendo isso, ela subiu as escadas, deixando James e Sirius sozinhos.

            _Eu não estou com sono. – disse James, se sentando em uma das poltronas.

            _Nem eu. – e Sirius sentou ao lado dele.

            _Essa foi por pouco, não é verdade? Eu achei mesmo que o Dumbledore iria colocar a gente de detenção.

            _Verdade. Você acha que ele vai tirar os fogos de artifício?

            _Não. Ou teria nos dado alguma punição, você não acha?

            _Talvez… Mas eu acho que Dumbledore ainda é um mistério.

            James riu do amigo.

            _Mas, James, tem uma coisa que você ainda não disse. O que você fez com o Ranhoso noite passada?

            O garoto riu mais ainda.

            _Sei que prometemos para a Pam não iríamos usar os feitiços você tinha pesquisado, mas…

            _Mas você usou.

            _Usei. Não conta para ela. Ficaria furiosa. Usei o Trip jinx. Ele caiu de cara no chão. Aquele corte na testa foi resultado disso. Mas ele nem sabe o que o atingiu. Eu me matei de rir!

            James continuou rindo sem parar, desta vez acompanhado por Sirius, que agora imaginava a cara de Ranhoso.

            _Ei, você não quer jogar uma partida de Snap Explosivo? – James perguntou por fim, quando os dois amigos conseguiram para de rir.

            Sirius sorriu animado e assentiu uma vez com a cabeça.

            _Vamos lá! Mas jogar por jogar é chato. Vamos apostar alguma coisa.

            James sorriu também.

            _Certo, o que você quer apostar?          

            _Vamos começar com… Um galeão? – e Sirius pegou a moeda em um dos bolsos da capa.

            _Fechado. Um galeão.

            E os dois foram jogar, perto da lareira.

*~~*~~*~~*~~*~~*

            Mas tarde, no café da manhã, os quatro amigos se reunirão, soltando risadinhas de vez em quando.

            _Isso vai ser hilário! – exclamou Sirius, que tinha o bolso cheio do dinheiro que tinha tirado de James – Imaginem só a cara deles!

            _Mas sabem, que essa idéia não foi de todo mal. – disse James. – Quero dizer, não vamos machucar ou humilhar ninguém. Devemos fazer mais isso.

            _ É, mas vai ser engraçado quando for Sonserina contra Grifinória. – disse Sirius. – Vamos acabar com eles!

            Pam reprimiu uma risada que teria sido escandalosa.

            _Certo. – disse Pam. – James, acha que está tudo pronto? Podemos?

            O garoto sorriso e bagunçou os cabelos arrepiados ainda mais.

            _Podemos.

            Juntos, James e Pam, eles seguraram firme a varinha por baixo da mesa e de cada ponta saiu uma faísca, que foi flutuando até chegar as mesas da Corvinal e Lufa-Lufa e então…

            CABUM!

            Várias pessoas gritaram, mas ao ver que fogos de artifício amarelos e azuis iluminavam o Salão Principal, pararam para olhar, maravilhadas.

            Pam, Sirius e James riram ao ver o espanto e o medo das pessoas, Peter, porém gritou. Depois disso, eles continuaram olhando quando a águia gigante da Corvinal sobrevoou, derrubando todos os pratos, a mesa da Sonserina e os sonserinos gritando. O texugo da Lufa-Lufa correu por entre os alunos. Finalmente os dois animais se juntaram no meio do salão e explodiram mais uma vez em fogos de artifícios coloridos antes de tudo acabar e só restar a fumaça.

            A maioria dos alunos aplaudiu, menos os sonserinos, que ainda estavam ocupados em se recuperar do susto, de relance, James viu Ranhoso tentando apagar o fogo da ponta de sua capa e não pôde deixar de sorrir.

            Sob os aplausos James, Sirius e Pam ficaram em pés no banco e fizeram algumas reverencias para as casas, repetindo “Obrigado, obrigado”.

