E então, Orihime-chan, o que você fez a ele? — Inoue estava incrédula, seu corpo endurecido, seus olhos arregalados, sua boca aberta. Ela? O que elahavia feito?! Olhou para todos no salão, eles tampouco acreditavam no que ouviram.

— E-e-eu n-não fiz nad-d-da!

— Orihime-chan, havia uma faisquinha de seu poder em cada célula do corpo deste Espada. — a voz de Urahara era gentil, não pressionava-a, não deixava-a mais nervosa do que já estava, mas sabia que se desse a resposta errada, iria ao julgamento com ele. Ela não cogitava isso, mas Urahara tinha consciência deste fato.

— M-mas ele nem está totalmente recuperado!

— Sim, mas está exatamente como da última vez que o viu, quando "morreu". E eu disse, são pequenas faíscas, não o bastante para curá-lo inteiramente, mas para regenerar a maioria de seu corpo.

E recordou, uma lembrança esquecida há um tempo, jogada em seu subconsciente. Havia tentado tocar Ulquiorra, ou melhor, pôde tocá-lo! — Então eu realmente fiz isso...? — já nem gaguejava mais, de tão aérea que estava agora, lembrando-se... lembrando-se de algumas situações, algumas conversas...

— Mas não foi intencional, não é? Foi o que seu subconsciente quis. — não se precisava dizer mais nada, era implícito que a garota era bondosa até com o inimigo.

— Bem, não preciso explicar mais nada. Senhores, eis a minha proposta: o ex-espada Ulquiorra Schiffer viverá por dois anos no Mundo dos Vivos, para constatar se hollows podem ou não ter sentimentos! O que acham?

— É uma experiência muito... "emocional" para mim, mas ignorar a existência dos sentimentos é burrice. Seria interessante ver esse aí adquiri-los.– Mayuri jogou a cabeça na direção do homem pálido deitado.

Um a um os capitães foram expondo sua opinião, a maioria era contra, por ser arriscado demais. E além do mais, qual o fundamento daquilo? Pelo amor de Deus! Sentimentos? Que tipo de brincadeira era a SS?

O Comandante Yamamoto fechou os olhos, desatando a pensar. Era verdade... muito arriscado...e intrigante demais. Além disso, Urahara não faria tudo isso à toa, conhecendo-o como o conhecia, o loiro já tinha todo um plano inimaginável em sua mente, algo que só ele seria capaz de inventar. Sim... Urahara sabia de muito coisa, talvez até mais que ele próprio, o Comandante dos 13 Esquadrões. Não queria admitir, mas ainda confiava em Kisuke, e tinha ciência de que ele planejava esclarecê-lo depois de sua decisão. O ex-capitão sabia que ele concordaria com a experiência, pensou. E era isso que faria. Urahara Kisuke sempre estaria dois passos a frente de todos.

— Chega! — Yamamoto olhou para os Capitães — Vocês tem razão, esta experiência é perigosa de mais. Mas não podemos ignorar a probabilidade de que um Arrankar crie sentimentos. Se esta experiência for bem sucedida, significará que podemos ter aliados muito fortes na luta contra um mal maior que Aizen, futuramente. — a maioria dos capitães olharam decepcionados, outros, agradecidos — A última decisão é minha: Ulquiorra tem o prazo de dois anos para adquirir emoções! — e o alvoroço novamente começou. Perguntas dirigidas a si, críticas ao dono da Urahara's Shop. Havia de tudo.

E então, uma voz sobressaiu-se, a de Hitsugaya, sempre observador:

— Mas, Comandante, quem vai tomar a guarda do Arrankar?

— Oras, Toshirou-kun! — A voz alegre do causador de tudo isso fez-se ouvir — É claro que vai ser a Orihime-chan!

— E-eu?! — bem que ela sentiu que o pior ainda estava por vir — Por que eu?

— Bem, a culpa disso é tão minha quanto sua. Além do mais, sou um humilde comerciante, minha casa é muito pequena — respondeu ele dramaticamente.

A menina suspirou, Ulquiorra na sua casa, morando consigo? Nunca sequer havia pensado nisso. Ao passo de que estranhava essa ideia, também sentia que a adoraria. Talvez... talvez o Quarto Espada realmente seja capaz de sentir alguma coisa. Submergiu em pensamentos, a morte do pálido homem. Ele dissera "Entendo" — e sensível como era, sabia que possuía algum significado —, disse que estava começando a se interessar por sua raça, ele havia lhe estendido a mão, e ela o correspondera. Sim, ele adquiriria sentimentos, tinha certeza, em muito menos de um ano.

