_TÁXI!!!

Eu gritava
desesperadamente enquanto a poiava meu casaco num hidrante na calçada.

_TÁXI!

Gritei
novamente e balancei as mãos na tentativa de chamar atenção. Não funcionou. Até
que vi uma mulher magricela com o pescoço alto e com uma roupa elegante
simplesmente parar, dá um assobio e entrar rapidamente em um táxi. Só isso? Só
assobiar? É fácil!

20 minutos
depois...

_Eu quero morrer..._
Sussurrava

Estava encostada
no hidrante, meu casaco á essa altura do campeonato já tinha sido levado por
algum trombadinha e eu precisava de água. Até que uma alma caridosa enviada
pelos anjos-sim eu rezei- tocou no meu ombro e perguntou:

_Você
precisa de ajuda? Eu posso ligar pra alguém se você quiser.

_Eu... Só
quero... Um Táxi_ Disse isso com muitos espaços para respirar, o calor estava
me matando e a garota inteligente aqui trouxe duas super malas, resultado: eu
não podia me mover um centímetro sem ter o risco de ser roubada.

_Claro, eu
chamo um pra você.

Ele deu um
pequeno sinal com a mão e um táxi apareceu bem na sua frente. Porque não
funcionou comigo? EUTENTEI ISSO POR MEIA HORA! Talvez eles fossem mais gentis
com pessoas de terno.

_Muito
obrigada, Eu iria passar séculos aqui!

_Oh, não
foi nada minha jovem, qualquer coisa pode me procurar tá? Pegue meu número.

Ele me deu
um pequeno cartão com seu nome -Albert Benson- e seu telefone. Entrei no táxi
enquanto o taxista colocava minhas malas no carro. Ele terminou e entrou
enquanto eu me despedia novamente no senhor Albert.

_Qual o
destino?

_Na verdade
eu não tenho muita certeza, mas acho que com essas anotações dá pra saber.

Eu não
tinha ideia do que estava fazendo. Eu só sei que eu precisava ver o Adam logo. Ele
tinha saído da cidade que nós morávamos para fazer faculdade aqui em Nova York,
mas nos falávamos sempre pelo telefone. Agora que estou de férias decidi fazer
uma visita surpresa. O verão castigava a cidade e eu tampava o rosto com as
mãos. O taxista parou num prédio bem bonito e caro eu diria, cobrou a corrida e
foi embora. Eu entrei, fui até a recepção e perguntei o número do quarto do
Adam.

_Um
momento, eu vou informa-lo da sua visita._ Disse a recepcionista.

_ Não! Será
que você podia me deixar subir sem avisá-lo?

_ Desculpe
senhorita, mas nossas normas são muito rígidas.

_ Sabe o
que é? Eu queria fazer uma surpresa pro meu namorado e isso não vai ser possível
sabe... se você avisá-lo.

Ela pensou
por um momento mas acabou concordando. Eu peguei minhas malas sem esperar o
carregador e fui em direção ao elevador. Apertei logo o número e passei correndo
pelo corredor. Parei diante da porta e já me sentia nervosa. Bati na porta e
não obtive resposta. Será que ele tinha saído? Bati mas uma vez e nada. Virei a
maçaneta da porta e por sorte ela estava aberta. Entrei e vi um apartamento
bastante confortável, deixei minhas malas na sala e fui procurar o quarto. Abri
a porta e vi na cômoda perfumes femininos e shampoo. Um segundo depois aparece
na minha frente uma mulher com uma camisa de homem, e só de calcinha. Naquela
hoje eu gelei. Droga! Eu tinha entrado no apartamento errado! Eu já ia pedir
desculpa e sair correndo quando me aparece a ilustre figura do meu namorado.

_O QUE VOCÊ
TÁ FAZENDO AQUI?

_Taylor?
Pelo amor de Deus o que você está fazendo aqui?

_Hey, que é
você garotinha?_ Perguntou a vadiazinha ladrona de namorados.

_Garotinha
é a sua M...

_PELO AMOR
DE DEUS PAREM COM ISSO!

Eu não
parei. Voei pra cima dela enquanto era segurada pelo Adam.

_ME
SOLTA!!!_ Eu gritava desesperada e tentava me soltar dos braços daquele traíra.

_QUER
SABER? EU VOU EMBORA!

Peguei
minhas malas e saí em disparada da droga do apartamento com o Adam atrás de
mim. Que canalha! Apertei o botão do elevador rapidamente e desci. Saí em
disparada correndo. Mas ia ter volta. Ah se ia. Não há nada que eu faça melhor
do que vingança!

Já eram
umas seis horas da noite e eu me encontrava num beco perto a um StarBucks. A
parte boa era que café não me faltaria. Eu estava totalmente perdida e meu
orgulho me impedia de ir até lá e pedir algum dinheiro para me hospedar em um
hotel. Então estávamos eu, minhas malas um copo de café e... um mendigo? Céus
eu vou ser roubada/violentada/forçada a algo que eu nem quero imaginar o que é.
Mas ele só veio sorrateiramente e... roubou meu café!

_Ei! Esse
café é meu!

O mendigo
saiu correndo com o copo na mão. Droga! Pensei. Sozinha e sem café.

Acordei com
o Sol no meu rosto e na mesma rua/beco que eu tinha passado a noite. Perfeito! Sem
dinheiro suficiente e minha passagem de volta é daqui á 4 dias! O que eu vou
fazer agora?

(continua...)