            _ E agora, depois dessa excelente demonstração dos Srs. Potter e Black e da Srtª. Porter, eu quero desejar aos dois times, Corvinal e Lufa-Lufa, boa sorte. – disse o Professor Dumbledore, sorrindo animado.

            Ainda em pé, James procurou uma massa de cabelos ruivos, mas não os encontrou em parte alguma. Nem sorrindo como a multidão, nem zangada com ele.

            Desapontado, ele sentou de novo. Sirius ainda contou várias piadas, que em um dia normal teriam parecido engraçadas, já que Pam e Peter não paravam de rir, mas James ficou sério o tempo todo.

*~~*~~*~~*~~*~~*

            Assim que Lily acordou, ela sentiu animada. Afinal, por mais que detestasse Potter e os amigos dele, não podia deixar de gostar de Quadribol. Isso era uma coisa na qual Pamela estava certa. Dez em cada dez bruxos gostavam de Quadribol. Mas a grande maioria – a parte normal – não era fanática como ela. Lufa-Lufa contra Corvinal. Para quem ela devia torcer? A resposta parecia ser óbvia. Corvinal era claro. Afinal, em um espaço de uma batida de coração, o Chapéu Seletor pensou em mandá-la para lá.

            Ela olhou em volta, Dory roncava ao seu lado.

            A ruiva fez uma careta e olhou para frente, onde Lene e Alice dormiam tranquilamente, sem se preocuparem com o resto do mundo. Tinha alguma coisa estranha acontecendo. Concluiu Lily. Pamela devia estar aprontando alguma coisa com os outros garotos, já era a segunda vez que olhava para a cama dela e a encontrava vazia.

            Rapidamente, Lily acordou primeiro Lene, depois as outras.

            _Hum… - resmungou Alice. – Que horas são?

            _São… - os olhos de Lily voaram para o relógio preso na parede. – São nove e vinte.

            _Me deixa dormir só mais um pouquinho… - implorou Dory.

            _Não. – disse uma sonolenta Lene que já tinha se sentado na cama. – Hoje tem jogo de Quadribol.

            _Maldito seja o Quadribol. – disse Dory, fazendo com que tanto Lene quanto Alice olhassem feio para ela.

            _Já perdemos o café da manhã. Não podemos nos dar o luxo de perder mais alguma coisa. – disse Lily, depois suspirou. _ Repararam que a Pamela sumiu de novo?

            Lene olhou de Lily para a cama vazia da colega de quarto e assentiu.

            _Estranho. – ela disse depois de um tempo.

            _Completamente estranho. – disse Dory, que tinha acabado de se levantar também.

            _Só espero que isso não signifique problemas… - disse Lily apreensiva, mordendo o lábio inferior.

            _Ah, Pamela sumir misteriosamente – disse Alice. – Até parece que vocês não conhecem ela. É claro que isso significa problemas. Só não sei dizer para quem.

            _Espero que não para nós. – disse Lene.

            _E nem para o Sev. – Lily suspirou, Dory apenas girou os olhos antes dizer:

            – Lembram da última vez? Tinha cola no meu cabelo.

            Alice abafou uma risada, que felizmente passou despercebida por Dory.

            _Certo. – disse Lily, se levantando da cama e indo colocar uma capa, as outras a seguiram.

           Depois de todas estarem trocadas e prontas para ir para o campo de Quadribol, as quatro amigas desceram juntas as escadas e passaram pelo quadro da Mulher Gorda.

            A maioria das pessoas já tinham se sentado nas arquibancadas e só tinham um lugar vago…

            Ao lado de Potter, Black, Pettigrew e Pamela.

            Lily se sentou ao lado de James, bufando, para deixar claro o seu desagrado ao sentar-se do lado dele.

            _Oi Lily. – ele comprimentou, sorridente.

            _É Evans para você, Potter. – ela disse, sem tirar os olhos do campo de Quadribol, onde os jogadores ainda não tinham entrado.