Envolvida por tais devaneios, o que diria seria surpreendente, ninguém esperaria daquela ruiva inocente tanta certeza na voz:

— Ulquiorra Schiffer sentirá muito antes de dois anos. — estáticos, não, perplexos, assim estavam os capitães, o comandante, e seus amigos. Como ela poderia saber? Orihime falara como se tivesse visto o futuro! Nenhuma dúvida na voz, Inoue Orihime conhecia Ulquiorra Schiffer, por acaso?

— ... Tem noção no que fala, humana Inoue? Você está sugerindo que encurtemos o prazo...

O dono da Urahara's Shop apenas ouvia, até então:

— Comandante-san, a menina parece tão certa do que fala, por que não damos a ela uma chance?

Mais dois segundos de silêncio — Certo — abriu a boca, e falou alto — Ouçam, a experiência que Urahara Kisuke nos sugeriu, apesar da maioria contra, foi consentida por mim, Shigekuni Genryuusai Yamamoto. A humana Inoue Orihime tem o prazo de uma ano par fazer o Ex-Quarto Espada Ulquiorra Schiffer despertar sentimentos em si. Se o acordo não foi cumprido no prazo em questão, tanto Urahara Kisuke, o que trouxe o assunto à tona, e Inoue Orihime, a que basicamente tornou isso possível, serão devidamente punidos!

— Sim! — foi a resposta do sorridente loiro e da enérgica ruiva.

Tudo resolvera-se, aparentemente.

... E agora?

Não havia mais o que fazer?

Muitas pessoas perguntavam-se isso, impacientes para reassumirem seus postos, acabar sua cota do dia, e voltar à casa. A questão foi esclarecida pela mesma pessoa de sempre.

— Orihime-chan, você pode agora curar Ulquiorra-san totalmente?

— Ah... claro, claro! — a menina ia tímida até o corpo do moreno, quando Urahara interrompeu-a.

— Orihime-chan, ele pode estar basicamente inteiro, mas por dentro, a alma está completamente destruída. O pouco de seu poder passado a ele não foi o suficiente para que ela se regenerasse também. Você tem que remontá-la com o máximo de seu poder e então dar a ele um... sopro de vida.

— Sopro de vida?

— É. Sabe, a alma é o que tem de mais complicado em qualquer organismo que está, ou que um dia já foi vivo. Se ela for desfragmentada, como foi a de Ulquiorra, não basta apenas 'juntar os caquinhos', ela precisa de um estímulo, um exemplo, para que toda a energia vital da pessoa seja recriada novamente, entende?

— Mais ou me...

— Bem, você precisará dar um segundo do resto da sua vida. Se você fosse morrer em dez segundos e desse três, você ficaria apenas com sete segundos. A coisa é muito mais complicada que isso, mas acho que deu pra entender. Resumindo, você tem que dar uma micro-parcela da sua energia vital.

Ah, nem era tão preocupante assim, quantos anos mais ela viveria? Oitenta? Noventa? A eternidade quem sabe? O que era um segundo? Mas...

— E como eu passo a minha energia vital para alguém?

Um sorriso malicioso surgiu no íntimo de Urahara — Bem, para você será ainda mais fácil, já que tem o dom da cura. É só canalizar o seu poder em um orifício de seu corpo, ou algo que saia dele. E não valem os poros, hein! São muito pequenos, demoraria três dias aproximadamente.

Como assim?

— Bem, basta beijá-lo!

— B-b-beijá-lo?!

— É! Você canaliza seu poder na boca, ou na ponta dá língua, se preferir — Hehe — e beija-o. Não é assim tão difícil!

— Mas... não tem uma forma mais fácil?

— Claro que tem! Tendo relações sexuais, cusp- — Chega! Chega! Chega!, pensou, parando de ouví-lo, aquilo era muito nojento! Já gritaria para que parasse quando algo melhor apareceu — E também tem o sangue.

— Sangue? O que tem o sangue?

— Você pode colocar um pouco de seu sangue na boca dele. Só que essa técnica é muito pouco efetiva, a boca é um alvo muito menor que 4 a 6 litros de sangue. Você poderia até chegar à morte, por causa do processo demorado.

É, não... Não tinha jeito, era beijá-lo ou beijá-lo. Engoliu em seco, "Só espero que seja rápido". Cada forma de transferir a energia vital tinha uma duração diferente, não? Qual era o mais rápido? Apenas beijá-lo ou...

— Caso você esteja se perguntando — sussurrou o causador daquilo tudo — O modo mais rápido é canalizar na língua, mas daí você teria que-

— Tá! — Aquele homem lia mentes? Ele sempre falava a coisa certa na hora certa! ... Ops, quer dizer, ele falava a coisa errada na hora certa... ou a coisa certa na hora errada... Riu consigo mesma, estava tão nervosa assim pra pensar loucuras como estas?

Se curvou até seus lábios roçarem, e beijou-o. Não estava alheia ao choque dos presentes, morria de vergonha. Porém, sua mente imediatamente tornou-se alienada a tudo a sua volta quando fez um pouco mais se esforço e inseriu sua língua na boca fria. E era... bom. Não, mais que isso, era entorpecente. O sangue subia para as faces e os olhos se semicerravam. Passava a língua por toda a extensão do local úmido. Não estava dando certo, havia feito errado? Espalmou a mão onde deveria se alojar um coração, inconsciente de que aquele abaixo de si era um hollow e que talvez o órgão nunca estivesse estado lá. Nada, nenhum batimento cardíaco. Esforçou-se mais ainda para canalizar a energia na ponta da língua, se recusava a fazer qualquer outra coisa em sua vida pela metade. Então, a recompensa: TU-DUM. Sorriu, relaxou, desmaiou, de encontro ao chão frio.

Ulquiorra agora voltava ao normal, os membros inteiros, assim como chifres e asas, e então, a forma de sempre. Não que alguém notasse algo, Até Aizen se abismaria com o que acontecera. E o espanto não era a única emoção que dominava o lugar, viam-se muitos limpando a baba do queixo e tentando “esconder outra coisa”.

Ichigo e cia, boquiabertos, mas eram os que estavam em melhor estado. Kami-sama, todos pensavam que ela nunca havia beijado! Como poderia ser assim tão experiente como se mostrara? Sabia disso de si mesma?!

Enfim, o primeiro a se recompor foi o próprio Comandante, que viu algumas diferenças no homem pálido, um pouco... constrangedoras. — Por que diabos esse menino está nu?!

E Kisuke gritou — Kami-sama, tirem Hitsugaya-taishou daqui! — meio minuto de silêncio e tensão, mas não podia-se negar a piada, a gargalhada foi geral. Poucos não gostaram, dentre eles Yamamoto, Byakuya, Unohana, e o próprio motivo das risadas, com veias de irritação nas têmporas — o piadista em meio ao auê se apressou e cobriu o ex-quarto Espada com o manto branco no chão.

E a sala novamente tornou-se silenciosa.

— Urahara, como pode explicar-nos isso?

— Ah, efeito colateral, não se preocupe, não se preocupe! — balançava a mão freneticamente para cima e para baixo. A resposta era quase óbvia, pensou, "O cara estava completamente destruído, como esperavam que suas roupas sobrevivessem?"

E Yamamoto-olhos-de-águia se apercebeu de outra coisa — Onde... onde está seu buraco e máscara hollow?!

"Ah... Ele disse...", pensou Urahara, enquanto uma sombra apossou-se de seu rosto, misteriosa — Receio que essa apresentação já tenha terminado, podemos conversar a sós, Comandante-san? — Yamamoto apenas assentiu, e todos imediatamente colocaram os pés pra fora da sala.

Só que nem tudo estava resolvido, ainda não havia acabado, e isso tornou-se claro com a pergunta de um dos Tenentes, Rangiku Matsumoto para ser mais específico — E o que será feito destes dois desmaiados? — e antes que o Comandante respondesse, alguém falou na frente — Leve-os para a casa da menina, seus papéis nessa reunião chegaram ao fim — o interrompido olhou furioso para o homem ao seu lado, como alguém se atrevia a sobrepor-se a ele?!, o Shigekuni Genryuusai Yamamoto! Não tinha amor à vida, ou pelo menos um certo senso de respeito? Uma vozinha em sua mente lembrou-o que Urahara realmente não tinha nenhum senso de respeito, não importa quem seja, mas esqueceu-se completamente deste pensamento quando seus olhos se encontraram com os do ex-Capitão do 5° Esquadrão. Alguma mensagem lhe era transmitida, "Espere e verá" talvez? "Fiz isso porque você diria a coisa errada" ? Na verdade, não importava o que exatamente Kisuke dizia, desde que percebesse-se que seus atos eram perfeitamente justificáveis.