            _Ah para com isso Lily. Onde você estava na hora do café da manhã? Eu não te encontrei no Salão Principal…

            O sangue correu para o rosto de Lily, a deixando quase tão vermelha quanto o cabelo embora ela não soubesse o porquê disso.

            _Isso porque eu não estava no Salão Principal, Potter. Perdi a hora.

            _Você perdeu, Lily. Foi realmente…

            _É Evans, Potter.

            _Tudo bem. – ele suspirou, vencido. – Mas do mesmo jeito você perdeu, Evans. Foi realmente legal. Eu, Pam e Sirius fizemos fogos de artifício…

            _Sinceramente, Potter. Eu não estou interessada. – ela disse, pela primeira vez olhando para o garoto. – Não me importa quais as maneiras que você usa para chamar a atenção das pessoas.

            _Mas eu…

            _Poupe seu fôlego. – ela disse, agora voltando sua atenção para o campo de Quadribol, onde os jogadores tinham acabado de levantar vôo e um garoto da Lufa-Lufa chamado Estúrgio Podmore, do quarto ano, começou a irradiar a partida.

            _Para quem você está torcendo, Evans? – perguntou James.

            _Corvinal. – ela se limitou a dizer.

            _Eu também! – James disse, mas não era verdade. Até aquele momento estava torcendo para Lufa-Lufa.

            Ela suspirou, mas ficou feliz ao perceber que ele não continuou o assunto.

            Eles continuaram olhando a partida, vendo os jogadores de cada time voarem de um lado para o outro, as espetaculares defesas do goleiro da Lufa-Lufa e finalmente a apanhadora da Corvinal pegando o pomo.

            _E acabou o jogo, 140 a 220 para a Corvinal. – disse, tristonho, Estúrgio.

            Lily se levantou e sorrindo, aplaudiu, acompanhada por algumas pessoas da Grifinória, todas da Corvinal e uma pequena parte da Sonserina.

            James concluiu que Lily era linda. Tão linda quanto se pode esperar que uma garota seja. Ela tinha uma beleza estonteante. James sorria, enquanto olhava para ela e aplaudia.

            Ele percebeu que tanto Pam quanto Sirius estavam aplaudindo, enquanto Peter estava encostado em um canto, sorrindo mas encarando a ele, Pam e Sirius.

            A partida tinha sido rápida, não durara mais do que uma hora e meia. Considerando que a maior partida de Quadribol tinha durado três meses, então, uma hora e meia realmente era nada.

            A parte boa, é que eles ainda teriam um tempinho livre antes do almoço. Com isso, Lily foi se reunir a Snape e James, Sirius, Peter e Pam foram para debaixo de sua faia.

            _Sabem de uma coisa? – disse James, assim que se sentaram. – Eu achei demais isso. Quero dizer, ser apanhador. Eu vôo bem, não vôo? Acho que ano que vem vou fazer testes para o time.

            _E eu também. – disse Pam, se deitando na grama. – Vou ser goleira.

            _Goleira? – disse Sirius.

            _Sim. Por quê? Algo contra?

            _Não, não. É só que… - ele começou, mas não achou as palavras certas e com um suspiro se deitou ao lado dela na grama.

           _É realmente chato que os alunos do primeiro ano não possam trazer vassouras, vocês não acham?

            ­_Acho, com toda a certeza. – disse Peter, se pronunciando pela primeira vez.

            Os quatro se deitaram, lado a lado, na grama macia e ficaram olhando para a copa da árvore por um bom tempo, até que Pam disse:

            _Mas, vocês sabem do que eu estou com vontade? Cerveja amanteigada. É uma pena que não tenha aqui.