O Comandante assentiu para a impressionada Matsumoto (pela ousadia do dono da Urahara's Shop) — Faça o que ele disse, Matsumoto, deixo isso em suas mãos. Use quantos Shinigamis você achar que precisará.

— Sim, senhor! — acatou a ruiva peituda, enquanto mirava Yamamoto e "A Visita" seguirem para fora do salão. Provavelmente iriam para a sala do Comandante, onde não seriam ouvidos... Sorriu, maliciosamente, sabia o que fazer com Orihime e seu amiguinho...

Há uns metros de distância, suores de preocupação desciam pela nuca de Hitsugaya, o que quer que fosse que a ruiva estava planejando, era melhor não se meter, mesmo sendo o Capitão desta.

 

O que era para ser feito ali realmente terminara. As pessoas saíam, comentando sobre o ocorrido, poucos capitães, alguns tenentes, e todos os menores oficiais. Cada um tinha uma opinião própria do que daria esse acordo, quase nenhuma era positiva.

Se tivesse alguém que lidara bem com tanta informação em tão pouco tempo, esse alguém era o grupo de Ichigo. Seria por confiar em Urahara ou em Inoue? Bem, Ichigo estava tranquilo, Chado estava tranquilo, Renji (N/A: pois o considero membro do "Ichigo & Cia") reacionara da mesma forma que os outros Tenentes, Ishida tentava parecer tranquilo, e Rukia... Rukia...

— Ei, Renji! Onde está Rukia, ela não vai para Karakura conosco? — indagou o Morango, irritado, preocupado, curioso, ou o que quer que seja que ele estivesse.

— Ela disse que tem algumas coisas para fazer ainda, e que vai voltar um pouco mais tarde. É para nós irmos antes — explicou. Ichigo ficou olhando, olhando, e por fim, concordou:

— Está bem, então! Pessoal, vamos! — O ruivo ignorou a pulga que coçava atrás de sua orelha — aquela tampinha sabia cuidar de si mesma, não é? — , e saiu, junto de seus amigos (N/A:E Renji, não se esqueça!) para fora do salão. Agora encontrariam alguém que pudesse abrir o portal para o Mundo dos Humanos.

Renji parou, mirando, preocupado, o caminho pelo qual Rukia sumira há menos de um minuto. Ao chamado dos outros, virou-se e seguiu adiante.

_-_-_-_-_

Passos leves e cautelosos se aproximaram da sala do Shigekuni Genryuusai. A pessoa, lentamente se aproximou da porta o máximo que pode, ouvindo, com um pouco de dificuldade, o que era falado no cômodo.

"Então foi assim que conseguiu o olho, Urahara? Neste caso, acho que pode-se considerar desnecessário o seu julgamento e aprisionamento" — "Mas não o de Orihime Inoue", pensou o ouvinte oculto. — “Agora, poderia me explicar por que o Arrankar estava com uma cicatriz enorme no lugar de seu buraco e sem sua máscara?

— Ichigo me contou que Ulquiorra tem uma segunda etapa da Ressurrección, também está ciente disso, não? Então ele deveria ser, hipoteticamente, o mais forte Espada, o que na verdade, é certo. Porém, ao contrário do que Ulquiorra achava, Aizen estava perfeitamente consciente disso, e de muito mais... — uma pausa — Ulquiorra Schiffer é muito mais que um Arrankar, um Espada. Ele é justamente o que conhecemos pouco.

— Ah, Kami-sama, ele é um Vasto-

— Isso. Acho que não precisamos deixar esta informação ser dita em tão alto e bom som.

— E o que pretende fazer quanto a isso, Urahara?

— Quando ele renasceu seus poderes retornaram; dei um jeito de adormecê-los, Ulquiorra nem sabe o que é.

— Aonde você que chegar com isso?

— Aizen era praticamente invencível, todos sabem. Bem, no mínimo 2/5 deste poder era de Ulquiorra.

— Então quer dizer que-

— Ele não usou todo seu poder na luta contra Ichigo.

— Mas... isso explica pouca coisa. Se Ulquiorra é o que é, como Aizen pôde roubar seus poderes assim tão facilmente?

— Entenda, quando um Adjucha é poderoso o bastante, ele evolui para Vasto Lorde, claro que isso envolve mais muitos outros processos que não fazemos nem idéia que existem, provações..., mas enfim. Um Adjucha, normalmente, ou morre, ou vira Vasto Lorde, há não ser que se torne um súdito de Aizen, daí ele vira um Arrankar, nem fraco demais, a ponto de não servir para lutar (um Adjucha), nem forte demais, a ponto de ter poder suficiente para contrariá-lo (um Vasto Lorde). Enquanto Ulquiorra estava nesta transição: de Adjucha para Vasto Lorde, Aizen apareceu.

Cristo, a situação era pior do que pensavam. Eles haviam lutado contra Sousuke quase às cegas. Se Ichigo não tivesse aparecido...

— Espere um pouco! Se Ichigo era mais poderoso que Ulquiorra, então, ele-

— Não! Isso não, creio. Não sei... o que Ichigo é. É algo que está além do nosso conhecimento e capacidade de raciocínio.

O ouvinte ficou pensando, aquela experiência daria muito mais respostas que as relacionadas aos sentimentos — Diga-me, Ichigo na forma hollow em que estava, e Ulquiorra, como Vasto Lorde, se lutassem, a luta seria... justa e­-

— Perfeitamente equilibrada. E mais, juntos, eles poderiam... até derrotar Aizen.

Pareceu que Yamamoto não conseguiu mais se segurar, se manter o autocontrole era algo que ele dominava, essa habilidade chegava em seu limite — Não pode ser! Se ao menos soubéssemos disso antes, seria tão mais fá-

— Nem tanto, Ulquiorra é o único Vasto Lorde que conhecemos, ainda, e ele era totalmente fiel à Aizen. E convencer Vastos Lordes de algo não deve ser simples.

Sua animação foi esquecida — Ah, entendo — lembrou-se — E o que há com a máscara e seu buraco holllow? Já que é um Vasto Lorde, ele pode eliminá-los, não?

— Assim, quando um plus se transforma em hollow, seu coração basicamente vira uma máscara, certo? — com um menear da cabeça, continuou — Ele poderia livrar-se da máscara, mas ela não voltaria a ser um coração. É aí que a humana Inoue Orihime entra.

— Entendo, e ela é outro mistério no qual sabemos pouco.

— É... muito pouco. — ouviu — Comandante, o motivo de sua incomum flexibilidade hoje é...

— Você pode ser inconsequente, Urahara, mas ainda é um pouco são. Se Ulquiorra realmente significasse uma ameaça, as coisas não seriam fáceis assim como foi. Além do mais, Ulquiorra Schiffer e Orihime Inoue, de certa forma, combinam... Imagine o que seus poderes combinados não fariam pela-

-

— Kuchiki-san, suas habilidades de esconder reiatsu são maravilhosas, nem eu teria te detectado — o ouvinte às escondidas assustou-se ao ouvir a voz de Unohana, imediatamente parou o que fazia para cair no chão.

— Unohana-Taishou? Olá, como vai a senh-

A mais velha exibiu seu diabolicamente gentil sorriso, dizendo — Kuchiki-Taishou não lhe ensinou a não ouvir as conversas alheias? Aconselho que volte imediatamente para o Mundo Humano. Você e Abarai-fukutaichou não tinham recebido uma folga de uma semana?

— Sim! — Rukia abaixou a cabeça, passando pela intimidante mulher a sua frente. Quando a garota desaparecia de cena, essa mesma mulher ficou encarando com olhar inquieto a porta a sua frente.

Então, foi embora.

_-_-_-_-_

— Urahara, por que contou tudo ao Comandante? Não é de seu feitio...

— Bem, resolvi não causar mais problemas à garota.. — explica, no conforto de sua humilde casinha bebendo seu humilde chazinho.

— Se esse é o caso, por que mandou Tessai acobertar Rukia enquanto ela ouvia sua conversa? — a mulher se sentou sobre os joelhos, do lado oposto da mesa.

— Uma coisa compensa a outra, Yoruichi-san, uma coisa compensa a outra... — bebeu mais um gole.

Yoruichi suspirou resignada. Parecia que Urahara subtraíra 6 de 12, mas o 6 restante tinha valor de 12 sem a outra metade...

— Você gosta de brincar com os problemas dos outros, não é? Se o Comandante descobrir cedo demais que Rukia foi acobertada, além do orgulho dele, haverá outra coisa ferida por aqui.

— Yamamoto não gosta de brincar, Yoruichi. Não se convida para brincar alguém que nem gosta de fazê-lo.