            _É, nisso você está certa, Pam. – disse James. – Quem sabe não possamos pegar um pouco em Hogsmeade pela passagem do espelho…

            _É… Talvez… - ela disse, não muito convencida. Então Pam teve uma idéia que a obrigou a se levantar, animada. – Já sei. E se a gente tivesse um estoque de cerveja amanteiga? Ia ser muito legal! A gente podia deixa no dormitório de vocês…

            _Por que no nosso dormitório? – perguntou Sirius.

            _Porque no meu, vocês não podem subir. E mesmo que pudessem, a outras iriam dedar a gente. Vocês não acham que Frank possa nos entregar, acham?

            _Não sei não, Pam. – disse James. – A idéia não é de todo má, mas pode ser muito arriscado, como poderia explicar de que jeito trouxemos as cervejas amanteigada se algum professor nos ver? Não podemos falar sobre a passagem secreta e provavelmente seriamos expulsos…

            Ela abriu a boca para argumentar, mas percebeu que seu plano tinha muitas falhas, então fechou a novamente, deitou na grama e continuou a encarar as folhas, que o vento levava de um lado para o outro, de um lado para o outro, de um lado para o outro…

            A tranqüilidade e a harmonia do movimento eram tão grandes, que ela fechou os olhos, feliz por estar ali com os amigos.

*~~*~~*~~*~~*~~*

            Remus saiu, com alguma dificuldade, de dentro na passagem secreta e apertou o nó no Salgueiro Lutador, fazendo com que ele paralisasse, nem sequer uma folha se mexia. Sabia que tinha dormido demais e que provavelmente perdera o almoço.

            Suas transformações naquele mês tinham acabado e isso era bom, mas ele voltava abatido. Em seu rosto tinha um corte novo e no braço um arranhão. Mas o maior problema é que ele achava que desta vez tinha tentado arrancar a própria perna. A perna direita doía muito, tinha um corte imenso.

            Ele seguiu mancando até o castelo e entrou na enfermaria. Madame Pomfrey veio ajudá-lo assim que ele entrou.

            Ela não fez perguntas. Talvez tivesse medo das respostas. Afinal, assim como todos os outros funcionários, ela sabia sobre ele ser um lobisomem.

            Um dos problemas de ser lobisomem era esse. Nem magia nem poções podem curar os ferimentos, eles só podem cicatrizar com o tempo.

            Mas a enfermaria cuidou da perna do garoto, deixando-a enfaixada com várias bandagens.

            _Obrigado, Madame Pomfrey. – ele agradeceu, já era a segunda vez que se transformava em Hogwarts e também a segunda vez que ele ia até a enfermaria para tratar de seus ferimentos.

            A bruxa sorriu em resposta e ele deixou a enfermaria, ainda meio mancando.

           Enquanto ele subia as escadas para o seu dormitório, Pirraça, um Poltergeist, passou voando sobre sua cabeça, cantarolando:

            _Louco, lobo, Lupin. Louco, lobo, Lupin!

           Como ele sabia disso, Remus jamais chegou a descobrir, mas a questão é que sabia que seu segredo estava seguro, já que o próprio Dumbledore tinha conversando com ele, a quem Pirraça tinha muito respeito e talvez um pouco de medo.

            Ele continuou subindo as escadas, indo para a torre do sétimo andar.

            _Olá Remus! – exclamou a Mulher Gorda. – Tudo bem?

            _Bem melhor agora, obrigado. E a senhora? – ele perguntou humilde.

            _Tirando às vezes em seus amiguinhos me acordaram no meio da noite. – disse ela, levemente irritada. – Estou ótima, muito obrigada.

            Certo, isso não era bom. O que será que os outros estariam fazendo desta vez?

            _Se você não se importar de abrir a passagem para mim… Sabe, passei a semana fora e não sei a nova senha…

           _Ah, sim! Claro, sem problemas! Mas se mantenha mais informado da próxima vez.

            _Com certeza que sim, senhora. Muito obrigado mesmo. – disse ele, enquanto a Mulher Gorda abria a passagem e ele passava.

           Meio mancando ainda, ele subiu as escadas que levavam até seu dormitório, a ferida já não doía tanto e ele tinha certeza de que em mais alguns dias e ele não sentira nada.

            Sem bater, ele abriu a porta do seu dormitório e não se surpreendeu ao encontrar Peter, Sirius, James e Pam conversando aos sussurros.

            _Remus! – a garota foi a primeira a perceber sua presença e ela correu abraçá-lo. – Você está bem, eu espero. – disse ela, agora olhando para ele com o mesmo olhar preocupado que o fazia se sentir culpado por estar mentindo.

           _Ótimo. – ele disse. E sem esperar que os amigos perguntassem onde ele estava, disse: - Fui ver minha mãe. Ela está um pouco doente.

            James, Sirius e Peter já tinham se aproximado e estavam envolta dele, Pam agora segurava as duas mãos dele e as afagava, talvez tentando consolá-lo por algum que nunca tinha acontecido.

            _Remmy… Eu… Nós sentimos muito. – ela olhou em volta, buscando a ajuda dos outros.

            _É isso mesmo, cara. Não se preocupe. – disse Sirius, colocando a mão no outro de Remus.

            _O Sirius tem razão. Não se preocupe Lupin. – disse James.

            _Isso mesmo. Nós estamos aqui! – exclamou Peter.

            Remus sorriu, não sabia como agradecer todo o carinho e a preocupação dos amigos.

            Talvez, ele pudesse contar… Não, ele sacudiu a cabeça, espantando essa idéia. Eles iriam fugir, não iriam mais falar com ele. Seria uma tragédia.

            _ E então? O que vocês andaram fazendo? – o garoto perguntou se livrando das mãos de Pam e se sentando em sua cama.

            _ Bom, Sr. Sabe-Tudo, - disse James, divertido. – Fizemos algumas coisas… - e ele olhou para os outros amigos, buscando apoio, com sorriso maroto ainda nos lábios. - … bem interessantes. – James disse por fim.

            _Bom, teve a detenção. – disse Pam, dando um passo para frente e se esforçando para fazer uma cara inocente. – Foi à meia-noite. – ela acrescentou, lendo os pensamentos de Remus e esclarecendo o motivo que os levara a acordar a Mulher Gorda.

            Ah, se Remus fosse tão ingênuo a ponto de acreditar que fora só isso…

            _Nós vamos dizer o que fizemos, se você falar o que você fez. – disse Sirius, sorrindo com malicia. – De verdade. – ele acrescentou, também não acreditara que o amigo pudesse ter ido visitar a mãe.

            A estratégia de Sirius teria funcionado com pessoa como James, Pam ou Peter, que eram extremamente curiosas.

            Mas não com Remus.

            O lobisomem sabia esperar e também sabia que mais cedo ou mais tarde os amigos não resistiriam a começar a se gabar de suas proezas.

            Sendo assim, ele deu de ombros.

            _Por mim, tudo bem. Se você não quer acreditar, não acredite. Mas é verdade. Minha mãe está doente e eu fui vê-la. – ele repetiu, olhando nos olhos de Sirius e torcendo para que sua atuação convencesse.

            E então foi a vez de Sirius dar de ombros.

            _Você quem sabe…

            Fez-se uma longa pausa, em que nenhum deles falou nada. Foi um silêncio constrangedor, que acabou quando Remus disse:

            _Será que vocês podem me passar as matérias que os professores deram durante minha ausência?

            Os outros quatro amigos riram e James e Sirius cantarolaram juntos:

            _Nerd!

            _Sabe, - disse Pam, tentando parar de rir. – Nenhum de nós anotou essas coisas. Estávamos ocupados demais fazendo coisas realmente interessantes.

            Lupin olhou cada um deles, de baixo a cima. Seria possível que tinham feito algo tão ruim assim? Talvez ele pudesse perguntar para outras pessoas depois, agora ficara realmente curioso.


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Notas finais do capítulo

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